Estação Ferroviária de Aveiro: diferenças entre revisões
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Em Janeiro de 2011, possuía 5 vias de circulação, com 440 a 760 metros de comprimento; todas as gares tinham 321 metros de extensão, e 90 centímetros de altura.<ref>{{citar periódico|paginas=75|título=Directório da Rede 2012|data=6 de Janeiro de 2011|editora=Rede Ferroviária Nacional}}</ref> Em Outubro de 2004, ostentava a classificação '''B''' da [[Rede Ferroviária Nacional]].<ref>{{citar periódico|paginas=81|título=Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005|data=13 de Outubro de 2004|editora=Rede Ferroviária Nacional}}</ref> |
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===Azulejos e arquitectura=== |
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[[File:Aveiro - painel azulejos, estação cp.jpg|thumb|Painel de azulejos na estação de Aveiro.]] |
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O antigo edifício apresenta uma fachada totalmente decorada de azulejos policromos, em tons azuis e amarelos, que representam várias cenas ferroviárias, naturais e de cultura e actividades tradicionais.<ref>{{citar web|url=http://estilosdevida.rtp.pt/rtp/estacao-ferroviaria-de-aveiro-palacios-e-solares-aveiro-aveiro-vera-cruz-1.html|título=Estação ferroviária de Aveiro|acessodata=21 de Maio de 2010|publicado= Rádio Televisão Portuguesa}}</ref> O edifício é composto por três secções; uma parte central, de três pisos, que inclui três portas amplas ao nível do solo, e dois laterais simétricos, com dois pisos, contendo uma porta e dois postigos de secção rectangular.<ref name=CMAveiro/> |
O antigo edifício apresenta uma fachada totalmente decorada de azulejos policromos, em tons azuis e amarelos, que representam várias cenas ferroviárias, naturais e de cultura e actividades tradicionais.<ref>{{citar web|url=http://estilosdevida.rtp.pt/rtp/estacao-ferroviaria-de-aveiro-palacios-e-solares-aveiro-aveiro-vera-cruz-1.html|título=Estação ferroviária de Aveiro|acessodata=21 de Maio de 2010|publicado= Rádio Televisão Portuguesa}}</ref> O edifício é composto por três secções; uma parte central, de três pisos, que inclui três portas amplas ao nível do solo, e dois laterais simétricos, com dois pisos, contendo uma porta e dois postigos de secção rectangular.<ref name=CMAveiro/> Foi construída no estilo tradicional português<ref name=Gazeta1476/>, assumindo-se como um exemplo, a nível regional, do estilo denominado de ''Casa Portuguesa''.<ref name=CMAveiro/> |
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===Painéis de azulejos=== |
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===Planeamento, construção e inauguração=== |
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Quando o traçado da Linha do Norte foi planeado pelo engenheiro Wattier em 1856, o projecto não contemplava a passagem por Aveiro; foi graças à insistência do deputado [[José Estêvão Coelho de Magalhães|José Estevão]] que os planos foram modificados, de forma a servir a cidade |
Quando o traçado da Linha do Norte foi planeado pelo engenheiro Wattier em 1856, o projecto não contemplava a passagem por Aveiro; foi graças à insistência do deputado [[José Estêvão Coelho de Magalhães|José Estevão]] que os planos foram modificados, de forma a servir a cidade.<ref name=CMAveiro/> Em Agosto de 1861, principiaram as obras de via, e em princípios de 1862, começou-se a construir o edifício.<ref name=CMAveiro/> A estação foi inaugurada junto com o troço entre [[Estação de Estarreja|Estarreja]] e [[Estação de Taveiro|Taveiro]] da Linha do Norte, em 10 de Abril de 1864, pela [[Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses]].<ref>{{Citar periódico|autor=[[Carlos Manitto Torres|TORRES, Carlos Manitto]]|paginas=9-12|titulo=A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário|data=1 de Janeiro de 1958|numero=1681|volume=70|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1958/N1681/N1681_master/GazetaCFN1681.pdf|acessadoem=4 de Abril de 2014}}</ref><ref name=CMAveiro/> Em 16 de Maio do mesmo ano, os restos mortais de José Estêvão foram transportados de caminho de ferro até ao cemitério de Aveiro.<ref name=CMAveiro/> |
