Estaleiros Navais de Viana do Castelo: diferenças entre revisões

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==Navios construídos==
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Ao longo da sua história, os ENVC construiram mais de 200 navios de todos os tipos. Dos mais recentes, ou ainda em construção, destacam-se:
Ao longo da sua história, os ENVC construiram mais de 200 navios de todos os tipos. Dos mais recentes, ou ainda em construção, destacam-se:
*[[Caso do navio Atlântida|Ferry de passageiros Atlântida]]
*Navios de Cruzeiro Fluvial e Costeiro de 90 t ''Algarve Cruiser'' e ''Douro Queen''
*Navios de Cruzeiro Fluvial e Costeiro de 90 t ''Algarve Cruiser'' e ''Douro Queen''
*Ferry de Passageiros de 800 t ''Lobo Marinho''
*Ferry de Passageiros de 800 t ''Lobo Marinho''
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*Porta-contentores de {{formatnum:8000}} t ''Industrial Diamond''
*Porta-contentores de {{formatnum:8000}} t ''Industrial Diamond''
*Navios ''Reefer'' (transporte de contentores + porão frigorífico) de {{formatnum:15000}} t ''Carmel Ecofrech'' e ''Carmel Bio-Top''
*Navios ''Reefer'' (transporte de contentores + porão frigorífico) de {{formatnum:15000}} t ''Carmel Ecofrech'' e ''Carmel Bio-Top''

==Ver também==
* [[Caso do navio Atlântida]]


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Revisão das 17h41min de 26 de janeiro de 2015

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) são uma sociedade anónima, actualmente de capitais maioritarimente públicos, vocacionada para a construção e reparação naval.

Infraestruturas

Os ENVC estão instalados na área portuária de Viana do Castelo. Presentemente, as suas infraestruturas principais incluem:

  • Cais de amarração de 300 m
  • 2 cais de aprestamentos, cada um com 190 m
  • Doca seca de 127 X 18 m
  • Doca seca de 203 X 30 m
  • Plataforma de construção de 140 X 30 m
  • Carreira de lançamento de 120 x 40 m

História

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo foram criados em Junho de 1944, por incentivo do Governo, que pretendia um desenvolvimento e modernização da frota de pesca portuguesa de longo alcance. Os primeiros sócios foram técnicos de construção naval do Porto de Lisboa associados a empresas do ramo da pesca do bacalhau.

Os ENVC começaram pois por se dedicar essencialmente à construção de navios de pesca de longo curso. Posteriormente o seu leque de construções foi-se alargando para navios de outro tipo, incluindo desde ferry-boats a navios de guerra.

Em 1975 os estaleiros foram nacionalizados, passando a ser uma empresa pública. Em 1991, os ENVC são transformados em sociedade anónima, mas mantendo-se o Estado como seu principal accionista.

A 18 de Novembro de 2004 o XVI Governo Constitucional de Portugal firmou com os ENVC um contrato-programa de 300 milhões de euros para a construção de 11 navios para a Marinha Portuguesa, correspondentes a 6 navios da Classe Viana do Castelo e cinco lanchas de fiscalização.[1] Este contrato visava o lançamento dos ENVC no mercado internacional através da comercialização dos navios patrulha oceânica a outras marinhas do mundo. Em 10 de Dezembro de 2013 foi afirmado numa audição parlamentar pelo presidente da Empordef que todas estas tentativas de captação de negócio fracassaram devido ao «deficit de imagem terrível» dos ENVC.[2]

Em Junho de 2009 foi anunciado que a entrega do NRP Viana do Castelo à Marinha de Portugal estaria prevista para Julho desse ano, sendo os atrasos atribuídos a "detalhes de natureza técnica que tiveram de ser afinados para que o modelo cumpra todos os requisitos que são necessários".[3]

Em Abril de 2011, motivada pela inactividade na maior parte dos sectores dos estaleiros e a necessidade de cortar na despesa com o pessoal, os trabalhadores dos estaleiros foram convidados pela administração a ficar em casa nos 4 meses seguintes recebendo 70% do salário.[4]

Em 28 de Agosto de 2011, a empresa detinha dívidas acumuladas de 240 milhões de euros e tinha como única actividade a produção de navios militares como as encomendas pelo estado português dos navios da classe Viana do Castelo[5].

