Frei Cipriano da Cruz: diferenças entre revisões

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==Vida / Obra==
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[[File:Frei Cipriano da Cruz Pieta 2 IMG 0594.JPG|thumb|300px|''Pietá'', 1685-1690]]
Em 1676 ingressou no [[Mosteiro de Tibães]], [[Ordem de São Bento]]; foi aí que morreu, após uma vida dedicada à produção de imagens em barro, pedra e madeira. Frei Cipriano da Cruz foi um dos escultores portugueses mais importantes da sua época. Na sua obra destaquem-se, por exemplo: São Miguel Arcanjo, [[Museu Nacional de Machado de Castro|MNMC]], Coimbra; Imagem de Santa Catarina, [[Capela de São Miguel (Coimbra)|Capela de S. Miguel]], Coimbra; Nossa Senhora da Piedade, 1685-1690, madeira policromada, [[Museu Nacional de Machado de Castro|MNMC]], Coimbra.<ref name="Rodrigues" /><ref>Alcoforado, Ana – '''Museu Nacional Machado de Castro'''. Aveleda, Vila do Conde: QuidNovi, 2011, p. 42-43. ISBN 978-989-554-859-0</ref>
Em 1676 ingressou no [[Mosteiro de Tibães]], [[Ordem de São Bento]]; foi aí que morreu, após uma vida dedicada à produção de imagens em barro, pedra e madeira. Frei Cipriano da Cruz foi um dos escultores portugueses mais importantes da sua época. Na sua obra destaquem-se, por exemplo: ''São Miguel Arcanjo'', [[Museu Nacional de Machado de Castro|MNMC]], Coimbra; Imagem de Santa Catarina, [[Capela de São Miguel (Coimbra)|Capela de S. Miguel]], Coimbra; ''Pietá'' ou ''Nossa Senhora da Piedade'', 1685-1690, madeira policromada, [[Museu Nacional de Machado de Castro|MNMC]], Coimbra.<ref name="Rodrigues" /><ref>Alcoforado, Ana – '''Museu Nacional Machado de Castro'''. Aveleda, Vila do Conde: QuidNovi, 2011, p. 42-43. ISBN 978-989-554-859-0</ref>


Originalmente realizada para a Igreja do Colégio de S. Bento, a imagem de Nossa Senhora da Piedade revela até que ponto o trabalho de Frei Cipriano da Cruz se dividiu entre a proximidade às formulas tradicionais do século XVI, marcadas pelo início da [[contrarreforma]], "''e as exigências formais de uma nova linguagem seiscentista, amplamente [[Barroco|barroca]], em que prevalecem os valores do movimento e do dramatismo e o tratamento monumental dos temas''". Para este escultor, a prioridade prender-se-ia menos com a inventividade do que com a expressividade. Nesta obra, "''a Virgem ergue o rosto para o Céu enquanto Cristo descansa já, lânguido, no seu regaço, num movimento de entrega e fatalidade inéditos na escultura portuguesa. A escala da peça e o tratamento escultórico do pregueado das vestes indicam as novas orientações da escultura sacra, mais virada para a persuasão através dos sentidos''". Sem pôr em causa o caráter convencional da cena, ambas as figuras revelam um acentuado naturalismo. "''É belíssima a expressão da face da Virgem, bem como a modelação, anatomicamente irrepreensível, do corpo do Cristo desfalecido''".<ref name="Pereira" />
Originalmente realizada para a Igreja do Colégio de S. Bento, a imagem de Nossa Senhora da Piedade revela até que ponto o trabalho de Frei Cipriano da Cruz se dividiu entre a proximidade às formulas tradicionais do século XVI, marcadas pelo início da [[contrarreforma]], "''e as exigências formais de uma nova linguagem seiscentista, amplamente [[Barroco|barroca]], em que prevalecem os valores do movimento e do dramatismo e o tratamento monumental dos temas''". Para este escultor, a prioridade prender-se-ia menos com a inventividade do que com a expressividade. Nesta obra, "''a Virgem ergue o rosto para o Céu enquanto Cristo descansa já, lânguido, no seu regaço, num movimento de entrega e fatalidade inéditos na escultura portuguesa. A escala da peça e o tratamento escultórico do pregueado das vestes indicam as novas orientações da escultura sacra, mais virada para a persuasão através dos sentidos''". Sem pôr em causa o caráter convencional da cena, ambas as figuras revelam um acentuado naturalismo. "''É belíssima a expressão da face da Virgem, bem como a modelação, anatomicamente irrepreensível, do corpo do Cristo desfalecido''".<ref name="Pereira" />
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File:Frei Cipriano da Cruz S Miguel 2 IMG 0603.JPG|''São Miguel Arcanjo''
File:Frei Cipriano da Cruz Santa Lutgarda 2 IMG 0589.JPG|''Santa Lutgarda''
File:Frei Cipriano da Cruz Santo Anselmo 2 IMG 0592.JPG|''Santo Anselmo''
File:Frei Cipriano da Cruz Santa Catarina IMG 0661.JPG|''Imagem de Santa Catarina''
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==Bibliografia==
==Bibliografia==
*Pereira, José Fernandes – '''Dicionário de Escultura Portuguesa'''. Lisboa: Editorial Caminho, SA, 2005. ISBN 972-32-1723-8
*Pereira, Paulo – '''Arte Portuguesa: História Essencial'''. Lisboa: Círculo de Leitores; Temas e Debates, 2011. ISBN 978-989-644-153-1
*Smith, Robert C. – '''Frei Cipriano da Cruz escultor de Tibães'''. Elementos para o estudo do Barroco em Portugal. Barcelos, 1968.
*Smith, Robert C. – '''Frei Cipriano da Cruz escultor de Tibães'''. Elementos para o estudo do Barroco em Portugal. Barcelos, 1968.