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Em 1893, previa-se que fosse pedida a concessão para um caminho de ferro do tipo [[Carro Americano|americano]], ligando a estação de Aveiro à cidade.<ref>{{Citar jornal|paginas=81-85|titulo=Efemérides|volume=51|numero=1226|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|data=16 de Janeiro de 1939|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1939/N1226/N1226_master/GazetaCFN1226.pdf|acessadoem=4 de Abril de 2014}}</ref> |
Em 1893, previa-se que fosse pedida a concessão para um caminho de ferro do tipo [[Carro Americano|americano]], ligando a estação de Aveiro à cidade.<ref>{{Citar jornal|paginas=81-85|titulo=Efemérides|volume=51|numero=1226|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|data=16 de Janeiro de 1939|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1939/N1226/N1226_master/GazetaCFN1226.pdf|acessadoem=4 de Abril de 2014}}</ref> |
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====Remodelação do edifício da estação==== |
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Originalmente, a estação estava instalada num edifício pequeno e simples; em princípios do Século XX, tornou-se insuficiente para o crescimento que se verificou no movimento ferroviário, o que forçou à modificação e alargamento do edifício, entre 1915 e 1916.<ref name=CMAveiro/> Em Fevereiro de 1916, as obras estavam muito adiantadas, e em Abril podiam-se considerar quase terminadas.<ref>{{citar jornal|titulo=Efemérides|paginas |
Originalmente, a estação estava instalada num edifício pequeno e simples; em princípios do Século XX, tornou-se insuficiente para o crescimento que se verificou no movimento ferroviário, o que forçou à modificação e alargamento do edifício, entre 1915 e 1916.<ref name=CMAveiro/> Em Fevereiro de 1916, as obras estavam muito adiantadas, e em Abril podiam-se considerar quase terminadas.<ref>{{citar jornal|titulo=Efemérides|paginas=202-204|volume=51|numero=1231|data=1 de Abril de 1939|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro| url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1939/N1231/N1231_master/GazetaCFN1231.pdf|acessodata=8 de Março de 2014}}</ref> O novo edifício foi construído no estilo tradicional português<ref name=Gazeta1476>{{Citar periódico|autor=[[José de Sousa Nunes|NUNES, José de Sousa]]|paginas=418-422|titulo=A Via e Obras nos Caminhos de Ferro em Portugal|jornal=Gazeta dos Caminhos de Ferro|volume=62|numero=1476|data=16 de Junho de 1949|url=http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/GazetaCF/1949/N1476/N1476_master/GazetaCFN1476.pdf|acessodata=14 de Novembro de 2014}}</ref>, tendo sido enfeitado em 1916 com vários painéis de azulejos, seguindo a tendência que se verificava nessa altura para decorar as gares ferroviárias.<ref name=CMAveiro/> Esta intervenção foi levada a cabo por Licínio Pinto e Francisco Pereira, utilizando azulejos da Fábrica Fonte Nova.<ref>Pereira, 1995:418-419</ref> Esta remodelação foi envolta em polémica, devido ao facto do plano original incluir, lado a lado, retratos de [[José Estêvão Coelho de Magalhães|José Estevão]] e Manuel Firmino; assim, decidiu-se retratar apenas este último e D. José de Salamanca y Mayol, que possuía a concessão das obras na [[Linha do Norte]].<ref name=CMAveiro>{{citar web|url=http://www.cm-aveiro.pt/www/templates/GenericDetail.aspx?id_object=27881&TM=2408S2582S2587&id_class=1575|título=Painéis Azulejares da Estação de Caminhos de Ferro de Aveiro|acessodata=4 de Abril de 2014|publicado=Câmara Municipal de Aveiro}}</ref> |
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====Ligação à rede do Vouga==== |
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===A Estação no Século XXI=== |
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[[File:Flickr - nmorao - Estação de Aveiro, 2008.06.18.jpg|thumb|Novo edifício da estação de Aveiro.]] |
