Amblypygi: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 24: Linha 24:


== Características e ciclo de vida==
== Características e ciclo de vida==
As principais características que identificam os amblipígios são: corpo achatado dorso-ventralmente, sendo o cefalotórax (prossoma) coberto por uma carapaça rígida; primeiro par de pernas extremamente alongados com função sensorial (chamadas de pernas anteniformes; não utilizadas para caminhar); e pedipalpos raptoriais fortes com espinhos. Os amblipígios não possuem glândula de veneno '''não oferecendo perigo aos aos humanos'''. Possuem na região anterior da carapaça um par de quelíceras que utilizam para capturar presas com o auxílio dos pedipalpos. Como em grande parte dos aracnídeos, os amblipígios possuem digestão extracorpórea e excreção por glândulas coxais. A respiração se dá através de pulmões foliáceos e a reprodução pode ser assexuada por partenogênese ou sexuada por transferência indireta de esperma. Neste último caso, a cópula ocorre da seguinte maneira: o macho corteja a fêmea até ela ceder o suficiente para o macho se aproximar e depositar o [[espermatóforo]]; quando esse estágio é alcançado, ele a segura com seus pedipalpos e deposita o espermatóforo no solo; na ponta desse espermatóforo está um saco se esperma que deve ser pego pela fêmea; o macho então puxa a fêmea para onde o espermatóforo foi depositado e ela captura o saco de esperma com seu [[gonópodo]]; com isso, a fecundação ocorre. Após a fecundação (ou não, no caso dos partenogenéticos), a fêmea carrega seus ovos num saco de ovos localizado em baixo do seu abdômen (na região ventral). Após algumas semanas de desenvolvimento, os ovos eclodem e dezenas de filhotes de amblipígios migram para cima do abdômen da mãe onde permanecem sob sua proteção; após três ou quatro [[Muda (biologia)|mudas]], os pequenos amblipígios têm de seguir suas vidas longe dos cuidados maternos, caso contrário acabam virando presa daquela que os trouxe à vida<ref>Weygoldt, P., 2000. Whip Spiders (Chelicerata: Amblypygi). Their Biology, Morphology and Systematics. Apollo Books, Stenstrup, Denmark, 163 pp.</ref>.
As principais características que identificam os amblipígios são: corpo achatado dorso-ventralmente, sendo o cefalotórax (prossoma) coberto por uma carapaça rígida; primeiro par de pernas extremamente alongados com função sensorial (chamadas de pernas anteniformes; não utilizadas para caminhar); e pedipalpos raptoriais fortes com espinhos. '''Os amblipígios não possuem glândula de veneno '''não oferecendo perigo aos humanos''''''. Possuem na região anterior da carapaça um par de quelíceras que utilizam para capturar presas com o auxílio dos pedipalpos. Como em grande parte dos aracnídeos, os amblipígios possuem digestão extracorpórea e excreção por glândulas coxais. A respiração se dá através de pulmões foliáceos e a reprodução pode ser assexuada por partenogênese ou sexuada por transferência indireta de esperma. Neste último caso, a cópula ocorre da seguinte maneira: o macho corteja a fêmea até ela ceder o suficiente para o macho se aproximar e depositar o [[espermatóforo]]; quando esse estágio é alcançado, ele a segura com seus pedipalpos e deposita o espermatóforo no solo; na ponta desse espermatóforo está um saco se esperma que deve ser pego pela fêmea; o macho então puxa a fêmea para onde o espermatóforo foi depositado e ela captura o saco de esperma com seu [[gonópodo]]; com isso, a fecundação ocorre. Após a fecundação (ou não, no caso dos partenogenéticos), a fêmea carrega seus ovos num saco de ovos localizado em baixo do seu abdômen (na região ventral). Após algumas semanas de desenvolvimento, os ovos eclodem e dezenas de filhotes de amblipígios migram para cima do abdômen da mãe onde permanecem sob sua proteção; após três ou quatro [[Muda (biologia)|mudas]], os pequenos amblipígios têm de seguir suas vidas longe dos cuidados maternos, caso contrário acabam virando presa daquela que os trouxe à vida<ref>Weygoldt, P., 2000. Whip Spiders (Chelicerata: Amblypygi). Their Biology, Morphology and Systematics. Apollo Books, Stenstrup, Denmark, 163 pp.</ref>.


