Estatuetas de Vénus: diferenças entre revisões

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== Interpretação ==
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A escassez de dados concretos dificulta a interpretação segura destas imagens. Arqueólogos acreditam que as estatuetas são emblemas de segurança e sucesso, ícones de [[fertilidade]] ou de pornografia, ou ainda representações diretas de [[deusa]]s locais. A aparente obesidade das figuras implica fortemente um foco na fertilidade já que, no tempo se sua elaboração, a [[sociedade]] humana ainda não tinha inventado a [[agricultura]] e era baseada na coleta e caça. Isso não favorecia a existência de indivíduos obesos, o que teria prejudicado a mobilidade necessária para a luta pela vida, e nesse sentido as Vénus, com suas proporções avantajadas, têm realçado seu caráter simbólico. Por outro lado, o predomínio das imagens femininas no Paleolítico sobre as representações masculinas sugere que a mulher desempenhava um papel importante naquela sociedade, talvez indicando uma organização [[matriarcado|matriarcal]], ou que a divindade mais importante era feminina e que teria as funções de uma [[Grande Mãe]], ou da [[Mãe Terra]].
A escassez de dados concretos dificulta a interpretação segura destas imagens. Arqueólogos acreditam que as estatuetas são emblemas de segurança e sucesso, ícones de [[fertilidade]] ou de pornografia, ou ainda representações diretas de [[deusa]]s locais. A aparente obesidade das figuras implica fortemente um foco na fertilidade já que, no tempo de sua elaboração, a [[sociedade]] humana ainda não tinha inventado a [[agricultura]] e era baseada na coleta e caça. Isso não favorecia a existência de indivíduos obesos, o que teria prejudicado a mobilidade necessária para a luta pela vida, e nesse sentido as Vénus, com suas proporções avantajadas, têm realçado seu caráter simbólico. Por outro lado, o predomínio das imagens femininas no Paleolítico sobre as representações masculinas sugere que a mulher desempenhava um papel importante naquela sociedade, talvez indicando uma organização [[matriarcado|matriarcal]], ou que a divindade mais importante era feminina e que teria as funções de uma [[Grande Mãe]], ou da [[Mãe Terra]].


== Galeria ==
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Revisão das 20h44min de 18 de março de 2012

Vénus de Willendorf, uma das estatuetas mais notórias.

As estatuetas de Vênus são uma série de estatuetas pré-históricas (do Período Aurignaciano do Paleolítico Superior, por exemplo) de mulheres, que compartilham certas características (muitas delas são de mulheres obesas ou grávidas). Essas estatuetas já foram encontradas da Europa Oriental até a Sibéria e foram feitas em pedras moles, como esteatite, calcita ou calcário, ossos ou marfim, ou ainda criadas em argila e depois aquecidas. Algumas delas são os objetos de cerâmica mais antigos de que se tem conhecimento.

A primeira representação de uma mulher do Paleolítico Superior foi descoberta em 1864 pelo Marquês de Vibraye, em Laugerie-Basse, na Dordonha, apelidada de Vênus impudica[1].

Essa Vénus do Período Magdaleniano não tem cabeça, pés ou braços, mas apresenta uma grande abertura vaginal.

Nos anos seguintes, foram encontrados pequenos bustos em uma caverna de um maciço dos Pirineus e, em 1894, a Vénus de Brassempouy, em expedições do arqueólogo francês Édouard Piette[1].

Quatro anos mais tarde, outros exemplares foram encontradas na caverna de Balzi Rossi pelo arqueólogo Salomon Reinach[1].

A famosa Vénus de Willendorf foi encontrada em 1908 em um depósito de Loess, no vale do Danúbio, na Áustria.

Desde então, cerca de 200 figuras semelhantes já foram descobertas desde os Pirineus até as planícies da Sibéria, próximas do Lago Baikal[1]. São coletivamente descritas como figuras de Vénus, em referência à deusa da beleza na romana.

Em alguns exemplos, certas partes da anatomia humana são exageradas: abdômen, quadril, seios, coxas e vulva. A questão sobre a Esteatopigia de algumas das figuras foi levantada pela primeira vez por Édouard Piette, que descobriu a Vénus de Brassempouy e outras estatuetas nos Pirineus.

Interpretação

A escassez de dados concretos dificulta a interpretação segura destas imagens. Arqueólogos acreditam que as estatuetas são emblemas de segurança e sucesso, ícones de fertilidade ou de pornografia, ou ainda representações diretas de deusas locais. A aparente obesidade das figuras implica fortemente um foco na fertilidade já que, no tempo de sua elaboração, a sociedade humana ainda não tinha inventado a agricultura e era baseada na coleta e caça. Isso não favorecia a existência de indivíduos obesos, o que teria prejudicado a mobilidade necessária para a luta pela vida, e nesse sentido as Vénus, com suas proporções avantajadas, têm realçado seu caráter simbólico. Por outro lado, o predomínio das imagens femininas no Paleolítico sobre as representações masculinas sugere que a mulher desempenhava um papel importante naquela sociedade, talvez indicando uma organização matriarcal, ou que a divindade mais importante era feminina e que teria as funções de uma Grande Mãe, ou da Mãe Terra.

Galeria

Ver também

Referências

  1. a b c d Delporte, H. (1993). L’image de la femme dans l’art préhistorique, França: Picard, ISBN 2-7084-0440-7

Ligações externas

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