Sexto Pompeu: diferenças entre revisões

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'''Sexto Pompeu Magno Pio''', em [[latim]] ''Sextus Pompeius Magnus Pius'' ou simplesmente '''Sexto Pompeu''' (morto em {{morte|lang=br|||-35}}), foi um [[general]] [[roma antiga|romano]] do período final da [[República Romana]], que representou o último foco de oposição ao poder ascendente do [[segundo triunvirato]].
'''Sexto Pompeu Magno Pio''', em [[latim]] ''Sextus Pompeius Magnus Pius'' ou simplesmente '''Sexto Pompeu''' (morto em {{morte|lang=br|||-35}}), foi um [[general]] [[roma antiga|romano]] do período final da [[República Romana]], que representou o último foco de oposição ao poder ascendente do [[segundo triunvirato]].


Sexto era o filho mais novo do general [[Pompeu]] e da sua terceira mulher, [[Múcia Terceira]]. Com o seu irmão mais velho, [[Gneu Pompeu|Pompeu, o Jovem]], cresceu na sombra dos feitos militares do pai, que acabou por se tornar no líder dos ''[[Optimates]]'', a facção conservadora do [[senado romano]]. Quando [[Júlio César]] atravessou o [[Rio Rubicão|Rubicão]] em [[49 a.C.]], dando início à guerra civil, Pompeu e os conservadores fugiram para o leste, mas Sexto ficou em Roma com a madrasta [[Cornelia Metella]]. Os ''Optimates'' foram derrotados na [[batalha de Farsália]] e os sobreviventes tiveram que fugir para evitar a captura. Sexto e Cornélia encontraram-se com Pompeu em [[Mitilene]] e a família fugiu para o [[Egipto]] onde procurou [[asilo político]]. À chegada, a [[29 de Setembro]] de [[48 a.C.]], Sextus viu o pai ser assassinado à traição por agentes do [[faraó]]. Cornelia regressou a Roma com as cinzas de Pompeio mas Sextus juntou-se à resistência, então concentrada no Norte de [[África]] sob o comando de [[Metelo Cipião]] e [[Catão de Útica]], onde reecontrou o irmão Gneu.
Sexto era o filho mais novo do general [[Pompeu]] e da sua terceira mulher, [[Múcia Terceira]]. Com o seu irmão mais velho, [[Pompeu, o Jovem]], cresceu na sombra dos feitos militares do pai, que acabou por se tornar no líder dos ''[[Optimates]]'', a facção conservadora do [[senado romano]]. Quando [[Júlio César]] atravessou o [[Rio Rubicão|Rubicão]] em [[49 a.C.]], dando início à guerra civil, Pompeu e os conservadores fugiram para o leste, mas Sexto ficou em Roma com a madrasta [[Cornélia Metela]]. Os ''Optimates'' foram derrotados na [[batalha de Farsália]] e os sobreviventes tiveram que fugir para evitar a captura. Sexto e Cornélia encontraram-se com Pompeu em [[Mitilene]] e a família fugiu para o [[Egipto]] onde procurou [[asilo político]]. À chegada, a [[29 de Setembro]] de [[48 a.C.]], Sexto viu o pai ser assassinado à traição por agentes do [[faraó]]. Cornélia regressou a Roma com as cinzas de Pompeio mas Sexto juntou-se à resistência, então concentrada no Norte de [[África]] sob o comando de [[Metelo Cipião]] e [[Catão de Útica]], onde reencontrou o irmão Cneu.


Em Março de [[46 a.C.]], César venceu os ''Optimates'' na [[batalha de Tapso]] mas os irmãos Pompeius fugiram para as províncias [[Hispânia|hispânicas]]. Juntamente com [[Tito Labieno]], Gneu e Sexto Pompeu eram então o último foco de resistência. César foi no seu encalço e em Fevereiro de [[45 a.C.]] derrotou o exército dos irmãos. Novamente em fuga, Gneu foi apanhado e executado por traição pouco depois. Sextus conseguiu fugir uma vez mais e estabeleceu uma base na [[Sicília]]. César regressou a Roma, sem planos imediatos de o perseguir e eliminar.
Em Março de [[46 a.C.]], César venceu os ''Optimates'' na [[batalha de Tapso]] mas os irmãos Pompeu fugiram para as províncias [[Hispânia|hispânicas]]. Juntamente com [[Tito Labieno]], Cneu e Sexto Pompeu eram então o último foco de resistência. César foi no seu encalço e em Fevereiro de [[45 a.C.]] derrotou o exército dos irmãos. Novamente em fuga, Cneu foi apanhado e executado por traição pouco depois. Sexto conseguiu fugir uma vez mais e estabeleceu uma base na [[Sicília]]. César regressou a Roma, sem planos imediatos de o perseguir e eliminar.