[[File:Flickr - nmorao - Estação de Aveiro, 2008.06.18.jpg|thumb|Novo edifício da estação de Aveiro.]] |
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Em finais de 2004, foi anunciado que o título intermodal [[Andante]], gerido por várias empresas de transportes na região do [[Porto]], incluindo o operador [[Comboios de Portugal]], iria ser |
Em finais de 2004, foi anunciado que o título intermodal [[Andante]], gerido por várias empresas de transportes na região do [[Porto]], incluindo o operador [[Comboios de Portugal]], iria ser prolongado até à Estação de Aveiro; esta medida teve como objectivo facilitar as deslocações nesta região, e impulsionar o uso do transporte público.<ref>{{citar notícia|url=http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=471914|titulo=Andante dará para viajar de comboio até Aveiro e Braga|acessodata=21 de Maio de 2010|autor=FONSECA, Margarida|data=11 de Dezembro de 2004|publicado=Jornal de Notícias}}</ref> |
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Em Agosto de 2005, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto, declarou que a nova estação ferroviária de Aveiro iria entrar em funcionamento na primeira semana de Outubro, passando o antigo edifício a pertencer à Autarquia.<ref name=PTmail>{{citar notícia|url=http://noticias.portugalmail.pt/artigo/nova-estacao-da-cp-de-aveiro-pronta-em-outubro_177811|titulo=Nova estação da CP de Aveiro pronta em Outubro|acessodata=21 de Maio de 2010|data=31 de Agosto de 2005|publicado=Portugalmail}}</ref> No entanto, as bilheteiras continuaram a funcionar na antiga estação, e, até Abril do ano seguinte, não existiam lojas a funcionar na nova gare.<ref>{{citar notícia|url=http://www.oln.pt/noticias.asp?id=8602&secc=1|titulo=Lojas na estação em Abril|acessodata=21 de Maio de 2010|data=2 de Março de 2006|publicado=On Line News}}</ref> |
Em Agosto de 2005, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto, declarou que a nova estação ferroviária de Aveiro iria entrar em funcionamento na primeira semana de Outubro, passando o antigo edifício a pertencer à Autarquia.<ref name=PTmail>{{citar notícia|url=http://noticias.portugalmail.pt/artigo/nova-estacao-da-cp-de-aveiro-pronta-em-outubro_177811|titulo=Nova estação da CP de Aveiro pronta em Outubro|acessodata=21 de Maio de 2010|data=31 de Agosto de 2005|publicado=Portugalmail}}</ref> No entanto, as bilheteiras continuaram a funcionar na antiga estação, e, até Abril do ano seguinte, não existiam lojas a funcionar na nova gare.<ref>{{citar notícia|url=http://www.oln.pt/noticias.asp?id=8602&secc=1|titulo=Lojas na estação em Abril|acessodata=21 de Maio de 2010|data=2 de Março de 2006|publicado=On Line News}}</ref> |
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===Movimento de mercadorias=== |
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Em 1972, esta estação recebia sal, expedido de [[Estação Ferroviária de Vila Real de Santo António|Vila Real de Santo António]], [[Estação Ferroviária da Fuzeta|Fuseta]], [[Castro Marim]] e de [[Estação Ferroviária de Tavira|Tavira]], em regime de grandes volumes (vagões completos).<ref>Cavaco, 1976:438</ref> |
Em 1972, esta estação recebia sal, expedido de [[Estação Ferroviária de Vila Real de Santo António|Vila Real de Santo António]], [[Estação Ferroviária da Fuzeta|Fuseta]], [[Apeadeiro de Castro Marim|Castro Marim]] e de [[Estação Ferroviária de Tavira|Tavira]], em regime de grandes volumes (vagões completos).<ref>Cavaco, 1976:438</ref> |
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==Ver também== |
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Revisão das 19h03min de 14 de novembro de 2014
Aveiro
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Linha(s): | Linha do Norte (Pk 272,676) Ramal de Aveiro (Pk 34,600) |
Coordenadas: | 40° 38′ 36,46″ N, 8° 38′ 25,8″ O |
Município: | Aveiro |
Serviços: | |
Inauguração: | 10 de Abril de 1864 |
Website: |
A Estação Ferroviária de Aveiro é uma interface ferroviária da Linha do Norte, que funciona como entroncamento com o Ramal de Aveiro, e que serve a localidade de Aveiro, em Portugal.
