Carlos I, Conde de Anjou: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Nicolas não, Nicolau
ZéroBot (discussão | contribs)
m r2.7.1) (Robô: A adicionar: ro:Carol I al Neapolelui
Linha 139: Linha 139:
[[nl:Karel van Anjou]]
[[nl:Karel van Anjou]]
[[pl:Karol I Andegaweński]]
[[pl:Karol I Andegaweński]]
[[ro:Carol I al Neapolelui]]
[[ru:Карл I Анжуйский]]
[[ru:Карл I Анжуйский]]
[[scn:Carlu I di Sicilia]]
[[scn:Carlu I di Sicilia]]

Revisão das 09h24min de 11 de outubro de 2011

Carlos I de Anjou.
Sepulcro de Carlos I da Sicília e Nápoles.

Carlos I de Anjou (*21 de março de 1226 - † 1285, Foggia, Itália), fundador da Segunda Casa de Anjou, Rei da Sicília e Nápoles e Conde de Anjou. Filho póstumo de Luís VIII da França e de Branca de Castela.

Em 1226, seu irmão Luís IX da França, apelidado "o santo", concedeu-lhe o condado de Anjou.

Carlos casou-se com a condessa Beatriz I de Provença (? - 1267) que havia herdado Provença, Forcalquier e Nice.

Em segundas núpcias casou-se em 1267 com Margarida da Borgonha que lhe deu a administração do condado de Tonnerre e os senhorios de Montmirail, Alluyés, Torigny e Brugny.

Carlos não foi bem recebido em Provença, e em 1246 teve que submeter-se aos senhores e às vilas, especialmente aos senhores de Baux, Castellane e aos dos condados de Forcalquier que contavam com o apoio da sogra de Carlos, Beatriz de Sabóia. Gênova aproveitou as revoltas para ocupar Menton.

Em 1248, partiu para as cruzadas acompanhando a seu irmão Luís. Foi feito prisioneiro na batalha de Mansurah. Esteve preso no Egito até o ano 1250.

Em 1251, as cidades de Provença formaram uma liga para tornar-se autônomas, mas Carlos as submeteu em 1252. Nesse mesmo ano morria Branca de Castela, Be Carlos retornou a França para assumir a regência junto de seu irmão Afonso de Poitiers. Na luta contra João de Avesnes em favor de Margarida de Flandres recebeu a investidura do condado de Hainaut e a regência de Flandres. Deixou estes cargos ao regressar o rei Luís IX.

Em 1256, Beatriz de Saboia renunciou ao condado de Forcalquier. Mais tarde obteve os condados de Venaissin, Gap e Embrun. Em 1257, Marselha recebeu a carta municipal. O viscondado de Hieres (a metade do viscondado de Marselha) foi anexado em 15 de outubro tal como já o havia sido a outra metade, assim como a vila de Marselha. Em 1258 o conde de Ventimiglia teve que ceder algumas posses que permitiam o acesso a Itália e ao cerro de Tenda.

Rei da Sicília

Brasão de Carlos de Anjou até 1246. Os castelos do borde fazem referência a Castela, terra de origem de sua mãe.

Em 1259, Carlos entrou na Itália e ocupou Coni, Alba, o Valle de la Maira e o Valle de Stura e foi proclamado senhor de Cuneo e de Borgo San Dalmazzo. Os marqueses de Saluzzo, Ceva e Cravansana declararam-se vassalos. Em 1260 foi proclamado senhor de Mondovi e Sogliano. Dois anos mais tarde submeteu as cidades de Avinhão, Arles e Marselha que se haviam rebelado. Foi nomeado pelo Papa senador em Roma e protetor de Florença e permaneceu como chefe do partido guelfo (partidário do Papa) contra os gibelinos (partidários do Imperador). O Papa era Clemente IV, que estava contra os gibelinos Hohenstaufen, imperadores e reis da Sicília (e Nápoles).

