Concílio de Jerusalém: diferenças entre revisões
m Bot: Adicionando: uk:Єрусалимський Собор |
|||
Linha 16: | Linha 16: | ||
}} |
}} |
||
Provavelmente o '''Concílio de Jerusalém''' foi convocado |
Provavelmente o '''Concílio de Jerusalém''' foi convocado pelo apóstolo [[Pedro]], conferir (At 15, 7), ''“Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem”''; (At 15, 2), ''“Surgindo daí uma agitação e tornando-se veemente a discussão de [[Paulo]] e [[Barnabé]] com eles, decidiu-se que Paulo e Barnabé e alguns outros dos seus subiriam a ''Jerusalém'', aos [[apóstolos]] e anciãos, para tratar da questão”'' . |
||
Devido a grande discussão, por causa da ''obrigatoriedade de submeter os novos cristãos as praticas da lei mosaica'', como a ''[[circuncisão]]'', se deveria comparecer em Jerusalém a presença dos [[apóstolos]]. |
Devido a grande discussão, por causa da ''obrigatoriedade de submeter os novos cristãos as praticas da lei mosaica'', como a ''[[circuncisão]]'', se deveria comparecer em Jerusalém a presença dos [[apóstolos]]. |
||
A verdade da Igreja me mantém por causa dos apóstolos e demais discípulos, como Paulo diz: ''“... Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade”'', conferir (Tm 3, 15). Aonde Paulo afirma que as ''três colunas'' que afirmam a Igreja são Pedro, Tiago e João: ''“Pelo contrário, vendo que a ''mim'' fora confiado o evangelho dos ''incircuncisos'' como a Pedro o dos ''circuncisos'' – pois Aquele que operava em ''Pedro'' para a missão dos ''circuncisos'' operou também em ''mim'' em favor dos ''gentios'' – e conhecendo a graça em ''mim'' concedida, Cefas (aramaico rocha), Tiago e João, os notáveis tidos como ''colunas'', estenderam-nos a mão, a ''mim'' e a ''Barnabé'', em sinal de comunhão”'' (Gl 2, 7:9). |
|||
Quanto a "presidência do Concílio", com a saída do apóstolo Pedro de Jerusalém, São Tiago |
Quanto a "presidência do Concílio", com a saída do apóstolo Pedro como primeiro bispo de Jerusalém, coube a São Tiago ocupar o seu lugar na igreja de Jerusalém, tornando-se segundo Bispo de [[Jerusalém]]. |
||
== Desenvolvimentos do Concílio == |
== Desenvolvimentos do Concílio == |
Revisão das 16h50min de 10 de agosto de 2010
Concilio de Jerusalém | |
---|---|
São Pedro, ícone do século VI, Mosteiro de Santa Catarina do Monte Sinai | |
Data | 51 |
Aceite por | Católicos, Ortodoxos e Protestantes |
Concílio anterior | -- |
Concílio seguinte | Concílio de Niceia |
Convocado por | São Pedro, São Tiago e São João |
Presidido por | São Tiago |
Afluência | Ano de 51 |
Tópicos de discussão | Circuncisão e Velhas tradições Judaicas |
Documentos | Evidencias na Bíblia (Atos dos Apóstolos) |
Todos os Concílios Ecuménicos Católicos Portal do Cristianismo |
Provavelmente o Concílio de Jerusalém foi convocado pelo apóstolo Pedro, conferir (At 15, 7), “Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós, para que da minha boca os pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem”; (At 15, 2), “Surgindo daí uma agitação e tornando-se veemente a discussão de Paulo e Barnabé com eles, decidiu-se que Paulo e Barnabé e alguns outros dos seus subiriam a Jerusalém, aos apóstolos e anciãos, para tratar da questão” .
Devido a grande discussão, por causa da obrigatoriedade de submeter os novos cristãos as praticas da lei mosaica, como a circuncisão, se deveria comparecer em Jerusalém a presença dos apóstolos.
A verdade da Igreja me mantém por causa dos apóstolos e demais discípulos, como Paulo diz: “... Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade”, conferir (Tm 3, 15). Aonde Paulo afirma que as três colunas que afirmam a Igreja são Pedro, Tiago e João: “Pelo contrário, vendo que a mim fora confiado o evangelho dos incircuncisos como a Pedro o dos circuncisos – pois Aquele que operava em Pedro para a missão dos circuncisos operou também em mim em favor dos gentios – e conhecendo a graça em mim concedida, Cefas (aramaico rocha), Tiago e João, os notáveis tidos como colunas, estenderam-nos a mão, a mim e a Barnabé, em sinal de comunhão” (Gl 2, 7:9).
Quanto a "presidência do Concílio", com a saída do apóstolo Pedro como primeiro bispo de Jerusalém, coube a São Tiago ocupar o seu lugar na igreja de Jerusalém, tornando-se segundo Bispo de Jerusalém.
