Memória virtual: diferenças entre revisões

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=== [[Linux (núcleo)|Linux]] em 32 bits ===
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Na arquitetura x86 de 32 bits, o Linux pode endereçar até 4 [[GiB]] de memória virtual (também chamado de espaço de endereçamento linear).<ref>GORMAN, Mel. '''Understanding the Linux virtual memory manager'''. Cap. 4. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2004.</ref> Este espaço é dividido em dois: o espaço do núcleo (''kernel space'') e o espaço do usuário (''user space''). O primeiro é único e protegido das aplicações comuns, e armazena, além do próprio código do núcleo, uma estrutura que descreve toda a memória física; este espaço é limitado a um gibibyte (1024 [[MiB]]). Cada aplicação recebe um espaço de endereçamento de até 3 GiB para armazenar o código e os dados do programa.
Na arquitetura x86 de 32 bits, o Linux pode endereçar até 4 [[GiB|GB]] de memória virtual (também chamado de espaço de endereçamento linear).<ref>GORMAN, Mel. '''Understanding the Linux virtual memory manager'''. Cap. 4. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2004.</ref> Este espaço é dividido em dois: o espaço do núcleo (''kernel space'') e o espaço do usuário (''user space''). O primeiro é único e protegido das aplicações comuns, e armazena, além do próprio código do núcleo, uma estrutura que descreve toda a memória física; este espaço é limitado a um gigabyte (1024 [[MiB|MB]]). Cada aplicação recebe um espaço de endereçamento de até 3 GiB para armazenar o código e os dados do programa.


Caso a memória física seja menor do que a necessária para conter todas as aplicações, o Linux pode alocar espaço em meios de armazenamento diversos (disco rígido, dispositivo de rede e outros). Este espaço é tradicionalmente conhecido como espaço de troca (''[[Swapping|swap space]]''), embora o mecanismo adotado seja a paginação.
Caso a memória física seja menor do que a necessária para conter todas as aplicações, o Linux pode alocar espaço em meios de armazenamento diversos (disco rígido, dispositivo de rede e outros). Este espaço é tradicionalmente conhecido como espaço de troca (''[[Swapping|swap space]]''), embora o mecanismo adotado seja a paginação.


=== [[Windows]] em 32 bits ===
=== [[Windows]] em 32 bits ===
Analogamente ao Linux, as versões atuais do Windows de 32 bits usam um espaço de endereçamento de 4 GiB divididos em duas partes. Por padrão, o Windows reserva 2 GiB para o núcleo e permite que cada aplicação use até 2 GiB. Entretanto, é possível alterar essa configuração, e permitir que uma aplicação use até 3 GiB. Neste caso, obviamente, o espaço do núcleo será reduzido para um [[gibibyte]] .<ref>RUSSINOVICH, Mark E.; SOLOMON, David A. '''Microsoft Windows internals - Microsoft Windows Server 2003, Windows XP, and Windows 2000'''. 4. ed. Cap. 7. Redmond: Microsoft Press. 2005.</ref>
Analogamente ao Linux, as versões atuais do Windows de 32 bits usam um espaço de endereçamento de 4 GiB divididos em duas partes. Por padrão, o Windows reserva 2 GiB para o núcleo e permite que cada aplicação use até 2 GiB. Entretanto, é possível alterar essa configuração, e permitir que uma aplicação use até 3 GiB. Neste caso, obviamente, o espaço do núcleo será reduzido para um [[gibibyte|gigabyte]] .<ref>RUSSINOVICH, Mark E.; SOLOMON, David A. '''Microsoft Windows internals - Microsoft Windows Server 2003, Windows XP, and Windows 2000'''. 4. ed. Cap. 7. Redmond: Microsoft Press. 2005.</ref>


Diferentemente do Linux, o Windows usa apenas arquivos para paginação (''paging files''). Pode usar até 16 desses arquivos, e cada um pode ocupar até 4095 MiB de espaço em disco.
Diferentemente do Linux, o Windows usa apenas arquivos para paginação (''paging files''). Pode usar até 16 desses arquivos, e cada um pode ocupar até 4095 MiB de espaço em disco.

Revisão das 23h00min de 31 de julho de 2014

O programa acha que tem uma grande gama de endereços contíguos, mas, na realidade, as partes que está a utilizar estão dispersas em torno da RAM e as partes inactivas são guardadas em um arquivo em disco.

Memória virtual, é uma técnica que usa a memória secundária como uma cache para armazenamento secundário. Houve duas motivações principais: permitir o compartilhamento seguro e eficiente da memória entre vários programas e remover os transtornos de programação de uma quantidade pequena e limitada na memória principal.

A memória virtual consiste em recursos de hardware e software com três funções básicas:[1][2]

  • (i) realocação (ou recolocação), para assegurar que cada processo (aplicação) tenha o seu próprio espaço de endereçamento, começando em zero;
  • (ii) proteção, para impedir que um processo utilize um endereço de memória que não lhe pertença;
  • (iii) paginação (paging) ou troca (swapping), que possibilita a uma aplicação utilizar mais memória do que a fisicamente existente (essa é a função mais conhecida).

