Doença não transmissível: diferenças entre revisões

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Revisão das 07h38min de 6 de abril de 2013

Uma doença não-transmissível ou DNT; doenças não infecciosas; doenças crônicas não transmissíveis; doenças crônico degenerativas são terminologias usadas para definir grupos de patologias caracterizadas pela ausência de microrganismos, ou seja é uma doença não infecciosa, como também pelo longo curso clínico e irreversibilidade.

Czeresnia,[1] utilizando o conceito de Fabre[2] sobre a transmissão de doenças que orienta a formulação de um discurso preventivo assim como a constituição de normas e leis que buscam definir direitos, deveres e argumentos em oposição a atitudes hostis e irracionais contra os doentes e grupos sociais mais atingidos, a exemplo da hanseníase (lepra) no passado e SIDA e tuberculose em nossos dias. Considera que este, ao definir as formas específicas em que um agente etiológico da doença passa de um indivíduo para outro, construiu uma racionalidade capaz de romper com o medo difuso associado à velha noção de contágio incorporando progressivamente as conquistas da epidemiologia, sobre a susceptibilidade dos hospedeiros e constituição epidêmica.

Em recente encontro realizado no México[3] experts da OMS e OPAS consideraram que para desenvolver uma estratégia abrangente de abordagem das Doenças Não Transmissíveis é necessário o desenvolvimento de evidências sobre o impacto sócio-econômico destas sobre os sistemas de saúde avaliando concomitantemente a eficácia das diferentes formas de intervenção com o objetivo de definir prioridades locais e justificar as políticas públicas para essas patologias que somente na região das Américas atinge aproximadamente 250.000.000 (milhões) de pessoas.[4]

Caracterização

Hospital em Nuremberga, 1682.

As doenças e agravos não transmissíveis - DANTs; doenças não infecciosas ou não transmissíveis, como também são chamadas em função das demandas de atendimento aos agravos causados pela violência nos serviços de saúde, recebem vários nomes, como foi dito, sendo que nenhum adequa-se totalmente a explicação todas as suas particularidades de expressão e causa..

A noção de processos crônico-degenerativos, geralmente são associadas aos problemas decorrentes do envelhecimento dos indivíduos e populações e o grupo relacionado às causas externas. possuem uma característica comum de causalidade multi-fatorial sendo que as Violências dos acidentes e agressões estão mais diretamente associados às más condições de vida, urbanização desorganizada e problemas sócio-econômicos que expõem grandes segmentos da população condições de carência e demanda de consumo não satisfeito ou fatores geradores da criminalidade.

Exemplos de doenças não transmissíveis incluem hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares - (arteriosclerose), neoplasias, (tomados como prioridade no Brasil) doenças respiratórias crônicas (asma), doenças renais (Insuficiência renal crônica), doenças músculo-esqueléticas (reumatismo, artropatias), problemas de saúde mental, doenças dos órgãos sensoriais e doenças dentárias e periodontais (estas últimas consideradas relevantes na Europa)

Observe-se que, como assinala Mendes, 2010[5] as condições crônicas vão muito além das doenças crônicas (diabetes, doença cardiovascular, câncer, doença respiratória crônica etc), envolvem as condições ligadas à maternidade e ao período perinatal (acompanhamento das gestantes e atenção perinatal, às puérperas e aos recém-natos); condições ligadas à manutenção da saúde por ciclos de vida (puericultura, hebicultura e monitoramento da capacidade funcional das pessoas idosas); os distúrbios mentais de longo prazo como assinalados acima, onde pode-se fazer um destaque para o retardamento mental e deficiência intelectual associado ou não às deficiências físicas e estruturais contínuas (amputações, cegueiras, deficiências motoras persistentes etc); doenças metabólicas; as já citadas, doenças bucais e paradoxalmente, também envolvem, as doenças infecciosas persistentes (hanseníase, tuberculose, HIV/AIDS, hepatites virais etc),

Tais doenças e condições crônicas podem ser causadas por fatores genéticos ou do estilo de vida. Uma doença não transmissível não é uma doença que é causada por algo patógeno em si, apesar de algumas destas, especialmente neoplasias, já estarem sendo associadas a microorganismos específicos. Resultam da interação de fatores hereditários, nutricionais relacionadas à alimentação inadequada ou contaminada por poluentes, ocupações de risco, alcoolismo, tabagismo ou outros hábitos. Esses fatores são resultantes do estilo de vida que às vezes são chamados de doenças de riqueza e modernidade.

Transmissível – não transmissível

A humanidade em distintos períodos históricos já padeceu de grandes crises de mortalidade causadas por devastadoras epidemias e paulatinamente desenvolveu estratégias para seu controle. Atribui-se Tucídides, 430 a.C. relato da epidemia da peste em Atenas, seguida das proposições hipocráticas das constituições epidêmicas de Água, Ares e Lugares e das teorias do contágio a partir dos esporos ou partículas da doença de Girolamo Fracastoro (1478 - 1553) e Thomas Sydenham (1624 –1689). Esse último em On Epidemics, 1680 (Sobre Epidemias), retomando as teorias hipocráticas relacionou as epidemias a interação entre as qualidades físicas da atmosfera (sazonais) de dados intervalo de tempo à desordens peculiares dos corpos.

Em função da transição epidemiológica ou seja a redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias o aumento das causas crônico degenerativas e agravos relacionados aos acidentes e violências (causas externas)[6] tem-se retomado a idéia de constituição epidêmica, tal como foi descrita, de forma muito próxima à forma ecológica, agregando o conjunto de circunstâncias (geográficas, históricas, antropológicas, sociológicas) que condicionam o surgimento das epidemias.[7]

Referências

  1. Czeresnia, Dina. Do contágio à transmissão, ciência e cultura na gênese do conhecimento epidemiológico. RJ, Fiocruz, 1997
  2. Fabre G. La notion de contagio au regard du sida, ou comment intèrferent logiques sociales et catégories médicales. Sciences Sociales et Santé, XI (1):5-32, mars, 1993.
  3. OPAS / OMS. Taller: Economía de la prevención de enfermedades no transmisibles y sus factores de riesgo. México, 14 - 15 de noviembre del 2011.
  4. Hospedales, C. James. NCDs in Latin America & the Caribbean in: Regional Workshop on Economic Dimensions of NCDs. PAHO/WHO download apresentação da OPS Dez. 2011
  5. Mendes, Eugênio Vilaça. Guia do Participante da oficina sobre aspectos teórico conceituais relativos ao manejo das condições crônicas, no marco das redes integradas de atenção à saúde. (Produto Nº 2 do Contrato de Serviços Br/Cnt/1000713.001) - Organização Pan-Americana da Saúde, agosto de 2010 PDF Abril, 2011
  6. Carmo, Eduardo H.; Barreto, Maurício L.; Silva Jr., Jarbas B. Mudanças nos padrões de morbimortalidade da população brasileira: os desafios para um novo século. Epidemiol. Serv. Saúde v.12 n.2 Brasília jun. 2003 disponível em pdf
  7. Czeresnia, Dina Constituição epidêmica: velho e novo nas teorias e práticas da epidemiologia. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. VIII(2): 341-56, jul.-ago. 2001. disponível em pdf

Ver também

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Ligações externas