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A '''Paz de Pressburg''' refere-se a quatro pazes celebradas em Pressburg, no [[Reino da Hungria]] (hoje [[Bratislava]], [[Eslováquia]]). A quarta Paz de Pressburg de [[1805]], durante as guerras [[Napoleão Bonaparte|napoleónicas]], é a mais conhecida.
A expressão '''Paz de Pressburg''' refere-se a quatro acordos assinados em ''Pressburg'', no [[Reino da Hungria]] (hoje [[Bratislava]], [[Eslováquia]]). A quarta Paz de Pressburg de [[1805]], durante as guerras [[Napoleão Bonaparte|napoleónicas]], é a mais conhecida.


== Primeira Paz ==
== Primeira Paz ==
A primeira Paz de Pressburg foi assinada em [[2 de Julho]] de [[1271]] entre o Rei [[Ottokar II da Boêmia]] e o Rei [[Estêvão V da Hungria]]. Nos termos deste acordo, a [[Hungria]] renunciou as suas reivindicações sobre partes da presente [[Áustria]] e da [[Eslovénia]], e a [[Boêmia]] renunciou as suas alegações sobre territórios conquistados na Hungria.
A primeira Paz de Pressburg foi assinada em [[2 de julho]] de [[1271]] entre o rei [[Ottokar II da Boêmia]] e o rei [[Estêvão V da Hungria]]. Nos termos deste acordo, o [[Reino da Hungria]] renunciou às suas reivindicações sobre partes da presente [[Áustria]] e da [[Eslovénia]], e a [[Boêmia]] renunciou às suas alegações sobre territórios conquistados na Hungria.


== Segunda Paz ==
== Segunda Paz ==
A segunda Paz de Pressburg (também conhecida como o Tratado de Pressburg ou Tratado de Bratislava) foi assinada em [[7 de Novembro]] de [[1491]], entre [[Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico]] e [[Vladislau II da Hungria]]. Nos termos deste acordo, Vladislaus renunciou a sua reivindicação sobre a [[Baixa Áustria]] e concordou que Maximiliano deveria suceder à coroa húngara se Vladislaus não tivesse descendência masculina. Vladislaus tivera um filho em [[1506]], fazendo com que esta condição não tivesse qualquer efeito.
A segunda Paz de Pressburg (também conhecida como o Tratado de Pressburg ou Tratado de Bratislava) foi assinada em [[7 de novembro]] de [[1491]], entre [[Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico]] e [[Vladislau II da Hungria]]. Nos termos deste acordo, Vladislaus renunciou a sua reivindicação sobre a [[Baixa Áustria]] e concordou que Maximiliano deveria suceder à coroa húngara se Vladislaus não tivesse descendência masculina. Vladislaus tivera um filho em [[1506]], fazendo com que esta condição não tivesse qualquer efeito.


== Terceira Paz ==
== Terceira Paz ==
A terceira Paz de Pressburg foi assinada em [[30 de Dezembro]] de [[1626]] entre [[Gabriel Bethlen da Transilvânia]], o líder de uma revolta contra a Monarquia de Habsburgo de [[1619]]-[[1626]], e o [[Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico]]. O acordo pôs fim à revolta, confirmando a [[Paz de Nikolsburg]] ([[31 de Dezembro]] de [[1621]]). Em contrapartida, Bethlen não havia acordado para lutar contra o imperador, nem ele para ser aliado aos Turcos Ottomanos.
A terceira Paz de Pressburg foi assinada em [[30 de dezembro]] de [[1626]] entre [[Gabriel Bethlen da Transilvânia]], o líder de uma revolta contra a [[Monarquia de Habsburgo]] de [[1619]]-[[1626]], e o [[Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico]]. O acordo pôs fim à revolta, confirmando a [[Paz de Nikolsburg]] ([[31 de dezembro]] de [[1621]]). Em contrapartida, Bethlen não havia acordado para lutar contra o imperador, nem ele para ser aliado aos [[Otomanos]].


