Fausta: diferenças entre revisões

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Fausta teve um importante papel na queda do pai, que morreu em 310 depois de fracassar em uma conspiração contra a vida de Constantino. Maximiano decidiu envolver sua filha no complô, mas ela revelou o plano para o marido, atrapalhando os planos. Maximiano morreu, por suicídio ou assassinato, em julho do mesmo ano.
Fausta teve um importante papel na queda do pai, que morreu em 310 depois de fracassar em uma conspiração contra a vida de Constantino. Maximiano decidiu envolver sua filha no complô, mas ela revelou o plano para o marido, atrapalhando os planos. Maximiano morreu, por suicídio ou assassinato, em julho do mesmo ano.


A imperatriz Fausta era tida em alta estima por Constantino e a prova disso foi que em 323 ela foi proclamada ''[[augusta (honorífico)|augusta]]''; antes disso ela já era ''[[nobilissimus|nobilissma femina]]''. Porém, três anos depois, logo depois da execução de [[Crispo (filho de Constantino)|Crispo]], seu filho mais velho com Minervina, Constantino mandou matá-la. As duas mortes estão inter-relacionadas: Fausta tinha ciúmes de Crispo, como atesta a obra anônima ''Epitome de Caesaribus''<ref>41.11–12; De acordo com algumas fontes, ela teria acusado Crispo de [[estupro]] e Constantino mandou matá-lo por isso. Stephenson lembra que se Fausta tivesse relatado uma história falsa de traição e foi morta depois por causa do remorso de Constantino, o ''[[damnatio memoriae]]'' contra Crispo não foi, na realidade, repelido.</ref> ou, alternativamente, o [[adultério]] dela, talvez com o enteado - que tinha a mesma idade dela -, também já foi sugerido. Fausta foi executada por sufocamento num banho muito quente<ref>{{citar web|url=http://www.roman-emperors.org/fausta.htm |publicado=Roman Emperors| título = Fausta |data=09/09/1997|acessodata=20/07/2013}}</ref>, uma forma de execução que não aparece mais nenhuma outra vez nas fontes. David Woods propõe uma conexão entre o banho quente com as técnicas da época para provocar o [[aborto]]<ref>Woods,"On the death of the empress Fausta", ''Greece and Rome'' '''45''' (1998:70–86).</ref>, o que sugeriria um filho indesejado, provavelmente fruto do adultério, de acordo com a biografia de Constantino de Paul Stephenson<ref>Stephenson 2010:222.</ref>.
A imperatriz Fausta era tida em alta estima por Constantino e a prova disso foi que em 323 ela foi proclamada ''[[augusta (honorífico)|augusta]]''; antes disso ela já era [[nobilíssima]]. Porém, três anos depois, logo depois da execução de [[Crispo (filho de Constantino)|Crispo]], seu filho mais velho com Minervina, Constantino mandou matá-la. As duas mortes estão inter-relacionadas: Fausta tinha ciúmes de Crispo, como atesta a obra anônima ''Epitome de Caesaribus''<ref>41.11–12; De acordo com algumas fontes, ela teria acusado Crispo de [[estupro]] e Constantino mandou matá-lo por isso. Stephenson lembra que se Fausta tivesse relatado uma história falsa de traição e foi morta depois por causa do remorso de Constantino, o ''[[damnatio memoriae]]'' contra Crispo não foi, na realidade, repelido.</ref> ou, alternativamente, o [[adultério]] dela, talvez com o enteado - que tinha a mesma idade dela -, também já foi sugerido. Fausta foi executada por sufocamento num banho muito quente<ref>{{citar web|url=http://www.roman-emperors.org/fausta.htm |publicado=Roman Emperors| título = Fausta |data=09/09/1997|acessodata=20/07/2013}}</ref>, uma forma de execução que não aparece mais nenhuma outra vez nas fontes. David Woods propõe uma conexão entre o banho quente com as técnicas da época para provocar o [[aborto]]<ref>Woods,"On the death of the empress Fausta", ''Greece and Rome'' '''45''' (1998:70–86).</ref>, o que sugeriria um filho indesejado, provavelmente fruto do adultério, de acordo com a biografia de Constantino de Paul Stephenson<ref>Stephenson 2010:222.</ref>.


O imperador ordenou um ''[[damnatio memoriae]]'' de sua esposa e, por isso, nenhuma fonte contemporânea traz destalhes sobre seu destino. Stephenson observa que [[Eusébio de Cesareia]], muito parcial em defesa do imperador, não menciona nem Crispo e nem Fausta em sua ''Vita Constantini'' e chegou a retirar as menções a Crispo da versão final de sua "[[História Eclesiástica (Eusébio)|História Eclesiástica]]" (HE X.9.4)<ref>Stephenson, ''Constantine, Roman Emperor, Christian Victor'', 2010:220.</ref>. Os filhos dela, imperadores por conta própria, jamais revogaram a ordem.
O imperador ordenou um ''[[damnatio memoriae]]'' de sua esposa e, por isso, nenhuma fonte contemporânea traz destalhes sobre seu destino. Stephenson observa que [[Eusébio de Cesareia]], muito parcial em defesa do imperador, não menciona nem Crispo e nem Fausta em sua ''Vita Constantini'' e chegou a retirar as menções a Crispo da versão final de sua "[[História Eclesiástica (Eusébio)|História Eclesiástica]]" (HE X.9.4)<ref>Stephenson, ''Constantine, Roman Emperor, Christian Victor'', 2010:220.</ref>. Os filhos dela, imperadores por conta própria, jamais revogaram a ordem.