Em 1264, Carlos entrou em Turín, onde é proclamado senhor. Em 26 de fevereiro de 1265, o Papa lhe concedeu o reino da Sicília. Carlos passou à ação e, com um exército de provençalenses e a ajuda de Bucardo V de Vendôme, do conde de Soissons, de Guido de Montfort e outros nobres, dirigiu-se à Itália, partindo de Marselha em 10 de maio de 1265; atacou ao senhor de Cremona, Parma, Piacenza e Bréscia e que derrotou, deixando-lhe unicamente a região de Gisalecchio.

Depois venceu ao chefe dos gibelinos de Cremona, Buoso Doara, que fugiu, ocupando Carlos a cidade; foi reconhecido senhor em Parto, Pistoia e Luca, assim como em Ancona, Rímini, Módena, Mantua, Ferrara, Milão e Brescia. Em 21 de junho de 1265 chegou a Roma, onde recebeu as insígnias de seu cargo de senador em 21 de junho de 1276, sendo coroado rei da Sicília em 25 de junho.

Em 20 de janeiro de 1266 partiu de Roma em direção à Nápoles. Acampou em Mignano em 16 de fevereiro. Manfredo da Sicília saiu de Capua e situou-se ao nordeste de Benevento, no chamado "Campo das rosas". Os sicilianos entraram em Fandi (domínio papal) apesar de que o combate decisivo teve lugar no Campo das Rosas em 26 de fevereiro. Carlos derrotou Manfredo, o qual morreu na batalha. Seus seguidores reconheceram Carlos, que entrou em Capua. Incluso Corfú reconheceu ao novo rei, Carlos I da Sicília. No entanto, Pedro, herdeiro da Catalunha e Aragão, reclamou o reino como marido que era de Constança, filha de Manfredo.

Mas os gibelinos italianos chamaram ao duque de Suábia, Conradino de Hohenstaufen, com somente 16 anos, filho do antigo rei da Sicília (Conrado IV), que reuniu um exército. Foi aclamado em Verona, Pavia e Pisa e uniram-se a ele numerosos nobres sicilianos. Incluso o rei Afonso X de Castela, que aspirava ao império, enviou tropas sob o comando de seu irmão, Henrique, conhecido na Itália como "Dom Arrigo". Conradino entrou em Roma, onde Henrique declarou-se senador.

As lutas pelo reino

Em 27 de maio de 1266, Carlos firmou um acordo com Guilherme II de Acaia e Balduíno II, imperador latino: Guilherme renunciava a seus direitos em Acaia e Balduíno ao Império Latino em favor de Carlos. Guilherme concordou nomear herdeira a sua filha Isabel de Villehardouin e que esta se casaria com Felipe, filho de Carlos, com direitos de regência para este (os dois filhos eram menores de idade). Também firmou-se o casamento de Maria da Hungria com seu filho Carlos de Anjou, conhecido como "o Coxo", e que sua filha Isabel casar-se-ia com Vladislau IV de Hungria.

Em 1268 muitos nobres sicilianos levantaram-se contra Conradino. Este saiu de Roma em 1 de agosto e derrotou Carlos em Ponte de Valla enquanto sua frota derrotava à de Carlos em Milazzo, na costa siciliana. Mas no combate decisivo de Surcola, às margens do rio Salto, libertado em 23 de agosto de 1268, Carlos saiu vitorioso e Conradino foi feito prisioneiro juntamente com Frederico de Baden, um de seus aliados. Ambos os prisioneiros foram executados em 29 de outubro. Antes de morrer, Conradino cedeu seus direitos a sua prima Constança, esposa de Pedro de Aragão. Carlos foi à Roma e ocupou também Durazzo e Albânia. Nápoles foi declarada capital do reino da Sicília, em substituição de Palermo, e mandou executar aos nobres sicilianos que o haviam traído.

Em 1270 partiu em uma nova cruzada com Luís IX da França a Túnez. O rei Luís morreu de peste antes que chegasse Carlos, que negociou com o emir tunisiano a retirada. Em 1271, como dominador de Durazzo, foi reconhecido como rei da Albânia pelos senhores locais após a morte de Miguel II. Miguel, no entanto, havia repartido seus domínios entre seus dois filhos; Andrônico Nicéforo (Epiro) e João (norte de Tessália), desta forma Carlos não foi realmente rei até a renúncia (1273) de Nicéforo.

