Convento de Corpus Christi: diferenças entre revisões
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A primitiva igreja do convento sofreu uma degradação gradual devido às cheias do [[rio Douro]], o que levou à edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início na segunda metade do [[século XVII]] com traça do padre [[Pantaleão da Rocha de Magalhães]] - responsável por várias obras no [[Porto]] e arredores -, seguindo o modelo do templo [[Lisboa|lisboeta]] do [[Mosteiro do Bom Sucesso]] de [[Santa Maria de Belém]], pertencente à mesma ordem, e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por [[Gregório Fernandes]]. Já no [[século XVIII]] foi construída a fachada em [[estilo barroco]] que antecede o portal da igreja, e onde é patente a influência de [[Nicolau Nasoni]]. |
A fundadora dedicou o mosteiro ao Augusto Sacramento da Eucarístia, dotou-o de avultados bens e entregou-o à [[Ordem dos Pregadores|Ordem de São Domingos]], filiando-se no [[Mosteiro de São Domingos de Santarém]]. Um conflito jurídico com o [[bispado do Porto|Bispo do Porto]], que à época se opôs à sua fundação, provocou atraso significativo na abertura do mosteiro, o que veio a acontecer apenas em [[1354]]. |
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A primitiva igreja do convento sofreu uma degradação gradual devido às cheias do [[rio Douro]] (junto ao qual se localizava), o que levou à edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início na segunda metade do [[século XVII]] com traça do padre [[Pantaleão da Rocha de Magalhães]] - responsável por várias obras no [[Porto]] e arredores -, seguindo o modelo do templo [[Lisboa|lisboeta]] do [[Mosteiro do Bom Sucesso]] de [[Santa Maria de Belém]], pertencente à mesma ordem, e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por [[Gregório Fernandes]]. Já no [[século XVIII]] foi construída a fachada em [[estilo barroco]] que antecede o portal da igreja, e onde é patente a influência de [[Nicolau Nasoni]]. |
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As funções conventuais extinguiram-se em [[1894]] com a morte da última freira, Marcelina Cândida Viana. |
Revisão das 07h54min de 23 de agosto de 2010
O Mosteiro de São Domingos das Donas de Vila Nova de Gaia, também referido como Convento de Corpus Christi e Instituto do Bom Pastor, localiza-se na freguesia de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, no Distrito do Porto, em Portugal.
História
O mosteiro foi fundado em 1345 por D. Maria Mendes Petite, uma fidalga de Gaia, filha de Soeiro Mendes Petite, viúva do trovador dionisino Estevão Coelho, e mãe de Pero Coelho, um dos responsáveis pelo assassínio de D. Inês de Castro. A família estava ligada à fundação do poderoso Mosteiro de Grijó.
A fundadora dedicou o mosteiro ao Augusto Sacramento da Eucarístia, dotou-o de avultados bens e entregou-o à Ordem de São Domingos, filiando-se no Mosteiro de São Domingos de Santarém. Um conflito jurídico com o Bispo do Porto, que à época se opôs à sua fundação, provocou atraso significativo na abertura do mosteiro, o que veio a acontecer apenas em 1354.
A primitiva igreja do convento sofreu uma degradação gradual devido às cheias do rio Douro (junto ao qual se localizava), o que levou à edificação de um novo templo, cujas obras tiveram início na segunda metade do século XVII com traça do padre Pantaleão da Rocha de Magalhães - responsável por várias obras no Porto e arredores -, seguindo o modelo do templo lisboeta do Mosteiro do Bom Sucesso de Santa Maria de Belém, pertencente à mesma ordem, e ajustado, nos coros, ao local e às necessidades da congregação, por Gregório Fernandes. Já no século XVIII foi construída a fachada em estilo barroco que antecede o portal da igreja, e onde é patente a influência de Nicolau Nasoni.
As funções conventuais extinguiram-se em 1894 com a morte da última freira, Marcelina Cândida Viana.
Em 1930, o edifício foi entregue às irmãs do Instituto do Bom Pastor que criaram um Instituto Feminino de Educação e Regeneração. O aumento das internadas levou à construção, em 1940, da ala poente do convento, de arquitetura tipicamente Estado Novo. Tendo-se retirado as religiosas, no início da década de 1990, o edifício foi entregue à Ordem Soberana e Militar de Malta.
Revertendo para a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia em 2003, o convento sofreu recentes obras de remodelação, albergando agora um espaço cultural - o Espaço Corpus Christi - e ainda um pólo de mestrado da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto.
Características
A igreja, de concepção centralizada, organiza-se ao longo de um eixo, com nave de planta octogonal abobadada, capela-mor a nascente e coros a poente.
No interior, destaca-se o cadeiral do coro em talha dourada que remonta à segunda metade do século XVII, onde sobressai a expressividade de determinadas máscaras e animais. A pintura e a imaginária que decoram a igreja (teto do coro alto, espaldar do cadeiral e retábulos) apresentam uma iconografia que se enquadra nas temáticas da Ordem. Representam santos dominicanos e outros, com destaque para três devoções principais: o Santo Rosário, o nome de Jesus e a Eucaristia.
Encontram-se aqui sepultadas D. Leonor de Alvim, esposa do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, e sua avó, D. Maria Mendes Aboim, falecida em 1355 e fundadora do convento; também se encontra aqui a arca tumular de Álvaro Anes de Cernache, que foi alferes da bandeira da Ala dos Namorados na batalha de Aljubarrota (1385).
- CAMPO BELO, Conde de. O Mosteiro de Corpus Christi de Gaia. 1938.
- FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime. "Algumas obras seiscentistas no Convento de Corpus Christi", in revista Gaya. Vila Nova de Gaia, 1984
- FERREIRA-ALVES, Joaquim Jaime. "Magalhães, Padre Pantaleão da Rocha de", in Dicionário da Arte Barroca em Portugal. Lisboa, 1989.
- GOMES, Paulo Varela. Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII - A Planta Centralizada. Porto, 2001.
- PACHECO, Hélder. O Grande Porto. Lisboa, 1986.
- PINTO, Maria Augusta Almeida. "Edifícios religiosos de planta centrada entre Vagos e V. N. de Gaia (faixa litoral)", in Espaço e Memória, Revista de Património. Porto, 1996. pp. 61–79
- RODRIGUES, Luísa Fernanda Ferreira. O Mosteiro de Corpus Christi de Vila Nova de Gaia. Porto, 1998.
- SERRÃO, Vítor. O Barroco. Lisboa, 2003.
Ver também
Ligações externas
- Antigo Convento Corpus Christi / Instituto do Bom Pastor - página do IPPAR
- Convento Corpus Christi - página da Gaianima
- Convento de Corpus Christi - página da Gaia Global
- Convento Corpus Christi - página da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia
- Lojas e animação diurna a partir de amanhã no Corpus Christi - página do jornal Porto XXI