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Em 1889 foi o pivô da crise que culminou com a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da república]]: o [[Manuel Deodoro da Fonseca|Marechal Deodoro]], amigo do Imperador, concorda em participar da quartelada apenas para depor o gabinete do [[Visconde de Ouro Preto]] e volta para casa; no entanto, [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães|Benjamin Constant]] informa como certo, o que não era verdade, que Silveira Martins, desafeto de Deodoro, seria o escolhido para suceder Ouro Preto<ref name="UOL - Educação"/>. Tal fato desencadeou definitivamente a Proclamação da República, pois [[Deodoro da Fonseca]] não aceitava ver um inimigo, que o chamava pejorativamente de ''sargentão'', como primeiro ministro. Com isto, o marechal aquiesce em assinar o decreto que institui o governo provisório republicano. |
Em 1889 foi o pivô da crise que culminou com a [[Proclamação da República do Brasil|proclamação da república]]: o [[Manuel Deodoro da Fonseca|Marechal Deodoro]], amigo do Imperador, concorda em participar da quartelada apenas para depor o gabinete do [[Visconde de Ouro Preto]] e volta para casa; no entanto, [[Benjamin Constant Botelho de Magalhães|Benjamin Constant]] informa como certo, o que não era verdade, que Silveira Martins, desafeto de Deodoro, seria o escolhido para suceder Ouro Preto<ref name="UOL - Educação"/>. Tal fato desencadeou definitivamente a Proclamação da República, pois [[Deodoro da Fonseca]] não aceitava ver um inimigo, que o chamava pejorativamente de ''sargentão'', como primeiro ministro. Com isto, o marechal aquiesce em assinar o decreto que institui o governo provisório republicano. |
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Com a deposição de [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] Silveira Martins parte para um exílio na [[Europa]]. Em 1892, com a anistia concedida por Deodoro, volta à sua terra natal, para logo se indispor com a conduta dos governantes republicanos, por ele chamados de ''ditadores comtistas''. Por ser declaradamente monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Numa delas, insistiu em vão para que D. Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. Em seguida, propôs à princesa Isabel que permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem seu filho mais velho, [[Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança|D. Pedro]], [[príncipe do Grão-Pará]], para ser aclamado D. Pedro III. Ouviu da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar" (CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Pg. 236). Indignado, Silveira Martins respondeu: |
Com a deposição de [[Pedro II do Brasil|D. Pedro II]] Silveira Martins parte para um exílio na [[Europa]]. Em 1892, com a anistia concedida por Deodoro, volta à sua terra natal, para logo se indispor com a conduta dos governantes republicanos, por ele chamados de ''ditadores comtistas''. Por ser declaradamente monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Numa delas, insistiu em vão para que D. Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. Em seguida, propôs à princesa Isabel que permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem seu filho mais velho, [[Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança|D. Pedro]], [[príncipe do Grão-Pará]], para ser aclamado D. Pedro III. Ouviu da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar" (CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Pg. 236). Indignado, Silveira Martins respondeu: "então, senhora, seu destino é o convento." |
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Num congresso em Bagé, propõe uma reforma constitucional e a adoção do parlamentarismo. Não era sua intenção pegar em armas e lutou para que não houvesse conflito. Foi, contudo, voto vencido. Era o início da [[Revolução Federalista]], que durou de 1893 até 1895.<ref name="UOL - Educação"/><ref>[http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?tl=1&id=1443933&tit=Os-120-anos-do-Cerco-da-Lapa-e-o-preco-da-consolidacao-da-Republica - Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política] Jornal Paranaense - [[Gazeta do Povo]]</ref> |
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Num congresso em Bagé, propõe uma reforma constitucional e a adoção do parlamentarismo. Não era sua intenção pegar em armas e lutou para que não houvesse conflito. Foi, contudo, voto vencido. Era o início da [[Revolução Federalista]], que durou de 1893 até 1895.<ref name="UOL - Educação"/> |
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Com a vitória de Júlio de Castilhos e a conseqüente pacificação, organizou um novo congresso federalista em Porto Alegre. A partir de então passou a dar mais atenção para sua vida na estância ''Rincón Pereyra'', que possuía no [[Uruguai]], tendo falecido repentinamente, num quarto de hotel em [[Montevidéu]]. |
Com a vitória de Júlio de Castilhos e a conseqüente pacificação, organizou um novo congresso federalista em Porto Alegre. A partir de então passou a dar mais atenção para sua vida na estância ''Rincón Pereyra'', que possuía no [[Uruguai]], tendo falecido repentinamente, num quarto de hotel em [[Montevidéu]]. |
Revisão das 19h49min de 1 de fevereiro de 2014
Gaspar da Silveira Martins | |
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Nascimento | 5 de agosto de 1835 Departamento de Cerro Largo - Uruguai |
Morte | 23 de julho de 1901 (65 anos) Montevidéu |
Ocupação | Político e magistrado |
Gaspar da Silveira Martins (Departamento de Cerro Largo, 5 de agosto de 1835 — Montevidéu, 23 de julho de 1901) foi um magistrado e político brasileiro.