== Órgãos sensoriais ==
== Órgãos sensoriais ==

Revisão das 18h58min de 6 de junho de 2013

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAmblypygi
[[Imagem:|280px|Trichodamon froesi]]
Trichodamon froesi
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Arachnida
Ordem: Amblypygi
Thorell, 1883
Família: Phrynichidae
Gênero: Trichodamon
Mello-Leitão, 1935
Espécie: T. froesi
Mello-Leitão, 1940
Famílias
Charinidae
Charontidae
Phrynichidae
Phrynidae

Paracharontidae

Wikispecies
Wikispecies
O Wikispecies tem informações sobre: Amblypygi

Amblypygi é uma ordem de aracnídeo comumente chamada de amblipígio (em inglês whip spider, aranha chicote) e está incluída na classe Arachnida, a mesma classe das aranhas, escorpiões e carrapatos. Atualmente se conhece cerca 160 espécies em cinco famílias distribuídas por todas as partes do mundo (distribuição cosmopolita)[1]. No Brasil tem-se aproximadamente 20 espécies em três famílias: Charinidae, Phrynidae e Phrynichidae[2].

Características e ciclo de vida

As principais características que identificam os amblipígios são: corpo achatado dorso-ventralmente, sendo o cefalotórax (prossoma) coberto por uma carapaça rígida; primeiro par de pernas extremamente alongados com função sensorial (chamadas de pernas anteniformes; não utilizadas para caminhar); e pedipalpos raptoriais fortes com espinhos. 'Os amblipígios não possuem glândula de veneno não oferecendo perigo aos humanos'. Possuem na região anterior da carapaça um par de quelíceras que utilizam para capturar presas com o auxílio dos pedipalpos. Como em grande parte dos aracnídeos, os amblipígios possuem digestão extracorpórea e excreção por glândulas coxais. A respiração se dá através de pulmões foliáceos e a reprodução pode ser assexuada por partenogênese ou sexuada por transferência indireta de esperma. Neste último caso, a cópula ocorre da seguinte maneira: o macho corteja a fêmea até ela ceder o suficiente para o macho se aproximar e depositar o espermatóforo; quando esse estágio é alcançado, ele a segura com seus pedipalpos e deposita o espermatóforo no solo; na ponta desse espermatóforo está um saco se esperma que deve ser pego pela fêmea; o macho então puxa a fêmea para onde o espermatóforo foi depositado e ela captura o saco de esperma com seu gonópodo; com isso, a fecundação ocorre. Após a fecundação (ou não, no caso dos partenogenéticos), a fêmea carrega seus ovos num saco de ovos localizado em baixo do seu abdômen (na região ventral). Após algumas semanas de desenvolvimento, os ovos eclodem e dezenas de filhotes de amblipígios migram para cima do abdômen da mãe onde permanecem sob sua proteção; após três ou quatro mudas, os pequenos amblipígios têm de seguir suas vidas longe dos cuidados maternos, caso contrário acabam virando presa daquela que os trouxe à vida[3].

Órgãos sensoriais

Amblipígios tem quatro pares de olhos, três laterias e um par central. Contudo, esses olhos não são capazes de formar imagem, sendo úteis somente na distinção de claro e escuro (dia/noite, ambiente exposto/ambiente protegido). Muitas vezes esses olhos podem estar ausentes ou reduzidos, principalmente os olhos medianos (os olhos laterais encontram-se ausentes ou reduzidos na maioria das vezes em espécies troglóbias). As estruturas sensoriais mais importantes nesses organismos são as pernas sensoriais (anteniformes) e os tricobótrios nas pernas.

Após a eclosão dos ovos, a mãe carrega sues filhotes sobre o abdômen. Na foto, fêmea de Charinus vulgaris com sua prole.

Hábitos alimentares

Amblipígios são basicamente predadores de "senta e espera". Espécies grandes, como por exemplo as dos gêneros Heterophrynus e Trichodamon, se posicionam sobre troncos ou rochas e predam insetos ou, quando possível, pequenos vertebrados. Amblipígios menores, como as espécies do gênero Charinus, possuem comportamento mais ativo (forageamento). Na maioria das vezes os amblipígios saem para predar durante a noite.