Caracterização
Localização e acessos
Situa-se na localidade de Aveiro, em frente do Largo da Estação dos Caminhos de Ferro.[1]
Descrição física e classificação
Em Janeiro de 2011, possuía 5 vias de circulação, com 440 a 760 metros de comprimento; todas as gares tinham 321 metros de extensão, e 90 centímetros de altura.[2] Em Outubro de 2004, ostentava a classificação B da Rede Ferroviária Nacional.[3]
Azulejos e arquitectura
O antigo edifício apresenta uma fachada totalmente decorada de azulejos policromos, em tons azuis e amarelos, que representam várias cenas ferroviárias, naturais e de cultura e actividades tradicionais.[4] O edifício é composto por três secções; uma parte central, de três pisos, que inclui três portas amplas ao nível do solo, e dois laterais simétricos, com dois pisos, contendo uma porta e dois postigos de secção rectangular.[5] Foi construída no estilo tradicional português[6], assumindo-se como um exemplo, a nível regional, do estilo denominado de Casa Portuguesa.[5]
Painéis de azulejos
Fachada Oeste (rua)[5]:
- Medalhão de D. José de Salamanca y Mayol;
- Medalhão com embarcação;
- Medalhão com o Farol da Barra;
- Vindimas em Anadia;
- Chegada d’um Barco de Pesca – S. Jacinto;
- Marinhas de Sal de Aveiro;
- Margens do Rio Vouga;
- Trecho da Ria de Aveiro;
- Entrada do Jardim – Aveiro;
- Tricana em 1916 – Aveiro;
- A Peixeira – Aveiro;
- O Pescador – Aveiro;
- Tricana em 1870 – Aveiro;
- Farol da Barra – Aveiro;
- Ponte do Poço de S. Thiago - Valle do Vouga;
- Palace Hotel Bussaco;
- Museu Regional – Aveiro;
- Aveiro nos princípios do Século XVIII;
- Trecho da cidade – Aveiro.
Fachada Este (gare)[5]:
- Trecho do Vouga;
- Pórtico da Capela do Senhor das Barrocas;
- Mosteiro de Alcobaça;
- Castelo de Santa Maria da Feira;
- Saída para o mar d’um barco de pesca (Furadouro);
- Trecho da Ria de Aveiro;
- Buçaco – Monumento da Batalha.
- Castelo de Almourol;
- Igreja da Misericórdia;
- Medalhão do Manuel Firmino;
- Armas da Cidade;
- Ponte da Rata – Eirol;
- Costa Nova do Prado;
- Painel comemorativo dos 75 anos da Linha do Vouga.
Fachada dos Sanitários[5]:
- Canal Central da Ria de Aveiro;
- Palheiros da Costa Nova do Prado.
História
Planeamento, construção e inauguração
Quando o traçado da Linha do Norte foi planeado pelo engenheiro Wattier em 1856, o projecto não contemplava a passagem por Aveiro; foi graças à insistência do deputado José Estevão que os planos foram modificados, de forma a servir a cidade.[5] Em Agosto de 1861, principiaram as obras de via, e em princípios de 1862, começou-se a construir o edifício.[5] A estação foi inaugurada junto com o troço entre Estarreja e Taveiro da Linha do Norte, em 10 de Abril de 1864, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[7][5] Em 16 de Maio do mesmo ano, os restos mortais de José Estêvão foram transportados de caminho de ferro até ao cemitério de Aveiro.[5]
Em 1893, previa-se que fosse pedida a concessão para um caminho de ferro do tipo americano, ligando a estação de Aveiro à cidade.[8]
Século XX
Remodelação do edifício da estação
Originalmente, a estação estava instalada num edifício pequeno e simples; em princípios do Século XX, tornou-se insuficiente para o crescimento que se verificou no movimento ferroviário, o que forçou à modificação e alargamento do edifício, entre 1915 e 1916.[5] Em Fevereiro de 1916, as obras estavam muito adiantadas, e em Abril podiam-se considerar quase terminadas.[9] O novo edifício foi construído no estilo tradicional português[6], tendo sido enfeitado em 1916 com vários painéis de azulejos, seguindo a tendência que se verificava nessa altura para decorar as gares ferroviárias.[5] Esta intervenção foi levada a cabo por Licínio Pinto e Francisco Pereira, utilizando azulejos da Fábrica Fonte Nova.[10] Esta remodelação foi envolta em polémica, devido ao facto do plano original incluir, lado a lado, retratos de José Estevão e Manuel Firmino; assim, decidiu-se retratar apenas este último e D. José de Salamanca y Mayol, que possuía a concessão das obras na Linha do Norte.[5]
Ligação à rede do Vouga
Por alvarás de 11 de Julho de 1889 e 23 de Maio de 1901, Francisco Pereira Palha foi autorizado a construir um caminho de ferro de via estreita entre Torredeita, na Linha do Dão, e Espinho, na Linha do Norte, com um ramal para Aveiro; o projecto foi aprovado em 30 de Outubro de 1903, e a concessão foi passada para a Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l'Étranger por um decreto de 17 de Março de 1906.[11] O traçado foi posteriormente alterado, e em 8 de Setembro de 1911 entrou ao serviço o troço de Sernada do Vouga a Aveiro.[11] Quando foi planeado o troço da rede ferroviária do Vouga até Aveiro, ficou programado que a estação já existente iria ficar comum a ambas as linhas, não estando previstos quaisquer ramais até à Ria de Aveiro.[12]