Desenvolvimentos do Concílio
Entre eles estabeleceu-se uma dúvida e uma polêmica: saber se os gentios, ao se converterem ao cristianismo, teriam que adotar algumas das práticas antigas da Lei Mosaica para poderem ser salvos, inclusive o fazer-se circuncidar:
“Entretanto, haviam descido alguns da Judeia e começaram a ensinar aos irmãos: Se não vos circundardes segundo a norma de Moisés, não podereis salvar-vos.” (At 15, 1)
São Paulo ao levar o cristianismo a outros povos não exigia a circuncisão desses novos cristãos. Diante disso os presbíteros de Jerusalém se reuniram em torno de Tiago para fazer valer a "obrigatoriedade da circuncisão".
Interessante observar, que no episódio do Concílio de Jerusalém, mostra a unidade da Igreja: a igreja de Antioquia, de Corinto, de Éfeso não são independentes, por mais que as igrejas cristãs estejam separadas geograficamente são uma só Igreja.
São Paulo ao ser convocado a comparecer a Jerusalém não respondeu que nas igrejas fundadas por ele: “Aqui se faz de outro modo e pronto!”, mas a questão foi resolvida num Concílio.
“Reuniram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para examinarem o problema” (At 15, 6), outro ponto importante de se observar é a reunião de uma Igreja hierárquica.
Tendo-se os ânimos esquentados, “Tornando-se acesa a discussão, levantou-se Pedro e disse: Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, aprouve a Deus, entre vós, que por minha boca ouvissem os gentios a palavra da Boa Nova e abraçassem a fé.” (At 15, 7).
Paulo evoca sua autoridade sobre os não-judeus, sendo que na carta aos Gálatas São Paulo diz que a Pedro cabia dirigir os judeus, enquanto a ele, Paulo, os não-judeus. Com Paulo estando presente, Pedro afirma que seu primado também se estende aos não-judeus, mesmo tendo se decidido que São Paulo os evangelizasse; depois do discurso de Pedro todos se silenciaram.
“Agora, pois, porque tentais a Deus, impondo ao pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem mesmo nós pudemos suportar? Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que nós cremos ser salvos, da mesma forma que eles. Então, toda a assembleia silenciou.” (At 15, 7:12).
Logo em seguida Paulo e Barnabé relataram as maravilhas e prodígios que Deus realizou entre os gentios por meio deles.
Por fim Tiago concordou com Pedro e concluiu dizendo: “Eis porque, pessoalmente, julgo que não se devam molestar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus. Mas se lhes escreva que se abstenham do que está contaminado pelos ídolos, das uniões ilegítimas, das carnes sufocadas e do sangue. Com efeito, desde antigas gerações tem Moisés em cada cidade seus pregadores, que o leem nas sinagogas todos os sábados”. (At 15, 19:21)
A Carta Apostólica, que será seguida por toda a Igreja, é redigida segundo o parecer de Pedro, que Paulo e Tiago também concordaram. A Carta seguirá basicamente o discurso de Tiago, mostrando como estava a frente da igreja em Jerusalém.
A Carta Apostólica
A Carta diz que:
“Os apóstolos e os anciãos, vossos irmãos, aos irmãos dentre os gentios que moram em Antioquia, na Síria e na Cilícia, saudações! Tendo sabido que alguns dos nossos, sem mandato de nossa parte, saindo até vós, perturbaram-vos, transtornando vossas almas com suas palavras, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, escolher alguns representantes e enviá-los a vós junto com nossos diletos Barnabé e Paulo, homens que expuseram suas vidas pelo nome de nosso Senhor, Jesus Cristo. Nós vos enviamos, pois, Judas e Silas, eles também transmitindo, de viva voz, esta mesma mensagem. De fato, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor nenhum outro peso além destas coisas necessárias: que vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas, e das uniões ilegítimas. Fareis bem preservando-vos destas coisas. Passai bem.” (At 15, 23:29)
Conclusão
Este primeiro concílio ecumênico foi de importância fundamental porque teve como principal decisão libertar a Igreja nascente das regras antigas da Sinagoga, marcou definitivamente o desligamento do cristianismo do judaísmo e confirmou para sempre o ingresso dos gentios (não-judeus) na cristandade.
Bibliografia
- Bíblia de Jerusalém
- Bíblia Sagrada (anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra) Braga: Edições Theologica, 1990, vol. II.
- WHOL, Louis de - Fundada sobre a Rocha. Lisboa: Rei dos Livros, 1993.
- ORLANDIS, José. História breve do Cristianismo. Tradução de Osvaldo Aguiar - Lisboa: Rei dos Livros, 1993. ISBN 972-51-0046-8