Em [[44 a.C.]], Júlio César foi assassinado nos [[Idos de Março]] por um grupo de senadores liderados por [[Marco Júnio Bruto|Bruto]] e [[Cássio]] auto-intitulado ''[[Liberatores]]''. O acontecimento despoletou mais uma guerra civil entre o recém formado segundo triunvirato, composto por [[Marco António]], [[Augusto|Octávio]] e [[Lépido]], e a facção dos ''Liberatores''. O conflito desviou as atenções de Sextus, que teve tempo de organizar a sua resistência na Sicília, recrutando várias [[legião romana|legiões]] e estabelecendo uma marinha poderosa.
Em [[44 a.C.]], Júlio César foi assassinado nos [[Idos de Março]] por um grupo de senadores liderados por [[Marco Júnio Bruto|Bruto]] e [[Cássio]] auto-intitulado ''[[Liberatores]]''. O acontecimento despoletou mais uma guerra civil entre o recém formado segundo triunvirato, composto por [[Marco António]], [[Augusto|Octávio]] e [[Lépido]], e a facção dos ''Liberatores''. O conflito desviou as atenções de Sexto, que teve tempo de organizar a sua resistência na Sicília, recrutando várias [[legião romana|legiões]] e estabelecendo uma marinha poderosa.


Em [[42 a.C.]], com os ''Liberatores'' derrotados nas [[batalha de Filipos]], o triunvirato encarou a questão de Sexto como prioridade e lançou um ataque à Sicília. Sexto, no entanto, provou ser um general muito capaz e durante dois anos o conflito prolongou-se sem vitórias conclusivas dos atacantes. Em [[39 a.C.]], os triunviros assinaram um armistício com Sexto conhecido como ''Pacto de Messina''. As motivações deste cessar-fogo não eram de forma a perdoar Sexto e baseavam-se na necessidade de mobilizar as legiões estacionadas na Sicília para a campanha que Marco António preparava no Oriente. A paz não durou muito tempo. As brigas frequentes de Octávio com António representavam uma motivação política para resolver a questão de Sexto. Octávio tentou de novo conquistar a Sicília mas foi derrotado numa batalha naval em Messina em [[37 a.C.]] e novamente no ano seguinte. Mas cerca de um mês depois, em Setembro de [[36 a.C.]], [[Marco Vipsânio Agripa]] derrotou a frota de Sextus Pompeius ao largo do cabo de [[Náuloco]]. O resultado foi uma vitória expressiva do triunvirato, que obrigou Sexto a fugir uma vez mais.
Em [[42 a.C.]], com os ''Liberatores'' derrotados nas [[batalha de Filipos]], o triunvirato encarou a questão de Sexto como prioridade e lançou um ataque à Sicília. Sexto, no entanto, provou ser um general muito capaz e durante dois anos o conflito prolongou-se sem vitórias conclusivas dos atacantes. Em [[39 a.C.]], os triúnviros assinaram um armistício com Sexto conhecido como ''Pacto de Messina''. As motivações deste cessar-fogo não eram de forma a perdoar Sexto e baseavam-se na necessidade de mobilizar as legiões estacionadas na Sicília para a campanha que Marco António preparava no Oriente. A paz não durou muito tempo. As brigas frequentes de Octávio com António representavam uma motivação política para resolver a questão de Sexto. Octávio tentou de novo conquistar a Sicília mas foi derrotado numa batalha naval em Messina em [[37 a.C.]] e novamente no ano seguinte. Mas cerca de um mês depois, em Setembro de [[36 a.C.]], [[Marco Vipsânio Agripa]] derrotou a frota de Sexto Pompeu ao largo do cabo de [[Náuloco]]. O resultado foi uma vitória expressiva do triunvirato, que obrigou Sexto a fugir uma vez mais.


Sem a Sicília como base de apoio, a sua situação ficou tremida. Sexto escapou para o Oriente mas foi apanhado em Mileto em 35 a.C. e executado por traição sem julgamento, por ordens de [[Marco Tício]], um homem da facção de Marco António. Como ainda detinha a cidadania romana, a sua morte violenta foi considerada ilegal pela facção de Octávio e usada como argumento na luta política que se vivia então dentro do triunvirato.
Sem a Sicília como base de apoio, a sua situação ficou tremida. Sexto escapou para o Oriente mas foi apanhado em Mileto em 35 a.C. e executado por traição sem julgamento, por ordens de [[Marco Tício]], um homem da facção de Marco António. Como ainda detinha a cidadania romana, a sua morte violenta foi considerada ilegal pela facção de Octávio e usada como argumento na luta política que se vivia então dentro do triunvirato.

