Ceticismo antigo: diferenças entre revisões
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'''Ceticismo filosófico''' ({{lang-gr|σκέψις - ''skepsis''}}, {{lang-pt|"investigação"}}) é tanto uma [[escola de pensamento]] [[Filosofia|filosófico]] quanto um método que atravessa disciplinas e culturas. Muitos céticos examinam criticamente os sistemas de significado de sua época e este exame muitas vezes resulta em uma posição de ambiguidade ou dúvida.<ref group="ref." name="Farlex"/> Na Antiguidade, o ceticismo filosófico é a designação das doutrinas criadas pelos filósofos gregos [[Pirro de Élis]] (séc. III a. C.) ( ceticismo pirrônico ou [[pirronismo]]) e [[Carnéades de Cirene]] (séc. II a. C.) (ceticismo acadêmico). E posteriormente desenvolvidas por alguns nomes principais, como [[Enesidemo]] (séc. I a. C.), [[Clitomáco]] (séc. I a. C) e [[Sexto Empírico]] (séc. I a. C.). A [[doutrina]] é caracterizada principalmente pela adoção do princípio da antilogia,{{Nota de rodapé|Oposição entre argumentos equipolentes que forme uma contradição aparente de idéias, resumida na fórmula geral: a todo argumento se opõe outro de igual força.}} que, no plano moral, conduzia à epoké,{{Nota de rodapé|Suspensão do juízo.}} seguida da ataraxia.{{Nota de rodapé|Estado de completa ausência de perturbações ou inquietações da mente alcançado pela suspensão do juízo.}}<ref group="ref." name="Dic_Aur"/><ref group="ref." name="Empírico"/> |
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O ceticismo filosófico, tanto o pirrônico.{{Nota de rodapé|O pirrônico é aquele que nada afirma sobre a verdade, mas continua a busca-la e investiga-la [ceticismo pirrônico].}} quanto o acadêmico,{{Nota de rodapé|O acadêmico é aquele que considera a verdade inaccessível [ceticismo acadêmico].}} realizam um exame crítico dos sistemas dogmáticos.{{Nota de rodapé|O dogmático é aquele que afirma ter descoberto a verdade [filosofia dogmática].}}<ref group="ref." name="Empírico"/> |
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O ceticismo filosófico se distingue do ceticismo metodológico no sentido em que o ceticismo filosófico é uma abordagem que nega a possibilidade de certeza no conhecimento, enquanto que o ceticismo metodológico é uma abordagem que submete todos os conhecimentos ao [[escrutínio]], com o objetivo de separar a verdade de afirmações falsas |
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e burras e sem graças. |
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O cético é aquele que, insatisfeito com as irregularidades do mundo, saiu a procura de explicações que o levasse a verdades sobre como entender e resolver estas irregularidades. De posse da verdade o cético esperaria alcançar, enfim, paz de espírito. Porém nenhum sistema filosófico que ele estudou foi capaz de lhe proporcionar qualquer certeza absoluta sobre os objetos de estudo. Ainda por cima, para todo sistema dogmático que afirmava ter descoberto a verdade, havia sempre um outro sistema dogmático oposto ao primeiro e igualmente convincente (antilogia) que também dizia ter encontrado a verdade. Diante destas contradições e incertezas, e da até então impossibilidade de alcançar uma explicação absolutamente verdadeira, o cético decidiu por suspender seus juízos (epoké), encontrando assim, paz de espírito (ataraxia), que antes ele esperava alcançar de posse da verdade."<ref group="ref." name="Smith"/> |
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<ref group="ref." name="Smith">Org. de Plínio Junqueira Smith e Waldomiro Silva Filho, ''Ensaios sobre o ceticismo'' - ISBN 9788598325507</ref> |
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Revisão das 20h57min de 12 de dezembro de 2014
Ceticismo filosófico (em grego: σκέψις - skepsis, em português: "investigação") é tanto uma escola de pensamento filosófico quanto um método que atravessa disciplinas e culturas. Muitos céticos examinam criticamente os sistemas de significado de sua época e este exame muitas vezes resulta em uma posição de ambiguidade ou dúvida.[ref. 1] Na Antiguidade, o ceticismo filosófico é a designação das doutrinas criadas pelos filósofos gregos Pirro de Élis (séc. III a. C.) ( ceticismo pirrônico ou pirronismo) e Carnéades de Cirene (séc. II a. C.) (ceticismo acadêmico). E posteriormente desenvolvidas por alguns nomes principais, como Enesidemo (séc. I a. C.), Clitomáco (séc. I a. C) e Sexto Empírico (séc. I a. C.). A doutrina é caracterizada principalmente pela adoção do princípio da antilogia,[nota 1] que, no plano moral, conduzia à epoké,[nota 2] seguida da ataraxia.[nota 3][ref. 2][ref. 3]
O ceticismo filosófico, tanto o pirrônico.[nota 4] quanto o acadêmico,[nota 5] realizam um exame crítico dos sistemas dogmáticos.[nota 6][ref. 3]
O cético é aquele que, insatisfeito com as irregularidades do mundo, saiu a procura de explicações que o levasse a verdades sobre como entender e resolver estas irregularidades. De posse da verdade o cético esperaria alcançar, enfim, paz de espírito. Porém nenhum sistema filosófico que ele estudou foi capaz de lhe proporcionar qualquer certeza absoluta sobre os objetos de estudo. Ainda por cima, para todo sistema dogmático que afirmava ter descoberto a verdade, havia sempre um outro sistema dogmático oposto ao primeiro e igualmente convincente (antilogia) que também dizia ter encontrado a verdade. Diante destas contradições e incertezas, e da até então impossibilidade de alcançar uma explicação absolutamente verdadeira, o cético decidiu por suspender seus juízos (epoké), encontrando assim, paz de espírito (ataraxia), que antes ele esperava alcançar de posse da verdade."[ref. 4]
Notas
- ↑ Oposição entre argumentos equipolentes que forme uma contradição aparente de idéias, resumida na fórmula geral: a todo argumento se opõe outro de igual força.
- ↑ Suspensão do juízo.
- ↑ Estado de completa ausência de perturbações ou inquietações da mente alcançado pela suspensão do juízo.
- ↑ O pirrônico é aquele que nada afirma sobre a verdade, mas continua a busca-la e investiga-la [ceticismo pirrônico].
- ↑ O acadêmico é aquele que considera a verdade inaccessível [ceticismo acadêmico].
- ↑ O dogmático é aquele que afirma ter descoberto a verdade [filosofia dogmática].