Por esses tempos, os gibelinos recuperaram posições na Itália: Gênova, Montferrato, Pavia, Novara, Verona e Mantua. O governador (senescal) de Lombardia, designado por Carlos, foi derrotado em 1275 e os angevinos evacuaram o Piamonte, Lombardia e, finalmente, Milão em 1277. O novo Papa, Nicolau III, pertenecente à casa de Orsini, rival tradicional da casa de Anjou, não ajudou a melhorar a situação, e isso fez com que Carlos perdesse Bolonha e outras cidades (até 1280 não chegou ao papado Martim IV, que era francês).

Cruzada contra Bizâncio

Em 1277 Carlos conquistou Acre de Hugo de Lusignan, rei do Chipre, e comprou os direitos ao título de rei de Jerusalém de Maria de Antioquia. Em 1280, o Papa Martim IV que era favorável para conquistar Constantinopla, da que Carlos reclamava o trono como imperador latino frente ao imperador bizantino Miguel VIII Paleólogo. Carlos fez uma cruzada contra Bizâncio alegando o não cumprimento da união das igrejas (Miguel havia prometido submeter a igreja oriental ao Papa).

Carlos empenhou-se a reunir um exército em Berat (Albânia) no mês de agosto, disposto a conquistar Constantinopla. Enquanto isso, o rei Pedro III de Aragão e os bizantinos repartiam fundos para conseguir o apoio dos sicilianos contra Carlos. Em 1281, o exército de Carlos, em que figuravam tropas papais, da Sérvia, Bulgária, Acaya, Tessália, Épiro, Atenas e Venêcia, é derrotado pelos bizantinos, aliados da Hungria, Egito, Kipchak e Aragão.

Perda da Sicília

Em 1282, o nobre influente siciliano João de Procida, que havia sido médico de Manfredo, organizou a revolta geral contra os angevinos e a favor de Aragão. A rebelião eclodiu em 30 de março de 1282 e foi conhecida como Vísperas sicilianas. Os franceses da ilha foram assassinados. Uma delegação dos rebeldes foi ao encontro do rei Pedro no norte da África (no mês de agosto) e ofereceram-lhe a coroa. Pedro dirigiu-se à ilha e desembarcou em Trápani em 29 de agosto; no dia 30 entrou em Palermo. O bispo de Cefalú coroou-o como rei em 8 de setembro. Os sicilianos à serviço do príncipe Pedro foram vencidos em Magliano di Marsi, apesar de que os angevinos sofreram uma derrota definitiva em Mesina; perderam nesta batalha 10.000 soldados. Todas as cidades da ilha, assim como as de Malta, submeteram-se ao rei Pedro, se bem que Carlos seguia conservando o sul da Itália, que o continuava chamando de rei da Sicília, apesar de não dominar esse território.

Uma frota angevina foi derrotada aos redores de Nápoles. O Papa Martim IV, em apoio a Carlos, declarou o rei Pedro privado de seus reinos e deu a investidura a Carlos de Valois, segundo filho do rei Filipe III da França. Os franceses ocuparam o Valle de Arán mas não puderam avançar; no ano seguinte tentaram com as tropas que tinham no Reino de Navarra, mas também fracassaram e, no contra-ataque, as tropas aragonesas cercaram a cidade de Tudela. Na última tentativa em 1285, os franceses entraram pelo território rosselhonês do rei de Mallorca e acamparam em Elna e Perpiñán, cruzando por La Massana no mês de junho. Ocuparam Castelló d’Empúries e cercaram Gerona em 26 de junho. Tomaram Figueras, Rosas, Sant Feliu de Guixols e Blanes; Perelada foi destruída sem conseguirem rendê-la, mas a frota francesa foi derrotada pelos aragoneses entre Rosas e Sant Feliu e, de forma definitiva frente a Cadaqués em 4 de setembro.

