Eletroencefalografia: diferenças entre revisões

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Revisão das 10h33min de 11 de outubro de 2013

Ficheiro:EEG mit 32 Electroden.jpg
Pessoa com EEG
Eeg raw.svg
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A Eletroencefalografia (EEG) é o estudo do registro gráfico das correntes elétricas desenvolvidas no encéfalo, realizado através de eletrodos aplicados no couro cabeludo, na superfície encefálica, ou até mesmo dentro da substância encefálica.

A maioria dos sinais cerebrais observados situam-se entre os 1 e 20Hz.

Procedimento

Colocando-se eléctrodos em posições pré-definidas ou na utilização do Sistema internacional 10-20 sobre o couro cabeludo do paciente, um amplificador aumenta a intensidade dos potenciais eléctricos que posteriormente serão plotados num gráfico analógico ou digital, dependendo do equipamento. As alterações dos padrões da normalidade permitem ao médico fazer a correlação clínica com os achados do EEG. Podemos observar descargas de ondas anormais em forma de pontas por exemplo (picos de onda), complexos ponta-onda ou actividades lentas focais ou generalizadas. As indicações destes exames são: avaliação inicial de síndromes epilépticas, avaliação de coma, morte encefálica, intoxicações, encefalites, síndromes demenciais, crises não epilépticas e distúrbios metabólicos.

Padrões de atividade eletrográficos podem ser identificados, alterações tipo: os "grafo elementos epileptiformes", "ondas lentas", "atenuação", "depressão" da atividade elétrica ou "atividade periódica" nem sempre indicam patologias distintas. Uma mesma alteração eletroencefalográfica pode indicar diferentes enfermidades, apesar da regularidade de associação de alguns sinais, como por exemplo os que indicam as alterações de consciência do "coma" [1]

Uma evolução do EEG são os sistemas digitais que fazem a análise quantitativa do EEG, bem como o mapeamento topográfico dos potenciais normais e patológicos.

História

O procedimento foi descrito pela primeira vez pelo fisiologista alemão Doktor Du Boys-Reymond que a propagação do estimulo nervoso resultava no surgimento de uma corrente elétrica. Coube ao psiquiatra de Jena, Alemanha, Hans Berger (1873-1941), o mérito de obter a primeira imagem gráfica das corrente elétricas do cérebro através da pele intacta da cabeça do homem, método que desenvolveu em suas pesquisas sobre a psicofísica e psicofisiologia dos estados anímicos. Seus trabalhos foram publicados entre 1929 e 1938, e não muito aceitos imediatamente em sua terra natal. Em 1932, A. E. Kornmüller descreveu a existência de diferenças na atividade elétrica nas distintas áreas do cortex cerebral e também pela primeira vez registrou a descrição das descargas de correntes convulsivantes nos epilépticos, F. A. Gibbs, H. Davis e W. G. Lennox dando continuidade ao seu trabalho identificaram o complexo ponta de onda (3 p/ segundo) com o pequeno mal dos epilépticos. Grey Walter em Londres, 1936 estabeleceu a técnica de localização de tumores com o EEG.

Berger obteve um reconhecimento público por seu trabalho em 1937 no I Congresso Internacional de Psicologia ocorrido nesse ano em Paris contudo, por sua difusão principalmente no Canadá, Estados Unidos e Grã Bretanha em meados da década de 1950 a eletroencefalografia já estava accessível nas clinicas médicas.

O princípio básico de obtenção dos traçados eletroencefalográficos é a amplificação dos sinais elétricos captados do escalpo por meio de potentes circuitos amplificadores, chamados de amplificadores diferenciais. Estes circuitos são capazes de amplificar diferenças de potencial entre dois pontos do escalpo, um de maior e outro de menor voltagem, gerando posteriormente um traçado gráfico que pode ser impresso em papel através de penas ou, mais modernamente, visualizado na tela de um computador, após a conversão analógico-digital. Para este fim, atualmente, são utilizados softwares conhecidos como EEG Digital, como por exemplo o EEG-Holter [2]. O EEG-Holter é um software livre e aberto para a prática da eletroencefalografia digital.

Princípios de avaliação

Ver artigo principal: Onda
= Elementos de uma onda
= Distância
= Deslocamento
= Comprimento de onda
= Amplitude

Ondas podem ser descritas usando um número de variáveis, incluindo: frequência, comprimento de onda, amplitude e período.

A amplitude de uma onda é a medida da magnitude de um distúrbio em um meio durante um ciclo de onda. Por exemplo, ondas em uma corda têm sua amplitude expressada como uma distância (metros), ondas de som como pressão (pascals) e ondas eletromagnéticas como a amplitude de um campo elétrico (volts por metro). A amplitude pode ser constante (neste caso a onda é uma onda contínua), ou pode variar com tempo e/ou posição. A forma desta variação é o envelope da onda.

O período é o tempo(T) de um ciclo completo de uma oscilação de uma onda. A frequência (F) é período dividido por uma unidade de tempo (exemplo: um segundo), e é expressa em hertz. Veja abaixo:

.

Quando ondas são expressas matematicamente, a frequência angular (ômega; radianos por segundo) é constantemente usada, relacionada com frequência f em:

.

A partir de seu ciclo no eletroencefalograma distingue basicamente quatro tipos de onda:

  • Beta: 14 - 30 /seg.
  • Alfa: 08 - 13 /seg.
  • Theta: 04 - 07 /seg.
  • Delta: 0,5 - 03 /seg.

Dea acordo com Kugler [3] os limites entrea as referidas freqüências foram estabelecidos mais ou menos arbitráriamente, não possuiendo um valor exato, um ciclo de 14 / seg., por exemplo, pode indicar uma onda alfa rápida como uma beta lenta. Ainda segundo esse autor, as ondas sub-delta com ciclos inferiores 0,5 / seg. e as ondas gamma de mais de 30 / seg. tem imprtancia secundária na prática corrente.

A interpretação do EEG baseia-se na associação dos referidos freqüências de onda aos estado fisiológicos naturais do ciclo de sono, sonhos e vigília e a detecção de grafo-elementos anormais associados por sua vez à patologias específicas e alterações do metabolismo do encéfalo.

Novas formas de interpretação foram propostas a partir dos estudo de Norbert Wiener (1894 — 1964) sobre comunicação e controle no animal e na máquina (Cibernética) inclusive com modelos de análise matemática (aplicação da transformada rápida de Fourier) do espectro de ondas cerebrais. A eletrencefalografia digital que permite a realização de análises quantitativa e topográfica ou mapeamento cerebral com distribuição do espectro do EEG ou considerando ambas as formas de variação vem se difundindo confirmam várias características consagradas pela eletrencefalografia analógica. [4]

Gravação simultânea de vídeo e EEG de dois guitarristas improvisando.

Ver também

Referências

  1. PINTO, Junior, Luciano R. Eletroencefalogramas básicos. SP, Roca, 1990
  2. «EEG-Holter». SourceForge.net. Consultado em 16 de fevereiro de 2010 
  3. KUGLER JOHANN. La eletroencefalografia en la clinica y en la pratica. Spain, Editorial Alhambra, 1969
  4. ANGHINAH RENATO et al Eletrencefalograma quantitativo e topográfico (mapeamento cerebral) estudo do padrão normal para uma população adulta. Arq Neuropsiquiatr 1998;56(1):59-63 disponível em

Ligações externas

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<references>http://sourceforge.net/projects/eegholter