Foi deputado provincial, deputado geral, presidente de província, ministro da Fazenda e senador do Império do Brasil de 1880 a 1889.[1]
Biografia
Advogado e político, iniciou sua vida pública como juiz municipal no Rio de Janeiro, de 1858 a 1859. Depois, foi deputado (provincial e geral), senador, ministro da Fazenda, presidente do Rio Grande do Sul e também conselheiro de estado.
No início da carreira era antimonarquista e liberal, fazendo duras críticas aos governos conservadores da década de 1870. No entanto, com o desenrolar político da época e a subseqüente divisão da política nacional em monarquistas e republicanos, alinha-se aos monarquistas. Em 1862 foi eleito deputado provincial pelo Rio Grande do Sul e em 1865 fundou em Porto Alegre o jornal A Reforma. Este jornal, depois transferido para o Rio de Janeiro, foi o órgão oficial dos federalistas gaúchos[1]. Em 1872 era deputado-geral. Em 1873 demitiu-se, poucos meses após assumir o Ministério da Fazenda, por não aceitar um projeto do governo de tornar inelegíveis os cidadãos não-católicos. Em 1880 elegeu-se senador e em sua terra natal enfrentava a dura concorrência política com Júlio de Castilhos, seu histórico adversário.
Na medida em que o choque entre monarquistas e republicanos aguçava-se, optou pelo parlamentarismo, transformando-se em um de seus maiores defensores. Pouco tempo antes da proclamação da república, foi conselheiro de estado e logo depois presidente da província do Rio Grande do Sul.
Em 1889 foi o pivô da crise que culminou com a proclamação da república: o Marechal Deodoro, amigo do Imperador, concorda em participar da quartelada apenas para depor o gabinete do Visconde de Ouro Preto e volta para casa; no entanto, Benjamin Constant informa como certo, o que não era verdade, que Silveira Martins, desafeto de Deodoro, seria o escolhido para suceder Ouro Preto[1]. Tal fato desencadeou definitivamente a Proclamação da República, pois Deodoro da Fonseca não aceitava ver um inimigo, que o chamava pejorativamente de sargentão, como primeiro ministro. Com isto, o marechal aquiesce em assinar o decreto que institui o governo provisório republicano.
Com a deposição de D. Pedro II Silveira Martins parte para um exílio na Europa. Em 1892, com a anistia concedida por Deodoro, volta à sua terra natal, para logo se indispor com a conduta dos governantes republicanos, por ele chamados de ditadores comtistas. Por ser declaradamente monarquista, participou de reuniões com outros brasileiros que tinham por objetivo restaurar a monarquia parlamentarista no Brasil. Numa delas, insistiu em vão para que D. Pedro II retornasse ao país, após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. Em seguida, propôs à princesa Isabel que permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem seu filho mais velho, D. Pedro, príncipe do Grão-Pará, para ser aclamado D. Pedro III. Ouviu da princesa que "antes de tudo era católica, e, como tal, não poderia deixar aos brasileiros a educação do filho, cuja alma tinha de salvar" (CARVALHO, José Murilo de. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Pg. 236). Indignado, Silveira Martins respondeu: "então, senhora, seu destino é o convento."
Num congresso em Bagé, propõe uma reforma constitucional e a adoção do parlamentarismo. Não era sua intenção pegar em armas e lutou para que não houvesse conflito. Foi, contudo, voto vencido. Era o início da Revolução Federalista, que durou de 1893 até 1895.[1][2]
Com a vitória de Júlio de Castilhos e a conseqüente pacificação, organizou um novo congresso federalista em Porto Alegre. A partir de então passou a dar mais atenção para sua vida na estância Rincón Pereyra, que possuía no Uruguai, tendo falecido repentinamente, num quarto de hotel em Montevidéu.
Paulo José Pires Brandão, neto materno e afilhado do Conselheiro Antônio Ferreira Viana, conheceu Silveira Martins em casa do avô. Em seu livro Vultos do Meu Caminho, assim o descreve:
"Alto, corpulento, grandes óculos, barba toda aberta e branca, pele muito vermelha. Voz de trovão, gesto largo, não sabia falar baixo, e mesmo quando palestrava era em tom de discurso, e a sua voz clara, sonora e forte invadia a sala onde estava, os corredores, o hall, a casa inteira, atravessando a rua. Não falava ao ouvido de ninguém, não dizia segredos, nem os tinha, mesmo porque a sua voz não dava diapasão para sussurros, não murmurava: tonitruava".
Referências
- ↑ a b c d «Gaspar Silveira Martins». UOL - Educação. Consultado em 23 de agosto de 2012
- ↑ - Os 120 anos do Cerco da Lapa e o preço da consolidação da República Floriano Peixoto implantou uma ditadura militar no início da República e com isso gerou uma série de rebeliões. O Cerco da Lapa faz parte desse cenário de luta pelo poder e de debilidade política Jornal Paranaense - Gazeta do Povo
Ligações externas
- «Biografia no sítio do Ministério da Fazenda do Brasil»
- «Página do gaúcho - Sobre Gaspar Silveira Martins»
Precedido por João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu |
Ministro da Fazenda do Brasil 1878 — 1879 |
Sucedido por Afonso Celso de Assis Figueiredo |
Precedido por João de Freitas Leitão |
Presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul 1889 |
Sucedido por Justo de Azambuja Rangel |
- Nascidos em 1835
- Mortos em 1901
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