== Quarta Paz ==
== Quarta Paz ==
A quarta Paz de Pressburg (também conhecida como o Tratado de Pressburg; em [[alemão]]: Preßburger Frieden; em [[francês]]: Traité de Presbourg) foi assinada em [[26 de Dezembro]] de [[1805]] entre a [[França]] e a [[Áustria]], como consequência da derrota austríaca pela França em [[Ulm]] ([[25 de Setembro]]-[[20 de Outubro]], ano de [[1805]]) e [[Austerlitz]] ([[2 de Dezembro]] de [[1805]]). Uma trégua foi acordada em Dezembro e começaram as negociações para o tratado. O tratado foi assinado no [[Palácio do Primaz]] em Pressburg (Bratislava) por [[Johann I Josef de Liechtenstein]] e o Conde [[Ignác Gyulai]] pela Áustria e [[Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord]] pela França.
A quarta Paz de Pressburg <ref>Também conhecida como o Tratado de Pressburg; em [[alemão]]: Preßburger Frieden; em [[francês]]: Traité de Presbourg</ref> foi assinada em [[26 de dezembro]] de [[1805]] entre a [[França]] e o [[Império Austríaco]], como consequência da derrota austríaca pela França em [[Ulm]] ([[25 de setembro]]-[[20 de outubro]], ano de [[1805]]) e [[Austerlitz]] ([[2 de dezembro]] de [[1805]]). Uma trégua foi acordada em dezembro e começaram as negociações para o tratado. O tratado foi assinado no [[Palácio do Primaz]] em ''Pressburg'' (atual [[Bratislava]]) por [[Johann I Josef de Liechtenstein]] e o Conde [[Ignác Gyulai]] pela Áustria e [[Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord]] pela França.


Para além das cláusulas, que estabelece "a paz e a amizade" e a retirada da [[Terceira Coalizão]] pelos austríacos, o tratado também teve substancial importância no estabelecimento das fronteiras dos territórios europeus da Áustria. Os ganhos dos anteriores tratados de Campo Formio e Lunéville foram retomados e as participações austríacas na [[Itália]] e na [[Baviera]] foram cedidas pela França. Certas participações austríacas na [[Alemanha]] foram transferidas para os aliados da França - o rei da Baviera, o Rei de Württemberg e do Eleitor de Baden. Os créditos austríacos sobre os estados alemães foram renunciados, sem excepção. O mais notável intercâmbio territorial em causa foi que [[Tirol]] e [[Vorarlberg]], da Baviera, e de [[Veneza]], [[Istria]] e [[Dalmácia]], incorporaram no Reino da Itália de [[Napoleão]], que se tinha tornado rei no início desse ano. [[Augsburg]] foi cedida à Baviera. Como uma pequena compensação, a Áustria recebeu o eleitorado de [[Salzburgo]].
Para além das cláusulas, que estabelece "a paz e a amizade" e a retirada da [[Terceira Coalizão]] pelos austríacos, o tratado também teve substancial importância no estabelecimento das fronteiras dos territórios europeus da Áustria. Os ganhos dos anteriores tratados de [[Tratado de Campoformio|Campoformio]] e [[Tratado de Lunéville|Lunéville]] foram retomados e as participações austríacas na [[Reino de Itália|Itália]] e na [[Baviera]] foram cedidas pela França. Certas participações austríacas na [[Alemanha]] foram transferidas para os aliados da França - o rei da Baviera, o rei de [[Württemberg]] e do Eleitor de [[Baden]]. Os créditos austríacos sobre os estados alemães foram renunciados, sem excepção. O mais notável intercâmbio territorial em causa foi que o [[Tirol]] e [[Vorarlberg]], a Baviera, [[República de Veneza|Veneza]], a [[Ístria]] e a [[Dalmácia]], foram incorporadas ao [[Reino_de_Itália_(1805-1814)|Reino de Itália]] de [[Napoleão]], que tinha se tornado rei no início daquele ano. [[Augsburg]] foi cedida à Baviera. Como uma pequena compensação, a Áustria recebeu o eleitorado de [[Salzburgo]].


O tratado marcou o efectivo fim do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Francisco II tornou-se, por sua vez, imperador Francisco I da Áustria e de uma nova entidade, a [[Confederação do Reno]], que mais tarde foi criada por Napoleão. Uma indemnização de 40 milhões de francos para a França foi também incluída no tratado.
O tratado marcou o efectivo fim do [[Sacro Império Romano-Germânico]]. Francisco II tornou-se, por sua vez, imperador Francisco I da Áustria e de uma nova entidade, a [[Confederação do Reno]], que mais tarde foi criada por Napoleão. Uma indemnização de 40 milhões de francos para a França foi também incluída no tratado.