Simplificadamente, um usuário ou programador vê um espaço de endereçamento virtual, que pode ser igual, maior ou menor que a memória física (normalmente chamada memória DRAM - Dynamic Random Access Memory).

Paginação para principiantes

Para o usuário que está com pouca memória RAM, paginação é muito útil pois possibilita que os seus programas utilizem um tamanho à sua escolha para usar como uma memória "RAM" virtual. Mas caso a memória do programa exceda a memória real do seu sistema, apenas as partes mais utilizadas pelo processo atual estarão na memória, enquanto o resto ficará armazenado no disco rígido.

Como o disco rígido é um hardware mais lento do que a memória RAM, essa memória virtual que foi dimensionada não será igual como se estivesse a utilizar uma memória RAM normal no computador.[3] A melhoria é significativa quando você usa memória virtual em um computador que não tem a mesma.[2]

História

Todos os computadores modernos de uso genérico utilizam memória virtual para executar a mais simples das aplicações, tais como processadores de texto, folhas de cálculo, jogos, leitores multimídia, etc. Os sistemas operacionais mais antigos, como o DOS e o Microsoft Windows de 1980,[4] ou os mainframes da década de 1960, geralmente não tinham a funcionalidade da memória virtual, com as excepções notáveis do Atlas B5000 e o Apple Lisa.

A memória virtual foi inicialmente criada para possibilitar a um programa ser executado em um computador com uma quantidade de memória principal (física) menor que o tamanho de todo o espaço do utilizado pelo próprio programa.[5] Ou seja, o espaço ocupado pelas instruções, dados e pilha de execução de um programa pode ser maior que o espaço em memória principal disponível. Por exemplo, um programa que ocupa um total de 64 MiB pode ser executado em um computador com apenas 32 MiB disponíveis para o programa, bastando que o sistema operacional se encarregue de manter sempre na memória principal as partes adequadas à execução naquele momento.[6]

A memória virtual foi desenvolvido por volta de 1959-1962, na Universidade de Manchester para o Computador Atlas, terminado em 1962.[7] A ideia é atribuída a John Fotheringham,[8] no entanto, Fritz-Rudolf Güntsch, um cientista alemão, pioneiro da ciência computacional e, mais tarde, o criador do mainframe Telefunken TR 440, alega ter inventado o conceito em 1957, na sua tese de doutorado Logischer Entwurf eines digitalen Rechengerätes mit mehreren asynchron laufenden Trommeln und automatischem Schnellspeicherbetrieb (Conceito lógico para um sistema digital computacional com múltiplos sistemas assíncronos de armazenamento e modo de memória rápida automática).

Funcionamento

Existem dois mecanismos principais para implementação da memória virtual: paginação e segmentação[9]

Na paginação a memória física é dividida em blocos de bytes contíguos denominados molduras de páginas (page frames), geralmente com tamanho de 4 KiB (arquiteturas x86 e x86-64) ou 8 KiB (arquiteturas RISC) de tamanho. Por sua vez, o espaço de memória de um processo (contendo as instruções e dados do programa) é dividido em páginas que são fisicamente armazenadas nas molduras e possuem o mesmo tamanho destas.

Na segmentação existem vários espaços de endereçamento para cada aplicação (os segmentos). Neste caso, o endereçamento consiste em um par ordenado deslocamento, onde o deslocamento é a posição do byte dentro do segmento.

Na arquitetura x86 (32 e 64 bits), são usadas a segmentação e a paginação.[10] O espaço de endereçamento de uma aplicação é dividido em segmentos, onde é determinado um endereço lógico, que consiste no par [segmento:deslocamento]; o dispositivo de segmentação converte esse endereço para um endereço linear (virtual); finalmente, o dispositivo de paginação converte o endereço virtual para físico, localizando a moldura de página que contém os dados solicitados.

O endereço virtual é encaminhado para a unidade de gerenciamento de memória (MMU - Memory Management Unit), um dispositivo do processador, cuja função é transformar o endereço virtual em físico e solicitar este último endereço ao controlador de memória. A conversão de endereços virtuais em físicos baseia-se em tabelas de páginas, que são estruturas de dados mantidas pelo sistema operativo.[2]

As tabelas de páginas descrevem cada página da aplicação (num sistema em execução, existe pelo menos uma tabela de páginas por processo). Cada tabela é indexada pelo endereço virtual e contém o endereço físico da moldura correspondente ou a indicação de que a página está em um dispositivo de armazenamento secundário (normalmente um disco rígido).

Como o acesso à tabela de páginas é muito lento, pois está em memória, a MMU possui uma cache associativa chamada buffer de tradução de endereços (TLB - Translation Lookaside Buffer) que consiste em uma pequena tabela contendo os últimos endereços virtuais solicitados e seus correspondentes endereços físicos.

Linux em 32 bits

Na arquitetura x86 de 32 bits, o Linux pode endereçar até 4 GB de memória virtual (também chamado de espaço de endereçamento linear).[11] Este espaço é dividido em dois: o espaço do núcleo (kernel space) e o espaço do usuário (user space). O primeiro é único e protegido das aplicações comuns, e armazena, além do próprio código do núcleo, uma estrutura que descreve toda a memória física; este espaço é limitado a um gigabyte (1024 MB). Cada aplicação recebe um espaço de endereçamento de até 3 GiB para armazenar o código e os dados do programa.

