Ara Pacis: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Luckas-bot (discussão | contribs)
m Bot: Adicionando: sh:Ara Pacis
Linha 1: Linha 1:
{{geocoordenadas|41_54_23_N_12_28_32_E_type:landmark_region:IT|41° 54′ 23″ N, 12° 28′ 32″ O}}
{{geocoordenadas|41_54_23_N_12_28_32_E_type:landmark_region:IT|41° 54′ 23″ N, 12° 28′ 32″ O}}
[[Imagem:RomaAraPacisDeaRoma.jpg|thumb|right|200px|Recinto externo da ''Ara Pacis'', painel com a deusa Roma e parte inferior com decoração.]]
[[File:Ara Pacis Rom.jpg|thumb|right|300px|Recinto externo da ''Ara Pacis'']]
'''Ara Pacis''' é um [[altar]] dedicado por [[César Augusto]] em [[30 de Janeiro]] de [[9 a.C.]] à [[mitologia romana|deusa]] ''[[Pax]]'' ([[Paz]]), para celebrar o período da ''[[Pax Romana]]''. Foi colocado numa zona do [[Campo Marzio]] consagrada à celebração das vitórias, local emblemático por estar a uma [[milha]] (1 472 m) dos limites sagrados da cidade de [[Roma]] (o ''[[Pomerium]]''), onde os cônsules de retorno de uma expedição militar perdiam os poderes relativos (''imperium militiae'') e assumiam os poderes civis (''imperium domi'').
'''Ara Pacis''' é um [[altar]] dedicado por [[César Augusto]] em [[30 de Janeiro]] de [[9 a.C.]] à [[mitologia romana|deusa]] ''[[Pax]]'' ([[Paz]]), para celebrar o período da ''[[Pax Romana]]''. Foi colocado numa zona do [[Campo Marzio]] consagrada à celebração das vitórias, local emblemático por estar a uma [[milha]] (1 472 m) dos limites sagrados da cidade de [[Roma]] (o ''[[Pomerium]]''), onde os cônsules de retorno de uma expedição militar perdiam os poderes relativos (''imperium militiae'') e assumiam os poderes civis (''imperium domi'').


Este monumento, uma [[obra-prima]] da [[arquitectura romana]], representa um dos mais significativos testemunhos da arte da época de Augusto, e pretende simbolizar o período de paz e prosperidade vivido durante a ''[[Pax Romana]]''). De facto, a [[5 de Julho]] de [[13 a.C.]], o [[Senado romano|Senado]] decidiu construir um altar dedicado a esse feito, em ocasião do retorno de Augusto de uma expedição pacificadora de três anos na [[Hispânia]] e na [[Gália]] meridional.
Este monumento, uma [[obra-prima]] da [[arquitectura romana]], representa um dos mais significativos testemunhos da arte da época de Augusto, e pretende simbolizar o período de paz e prosperidade vivido durante a ''[[Pax Romana]]''). De facto, a [[5 de Julho]] de [[13 a.C.]], o [[Senado romano|Senado]] decidiu construir um altar dedicado a esse feito, em ocasião do retorno de Augusto de uma expedição pacificadora de três anos na [[Hispânia]] e na [[Gália]] meridional. A dedicatória, i.e., a cerimónia de consagração solene, apenas teria lugar a [[9 de Janeiro]] de [[9 a.C.]], data importante por ser o aniversário de Lívia, a esposa do príncipe.


A ''Ara Pacis'' propriamente dito estava dentro de um recinto inteiramente em mármore branco, finamente decorado com cenas de devoção, nas quais o imperador e sua família foram retratados no ato de oferecer sacrifícios aos deuses. Várias figuras trazem gado para ser sacrificado. Alguns trazem suas [[toga]]s cobrindo suas cabeças, como um capuz, o que significa que eles são sacerdotes. Outros usam coroas de louro, símbolo tradicional da vitória. Homens, mulheres e crianças se aproximam para honrar os deuses. As figuras em tamanho natural da procissão não são tipos idealizados, mas retratos, e alguns deles podem ser reconhecidos. O altar inicialmente estava localizado na periferia norte da cidade, no canto nordeste do Campus Martius, mas como a região ficava na [[planície aluvial]] do [[rio Tibre]], ao longo dos séculos acabou enterrado sob sedimentos, e por mil anos sua memória se perdeu.
A dedicatória, i.e., a cerimónia de consagração solene, apenas teria lugar a [[9 de Janeiro]] de [[9 a.C.]], data importante por ser o aniversário de Lívia, a esposa do príncipe.

Somente no século XVI ele foi reencontrado no subsolo de edificações posteriores, e vários fragmentos acabaram sendo dispersos entre museus da Europa. Sua recuperação teria de esperar até 1938, quando Mussolini o reinaugurou no encerramento das comemorações dos dois mil anos do nascimento de [[Augusto]]. Contudo, dada a impossibilidade de reconstituí-lo ''in situ'', os fragmentos subsistentes foram montados em outro local, próximo ao [[Mausoléu de Augusto]], e dentro de um pavilhão destinado a protegê-lo. Na década de 1950 se iniciaram obras de restauro e reforma do pavilhão, e na década de 1980 finalmente a estrutura foi desmontada e restaurada sistematicamente, incluindo a substituição de engates de ferro e outros elementos, a consolidação de restauros anteriores e a remoção de partes que não faziam parte do conjunto original e haviam sido erroneamente acrescentadas. Contudo, na década de 1990 verificou-se que o altar estava sofrendo acelerada degradação através da [[poluição atmosférica]] e excessivas variações de temperatura e umidade, e assim em 1995 a administração municipal decidiu construir um outro pavilhão, mais adequado, que foi inaugurado em 2006 e hoje não apenas protege o monumento mas também abriga o [[Museu da Ara Pacis]].