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Revisão das 12h02min de 23 de novembro de 2014

Frei Cipriano da Cruz
Nascimento c. 1645
Braga
Morte 1716 (71 anos)
Mire de Tibães
Nacionalidade Portugal portuguesa
Área Escultura

Manuel de Sousa, depois apelidado de Frei Cipriano da Cruz (Braga, c. 1645 — Mire de Tibães, 1716) foi um monge beneditino e escultor português.[1][2]

Vida / Obra

Pietá, 1685-1690

Em 1676 ingressou no Mosteiro de Tibães, Ordem de São Bento; foi aí que morreu, após uma vida dedicada à produção de imagens em barro, pedra e madeira. Frei Cipriano da Cruz foi um dos escultores portugueses mais importantes da sua época. Na sua obra destaquem-se, por exemplo: São Miguel Arcanjo, MNMC, Coimbra; Imagem de Santa Catarina, Capela de S. Miguel, Coimbra; Pietá ou Nossa Senhora da Piedade, 1685-1690, madeira policromada, MNMC, Coimbra.[2][3]

Originalmente realizada para a Igreja do Colégio de S. Bento, a imagem de Nossa Senhora da Piedade revela até que ponto o trabalho de Frei Cipriano da Cruz se dividiu entre a proximidade às formulas tradicionais do século XVI, marcadas pelo início da contrarreforma, "e as exigências formais de uma nova linguagem seiscentista, amplamente barroca, em que prevalecem os valores do movimento e do dramatismo e o tratamento monumental dos temas". Para este escultor, a prioridade prender-se-ia menos com a inventividade do que com a expressividade. Nesta obra, "a Virgem ergue o rosto para o Céu enquanto Cristo descansa já, lânguido, no seu regaço, num movimento de entrega e fatalidade inéditos na escultura portuguesa. A escala da peça e o tratamento escultórico do pregueado das vestes indicam as novas orientações da escultura sacra, mais virada para a persuasão através dos sentidos". Sem pôr em causa o caráter convencional da cena, ambas as figuras revelam um acentuado naturalismo. "É belíssima a expressão da face da Virgem, bem como a modelação, anatomicamente irrepreensível, do corpo do Cristo desfalecido".[1]

Bibliografia

  • Pereira, José Fernandes – Dicionário de Escultura Portuguesa. Lisboa: Editorial Caminho, SA, 2005. ISBN 972-32-1723-8
  • Pereira, Paulo – Arte Portuguesa: História Essencial. Lisboa: Círculo de Leitores; Temas e Debates, 2011. ISBN 978-989-644-153-1
  • Smith, Robert C. – Frei Cipriano da Cruz escultor de Tibães. Elementos para o estudo do Barroco em Portugal. Barcelos, 1968.


Referências

  1. a b Pereira, Paulo – Arte Portuguesa: História Essencial. Lisboa: Círculo de Leitores; Temas e Debates, 2011, p. 640, 641. ISBN 978-989-644-153-1
  2. a b Manuel Augusto Rodrigues (1980). «Frei Cipriano da Cruz, Imagem de Santa Catarina da Capela da Universidade de Coimbra» (PDF). Separata do Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra, vol. 4. Consultado em 17 de novembro de 2014 
  3. Alcoforado, Ana – Museu Nacional Machado de Castro. Aveleda, Vila do Conde: QuidNovi, 2011, p. 42-43. ISBN 978-989-554-859-0
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