Caso a memória física seja menor do que a necessária para conter todas as aplicações, o Linux pode alocar espaço em meios de armazenamento diversos (disco rígido, dispositivo de rede e outros). Este espaço é tradicionalmente conhecido como espaço de troca (swap space), embora o mecanismo adotado seja a paginação.

Windows em 32 bits

Analogamente ao Linux, as versões atuais do Windows de 32 bits usam um espaço de endereçamento de 4 GiB divididos em duas partes. Por padrão, o Windows reserva 2 GiB para o núcleo e permite que cada aplicação use até 2 GiB. Entretanto, é possível alterar essa configuração, e permitir que uma aplicação use até 3 GiB. Neste caso, obviamente, o espaço do núcleo será reduzido para um gigabyte .[12]

Diferentemente do Linux, o Windows usa apenas arquivos para paginação (paging files). Pode usar até 16 desses arquivos, e cada um pode ocupar até 4095 MiB de espaço em disco.

Resumo

A memória virtual ou arquivo de paginação do Windows, é um aplicativo que permite ao sistema operacional obter mais memória RAM do que o computador possui, ou seja, se o computador possui pouca memória, o sistema utiliza um arquivo chamado Arquivo de Paginação que é um pequeno arquivo, alocado no HD, utilizado como memória RAM. Este processo, evita que em horários de pico, o sistema trave ou fique extremamente lento. Porém, como o arquivo fica alocado no HD, o sistema não vai ficar tão rápido quanto utilizando a memória real do computador, já que a leitura do HD é muito mais lenta do que a leitura da memória RAM. Assim se o computador fica por muito tempo neste estado (utilizando o arquivo de paginação) é recomendável aumentar a memória RAM.

No Linux, a memória virtual também existe, mas ela é dimensionada quanto ao seu tamanho na instalação e somente poderá ser mudada se o disco rígido for reparticionado para utilizar uma partição maior de swap (que é assim chamado a memória virtual do Linux), e assim, deixando a swap maior.

É recomendado utilizar como memória virtual de 2x a 3x a quantidade que o computador tiver de memória RAM.

A memória virtual deixou os programadores despreocupados com quanto de memória seu programa irá precisar para rodar no computador e se o respectivo programa poderia rodar com outros sem travar, podendo o programador se preocupar mais com a tarefa de programação do que com quanto o programa irá gastar de memória. [2]

Referências

  1. HENESSY, John L.; PATTERSON, David A. Arquitetura de computadores: uma abordagem quantitativa. Cap. 5. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
  2. a b c d TANENBAUM, Andrew S. Sistemas operacionais modernos. Cap. 3. Rio de Janeiro: LTC. 1999.
  3. «HowStuffWorks - Como funciona a memória virtual». informatica.hsw.uol.com.br. Consultado em 13 de Março de 2011 
  4. «Windows Version History». Microsoft. Last Review: July 19, 2005. Consultado em 3 de dezembro de 2008  Verifique data em: |data= (ajuda)
  5. Denning, Peter (1997). «Before Memory Was Virtual» (PDF). In the Beginning: Recollections of Software Pioneers 
  6. TANENBAUM, Andrew S.; WOODHULL, Albert S. Sistemas operacionais: projeto e implementação. Porto Alegre: Bookman. 1999.
  7. «The Atlas». www.computer50.org. Consultado em 13 de Março de 2011 
  8. "Dynamic storage allocation in the Atlas computer, including an automatic use of a backing store", Communications of the ACM, vol. 4, issue 10, pp. 435-436 - outubro de 1961
  9. STALLINGS, William. Operating systems - internals and design principles. 5. ed. Cap. 8. Upper Saddle River: Pearson - Prentice Hall. 2005.
  10. INTEL.Intel 64 and IA-32 architectures software developer’s manual - volume 3A: system programming guide, part 1. Cap. 3. Disponível em Intel - Manaul de processadores. Acesso em 14 maio 2010
  11. GORMAN, Mel. Understanding the Linux virtual memory manager. Cap. 4. Upper Saddle River: Prentice Hall, 2004.
  12. RUSSINOVICH, Mark E.; SOLOMON, David A. Microsoft Windows internals - Microsoft Windows Server 2003, Windows XP, and Windows 2000. 4. ed. Cap. 7. Redmond: Microsoft Press. 2005.
Bibliografia
  • Silberschatz, Galvin Gagne (2002). Fundamentos de Sistemas Operacionais. [S.l.: s.n.] 
  • Hennessy, John L.; Patterson, David A. Computer Architecture. A Quantitative Approach. [S.l.: s.n.] ISBN 1-55860-724-2 
  • TANENBAUM, Andrew S. (2003.). Sistemas operacionais modernos. 2. ed. São Paulo: Prentice-Hall,. [S.l.: s.n.] pp. 695 p. ISBN 85–87918–57–5  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  • Murali. Virtual Memory Secrets. [S.l.: s.n.] 

Ver também

Ligações externas