Língua frísia: diferenças entre revisões

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Revisão das 20h53min de 1 de julho de 2013

 Nota: Para outros significados de frisão, veja Frísio.
Frísio, Frisão

Frysk, friisk, frasch, fresk

Falado(a) em: Países Baixos, Alemanha, Dinamarca.
Total de falantes: 700 000
Família: Indo-europeia
 Germânica
  Ocidental
   Frísio, Frisão
Códigos de língua
ISO 639-1: fy
ISO 639-2: fry
ISO 639-3: vários:
fri — [[]]
frs — [[]]
frr — [[]]
Distribuição atual do Frisão

A língua frísia é uma língua da família germânica pertencente ao grupo anglo-frísio.

História

Os registros mais antigos em frisão (ou frísio) procedem do século XIII, ainda que os documentos oficiais neles contidos devam ter sido provavelmente escritos no século XI, na variante denominada antigo frisão, que até 1550 se desenvolve até o médio frisão e a partir de 1800 passa ao moderno frisão até os dias atuais.

O frisão é a língua mais próxima do inglês, pertencendo ao grupo anglo-frisão, dentro do ramo ocidental das línguas germânicas. Possui palavras parecidas com as inglesas, como a palavra para "garoto" (boi em frisão, boy em inglês), "doze" (tolve em frisão, twelve em inglês) ou o pronome da 3ª pessoa do singular "ele" (hy em frisão, he em inglês).

Desde o começo do século XIX parecia que a língua se extinguiria ante o avanço do neerlandês e do baixo alemão, mas com o romantismo próprio deste século surgiu um renovado interesse na vida local e se criaram sociedades para preservação da língua e da cultura frisã. A princípio lentamente, os objetivos deste movimento foram dando certo, especialmente na província de Friesland, nos Países Baixos, onde em 1937 a língua foi aceita como opcional nas escolas primárias. Foi fundada uma Academia Frisã em 1938, publicando-se em 1943 a primeira tradução da Bíblia. Em 1955 a língua foi aprovada como língua de ensino primordial na educação primária e em 1956 foi aprovado o uso do frisão nos tribunais.

Apesar desta gradual ressurreição do frisão, o neerlandês segue sendo a língua primordial em Friesland. Quase todo o ensino se dá em neerlandês e os jornais são escritos também em holandês ainda que contenham artigos ocasionais em frisão. Também a maior parte dos programas de rádio e televisão são em neerlandês. Existe um entusiasta movimento literário frisão mas suas obras não têm muita difusão. Mas ainda que o frisão siga sendo usado amplamente como língua oral cotidiana, observa-se um crescente uso do frisão neerlandês que contém numerosos préstimos do neerlandês normativo.

A posição do frisão oriental e do frisão setentrional nas regiões alemãs é muito mais débil, usando-se apenas como um dialeto local comparável aos muitos dialetos do baixo alemão dos arredores.

Dados

A maior parte dos falantes de frisão são bilingües em neerlandês (ocidental), baixo e alto alemão (oriental e setentrional) e inclusive em dialeto juto do dinamarquês (frisão setentrional). Cada uma das variantes está em declive, sendo a mais ameaçada a oriental e a menos a ocidental. Nas últimas décadas se tem feito esforços para preservar a língua e se tem publicado um dicionário para a variante oriental, uma publicação regular para a setentrional e programas de rádio e televisão para a ocidental. O frisão é falado tradicionalmente em It Bilt, uma região conquistada ao mar no século XVI e colonizada por fazendeiros neerlandeses.

Dialetos

O idioma frisão moderno tem três variantes mutuamente ininteligíveis entre si:

  • Ocidental (frysk) – falada no norte da província neerlandesa de Fryslân (Friesland) por cerca de 400 000 pessoas, metade das quais a consideram sua língua materna. Esta variante ocidental tem menos diversidade dialetal que a setentrional o que se explica por ser o dialeto normativo literário. A variação dialetal se confina basicamente a nível léxico e fonológico. A língua normativa é a Klaaifrysk sendo outra importante variante a Wâldfrysk ou frisão da floresta; os dialetos ocidentais que diferem mais do normativo são os falados na cidade de Hylpen e nas ilhas Skiermûntseach y Skylge, onde se falam dois dialetos frisãos: aasters e westers. O dialeto de Sudwsthoeke se situa a meio caminho entre principais dialetos.
  • Setentrional (friisk, frasch, fresk) – falado nas ilhas e na costa noroeste de Schleswig-Holstein por cerca de 10 000 pessoas. Subdivide-se por sua vez em dois grandes grupos dialetais: o continental e o insular. O insular por sua vez se subdivide nos dialetos das ilhas Sylt, Föhr, Amrum e Helgoland. Os dialetos frisãos setentrionais nem sempre são mutuamente inteligíveis. A grande variedade lingüística do frisão setentrional está reforçada pelo fato de que a região é ponto de encontro das ambições territoriais e das línguas da Alemanha e da Dinamarca. Um certo número de pessoas na Frísia setentrional falam dinamarquês e esta língua, especialmenteo dialeto juto, tem influenciado o frisão que ali se fala. Ademais, o baixo alemão e o alemão normativo tem servido por muito tempo como línguas francas, por que há populações na região que são quadrilíngües: falam frisão, juto, baixo e alto alemão, dependendo dos interlocutores e da situação.
  • Oriental (saterlandic, friisk) – falada apenas por cerca de 1.000 pessoas em três povoados (Ramsloh, Strücklingen e Scharrel) de Saterland, situados na Alemanha entre Bremen e a fronteira neerlandesa. Esta variante frisã não deve ser confundida com um tipo de baixo alemão denominado ostfriesisch, ainda que o frisão oriental que um dia se falou extensamente pelas zonas rurais se chamava ostfriesland. Seu uso retrocedeu notavelmente quando os últimos falantes do dialeto oriental de Wangerog morreram no princípio do século XX, deixando Saterland como o último local do frisão oriental. Nos povoados de Ramsloh, Strücklingen e Scharrel há cerca de 1000 falantes desta variante.

Fonética

Já desde o princípio o frisão antigo mostra características que o distinguem junto com o inglês das demais línguas germânicas. Entre as mesmas estão a perda do som nasal f, Þ, e s, a palatalização do proto-germânico k antes de vogais frontais e de j e a palatalização do proto-germânico g antes de vogais frontais. Ademais, o antigo frisão mostra palatalização dom som de gg do proto-germânico g antes de j.