Após a inauguração do Ramal de Aveiro, verificou-se que o transporte de sal e outras mercadorias desde a margem até à estação se fazia com muita dificuldade, num percurso de quase 2 quilómetros em carros de bois, pelo que, em 1912, entrou ao serviço um ramal até à ria.[12] O Decreto 12.682, de 15 de Novembro de 1926, adicionou ao plano ferroviário do Norte do Mondego duas vias férreas a sair da estação de Aveiro; a primeira seria até Cantanhede, constituindo a continuação do Ramal de Aveiro, e a segunda iria até ao Canal de São Roque.[13][11]
Em 3 de Outubro de 1932, iniciaram-se oficialmente as obras de construção da barra de Aveiro, tendo sido instalado um ramal para o transporte de pedra, especificamente grés vermelho de Eirol e granito de Vila Chã; este ramal tinha o seu princípio na Estação de Aveiro, curvando depois na direcção do Canal de São Roque, onde a pedra era transferida para barcos.[12] Nesse ano, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses instalou um dormitório para o pessoal de serviço, com capacidade para 12 camas; por seu turno, a Companhia do Vouga ampliou as suas vias, de forma a facilitar o serviço no Ramal do Canal de São Roque.[14] Em 1936, esta empresa construiu um novo cais, para transbordo entre as Linhas do Vouga e do Norte.[15] Em Abril de 1932, estava a ser pedida com urgência a construção da linha entre Aveiro e Cantanhede.[16]
Duplicação da via e expansão da estação
Em Dezembro de 1928, já se tinham iniciadas as obras de duplicação da via entre Oliveira do Bairro e Aveiro.[17]
Em 1934, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses construiu um dormitório nesta estação.[18]
Em 1986, a estação foi novamente remodelada, na ocasião das comemorações do 75º aniversário do Ramal de Aveiro; foi, assim, colocado um novo painel de azulejos, assinado por Breda.[5] A origem dos azulejos foi a Fábrica Viçorzette, em Águeda.[5]
Em 1995, a Estalagem da Pateira organizava viagens de comboio entre Aveiro e Macinhata do Vouga, com visita ao núcleo museológico daquela estação.[19]
No ano de 2000, foram colocados mais dois painéis de azulejos, nas instalações sanitárias; o autor foi F. Lista, e os azulejos vieram da Fábrica Artecer, de Vila Nova de Gaia.[5]
A Estação no Século XXI
Em finais de 2004, foi anunciado que o título intermodal Andante, gerido por várias empresas de transportes na região do Porto, incluindo o operador Comboios de Portugal, iria ser prolongado até à Estação de Aveiro; esta medida teve como objectivo facilitar as deslocações nesta região, e impulsionar o uso do transporte público.[20]
Em Agosto de 2005, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto, declarou que a nova estação ferroviária de Aveiro iria entrar em funcionamento na primeira semana de Outubro, passando o antigo edifício a pertencer à Autarquia.[21] No entanto, as bilheteiras continuaram a funcionar na antiga estação, e, até Abril do ano seguinte, não existiam lojas a funcionar na nova gare.[22]
Ainda em 2005, foi adjudicada a construção de uma avenida, a ligar a estação à zona da Esgueira; esta obra, cuja execução esteve prevista para Setembro teve um orçamento de 100 mil euros.[21] Um túnel rodoviário sob a estação foi inaugurado a 6 de Outubro, mas o tráfego automóvel só se fez num sentido até 19 de Dezembro, quando abriu em ambos os sentidos.[23]
Em Maio de 2006, o presidente da Câmara de Aveiro, Élio Maia, anunciou que se iria instalar uma Colecção de Arte Contemporânea no antigo edifício da Estação de Aveiro[24]; no entanto, este processo ainda se encontrava em negociações em Abril de 2010, estando, nesta altura, previsto um acordo para breve.[25]
A antiga estação fez parte do circuíto turístico City Tour, organizado pela Região de Turismo de Aveiro em Julho de 2006.[26]
A ligação ferroviária de Alta Velocidade a Aveiro foi discutida em Outubro de 2006, tendo-se previsto uma decisão sobre este assunto apenas no final desse ano; foi, no entanto, demonstrado que era exequível utilizar a estação ferroviária já existente como interface para os serviços de alta velocidade.[27]
Movimento de mercadorias
Em 1972, esta estação recebia sal, expedido de Vila Real de Santo António, Fuseta, Castro Marim e de Tavira, em regime de grandes volumes (vagões completos).[28]
