Escola de Chicago: diferenças entre revisões
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Logo, tratar os "negros pobres favelados" como delinquentes é ser adepto de um DARWINISMO DETURPADO, o DARWINISMO SOCIAL |
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Abaixo segue um exemplo deste discurso de ideologia opressora: |
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Revisão das 02h57min de 18 de janeiro de 2012
Esta é uma página de desambiguação que lista os artigos que podem ser associados a um ou vários títulos. |
A Escola de Chicago surgiu nos Estados Unidos, na década de 1910, por iniciativa de sociólogos americanos, professores do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago e teve um papel relevante na história da criminologia, ao trazer a questão da desorganização social, e da ecologia criminal (arquitetura criminal).
Essa escola foi responsável por um estudo mais detalhado a respeito de fenômenos sociais que ocorriam na parte urbana das metrópoles, devido ao aumento na imigração para o Centro e Sul dos Estados Unidos. Houve um aumento populacional na cidade de Chicago de forma repentina, porém a cidade não estava preparada para receber todas essas pessoas, ou seja, não havia estrutura para manter o mesmo padrão de vida existente na cidade.
Devido a isso, a cidade de Chicago começou a enfrentar uma seqüência de problemas sociais urbanos, como por exemplo, crescimento da criminalidade, aumento da delinqüência juvenil, aparecimento de gangues de marginais, bolsões de pobreza e desemprego, e a formação de comunidades segregadas.
Todos esses problemas passaram a ser objeto de estudo de vários sociólogos, que pretendiam, a partir desse acontecimento, elaborar novas teorias e conceitos a respeito dos fenômenos sociais. Além disso, buscavam elaborar métodos para solução e controle desses problemas.
A expressão Escola de Chicago refere-se a escolas e correntes do pensamento de diferentes áreas e épocas que ficaram conhecidas por serem discutidas e desenvolvidas na cidade norte-americana de Chicago.
Essa escola prega que há que se ter um profundo interesse pelo problema social que é o delito, e que para se estudar o delinqüente deve se levar em consideração seu contexto histórico, já que na vida em sociedade sempre haverá o crime. O conceito de ecologia humana (que pressupõe a concepção integrada do homem com o meio ambiente) e a concepção ecológica da sociedade foram muito influenciados pelas abordagens teóricas do "evolucionismo social" - marcante na sociologia em seu estágio inicial de desenvolvimento -, ao sustentarem uma analogia entre os mundos vegetal e animal, de um lado, e o meio social integrado pelos seres humanos, neste caso, a cidade, de outro.
Os sociólogos, ao considerarem a cidade como amplo e complexo “laboratório social”, utilizavam o método empírico para coleta de dados e informações sobre a forma de vida em ambientes urbanos.
- Na sociologia, a Escola de Chicago representa um conjuto de teorias cujo principal tema eram os grandes centros urbanos, pela primeira vez estudados etnograficamente.
- Na arquitetura e no urbanismo, a Escola de Chicago representa um conjunto de ideais e pensamentos sobre o futuro das cidades e do planejamento urbano americanos, desenvolvidos no início do século XX.
- Na economia, a Escola de Chicago representa uma corrente que defende o livre-mercado. Seu mais conhecido representante é Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 1976.
- Na comunicação, a Escola de Chicago representa um conjunto de estudos referentes a comunicação social, afirmando que a sociedade é um produto da comunicação, que torna possível o consenso entre as pessoas. Também expressa que a comunicação serve, promove ou reprime o conhecimento.
Dentre os sofismas do senso comum há a opinião de que a superpopulação (maior número de pessoas do que capacidade de infra-estrutura, como nas favelas) seria a causa da criminalidade, como se "pobre" e "criminoso" fosses sinônimos.
Isto desconsidera principalmente:
1 a criminalidade econômica de colarinho branco 2 a existência de pessoas menos abastadas mas não criminosas 3 o fato de que o Direito Penal na Sociedade Capitalista que possui um "exército industrial de reserva" tem interesse em punir os pobres como regra e os ricos como uma exceção que dilua um pouco a regra no ideário social.
Essa "etiologia social" que diz que "é bandido porque é pobre" se baseia nas estatísticas que indicam cerca de 80% dos presidiários como "negros, pobres e favelados"; porém se esquecem que analisando os mais confiáveis e precisos dados sobre a população carcerária não encontrarão todos os crimes cometidos, mas apenas os EFETIVAMENTE PUNIDOS que foram SELECIONADOS pelas AGÊNCIAS PUNITIVAS de acordo com a ESTIGMATIZAÇÃO das classes mais baixas para CRIMINALIZÁ-LAS havendo a famosa CIFRA NEGRA dos crimes cometidos e não punidos e a CIFRA DOURADA dos ocultos crimes econômicos. Logo, tratar os "negros pobres favelados" como delinquentes é ser adepto de um DARWINISMO DETURPADO, o DARWINISMO SOCIAL (que lembrará a corrente do POSITIVISMO CRIMINOLÓGICO que fala do CRIMINOSO NATO) permitindo violações dos direitos humanos e a volta das ideias nazistas de segregação de grupos naturalmente inferiores. Abaixo segue um exemplo deste discurso de ideologia opressora:
"Informação dada pelo Relatório Global sobre Assentamentos Humanos, do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos, revela que o aumento da criminalidade no estado de São Paulo está ligado a crescimento urbano, e que crimes violentos, em particular, estão aumentando em todo o pais. No Rio de Janeiro, por exemplo, a taxa de mortes por armas é maior que o dobro da média nacional. Se for considerado o fato de que na maioria das grandes cidades brasileiras não há planejamento urbano, pode-se dizer que esse seja o real motivo do aumento da criminalidade. Um resultado visível dessa falta de planejamento são as favelas, alternativas encontradas pela parcela excluída da população e do acesso ao poder econômico para continuar a sobreviver nas cidades. Até mesmo Brasília, que foi uma cidade construída partir de um planejamento, cresceu de forma desordenada e além do que foi previsto. A criminalidade no Brasil certamente é uma resultante dos problemas socio-econômicos presentes nesta sociedade. No entanto, o crescimento desordenado e a falta de estrutura para atender à demanda existente nas grandes cidades, demonstram que a falta de planejamento urbano potencializa conflitos sociais como os observados nas comunidades favelizadas do país."