Macu-hupdás: diferenças entre revisões

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*Ramirez, Henri 2006. ''[http://biblio.etnolinguistica.org/ramirez-2006-hupda A Língua dos Hupd'äh do Alto Rio Negro: dicionário e guia de conversação]''. São Paulo: Associação Saúde Sem Limites.{{pt}}
*Ramirez, Henri 2006. ''[http://biblio.etnolinguistica.org/ramirez-2006-hupda A Língua dos Hupd'äh do Alto Rio Negro: dicionário e guia de conversação]''. São Paulo: Associação Saúde Sem Limites.{{pt}}
*Reid, Howard 1979. ''Some aspects of movement, growth and change among the Hupda Makú Indians of Brazil''. Ph.D.diss. Cambridge: University of Cambridge. {{en}}
*Reid, Howard 1979. ''Some aspects of movement, growth and change among the Hupda Makú Indians of Brazil''. Ph.D.diss. Cambridge: University of Cambridge. {{en}}
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=={{Ligações externas}}==
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Revisão das 03h09min de 30 de janeiro de 2013

 Nota: Se procura pela língua da família lingüística Macu ou Uaupés-Japurá (proposto por Henri Ramirez), ou ainda Nadahup (proposto pela Patience L. Epps), falada pelos Hupdah, veja Língua hupdá.

Os macu-hupdás ou simplesmente hupdás (pela grafia autóctone, Hup D'äh ou Hupda), são um subgrupo dos macus (ou uaupés-japurás ou nadahupes) que habita o noroeste do Brasil, no Amazonas, mais precisamente nas áreas indígenas Alto Rio Negro, Maku, Pari Cachoeira I, Yauareté I e Yauareté II, no interflúvio dos rios Papuri e Tiquiê, assim como na Colômbia.

Grupos

Os Hupdah tradicionalmente vivem em pequenos grupos de vinte a trinta e cinco pessoas – cerca de seis grupos domésticos –, mas atualmente podem ser encontradas comunidades com aproximadamente duzentas pessoas ou mais. Cada grupo tem em média oito acampamentos de caça no raio de sete a dez quilômetros. O grupo doméstico se compõe de marido, mulher, filhos solteiros e eventuais agregados, que podem ser parentes próximos, viúvos ou solteiros, do marido ou da mulher. Em geral, cada grupo doméstico possui sua própria fogueira, em torno da qual seus membros se reúnem para dormir e comer. Quanto às casas, tradicionalmente se resumiam a tapiris – sem paredes –, mas hoje já constroem casas com cascas de árvores. Nelas abrigam de um a quatro grupos domésticos, ligados por laços próximos de parentesco.

Um aglomerado de grupos próximos, distando entre si um dia de caminhada, forma um grupo regional. Os hupdás têm três grupos regionais (três dialetos),[1] separados entre si por cursos de água navegáveis, cujas margens são ocupadas por "índios do rio", chamados por eles de os w'óh-d'äh. Os membros adultos do mesmo grupo regional se conhecem todos pelo nome, assim como pelas relações de parentesco que os unem. Já o conhecimento que possuem dos falantes de dialetos vizinhos, com quem não têm relações genealógicas demonstráveis, é bastante precário, apesar de se comunicarem perfeitamente. Em outras palavras, o grupo regional é um nexo fortemente endogâmico. O tamanho médio do grupo regional é de duzentas e sessenta pessoas.

Denominações

Ressalta-se que há dois nomes pelos quais são os Hupdah conhecidos. O primeiro dele é "macu", definição oficial da Academia, que nada mais é hoje, que uma depriciação etnocêntrica dos demais grupos indígenas da região, indicando serem eles 'bichos' e sem língua, por dois motivos. Na realidade, o termo Macu (Maku) é proveniente da língua Arawak e significa sem (nossa) língua (fala) al como desenvolvido por Athias (1995). Primeiro, porque eles têm uma língua complexa, glotalizada, laringalizada, com um amplo quadro fonético e tonal, o que dificulta o seu aprendizado. O outro motivo é que, diferentemente dos demais povos da região, eles casam-se entre as fratrias – pois são endogâmicos. Diferentemente dos demais, que se casam com pessoas de outras etnias, pois são exogâmicos.

O segundo nome pelo qual os Hupdah são conhecidos é o de peorã' (peoná)', de origem tucana, que significa "aquele que trabalha junto", mas na verdade o seu uso se referindo ao Hupdah é pejorativo, pois esses são tradicionalmente um grupo social subjugado pelos Tukano, que os consideram hierarquicamente inferiores.

Em estudos mais recentes, os dois nomes propostos, "uaupés-japurá" (Ramirez) e "nadahup", (Epps) também não são aceitos por eles. Sugeriram serem chamados de "família linguística nadëb", por causa de seus supostos ancestrais (Athias, 2005).

Bibliografia

  • Athias, Renato 1995. Hupdë-Maku et Tukano: relations inégales entre deux sociétés du Uaupés amazonien (Brésil). Thèse de Doctorat. París: Université Paris X. (em francês)
1998. "Doença e cura: sistema médico e representação entre os Hupdë-Maku da região do Rio Negro, Amazonas". Horizontes Antropológicos 4/9. Porto Alegre: UFRGS.
  • Carvalho, Marcelo 2007a. Hup íd b'öy k'et: caderno de transição português-hup. São Gabriel da Cachoeira: Associação Pró-Amazônia e Associação dos Professores Indígenas do Alto Rio Negro.(em português)
  • Carvalho, Marcelo 2007b. Os hupdah e o letramento na língua materna: a escrita como elemento de valorização de um povo preterido. Revista Antropos. Vl.1, Ano 1, Novembro.(em português)Disponível: http://revista.antropos.com.br
  • Epps, Patience Louise 2005. A Grammar of Hup. PhD Thesis. Virginia: Unversity of Virginia. (em inglês)
  • Erickson, Timothy - Catherine Groth Erickson (eds.) 1993. Vocabulario jupda-español-portugués. Bogotá: ILV.(em castelhano)(em português)
  • Franklin, Gail L.; Moore, Barbara J., authors. 1979. Breves notícias da língua Maku-Hupda. Ensaios Lingüísticos 6. Brasília: Summer Institute of Linguistics. Dez. 2011
  • Pozzobon, Jorge 1991. Os Maku - esquecidos e discriminados. CEDI 1991: 141-142. (em português)
  • Ramirez, Henri 2006. A Língua dos Hupd'äh do Alto Rio Negro: dicionário e guia de conversação. São Paulo: Associação Saúde Sem Limites.(em português)
  • Reid, Howard 1979. Some aspects of movement, growth and change among the Hupda Makú Indians of Brazil. Ph.D.diss. Cambridge: University of Cambridge. (em inglês)

Referências

Ligações externas