Ver também
Referências
- ↑ «Aveiro - Linha do Norte». Rede Ferroviária Nacional. Consultado em 29 de Julho de 2011
- ↑ «Directório da Rede 2012». Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. 75 páginas
- ↑ «Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004. 81 páginas
- ↑ «Estação ferroviária de Aveiro». Rádio Televisão Portuguesa. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o «Painéis Azulejares da Estação de Caminhos de Ferro de Aveiro». Câmara Municipal de Aveiro. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ a b NUNES, José de Sousa (16 de Junho de 1949). «A Via e Obras nos Caminhos de Ferro em Portugal» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 62 (1476): 418-422. Consultado em 14 de Novembro de 2014
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1681): 9-12. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1226). 16 de Janeiro de 1939. pp. 81–85. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1231). 1 de Abril de 1939. pp. 202–204. Consultado em 8 de Março de 2014
- ↑ Pereira, 1995:418-419
- ↑ a b c TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Lisboa. Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1686): 133-140. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ a b c SOUSA, José Fernando de (16 de Agosto de 1935). «As Obras da Barra de Aveiro» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1144): 347, 348. Consultado em 8 de Agosto de 2013
- ↑ PORTUGAL. Decreto n.º 12:682, de 15 de Novembro de 1926. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos, Paços do Governo da República. Publicado no Diário da República n.º 258, Série I, de 18 de Novembro de 1926.
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1081): 10, 13. 1 de Janeiro de 1933. Consultado em 20 de Maio de 2010
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1180). 98 páginas. 16 de Fevereiro de 1937. Consultado em 8 de Agosto de 2013
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1238). 16 de Julho de 1939. 345 páginas. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1236). 16 de Junho de 1939. pp. 299–300. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1239). 1 de Agosto de 1939. pp. 356–357. Consultado em 4 de Abril de 2014
- ↑ ORDÓÑEZ, José Luis (Julho - Agosto de 1995). «Turismo ferroviario en los valles portugueses del Duero y Vouga». Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. Via Libre (em espanhol). 32 (378): 75-76. ISSN 1134-1416 Verifique data em:
|data=
(ajuda) - ↑ FONSECA, Margarida (11 de Dezembro de 2004). «Andante dará para viajar de comboio até Aveiro e Braga». Jornal de Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ a b «Nova estação da CP de Aveiro pronta em Outubro». Portugalmail. 31 de Agosto de 2005. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ «Lojas na estação em Abril». On Line News. 2 de Março de 2006. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ «Abertura total do túnel na segunda-feira». On Line News. 13 de Dezembro de 2005. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ «Estação recebe Colecção de Arte Contemporânea». On Line News. 12 de Maio de 2006. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ ALMEIDA, Júlio (11 de Abril de 2010). «Avenida da arte está à espera de cedência da estação da cp». Diário de Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ MAXIMINO, José (3 de Agosto de 2006). «City tour procurado por 2500 turistas em Julho». Jornal de Notícias. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ «TGV: terceira travessia do Tejo poderá vir a ser também rodoviária». Público. 28 de Outubro de 2006. Consultado em 21 de Maio de 2010
- ↑ Cavaco, 1976:438
Bibliografia
- CAVACO, Carminda (1976). O Algarve Oriental. As Vilas, O Campo e o Mar. II. Faro: Gabinete de Planeamento da Região do Algarve. 204 páginas Parâmetro desconhecido
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ignorado (|volume=
) sugerido (ajuda) - PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. III. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN 972-42-1225-4 Parâmetro desconhecido
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ignorado (|volume=
) sugerido (ajuda)
Ligações externas
- «Página sobre a Estação de Aveiro, no sítio electrónico da operadora Comboios de Portugal»
- «Página com fotografias da Estação de Aveiro, no sítio electrónico Railfaneurope» (em inglês)
- «Página sobre a Estação de Aveiro, no sítio electrónico Wikimapia»