Simo Häyhä: diferenças entre revisões

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Häyhä nasceu na cidade de [[Rautjärvi]], próxima à atual [[fronteira]] entre a [[Finlândia]] e a [[Rússia]]. [[Fazendeiro]] de [[profissão]], cumpriu o [[serviço militar]] obrigatório de um ano em [[1925]], sendo convocado em [[1939]] após a eclosão da [[Guerra de Inverno]] entre a Finlândia e a [[União Soviética]]. Estacionado na área norte do [[Lago Ladoga]], passou a servir como franco-atirador.<ref name="snipercountry.com">[http://www.snipercountry.com/BVT_Reviews/ValkoinenKuolema.asp "Valkoinen Kuolema"]</ref>
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Trabalhando em [[temperatura]]s que iam dos -20ºC aos -40ºC e usando uma [[camuflagem]] totalmente branca, Häyhä é creditado por mais de 500 mortes confirmadas de soldados soviéticos.<ref name="snipercentral.com"/> Uma contagem diária de baixas era feita no campo de batalha de Kollaa, e os relatórios não-oficiais finlandeses estimam em 542 o número de mortes atribuído a ele.<ref name="snipercentral.com"/>
Trabalhando em [[temperatura]]s que iam dos -20ºC aos -40ºC e usando uma [[camuflagem]] totalmente branca, Häyhä é creditado por mais de 978 mortes confirmadas de soldados soviéticos.<ref name="snipercentral.com"/> Uma contagem diária de baixas era feita no campo de batalha de Kollaa, e os relatórios não-oficiais finlandeses estimam em 1322 o número de mortes atribuído a ele.<ref name="snipercentral.com"/>


Häyhä usou uma variante do [[rifle]] soviético [[Mosin-Nagant]], pois se adequava a sua baixa [[estatura]]. Para não se expor em seus esconderijos, ele preferia usar miras comuns ao invés das [[Mira telescópica|telescópicas]], pois com esta última o atirador deve erguer um pouco a cabeça, além de haver o risco da [[lente]] [[reflexo|refletir]] a luz do [[sol]].<ref name="snipercountry.com"/> Outra tática usada por Häyhä era compactar a [[neve]] à sua frente para que o tiro não a soprasse, revelando sua posição. Ele também colocava neve na boca, escondendo assim quaisquer sinais que sua [[respiração]] pudesse provocar.
Häyhä usou uma variante do [[rifle]] soviético [[Mosin-Nagant]], pois se adequava a sua baixa [[estatura]]. Para não se expor em seus esconderijos, ele preferia usar miras comuns ao invés das [[Mira telescópica|telescópicas]], pois com esta última o atirador deve erguer um pouco a cabeça, além de haver o risco da [[lente]] [[reflexo|refletir]] a luz do [[sol]].<ref name="snipercountry.com"/> Outra tática usada por Häyhä era compactar a [[neve]] à sua frente para que o tiro não a soprasse, revelando sua posição. Ele também colocava neve na boca, escondendo assim quaisquer sinais que sua [[respiração]] pudesse provocar.