{{Referências|Notas}}


[[Categoria:Tratados]]
[[Categoria:Tratados]]

Revisão das 23h05min de 1 de outubro de 2010

Palácio do Primaz, em Bratislava, onde foi assinada a Paz de Pressburg.

A expressão Paz de Pressburg refere-se a quatro acordos assinados em Pressburg, no Reino da Hungria (hoje Bratislava, Eslováquia). A quarta Paz de Pressburg de 1805, durante as guerras napoleónicas, é a mais conhecida.

Primeira Paz

A primeira Paz de Pressburg foi assinada em 2 de julho de 1271 entre o rei Ottokar II da Boêmia e o rei Estêvão V da Hungria. Nos termos deste acordo, o Reino da Hungria renunciou às suas reivindicações sobre partes da presente Áustria e da Eslovénia, e a Boêmia renunciou às suas alegações sobre territórios conquistados na Hungria.

Segunda Paz

A segunda Paz de Pressburg (também conhecida como o Tratado de Pressburg ou Tratado de Bratislava) foi assinada em 7 de novembro de 1491, entre Maximiliano I, Sacro Imperador Romano-Germânico e Vladislau II da Hungria. Nos termos deste acordo, Vladislaus renunciou a sua reivindicação sobre a Baixa Áustria e concordou que Maximiliano deveria suceder à coroa húngara se Vladislaus não tivesse descendência masculina. Vladislaus tivera um filho em 1506, fazendo com que esta condição não tivesse qualquer efeito.

Terceira Paz

A terceira Paz de Pressburg foi assinada em 30 de dezembro de 1626 entre Gabriel Bethlen da Transilvânia, o líder de uma revolta contra a Monarquia de Habsburgo de 1619-1626, e o Fernando II, Sacro Imperador Romano-Germânico. O acordo pôs fim à revolta, confirmando a Paz de Nikolsburg (31 de dezembro de 1621). Em contrapartida, Bethlen não havia acordado para lutar contra o imperador, nem ele para ser aliado aos Otomanos.

Quarta Paz

A quarta Paz de Pressburg [1] foi assinada em 26 de dezembro de 1805 entre a França e o Império Austríaco, como consequência da derrota austríaca pela França em Ulm (25 de setembro-20 de outubro, ano de 1805) e Austerlitz (2 de dezembro de 1805). Uma trégua foi acordada em dezembro e começaram as negociações para o tratado. O tratado foi assinado no Palácio do Primaz em Pressburg (atual Bratislava) por Johann I Josef de Liechtenstein e o Conde Ignác Gyulai pela Áustria e Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord pela França.

Para além das cláusulas, que estabelece "a paz e a amizade" e a retirada da Terceira Coalizão pelos austríacos, o tratado também teve substancial importância no estabelecimento das fronteiras dos territórios europeus da Áustria. Os ganhos dos anteriores tratados de Campoformio e Lunéville foram retomados e as participações austríacas na Itália e na Baviera foram cedidas pela França. Certas participações austríacas na Alemanha foram transferidas para os aliados da França - o rei da Baviera, o rei de Württemberg e do Eleitor de Baden. Os créditos austríacos sobre os estados alemães foram renunciados, sem excepção. O mais notável intercâmbio territorial em causa foi que o Tirol e Vorarlberg, a Baviera, Veneza, a Ístria e a Dalmácia, foram incorporadas ao Reino de Itália de Napoleão, que tinha se tornado rei no início daquele ano. Augsburg foi cedida à Baviera. Como uma pequena compensação, a Áustria recebeu o eleitorado de Salzburgo.

O tratado marcou o efectivo fim do Sacro Império Romano-Germânico. Francisco II tornou-se, por sua vez, imperador Francisco I da Áustria e de uma nova entidade, a Confederação do Reno, que mais tarde foi criada por Napoleão. Uma indemnização de 40 milhões de francos para a França foi também incluída no tratado.

Notas

  1. Também conhecida como o Tratado de Pressburg; em alemão: Preßburger Frieden; em francês: Traité de Presbourg