A 5 de Fevereiro de 2012 os estaleiros receberam o primeiro serviço desde Novembro de 2011, com a reparação no valor de 400 mil euros do porta-contentores "Ponta do Sol" da Transinsular.[6]

A 13 de Setembro de 2012 o governo revogou encomenda de construção para a Marinha de seis navios patrulha oceânica da classe Viana do Castelo e cinco lanchas de fiscalização costeira.[7] De acordo com fonte governamental, a revogação "pretende salvaguardar o interesse do Estado" no processo de reprivatização dos estaleiros.

De acordo com o Relatório de Contas de 2012 dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, os contratos de construção de 2 Navios de Combate à poluição e 5 lanchas de fiscalização costeira foi revogado pela Resolução de Conselho de Ministros 79/2012. A actividade comercial dos estaleiros nesse ano limitou-se à conclusão da construção do NRP Figueira da Foz, projecto de dois navios asfalteiros para a empresa petrolífera da Venezuela, e a reparação de 21 navios, que na totalidade rendeu aos estaleiros uma receita de 3 milhões de euros. A quebra de actividade dos estaleiros foi atribuída à "diminuição da actividade económica, com os preços dos fretes a atingirem níveis historicamente baixos", que levou os armadores a "adiarem o mais possível as reparações e, quando não as podiam evitar, [efectuar] apenas o mínimo dos trabalhos, negociando preços e forçando descontos, para além do que era habitual". Em paralelo, é referido também "o colapso a nível europeu do mercado das construções, que levou à entrada no mercado das reparações de muitos estaleiros que anteriormente apenas se dedicavam à actividade de construção", cuja política de preços praticada foi apontada como sendo inferior a entre "30% e 50%" aos preços habituais de mercado.

Em novembro de 2013, foi anunciado que o grupo Martifer vai assumir a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos Estaleiros de Viana, pela qual vai pagar anualmente 415 mil euros, prevendo criar 400 postos de trabalho durante três anos.

No âmbito do concurso público internacional lançado em Agosto "foi adjudicada" à Martifer Energy Systems e à Navalria (Aveiro), subsidiárias da Martifer, a subconcessão da utilização privativa do domínio público e das áreas afectas à concessão dominial atribuída aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo .

Pela subconcessão, que vigorará até 2031 o grupo pagará 415 mil euros por ano, envolvendo a mesma "única e exclusivamente", a utilização dos terrenos, edifícios, infra-estruturas e alguns equipamentos afectos.

Neste processo, contudo, ainda não é conhecido o destino dos trabalhadores dos estaleiros, sendo expectável o recrutamento de parte dos actuais 620[8].

O Estado deverá receber um total de 7,05 milhões de euros em rendas que serão pagas pela Martifer para utilizar os terrenos e o equipamento dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo até 2031. Mas muito antes disso, o Estado terá de pagar até janeiro de 2014 cerca de 30 milhões de euros para despedir os 609 trabalhadores dos estaleiros.

Navios construídos

Ao longo da sua história, os ENVC construiram mais de 200 navios de todos os tipos. Dos mais recentes, ou ainda em construção, destacam-se:

Ver também

Referências

  1. «Marinha e ENVC firmam acordo de 300 milhões de euros». Jornal de Notícias. 18 de novembro de 2004. Consultado em 14 de dezembro de 2013 
  2. «Martifer apenas admitia contratar 160 trabalhadores dos ENVC em Setembro». Público. 10 de dezembro de 2013. Consultado em 20 de dezembro de 2013 
  3. «Armada recebe 'Viana do Castelo' em Julho». Diário de Notícias. 21 de Junho de 2009. Consultado em 15 de dezembro de 2013 
  4. «Estaleiros de Viana mandam trabalhadores para casa 4 meses». 11 de abril de 2011. Consultado em 15 de dezembro de 2013 
  5. «Entrada de grupo europeu pode "salvar" Estaleiros de Viana». Rádio Renascença. 28 de agosto de 2011 
  6. «Estaleiros de Viana receberam o primeiro novo serviço em meses». Jornal de Notíicas. 5 de fevereiro de 2012. Consultado em 16 de dezembro de 2013 
  7. «Estaleiros de Viana. Revogada encomenda de seis patrulhas e cinco lanchas para a Marinha». ionline. 13 de setembro de 2012. Consultado em 14 de dezembro de 2013 
  8. «Martifer fica com Estaleiros de Viana» 

Ligações externas