Reino de Quinda: diferenças entre revisões

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'''Kindá''', '''Cindá''' ou '''Kindah''' ({{langx|ar|كندة}}) foi um reino tribal beduíno fundado pelos cinditas{{notaNT|Também referida como cindaitas, kindaitas, kinditas ou somente Kindá. Em árabe é referida como Kindat al-Mulūk, o "Kindá real"<ref name=Kindapeople />}}, uma tribo com evidências de sua existência remontando o {{AC|{{séc|II}}|x}}.{{harvref|Müller|1954|p=318}} Sua área de influência foi o centro-sul da Arábia, da fronteira com o Iêmen até [[Meca]], e era bastante diferente dos Estados organizados no Iêmen; seus reis exerceram influência sobre certo número de tribos associadas mais pelo prestígio pessoal do que pela autoridade coercitiva. A descoberta da tumba de um rei de Kindá, datado talvez do {{séc|III}} em Qaryat Dhāt Kāhil (atual [[Qaryat al-Fāw]]), na rota comercial que liga Néjede com a costa leste, sugere que o sítio teria sido a capital.<ref name=Kinda />
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Textos [[Sabá (reino)|sabeus]] dos séculos II-III apresenta algumas referências à Kindá, atestando relações hostis (diz-se de um assalto à Qaryat Dhāt Kāhil) e amistosas (auxílio de tropas cinditas aos governantes iemenitas). Os cinditas foram politeístas até o {{séc|VI}}, com evidências de rituais dedicados aos deuses [[Astar]] e Kāhil encontradas na capital deles. Não é certo se converteram-se ao [[judaísmo]] ou permaneceram pagãos, mas há fortes evidências arqueológicas que eles estiverem entre as tribos que fizeram parte das forças de [[Dhū Nuwās]] durante a tentativa do rei judeu de suprimir o [[cristianismo]] no Iêmen.{{harvref|Ryckmans|1954|p=296}} Pelo começo do {{séc|VI}}, o Reino de Kindá declinou, parcialmente como uma consequência das guerras tribais e parcialmente talvez pela emergência do Quraysh de Meca por esta época.<ref name=Kinda />
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'''Kindá''', '''Cindá''' ou '''Kindah''' ({{langx|ar|كندة}}) foi um reino tribal beduíno fundado pelos cinditas,{{notaNT|Também referida como cindaitas, kindaitas, kinditas ou somente Kindá. Em árabe é referida como Kindat al-Mulūk, o "Kindá real"<ref name=Kindapeople />}} uma tribo originária do [[Hadramaute]]<ref name=Kindapeople /> que, de acordo com evidências existentes, poderia ter existido desde o {{AC|{{séc|II}}|x}}.{{harvref|Müller|1954|p=318}} Sua área de influência foi o centro-sul da Arábia, da fronteira com o Iêmen até [[Meca]], e era bastante diferente dos Estados organizados no Iêmen; seus reis exerceram influência sobre certo número de tribos associadas mais pelo prestígio pessoal do que pela autoridade coercitiva. A descoberta da tumba de um rei de Kindá, datado talvez do {{séc|III}} em Qaryat Dhāt Kāhil (atual [[Qaryat al-Fāw]]), na rota comercial que liga Néjede com a costa leste, sugere que o sítio teria sido a capital.<ref name=Kinda />

Textos [[Sabá (reino)|sabeus]] dos séculos II-III apresentam algumas referências à Kindá, atestando relações hostis (diz-se de um assalto à Qaryat Dhāt Kāhil) e amistosas (auxílio de tropas cinditas aos governantes iemenitas). No fim do {{séc|V}}, sob Ḥujr Ākil al-Murār, o fundador tradicional da dinastia cindita, os cinditas migraram do sul para o norte da Arábia. Lá, uniram-se com algumas tribos e formaram uma confederação. Sob al-Ḥārith ibn ʿAmr, o neto de Ḥujr Ākil e o mais proeminente rei da confederação, os cinditas invadiram a região do atual [[Iraque]] e capturaram [[Al-Hira]], a capital do [[lacmidas|rei lacmida]] [[Alamundaros III (lacmida)|Alamundaros III]] (Al-Mundhir III ibn al-Nu'man [[língua árabe|em árabe]]). Em 529, Alamundaros III reconquistou a cidade e matou al-Ḥārith, junto com outros 50 membros da casa real, o que fragilizou o poder dos cinditas.<ref name=Kindapeople />

Com a morte de al-Ḥārith, e talvez devido a emergência do Quraysh de Meca,<ref name=Kinda /> o Reino de Kindá dividiu-se em quatro tribos (Asad, Taghlib, Qays, e Cinaná), cada qual liderada por um senhor cindita. Porém, estas tribos constantemente competiram entre si o que provocou, em meados do {{séc|VI}}, a expulsão dos senhores cinditas novamente para o sul da Arábia. Durante o período muçulmano, descendentes da casa de Kindá continuaram a ocupar proeminentes posições cortesãs e um dos ramos da família adquiriu proeminência em [[Al-andaluz]]. O proeminente poeta [[Imruʾ al-Qays]] pertenceu à tribo dos cinditas.<ref name=Kindapeople />