Diversidade

Charinidae Quintero, 1986 (Cosmopolita)

  • Catageus Thorell, 1889 (1 espécie - Catageus pusillus)
  • Charinus Simon, 1892 (48 espécies); 8 no Brasil
  • Sarax Simon, 1892 (16 espécies)

Charontidae Simon, 1892 (Sudeste Asiático e Norte da Austrália)

  • Charon Karsch, 1879 (5 espécies)
  • Stygophrynus Kraepelin, 1895 (7 espécies)

Phrynichidae Simon, 1900 (África, Ásia e América do Sul)

  • Damon C. L. Koch, 1850 (11 espécies)
  • Musicodamon Fage, 1939 (1 espécies - Musicodamon atlanteus)
  • Phrynichodamon Weygoldt, 1996 (1 espécie - Phrynichodamon scullyi)
  • Euphrynichus Weygoldt, 1995 (2 espécies)
  • Phrynichus Karsch, 1879 (16 espécies)
  • Trichodamon Mello-Leitão, 1935 (2 espécies); ambas no Brasil
  • Xerophrynus Weygoldt, 1996 (1 espécie - Xerophrynus machadoi)

Phrynidae Blanchard, 1852 (América do Sul, América Central, América do Norte e Indonésia)

  • Heterophrynus Pocock, 1894 (12 espécies); 4 no Brasil
  • Acanthophrynus Kraepelin, 1899 (1 espécie - Acanthophrynus coronatus)
  • †Electrophrynus Patrunkevich, 1971 (1 espécie; Oligoceno Tardio – Mioceno Inferior - Electrophrynus mirus)
  • Paraphrynus Moreno, 1940 (19 espécies)
  • Phrynus Lamarck, 1801 (31 espécies, Oligoceno - Recente); 1 Brasil

'''Paracharontidae''' Weygoldt, 1996 (Oeste da África)

  • †Graeophonus Scudder, 1890 (2-3 espécies, Carbonífero)[8]
  • Paracharon Hansen, 1921 (1 espécies - Paracharon caecus)

Incertae sedis

  • †Sorellophrynus Harvey, 2002 (1 espécie, Carbonífero Superior - Sorellophrynus carbonarius)
  • †Thelyphrynus Petrunkevich, 1913 (1 espécie, Carbonífero Superior - Thelyphrynus elongatus)

Pesquisadores

Um dos maiores especialistas do mundo no grupo foi (e ainda é) o alemão Peter Weygoldt que produziu uma centena de artigos sobre taxonomia, comportamento e filogenia desses animais. Além dele, no âmbito internacional, Frederic Henry Gravely (Inglaterra), Diomedes Quintero (Panamá), Luis de Armas (Cuba), Mark Harvey (Austalia) e Chayo Rahmadi (Indonesia) produziram e alguns ainda produzem grandes contribuições ao conhecimento dos Amblypygi. No Brasil, além de diversas contribuições de pesquisadores internacionais, alguns cientistas do próprio país produziram a respeito da taxonomia de amblipígios, como Cândido Firmino de Melo-Leitão, Ricardo Pinto da Rocha, Renner Carqueira Baptista e Alessandro Ponce de Leão Giupponi, atualmente o maior especialista do grupo no Brasil.

Bibliografia

<references>Harvey, M.S., 2003. Catalogue of the Smaller Arachnid Orders of the World – Amblypygi, Uropygi, Schizomida, Palpigradi, Ricinulei and Sollfugae. Csiro Publishing, Collingwood, Australia, 385 pp.

  1. Harvey, M.S., 2003. Catalogue of the Smaller Arachnid Orders of the World – Amblypygi, Uropygi, Schizomida, Palpigradi, Ricinulei and Sollfugae. Csiro Publishing, Collingwood, Australia, 385 pp.
  2. Miranda, G.S. & Giupponi, A.P.L. (2011) A new synonthropic species of Charinus Simon, 1892 from Brazilian Amazônia and notes on the genus (Arachnida: Amblypygi: Charinidae). Zootaxa, 2980, 61–68.
  3. Weygoldt, P., 2000. Whip Spiders (Chelicerata: Amblypygi). Their Biology, Morphology and Systematics. Apollo Books, Stenstrup, Denmark, 163 pp.

Miranda, G.S. & Giupponi, A.P.L. (2011) A new synonthropic species of Charinus Simon, 1892 from Brazilian Amazônia and notes on the genus (Arachnida: Amblypygi: Charinidae). Zootaxa, 2980, 61–68. Weygoldt, P., 2000. Whip Spiders (Chelicerata: Amblypygi). Their Biology, Morphology and Systematics. Apollo Books, Stenstrup, Denmark, 163 pp.

Ícone de esboço Este artigo sobre aracnídeos, integrado no Projeto Artrópodes é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.