Revisão das 10h12min de 15 de março de 2014

 Nota: Não confundir com Fausta (esposa de Constante II).
Fausta
Imperatriz-consorte romana

Busto de Fausta no Louvre
Reinado 307-326
Consorte Constantino I
Antecessor(a) Galéria Valéria
Sucessor(a) Filha de Júlio Constâncio
Nascimento 289
  Roma
Morte 326 (37 anos)
Nome completo Flavia Maxima Fausta
Dinastia Constantiniana
Pai Maximiano
Mãe Eutrópia
Filho(s) Constantina
Constantino II
Constâncio II
Constante
Helena
Fausta

Fausta (em latim: Flavia Maxima Fausta) foi uma imperatriz-consorte romana, esposa do imperador Constantino I e filha do imperador Maximiano. Para selar a aliança entre eles pelo controle da Tetrarquia, em 307, Maximiano casou a filha com o co-imperador Constantino, que se afastou de sua primeira esposa, Minervina. Constantino e Fausta já estavam prometidos desde 293.

História

Fausta teve um importante papel na queda do pai, que morreu em 310 depois de fracassar em uma conspiração contra a vida de Constantino. Maximiano decidiu envolver sua filha no complô, mas ela revelou o plano para o marido, atrapalhando os planos. Maximiano morreu, por suicídio ou assassinato, em julho do mesmo ano.

A imperatriz Fausta era tida em alta estima por Constantino e a prova disso foi que em 323 ela foi proclamada augusta; antes disso ela já era nobilíssima. Porém, três anos depois, logo depois da execução de Crispo, seu filho mais velho com Minervina, Constantino mandou matá-la. As duas mortes estão inter-relacionadas: Fausta tinha ciúmes de Crispo, como atesta a obra anônima Epitome de Caesaribus[1] ou, alternativamente, o adultério dela, talvez com o enteado - que tinha a mesma idade dela -, também já foi sugerido. Fausta foi executada por sufocamento num banho muito quente[2], uma forma de execução que não aparece mais nenhuma outra vez nas fontes. David Woods propõe uma conexão entre o banho quente com as técnicas da época para provocar o aborto[3], o que sugeriria um filho indesejado, provavelmente fruto do adultério, de acordo com a biografia de Constantino de Paul Stephenson[4].

O imperador ordenou um damnatio memoriae de sua esposa e, por isso, nenhuma fonte contemporânea traz destalhes sobre seu destino. Stephenson observa que Eusébio de Cesareia, muito parcial em defesa do imperador, não menciona nem Crispo e nem Fausta em sua Vita Constantini e chegou a retirar as menções a Crispo da versão final de sua "História Eclesiástica" (HE X.9.4)[5]. Os filhos dela, imperadores por conta própria, jamais revogaram a ordem.

Família

Fausta teve três filhos, todos imperadores, e três filhas:

Existe uma teoria, aparentemente sem fundamento, de que sua filha Fausta seria a mãe do imperador Valentiniano I, pois este seria da mesma geração que os filhos de Constantino I do segundo casamento (com Fausta).

Ver também

Fausta
Nascimento: 289 Morte: 326
Títulos reais
Precedido por:
Galéria Valéria
(ou Minervina)
Imperatriz-consorte romana
307–326
com Galéria Valéria (307–311)
Valéria Maximila (307–312)
Flávia Júlia Constância (313–324)
Sucedido por:
Filha de Júlio Constâncio

Referências

  1. 41.11–12; De acordo com algumas fontes, ela teria acusado Crispo de estupro e Constantino mandou matá-lo por isso. Stephenson lembra que se Fausta tivesse relatado uma história falsa de traição e foi morta depois por causa do remorso de Constantino, o damnatio memoriae contra Crispo não foi, na realidade, repelido.
  2. «Fausta». Roman Emperors. 9 de setembro de 1997. Consultado em 20 de julho de 2013 
  3. Woods,"On the death of the empress Fausta", Greece and Rome 45 (1998:70–86).
  4. Stephenson 2010:222.
  5. Stephenson, Constantine, Roman Emperor, Christian Victor, 2010:220.
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Bibliografia

  • (em francês)Gérard Minaud, Les vies de 12 femmes d’empereur romain - Devoirs, Intrigues & Voluptés , Paris, L’Harmattan, 2012, ch. 12, La vie de Fausta, femme de Constantin, p. 285-305.
  • J.W. Drijvers, 'Flavia Maxima Fausta: Some Remarks', Historia 41 (1992) 500- 506.