Os cinditas foram politeístas até o {{séc|VI}}, com evidências de rituais dedicados aos deuses [[Astar]] e Kāhil encontradas na capital deles. Não é certo se converteram-se ao [[judaísmo]] ou permaneceram pagãos, mas há fortes evidências arqueológicas que eles estiverem entre as tribos que fizeram parte das forças de [[Dhū Nuwās]] {{nwrap|r.|517|525/527}} durante a tentativa do rei judeu de suprimir o [[cristianismo]] no Iêmen.{{harvref|Ryckmans|1954|p=296}}


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Revisão das 18h44min de 7 de maio de 2014



Reino de Kindá

Reino

século V – 529
Localização de Kindá
Localização de Kindá
Fragmentos duma pintura mural mostrando um rei cindita, século I
Continente Ásia
Região Península Arábica
Capital Qaryat Dhāt Kāhil
19° 47' N 45° 09' E
Língua oficial Árabe
Religião Politeísmo (até século VI)
Judaísmo (século VI) (?)
Governo Monarquia
Rei Ḥujr Ākil al-Murār
al-Ḥārith
Período histórico Idade Média
 • século V Migração para o norte da península Arábica
 • 529 Morte de al-Ḥārith ibn ʿAmr

Kindá, Cindá ou Kindah (em árabe: كندة) foi um reino tribal beduíno fundado pelos cinditas,[nt 1] uma tribo originária do Hadramaute[1] que, de acordo com evidências existentes, poderia ter existido desde o século II a.C..[2] Sua área de influência foi o centro-sul da Arábia, da fronteira com o Iêmen até Meca, e era bastante diferente dos Estados organizados no Iêmen; seus reis exerceram influência sobre certo número de tribos associadas mais pelo prestígio pessoal do que pela autoridade coercitiva. A descoberta da tumba de um rei de Kindá, datado talvez do século III em Qaryat Dhāt Kāhil (atual Qaryat al-Fāw), na rota comercial que liga Néjede com a costa leste, sugere que o sítio teria sido a capital.[3]

Textos sabeus dos séculos II-III apresentam algumas referências à Kindá, atestando relações hostis (diz-se de um assalto à Qaryat Dhāt Kāhil) e amistosas (auxílio de tropas cinditas aos governantes iemenitas). No fim do século V, sob Ḥujr Ākil al-Murār, o fundador tradicional da dinastia cindita, os cinditas migraram do sul para o norte da Arábia. Lá, uniram-se com algumas tribos e formaram uma confederação. Sob al-Ḥārith ibn ʿAmr, o neto de Ḥujr Ākil e o mais proeminente rei da confederação, os cinditas invadiram a região do atual Iraque e capturaram Al-Hira, a capital do rei lacmida Alamundaros III (Al-Mundhir III ibn al-Nu'man em árabe). Em 529, Alamundaros III reconquistou a cidade e matou al-Ḥārith, junto com outros 50 membros da casa real, o que fragilizou o poder dos cinditas.[1]

Com a morte de al-Ḥārith, e talvez devido a emergência do Quraysh de Meca,[3] o Reino de Kindá dividiu-se em quatro tribos (Asad, Taghlib, Qays, e Cinaná), cada qual liderada por um senhor cindita. Porém, estas tribos constantemente competiram entre si o que provocou, em meados do século VI, a expulsão dos senhores cinditas novamente para o sul da Arábia. Durante o período muçulmano, descendentes da casa de Kindá continuaram a ocupar proeminentes posições cortesãs e um dos ramos da família adquiriu proeminência em Al-andaluz. O proeminente poeta Imruʾ al-Qays pertenceu à tribo dos cinditas.[1]

Os cinditas foram politeístas até o século VI, com evidências de rituais dedicados aos deuses Astar e Kāhil encontradas na capital deles. Não é certo se converteram-se ao judaísmo ou permaneceram pagãos, mas há fortes evidências arqueológicas que eles estiverem entre as tribos que fizeram parte das forças de Dhū Nuwās (r. 517–525/527) durante a tentativa do rei judeu de suprimir o cristianismo no Iêmen.[4]

Notas

  1. Também referida como cindaitas, kindaitas, kinditas ou somente Kindá. Em árabe é referida como Kindat al-Mulūk, o "Kindá real"[1]

Referências

  1. a b c d «Kindah (people)» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2014. Cópia arquivada em 18 de janeiro de 2013 
  2. Müller 1954, p. 318.
  3. a b «KINDAH» (em inglês). Consultado em 7 de maio de 2014 
  4. Ryckmans 1954, p. 296.

Bibliografia

  • Müller, D. H.; Al-Hamdani (1954). Entdeckungen In Arabien. Colônia: S. 9. Mahram 
  • Ryckmans, Gonzague (1954). «Bulletin Of The School Of Oriental And African Studies». Cambridge University Press. XVI