Fuzileiros navais: diferenças entre revisões

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Um '''fuzileiro naval''' é um [[marinheiro]] militar pertencente a um corpo de [[infantaria de marinha]] de alguns países. No âmbito de uma [[marinha]], os fuzileiros são normalmente os especialistas na realização de operações de assalto anfíbio, nas abordagens no [[alto mar]], na segurança e ordem interna nos [[navio de guerra|navios de guerra]] e na defesa das instalações navais em terra. Normalmente, os fuzileiros navais são rigorosamente selecionados e recebem um treinamento especial, sendo considerados [[tropa de elite|tropas de elite]].
Um '''fuzileiro naval''' é um [[marinheiro]] militar pertencente a um corpo de [[infantaria de marinha]] de alguns países. No âmbito de uma [[marinha]], os fuzileiros são normalmente os especialistas na realização de operações de assalto anfíbio, nas abordagens no [[alto mar]], na segurança e ordem interna nos [[navio de guerra|navios de guerra]] e na defesa das instalações navais em terra. Normalmente, os fuzileiros navais são rigorosamente selecionados e recebem um treinamento especial, sendo considerados [[tropa de elite|tropas de elite]].


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=== Brasil ===
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Os cerca de 15 000 fuzileiros navais brasileiros formam o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da [[Marinha do Brasil]]. Nas [[Forças Armadas Brasileiras]], o termo "fuzileiro" também é aplicado como designação genérica dos soldados de infantaria do [[Exército Brasileiro|Exército]]. Assim, existem os fuzileiros do Exército e os fuzileiros navais da Marinha.
Os cerca de 15 000 fuzileiros navais brasileiros formam o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da [[Marinha do Brasil]]. Nas [[Forças Armadas do Brasil]], o termo "fuzileiro" também é aplicado como designação genérica dos soldados de infantaria do [[Exército Brasileiro|Exército]]. Assim, existem os fuzileiros do Exército e os fuzileiros navais da Marinha.


O elemento principal do CFN é Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). A FFE, por sua vez, integra a Divisão Anfíbia (de escalão brigada) que constitui a principal unidade dos fuzileiros navais, integrando um batalhão de comando e controle, três batalhões de fuzileiros navais, um batalhão de artilharia, um batalhão de blindados e um batalhão de controle aerotático e defesa antiaérea. Para lá da divisão anfíbia, o CFN inclui também a Tropa de Reforço, o Batalhão de Operações Especiais (Batalhão "Tonelero"), o Batalhão de Operações Ribeirinhas, o Comando da Tropa de Desembarque, a Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti e sete grupamentos de fuzileiros navais (subordinados aos vários distritos navais).
O elemento principal do CFN é Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). A FFE, por sua vez, integra a Divisão Anfíbia (de escalão brigada) que constitui a principal unidade dos fuzileiros navais, integrando um batalhão de comando e controle, três batalhões de fuzileiros navais, um batalhão de artilharia, um batalhão de blindados e um batalhão de controle aerotático e defesa antiaérea. Para lá da divisão anfíbia, o CFN inclui também a Tropa de Reforço, o Batalhão de Operações Especiais ([[Batalhão Tonelero]]), o Batalhão de Operações Ribeirinhas, o Comando da Tropa de Desembarque, a Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti e sete grupamentos de fuzileiros navais (subordinados aos vários distritos navais).


O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil tem origem no contingente da Brigada Real de Marinha de Portugal, que chegou ao Brasil - acompanhando a Família Real Portuguesa - em 1808. Com a Independência, o contingente da Brigada Real de Marinha que ficou no Brasil passou a designar-se "Batalhão de Artilharia de Marinha". Em 1864 passou a chamar-se "Batalhão Naval", em 1895 "Corpo de Infantaria da Marinha", em 1924 "Regimento Naval" e em 1932 "Corpo de Fuzileiros Navais".
O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil tem origem no contingente da [[Brigada Real de Marinha]] de [[Portugal]], que chegou ao Brasil - acompanhando a Família Real Portuguesa - em [[1808]]. Com a Independência, o contingente da Brigada Real de Marinha que ficou no Brasil passou a designar-se "Batalhão de Artilharia de Marinha". Em [[1864]] passou a chamar-se "Batalhão Naval", em [[1895]] "Corpo de Infantaria da Marinha", em [[1924]] "Regimento Naval" e em [[1932]] "Corpo de Fuzileiros Navais".


=== França ===
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Os ''fusiliers marins'' (fuzileiros marinheiros) são os marinheiros da [[Marinha Francesa]] responsáveis pela proteção e defesa das instalações navais em terra. Têm como missões: participar em operações terrestres a partir do mar, participar em operações especiais, proteger as instalações sensíveis da marinha e reforçar a proteção dos navios das forças navais.
Os ''fusiliers marins'' (fuzileiros marinheiros) são os marinheiros da [[Marinha Francesa]] responsáveis pela proteção e defesa das instalações navais em terra. Têm como missões: participar em operações terrestres a partir do mar, participar em operações especiais, proteger as instalações sensíveis da marinha e reforçar a proteção dos navios das forças navais.