==Bibliografia==
==Bibliografia==
Linha 14: Linha 16:
=={{Ligações externas}}==
=={{Ligações externas}}==
{{Commons|Ara Pacis}}
{{Commons|Ara Pacis}}
* {{Link|it|http://www.romabeniculturali.it/arapacis/|Site da Superintendência dos bens culturais de Roma}}
* {{Link|it|http://www.arapacis.it/|Museu do Ara Pacis, página oficial}}
* {{Link|en|http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/Lazio/Roma/Rome/_Texts/PLATOP*/Ara_Pacis.html|Ara Pacis, Dicionário Topográfico da Roma Antiga, por Samuel Ball Platner}}
* {{Link|en|http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Gazetteer/Places/Europe/Italy/Lazio/Roma/Rome/_Texts/PLATOP*/Ara_Pacis.html|Ara Pacis, Dicionário Topográfico da Roma Antiga, por Samuel Ball Platner}}
[[Categoria:Monumentos da Roma Antiga]]
[[Categoria:Monumentos da Roma Antiga]]

Revisão das 10h42min de 26 de agosto de 2010

Recinto externo da Ara Pacis

Ara Pacis é um altar dedicado por César Augusto em 30 de Janeiro de 9 a.C. à deusa Pax (Paz), para celebrar o período da Pax Romana. Foi colocado numa zona do Campo Marzio consagrada à celebração das vitórias, local emblemático por estar a uma milha (1 472 m) dos limites sagrados da cidade de Roma (o Pomerium), onde os cônsules de retorno de uma expedição militar perdiam os poderes relativos (imperium militiae) e assumiam os poderes civis (imperium domi).

Este monumento, uma obra-prima da arquitectura romana, representa um dos mais significativos testemunhos da arte da época de Augusto, e pretende simbolizar o período de paz e prosperidade vivido durante a Pax Romana). De facto, a 5 de Julho de 13 a.C., o Senado decidiu construir um altar dedicado a esse feito, em ocasião do retorno de Augusto de uma expedição pacificadora de três anos na Hispânia e na Gália meridional. A dedicatória, i.e., a cerimónia de consagração solene, apenas teria lugar a 9 de Janeiro de 9 a.C., data importante por ser o aniversário de Lívia, a esposa do príncipe.

A Ara Pacis propriamente dito estava dentro de um recinto inteiramente em mármore branco, finamente decorado com cenas de devoção, nas quais o imperador e sua família foram retratados no ato de oferecer sacrifícios aos deuses. Várias figuras trazem gado para ser sacrificado. Alguns trazem suas togas cobrindo suas cabeças, como um capuz, o que significa que eles são sacerdotes. Outros usam coroas de louro, símbolo tradicional da vitória. Homens, mulheres e crianças se aproximam para honrar os deuses. As figuras em tamanho natural da procissão não são tipos idealizados, mas retratos, e alguns deles podem ser reconhecidos. O altar inicialmente estava localizado na periferia norte da cidade, no canto nordeste do Campus Martius, mas como a região ficava na planície aluvial do rio Tibre, ao longo dos séculos acabou enterrado sob sedimentos, e por mil anos sua memória se perdeu.

Somente no século XVI ele foi reencontrado no subsolo de edificações posteriores, e vários fragmentos acabaram sendo dispersos entre museus da Europa. Sua recuperação teria de esperar até 1938, quando Mussolini o reinaugurou no encerramento das comemorações dos dois mil anos do nascimento de Augusto. Contudo, dada a impossibilidade de reconstituí-lo in situ, os fragmentos subsistentes foram montados em outro local, próximo ao Mausoléu de Augusto, e dentro de um pavilhão destinado a protegê-lo. Na década de 1950 se iniciaram obras de restauro e reforma do pavilhão, e na década de 1980 finalmente a estrutura foi desmontada e restaurada sistematicamente, incluindo a substituição de engates de ferro e outros elementos, a consolidação de restauros anteriores e a remoção de partes que não faziam parte do conjunto original e haviam sido erroneamente acrescentadas. Contudo, na década de 1990 verificou-se que o altar estava sofrendo acelerada degradação através da poluição atmosférica e excessivas variações de temperatura e umidade, e assim em 1995 a administração municipal decidiu construir um outro pavilhão, mais adequado, que foi inaugurado em 2006 e hoje não apenas protege o monumento mas também abriga o Museu da Ara Pacis.

Bibliografia

  • Moretti, G. Ara Pacis Augustae. 1946
  • Simon, E. Ara Pacis Augustae. 1967

Ligações externas

Commons
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Ara Pacis