Públia Hortênsia de Castro: diferenças entre revisões

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Públia Hortênsia de Castro - (Vila Viçosa, 1548-1595)

  Foi uma das mais notáveis e célebres figuras do humanismo português. Dotada de uma erudição impar e de um talento precoce extraordinário, impôs–se à estima dos maiores intelectuais do seu tempo.
  Nasceu em Vila Viçosa no ano de 1548, filha de Tomaz de Castro e de D. Branca Alves. Na sua terra natal aprendeu as primeiras letras. Depois, devido à inteligência e capacidade de estudo demonstrada, foi para Évora e, sob a protecção do seu parente o Arcebispo D. José de Melo, aí se matriculou no curso de filosofia da Universidade. Aos 17 anos de idade assombrava já com as suas capacidades de raciocínio os seus doutos professores. Mais tarde cursou Públia Hortênsia de Castro a Universidade de Coimbra, na companhia de um irmão, tendo aí estudado Retórica, Humanidades e Metafísica.
  Em Évora, tomou parte em certames literários diversos, em discussões públicas de carácter científico, tendo ganho fama e notoriedade fazendo uso do seu brilhantismo intelectual. No antigo colégio do Espirito Santo, em 1561, prestou as provas finais para alcançar o grau  de licenciada, tendo ficado célebre a sua argumentação, que impressionou fortemente as doutas personalidades que a inquiriram. André de Resende, seu mestre, rendeu-se às qualidades da sua discípula e, espantado com a capacidade demonstrada, depressa espalhou a notícia do prodígio, por entre os sábios estrangeiros com que trocava correspondência. Nos circulos culturais de Espanha, França e Itália, a novidade causou assombro e despertou o interesse e a curiosidade das mais ínsignes figuras da época.
  Em 1574, Públia Hortênsia de Castro começa a frequentar o Paço Real de Évora e a erudita academia da infanta D. Maria. Em 1581, vendo-se sozinha e abandonada por quem a protegera até então, tendo mais de 30 anos de idade, desgostosa com a ingratidão do poder, Públa Hortênsia de Castro, resolve consagrar-se a Deus e entra no Convento do Menino Jesus da Graça, em Évora, da Ordem dos Agostinhos. Na clausura conventual faleceu em 1595, com 47 anos de idade.
  Deixou esta notável mulher a vida terrena sem ter feito obra marcante, mas do seu talento ficou testemunho o que escreveu em alguns livros de prosa e verso, em cartas escritas em latim e em português, e uns diálogos sobre teologia e filosofia, a que deu o título de Flosculos Theologicales.