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=== Portugal ===
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[[Imagem:Fusilliers marins Portugais.jpg|thumb|right|250px|Fuzileiros da Marinha Portuguesa.]]
Os fuzileiros formam a classe da [[Marinha Portuguesa]], cujos membros são especializados na realização de operações anfíbias, na segurança das instalações em terra da Marinha e na condução de viaturas táticas. Os fuzileiros asseguram também as funções de Polícia Naval ([[polícia militar]] da Marinha) e ações especiais ([[operações especiais]] da Marinha).
Os fuzileiros formam a classe da [[Marinha Portuguesa]], cujos membros são especializados na realização de operações anfíbias, na segurança das instalações em terra da Marinha e na condução de viaturas táticas. Os fuzileiros asseguram também as funções de Polícia Naval ([[polícia militar]] da Marinha). A maioria dos fuzileiros integra o [[Corpo de Fuzileiros]] da Marinha.


A classe de fuzileiros foi criada em [[1961]], dividindo-se em '''fuzileiros especiais''' e fuzileiros navais. Os primeiros integravam os destacamentos de fuzileiros especiais vocacionados para a realização de operações assalto anfíbio. Os restantes integravam as companhias e pelotões de fuzileiros responsáveis pela defesa de instalações e embarcações e patrulhamento fluvial. Estas unidades tomaram parte ativa da [[Guerra do Ultramar]], nos teatros de operações de [[Angola]], [[Guiné Portuguesa]] e [[Moçambique]].
A atual classe de fuzileiros foi criada em [[1961]], ainda que as suas origens estejam no Terço da Armada criado em [[1621]] e nos fuzileiros marinheiros da Brigada Real de Marinha criada em [[1797]]. Inicialmente, a classe incluía também os '''fuzileiros especiais''', que integravam os destacamentos vocacionados para a realização de operações assalto anfíbio. Os restantes fuzileiros integravam as companhias e pelotões responsáveis pela defesa de instalações e embarcações e patrulhamento fluvial. Estas unidades tomaram parte ativa da [[Guerra do Ultramar]], nos teatros de operações de [[Angola]], [[Guiné Portuguesa]] e [[Moçambique]].


A formação dos praças e sargentos da classe de fuzileiros é realizada na [[Escola de Fuzileiros]] em [[Vale de Zebro]]. A formação dos oficiais é realizada na [[Escola Naval (Portugal)|Escola Naval]] no [[Alfeite]], através do curso superior de Mestrado em Ciências Militares Navais, na Especialidade de Fuzileiro.
== Fuzileiros navais ==
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Imagem:Fusilliers marins Portugais.jpg|Desfile de fuzileiros da Marinha Portuguesa.
Imagem:Forma-2g.jpg|Formação de fuzileiros navais da Marinha do Brasil.
Imagem:GFM Toulon Bastille Day 2008 n1.jpeg|Desfile de fuzileiros marinheiros da Marinha Francesa.
Imagem:Fuzileiros Navais.gif|Insígnia dos fuzileiros navais do Brasil.
Imagem:Portuguese Navy Walther MPL.JPEG|Fuzileiros portugueses em operação de abordagem.
Imagem:Fuzileiros.gif|Emblema de fuzileiro da Marinha Portuguesa.
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== Referências ==
== Referências ==

Revisão das 09h05min de 8 de setembro de 2010

 Nota: Se procura soldado de infantaria, veja Fuzileiro.
Fuzileiro da Marinha Francesa em 1757.

Um fuzileiro naval é um marinheiro militar pertencente a um corpo de infantaria de marinha de alguns países. No âmbito de uma marinha, os fuzileiros são normalmente os especialistas na realização de operações de assalto anfíbio, nas abordagens no alto mar, na segurança e ordem interna nos navios de guerra e na defesa das instalações navais em terra. Normalmente, os fuzileiros navais são rigorosamente selecionados e recebem um treinamento especial, sendo considerados tropas de elite.

O termo "fuzileiro" refere-se à antiga designação genérica dos soldados de infantaria armados de espingarda (também referida como "fuzil"). Os soldados de infantaria embarcada de algumas marinhas passaram a ser designados "fuzileiros marinheiros" ou "fuzileiros navais". Como designação do membro da infantaria naval, o termo é utilizado nas marinhas do Brasil e de Portugal, bem como na generalidade das restantes marinhas da CPLP. Tanto os fuzileiros portugueses como os brasileiros descendem remotamente do Terço da Armada da Coroa de Portugal criado no século XVII.