Revisão das 13h38min de 2 de julho de 2013

Denário de Sextus Pompeius Fonte:.cngcoins.com.

Sexto Pompeu Magno Pio, em latim Sextus Pompeius Magnus Pius ou simplesmente Sexto Pompeu (morto em 35 a.C.), foi um general romano do período final da República Romana, que representou o último foco de oposição ao poder ascendente do segundo triunvirato.

Sexto era o filho mais novo do general Pompeu e da sua terceira mulher, Múcia Terceira. Com o seu irmão mais velho, Pompeu, o Jovem, cresceu na sombra dos feitos militares do pai, que acabou por se tornar no líder dos Optimates, a facção conservadora do senado romano. Quando Júlio César atravessou o Rubicão em 49 a.C., dando início à guerra civil, Pompeu e os conservadores fugiram para o leste, mas Sexto ficou em Roma com a madrasta Cornélia Metela. Os Optimates foram derrotados na batalha de Farsália e os sobreviventes tiveram que fugir para evitar a captura. Sexto e Cornélia encontraram-se com Pompeu em Mitilene e a família fugiu para o Egipto onde procurou asilo político. À chegada, a 29 de Setembro de 48 a.C., Sexto viu o pai ser assassinado à traição por agentes do faraó. Cornélia regressou a Roma com as cinzas de Pompeio mas Sexto juntou-se à resistência, então concentrada no Norte de África sob o comando de Metelo Cipião e Catão de Útica, onde reencontrou o irmão Cneu.

Em Março de 46 a.C., César venceu os Optimates na batalha de Tapso mas os irmãos Pompeu fugiram para as províncias hispânicas. Juntamente com Tito Labieno, Cneu e Sexto Pompeu eram então o último foco de resistência. César foi no seu encalço e em Fevereiro de 45 a.C. derrotou o exército dos irmãos. Novamente em fuga, Cneu foi apanhado e executado por traição pouco depois. Sexto conseguiu fugir uma vez mais e estabeleceu uma base na Sicília. César regressou a Roma, sem planos imediatos de o perseguir e eliminar.

Em 44 a.C., Júlio César foi assassinado nos Idos de Março por um grupo de senadores liderados por Bruto e Cássio auto-intitulado Liberatores. O acontecimento despoletou mais uma guerra civil entre o recém formado segundo triunvirato, composto por Marco António, Octávio e Lépido, e a facção dos Liberatores. O conflito desviou as atenções de Sexto, que teve tempo de organizar a sua resistência na Sicília, recrutando várias legiões e estabelecendo uma marinha poderosa.

Em 42 a.C., com os Liberatores derrotados nas batalha de Filipos, o triunvirato encarou a questão de Sexto como prioridade e lançou um ataque à Sicília. Sexto, no entanto, provou ser um general muito capaz e durante dois anos o conflito prolongou-se sem vitórias conclusivas dos atacantes. Em 39 a.C., os triúnviros assinaram um armistício com Sexto conhecido como Pacto de Messina. As motivações deste cessar-fogo não eram de forma a perdoar Sexto e baseavam-se na necessidade de mobilizar as legiões estacionadas na Sicília para a campanha que Marco António preparava no Oriente. A paz não durou muito tempo. As brigas frequentes de Octávio com António representavam uma motivação política para resolver a questão de Sexto. Octávio tentou de novo conquistar a Sicília mas foi derrotado numa batalha naval em Messina em 37 a.C. e novamente no ano seguinte. Mas cerca de um mês depois, em Setembro de 36 a.C., Marco Vipsânio Agripa derrotou a frota de Sexto Pompeu ao largo do cabo de Náuloco. O resultado foi uma vitória expressiva do triunvirato, que obrigou Sexto a fugir uma vez mais.

Sem a Sicília como base de apoio, a sua situação ficou tremida. Sexto escapou para o Oriente mas foi apanhado em Mileto em 35 a.C. e executado por traição sem julgamento, por ordens de Marco Tício, um homem da facção de Marco António. Como ainda detinha a cidadania romana, a sua morte violenta foi considerada ilegal pela facção de Octávio e usada como argumento na luta política que se vivia então dentro do triunvirato.