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Revisão das 11h50min de 21 de março de 2010

Zósimo foi um historiador de língua grega atuante em Constantinopla e ativo entre o final do século V e o início do século VI. Era pagão numa sociedade já amplamente cristianizada. As datas exatas de seu nascimento e morte, bem como o seu local de nascimento, não são conhecidos, mas ele exerceu a função de advocatus fisci ("advogado do fisco")[1], tendo alcançado na carreira o título honorífico de comes ("conde").

Vida

Que ele se encontrava ativo na época do Imperador Anastácio I (reinou de 491 a 518) se depreende por uma passagem da sua "História Nova"[2] na qual ele cita o chrysargyrion[3], imposto abolido por Anastácio em 498.

Sua obra ("História Nova"), escrita em grego, em seis "livros" (isto é, "rolos", cada cinco "livros" antigos correspondendo aproximadamente a um volume médio moderno), cobre o período de Augusto (31 a.C.14 d.C.) até o ano de 410, e é uma das mais importantes fontes para o conhecimento dos eventos do século IV e do início do século V. Sua atitude freqüentemente pró-pagã e anticristã lhe dá um colorido especial, podendo ser utilizada como balizadora para as obras de historiadores cristãos da época.

Vários aspectos da "História Nova" foram combatidos e refutados tanto na "História Eclesiástica" de Evágrio do Ponto (final do século VI) quanto na "Biblioteca" do patriarca Fócio (século IX).

O texto da "História Nova" sobreviveu num único manuscrito, atualmente no Vaticano (Codex Vaticanus Graecus 156), dos séculos X-XII, provavelmente originário do mosteiro de São João de Estúdio, de Constantinopla. Mas mesmo esse único manuscrito sofreu danos: um caderno de oito folhas, entre o final do livro I e o início do livro II, desapareceu; uma folha também falta a partir do livro V, capítulo 22. O manuscrito encontra-se no Vaticano desde 1475.

O autor mostra-se, em sua narrativa, repetidamente anticristão; culpa as dificuldades pelas quais passa o Império Romano ao abandono dos antigos cultos[4]. Não lhe falta em alguns casos senso crítico, mas ele também adere a muitas superstições, como a crença na astrologia e nos augúrios, e o seu uso das fontes é, muitas vezes, superficial.

Obra

Sua obra inicia-se na época de Augusto, tratando de forma breve todo o período até Diocleciano (livro I, capítulos 1 a 36), tornando-se mais detalhada a partir daí. Não se trata de trabalho original, mas sim de compilação de outros autores; o sexto livro termina de modo abrupto, mostrando-se claramente inacabado; é provável também que Zósimo tencionasse levar sua história adiante, sendo talvez impedido pela sua morte.

Tanto quanto se pode depreender, as fontes utilizadas foram Dexipo de Atenas para o livro I, Eunápio de Sardes para os livros II até V, capítulo 27 e Olimpiodoro de Tebas a partir daí, tendo sido utilizadas, no geral, de forma bastante literal e pouco crítica. A história de Eunápio termina no ano 404; a obra de Olimpiodoro cobria o período de 407 a 425. O uso quase servil dessas duas fontes, em especial, se torna patente no final do livro V: o tratamento dado a Estilicão, o comandante-em-chefe do Império Romano do Ocidente, é hostil enquanto Zósimo segue Eunápio, mas muda para um tom de quase aprovação no capítulo 34, quando a fonte utilizada passa a ser Olimpiodoro.

Citações

Notas e referências

  1. agente encarregado de zelar pelos interesses do tesouro público) na prefeitura pretoriana do Oriente
  2. "História Nova", livro II, cap. 38
  3. "imposto em ouro e prata", taxa paga pela população urbana e incidente sobre ofícios exercidos
  4. "História Nova", livro II, capítulo 7

Ligações externas

As citações das fontes são traduções livres, em língua portuguesa, dos originais constantes nos referidos endereços, em língua inglesa.