Ilha da Queimada Grande: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Removendo "Queimadagrande.jpg", por ter sido apagado no Commons por Fastily: No source since 7 December 2011
Linha 58: Linha 58:


[[Categoria:Ilhas de São Paulo|Queimada Grande]]
[[Categoria:Ilhas de São Paulo|Queimada Grande]]
[[Categoria:Áreas protegidas de São Paulo]]


[[de:Queimada Grande]]
[[de:Queimada Grande]]

Revisão das 11h46min de 9 de janeiro de 2012

Ilha da Queimada Grande é uma ilha localizada a cerca de 35 quilômetros do litoral do estado de São Paulo. É desabitada e seu acesso é restrito a cientistas do Instituto Butantan e a analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão federal que administra as unidades de conservação do Brasil. Desde 31 de janeiro de 1984 a ilha é uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE), criada pelo Decreto nº 89.336.

Há o interesse, por parte de cientistas, ONGs, mergulhadores e outros, de transformar a ARIE da Ilha da Queimada Grande em um Parque Nacional Marinho. A intenção é aumentar a proteção da parte marinha, numa faixa de 2 milhas náuticas no entorno da ilha, onde existem corais e espécies vulneráveis da fauna marinha, como tartarugas e peixes como a Caranha da ilha, que não faz parte do decreto de criação da ARIE. Há o registro da reprodução da Caranha no entorno da ilha, em 2003, por pesquisadores da Conservation International.

Em 2010, o site Listverse, especializado em listas diversas de melhores e piores sobre todos os assuntos, elegeu a ilha como o pior lugar do mundo para se visitar, à frente da zona contaminada de Chernobyl e dos vulcões de lama do Azerbaijão.[1]

Localização

Latitude: 24°29' S; Longitude: 46°40' W.

Condições insulares

A ilha está a 18 milhas náuticas (aproximadamente 30 km) da costa de Itanhaém.

Possui difíceis condições de desembarque e difíceis condições para fundeio de embarcações. O desembarque não é aconselhado e até mesmo foi proibido pela Marinha do Brasil devido a grande quantidade de cobras, especialmente a Jararaca-ilhoa, espécie endêmica da ilha[2] e, segundo alguns cientistas, a cobra venenosa com a peçonha mais potente do mundo. Outro motivo para a inibição do desembarque é a preservação da Fauna e Flora da ilha.

Não possui praias, somente costões rochosos. Um farol automático está instalado na ilha, mantido e conservado pela Marinha. A ilha tem uma altitude máxima de 200m e a profundidade ao redor fica em torno dos 45m.

Pesca amadora

É comum a prática de pesca amadora de arremesso e de mergulho, apesar de restrita pelo IBAMA.

As águas da ilha contam com variadas espécies de peixes como:

Ao sul, no Parcel de Fora, em profundidades variando de três a trinta metros, existem espécies de maior porte.

Serpentário natural: Área de Relevante Interesse Ecológico

A ilha também é conhecida como Ilha das Cobras, não sendo aconselhado o desembarque devido ao elevado número de cobras da espécie Jararaca-ilhoa (Bothrops insularis) o desenvolvimento dessa espécie devido o isolamento geográfico submetido após a última glaciação ao final do Pleistoceno. Isolada numa ilha rochosa com a cadeia-alimentar[3] baseada em aves, a jararaca passou a subir em árvores, o que não é natural para as espécies do continente. Seu veneno tornou-se mais potente para garantir a morte imediata da presa que, se demorasse para morrer, poderia acabar no mar.

A dieta de Bothrops insularis não é constituída apenas de aves. Estudos relacionando filogenia e hábitos alimentares demonstram que a Jararaca-ilhoa possui uma mudança em sua dieta, com os indivíduos jovens alimentando-se de anfíbios e lagartos e os adultos apenas de aves migratórias.

É considerada, no meio científico, como o maior serpentário natural do mundo,[4] e existem cerca de 5 cobras por metro quadrado na ilha.[5] Em 5 de novembro de 1985 foi tombada como Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) pelo Decreto Federal n° 91.887.

Naufrágios

Nas águas da face Oeste da ilha existem dois navios naufragados, próximo ao Saco das Bananas:

  • O navio mercante Rio Negro, do Lloyd Brasileiro, naufragado a 17 de julho de 1893. Construído em 1872, era um navio a vapor de pequeno porte, com cerca de 450 toneladas. Naufragou por colisão com a ilha, devido ao mau tempo, encontrando-se atualmente a uma profundidade de 12 a 18 metros.

Até hoje pode-se ver o que sobrou dos navios, já que as águas no entorno da ilha são bastantes claras, possibilitando uma visibilidade de 30 a 40 metros de profundidade.

Referências