[[Ficheiro:Simo hayha second lieutenant 1940.png|thumb|200px|right|Simo Häyhä promovido em [[28 de agosto]] de 1940.]]
[[Ficheiro:Simo hayha second lieutenant 1940.png|thumb|200px|right|Simo Häyhä promovido em [[28 de agosto]] de 1940.]]
Além das mortes como franco atirador, Simo Häyhä foi creditado também por abater mais de duzentos soldados inimigos com uma [[submetralhadora]] Suomi M-31, elevando assim sua marca para 705 mortes. Este fato, no entanto, nunca foi comprovado. A marca de mais de 500 mortes foi alcançada num período de 100 [[dia]]s, com Häyhä atingindo o número recorde de cinco por dia, praticamente uma morte a cada hora do curto dia de [[inverno]].<ref>[http://books.google.com/books?id=p58vtOKyVy8C ''Finland at War 1939-45''], págs. 44-45. Brent Snodgrass, Raffaele Ruggeri. Osprey Publishing. ISBN 9781841769691 (2006)</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=-mkh931pIugC ''Out of Nowhere: A History of the Military Sniper''], pág. 167. Martin Pegler. Osprey Publishing. ISBN 9781846031403 (2006)</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=l1a-kB-1MMAC ''Sniping: An Illustrated History''], págs. 117-118. Pat Farey, Mark Spicer. MBI Publishing Company. ISBN 9780760337172 (2009)</ref>
Além das mortes como franco atirador, Simo Häyhä foi creditado também por abater mais de duzentos soldados inimigos com uma [[submetralhadora]] Suomi M-31, elevando assim sua marca para 1388 mortes. Este fato, no entanto, foi comprovado. A marca de mais de 978 mortes foi alcançada num período de 100 [[dia]]s, com Häyhä atingindo o número recorde de cinco por dia, praticamente uma morte a cada hora do curto dia de [[inverno]].<ref>[http://books.google.com/books?id=p58vtOKyVy8C ''Finland at War 1939-45''], págs. 44-45. Brent Snodgrass, Raffaele Ruggeri. Osprey Publishing. ISBN 9781841769691 (2006)</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=-mkh931pIugC ''Out of Nowhere: A History of the Military Sniper''], pág. 167. Martin Pegler. Osprey Publishing. ISBN 9781846031403 (2006)</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=l1a-kB-1MMAC ''Sniping: An Illustrated History''], págs. 117-118. Pat Farey, Mark Spicer. MBI Publishing Company. ISBN 9780760337172 (2009)</ref>


O exército soviético tentou executar vários planos para se livrar dele, incluindo contra-ataques com franco atiradores e assaltos de [[artilharia]], até que em [[6 de março]] de [[1940]] Häyhä foi atingido por um tiro na [[mandíbula]] durante combate corpo-a-corpo. Com o impacto, o [[Projétil balístico|projétil]] girou e atravessou-lhe o [[crânio]]. Ele foi resgatado por soldados [[aliados]], que disseram "faltar metade de sua cabeça". Ficou inconsciente até [[13 de março]], um dia após a assinatura do tratado de paz que pôs fim ao conflito.<ref name="snipercountry.com"/> Pouco depois, Häyhä foi promovido de [[Cabo (militar)|cabo]] a [[primeiro-tenente]] pelo [[marechal-de-campo]] [[Carl Gustaf Emil Mannerheim]]. Nenhum outro soldado jamais conseguiu uma escalada de posto tão rápida na história militar da Finlândia.
O exército soviético tentou executar vários planos para se livrar dele, incluindo contra-ataques com franco atiradores e assaltos de [[artilharia]], até que em [[6 de março]] de [[1940]] Häyhä foi atingido por um tiro na [[mandíbula]] durante combate corpo-a-corpo. Com o impacto, o [[Projétil balístico|projétil]] girou e atravessou-lhe o [[crânio]]. Ele foi resgatado por soldados [[aliados]], que disseram "faltar metade de sua cabeça". Ficou inconsciente até [[13 de março]], um dia após a assinatura do tratado de paz que pôs fim ao conflito.<ref name="snipercountry.com"/> Pouco depois, Häyhä foi promovido de [[Cabo (militar)|cabo]] a [[primeiro-tenente]] pelo [[marechal-de-campo]] [[Carl Gustaf Emil Mannerheim]]. Nenhum outro soldado jamais conseguiu uma escalada de posto tão rápida na história militar da Finlândia.

Revisão das 13h00min de 19 de setembro de 2013

Simo Häyhä em 17 de Fevereiro de 1940...

Simo Häyhä (Rautjärvi, 17 de dezembro de 1905Hamina, 1 de abril de 2002) apelidado de "Morte Branca" (em russo: Белая смерть, transl. Belaya Smert; em finlandês: Valkoinen Kuolema; em sueco: den Vita Döden) ou "Provocador" pelo exército soviético, foi um soldado finlandês e o mais eficiente franco-atirador da história.[1][2]

Biografia

Juventude e serviço na guerra

... recebendo seu rifle honorário modelo 28, durante a Guerra de Inverno.