Para além das marinhas da CPLP, o termo "fuzileiro" também é usado na Marinha Francesa (fusilier marin) e na Armada do Uruguai (fusilero naval). Por outro lado, frequentemente também são traduzidas para o português como "fuzileiros navais" algumas designações estrangeiras de unidades, soldados ou marinheiros de infantaria naval, como o termo inglês "marines" ou o termo neerlandês "mariniers".

Fuzileiros navais em alguns países

Brasil

Ver artigo principal: Corpo de Fuzileiros Navais
Fuzileiros da Marinha do Brasil.

Os cerca de 15 000 fuzileiros navais brasileiros formam o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil. Nas Forças Armadas do Brasil, o termo "fuzileiro" também é aplicado como designação genérica dos soldados de infantaria do Exército. Assim, existem os fuzileiros do Exército e os fuzileiros navais da Marinha.

O elemento principal do CFN é Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE). A FFE, por sua vez, integra a Divisão Anfíbia (de escalão brigada) que constitui a principal unidade dos fuzileiros navais, integrando um batalhão de comando e controle, três batalhões de fuzileiros navais, um batalhão de artilharia, um batalhão de blindados e um batalhão de controle aerotático e defesa antiaérea. Para lá da divisão anfíbia, o CFN inclui também a Tropa de Reforço, o Batalhão de Operações Especiais (Batalhão Tonelero), o Batalhão de Operações Ribeirinhas, o Comando da Tropa de Desembarque, a Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti e sete grupamentos de fuzileiros navais (subordinados aos vários distritos navais).

O Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil tem origem no contingente da Brigada Real de Marinha de Portugal, que chegou ao Brasil - acompanhando a Família Real Portuguesa - em 1808. Com a Independência, o contingente da Brigada Real de Marinha que ficou no Brasil passou a designar-se "Batalhão de Artilharia de Marinha". Em 1864 passou a chamar-se "Batalhão Naval", em 1895 "Corpo de Infantaria da Marinha", em 1924 "Regimento Naval" e em 1932 "Corpo de Fuzileiros Navais".

França

Fuzileiros da Marinha Francesa.

Os fusiliers marins (fuzileiros marinheiros) são os marinheiros da Marinha Francesa responsáveis pela proteção e defesa das instalações navais em terra. Têm como missões: participar em operações terrestres a partir do mar, participar em operações especiais, proteger as instalações sensíveis da marinha e reforçar a proteção dos navios das forças navais.

Existem cerca de 1800 fusiliers marins, que constituem dois grupamentos (nas bases navais de Toulon e de Brest) e sete companhias distribuídas por várias bases navais e aeronavais.

Para lá dos fusiliers marins, a Marinha Francesa integra ainda os commandos marine (comandos de marinha), vocacionados para operações especiais em ambiente marítimo. Os comandos de marinha são recrutados de entre os fusiliers marins.

Os fusiliers marins e os comandos de marinha agrupam-se na FORFUSCO (Força Marítima dos Fuzileiros e Comandos), uma das componentes da Marinha Francesa.

Portugal

Ver artigo principal: Corpo de Fuzileiros
Fuzileiros da Marinha Portuguesa.

Os fuzileiros formam a classe da Marinha Portuguesa, cujos membros são especializados na realização de operações anfíbias, na segurança das instalações em terra da Marinha e na condução de viaturas táticas. Os fuzileiros asseguram também as funções de Polícia Naval (polícia militar da Marinha). A maioria dos fuzileiros integra o Corpo de Fuzileiros da Marinha.

A atual classe de fuzileiros foi criada em 1961, ainda que as suas origens estejam no Terço da Armada criado em 1621 e nos fuzileiros marinheiros da Brigada Real de Marinha criada em 1797. Inicialmente, a classe incluía também os fuzileiros especiais, que integravam os destacamentos vocacionados para a realização de operações assalto anfíbio. Os restantes fuzileiros integravam as companhias e pelotões responsáveis pela defesa de instalações e embarcações e patrulhamento fluvial. Estas unidades tomaram parte ativa da Guerra do Ultramar, nos teatros de operações de Angola, Guiné Portuguesa e Moçambique.

A formação dos praças e sargentos da classe de fuzileiros é realizada na Escola de Fuzileiros em Vale de Zebro. A formação dos oficiais é realizada na Escola Naval no Alfeite, através do curso superior de Mestrado em Ciências Militares Navais, na Especialidade de Fuzileiro.

Referências

  • LEPOTIER, Adolphe Auguste Marie, Les fusiliers marins, Paris: Editions France, 1962
  • AFONSO, Aniceto, GOMES, Carlos de Matos, Guerra Colonial, Lisboa: Editorial Notícias, 2000
  • BAÊNA, Luís Sanches, Fuzileiros, Factos e Feitos da Guerra de África 1961/1974 - Volume I, Lisboa: Comissão Cultural da Marinha / Edições INAPA, 2006

Ver também