Gerona rendeu-se em 5 de setembro enquanto que a frota aragonesa marchava para atacar Provença; nesse momento, a peste estendeu-se entre os franceses que evacuaram Gerona em 7 de setembro, mas encontraram-se com a retirada cortada no Pertús e na Massana. Pelo fato de muitos dos soldados estarem enfermos acordou-se não atacá-los e os deixaram passar por Agullana. O rei Filipe III da França, que acompanhava a seu filho Carlos de Valois, conseguiu chegar a Perpiñán mas morreu de peste em 5 de outubro. Carlos recebeu de seu irmão, o novo rei Filipe IV da França, o condado de Valois.

Em 1283, Carlos de Anjou nomeou a Guilherme de Berardi vice-rei da Albânia, com sede em Durazzo. Enquanto Pedro atacava Calabria e ocupava Regio e outros lugares, Carlos recuperava Ischia. Nesta delicada situação, a nobreza aragonesa formou a “União” (juramentos de Tarazona e Zaragoza) e reclamou direitos que o rei Pedro teve que conceder (um privilégio geral ademais de privilégios locais) com a exceção de impostos para estabelecer-se em Sicília e Calábria. Uma revolta pró-angevina na Sicília foi rapidamente dominada no mês de maio. Carlos tentou ocupar Malta, que se havia declarado a favor de Pedro, mas que ainda não estava ocupada pelos aragoneses; mas a frota aragonesa, sob o comando de Roger de Lauria, derrotou-os nas suas águas em 3 de maio e os aragoneses desembarcaram finalmente em Malta.

Fim do reinado

A frota aragonesa atacou Nápoles e recuperou Ischia, conquistando também Capri. A frota de Roger foi atacada perto de Nápoles pela angevina, sob o comando de Carlos o Coxo. Depois de um primeiro contacto, Roger de Lauria fingiu retirar-se de Castellamare mas parou em seco e iniciou o combate em pleno golfo de Nápoles, conseguindo destruir a tropa angevina em 5 de junho de 1284. Carlos o Coxo foi feito prisioneiro. Em Nápoles houve um motim popular a favor de Pedro, que foi brutalmente reprimida pelos franceses (6, 7 e 8 de junho). Depois de deixar seu nobre prisioneiro na Sicília, Roger de Lauria passou a Calábria em agosto e ocupou Nicotera, Catelvetro e Castroiviceri. Depois trasladou-se ao norte da África, onde conquistou a ilha de Djerba.

Carlos de Anjou morreu a princípios de 1285 em Foggia; seu filho Carlos II “o Coxo” foi proclamado sucessor. Por ser prisioneiro dos aragoneses, designou a regência à seu sobrinho, o conde Roberto II de Artois e Gerardo de Parmo.

Carlos I da Sicília, chamado ainda Carlos I de Anjou, ou Carlos I de Nápoles, (Foggia, 21 de março de 1227 - 7 de janeiro de 1285) foi o décimo filho de Luís VIII com sua esposa Branca de Castela, e irmão do rei São Luís, Luís IX. Foi sepultado em Nápoles. Foi o fundador da Casa capetiana de Anjou, conhecida como angevinos, que subiram aos tronos italianos de Nápoles, Sicília e Sardenha, e ao trono da Hungria.

Casamentos e Descendência

Primeiro brasão de Carlos de Anjou, antes de 1246. O escudo tem a flor-de-lis, sobre uma moldura de castelos, o que faz referência a Castela, terra de origem da sua mãe.
  1. Beatriz da Provença (1234 - 1267), filha e herdeira de Raimundo Berenguer V da Provença, Conde da Provença
  2. Margarida da Borgonha (1249-1308), filha de Eudes da Borgonha, Conde de Nevers, Auxerre e Tonnerre.

Precedido por
Outorgado por seu irmão Luís IX da França
Conde de Anjou
12261285
Sucedido por
Carlos II
Precedido por
Beatriz I
Conde de Provença
12451285
Sucedido por
Carlos II
Precedido por
Manfredo I
Rei de Nápoles
12661285
Sucedido por
Carlos II
Precedido por
Manfredo I
Rei da Sicília
12661282
Sucedido por
Pedro I

Predefinição:Bom interwiki