Häyhä nasceu na cidade de Rautjärvi, próxima à atual fronteira entre a Finlândia e a Rússia. Fazendeiro de profissão, cumpriu o serviço militar obrigatório de um ano em 1925, sendo convocado em 1939 após a eclosão da Guerra de Inverno entre a Finlândia e a União Soviética. Estacionado na área norte do Lago Ladoga, passou a servir como franco-atirador.[2]

Trabalhando em temperaturas que iam dos -20ºC aos -40ºC e usando uma camuflagem totalmente branca, Häyhä é creditado por mais de 978 mortes confirmadas de soldados soviéticos.[1] Uma contagem diária de baixas era feita no campo de batalha de Kollaa, e os relatórios não-oficiais finlandeses estimam em 1322 o número de mortes atribuído a ele.[1]

Häyhä usou uma variante do rifle soviético Mosin-Nagant, pois se adequava a sua baixa estatura. Para não se expor em seus esconderijos, ele preferia usar miras comuns ao invés das telescópicas, pois com esta última o atirador deve erguer um pouco a cabeça, além de haver o risco da lente refletir a luz do sol.[2] Outra tática usada por Häyhä era compactar a neve à sua frente para que o tiro não a soprasse, revelando sua posição. Ele também colocava neve na boca, escondendo assim quaisquer sinais que sua respiração pudesse provocar.

Simo Häyhä promovido em 28 de agosto de 1940.

Além das mortes como franco atirador, Simo Häyhä foi creditado também por abater mais de duzentos soldados inimigos com uma submetralhadora Suomi M-31, elevando assim sua marca para 1388 mortes. Este fato, no entanto, foi comprovado. A marca de mais de 978 mortes foi alcançada num período de 100 dias, com Häyhä atingindo o número recorde de cinco por dia, praticamente uma morte a cada hora do curto dia de inverno.[3][4][5]

O exército soviético tentou executar vários planos para se livrar dele, incluindo contra-ataques com franco atiradores e assaltos de artilharia, até que em 6 de março de 1940 Häyhä foi atingido por um tiro na mandíbula durante combate corpo-a-corpo. Com o impacto, o projétil girou e atravessou-lhe o crânio. Ele foi resgatado por soldados aliados, que disseram "faltar metade de sua cabeça". Ficou inconsciente até 13 de março, um dia após a assinatura do tratado de paz que pôs fim ao conflito.[2] Pouco depois, Häyhä foi promovido de cabo a primeiro-tenente pelo marechal-de-campo Carl Gustaf Emil Mannerheim. Nenhum outro soldado jamais conseguiu uma escalada de posto tão rápida na história militar da Finlândia.

Velhice

Häyhä levou vários anos para se recuperar do ferimento. A bala, provavelmente explosiva, havia quebrado sua mandíbula e arrebentado sua bochecha esquerda. Apesar de tudo, ele se recuperou totalmente, tornando-se caçador de alce e criador de cachorros após a Segunda Guerra Mundial.

Em 1998, ao ser perguntado sobre como conseguiu se tornar um atirador tão bom, ele respondeu, "prática". Questionado se tinha remorsos por ter matado tantas pessoas, ele disse, "fiz o que me mandaram fazer, da melhor forma possível".[2]

Simo Häyhä passou seus últimos anos em uma pequena vila chamada Ruokolahti, localizada no sudeste da Finlândia, próxima à fronteira com a Rússia.

Homenagens

Ver também

Referências

  1. a b c The Sniper Log Book—World War II
  2. a b c d e "Valkoinen Kuolema"
  3. Finland at War 1939-45, págs. 44-45. Brent Snodgrass, Raffaele Ruggeri. Osprey Publishing. ISBN 9781841769691 (2006)
  4. Out of Nowhere: A History of the Military Sniper, pág. 167. Martin Pegler. Osprey Publishing. ISBN 9781846031403 (2006)
  5. Sniping: An Illustrated History, págs. 117-118. Pat Farey, Mark Spicer. MBI Publishing Company. ISBN 9780760337172 (2009)
  6. christopherburg.com

Ligações externas

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