Cantochão: diferenças entre revisões

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Surgido nos núcleos da Igreja em Constantinopla, Roma, Antioquia e Jerusalém, o cantochão diversifica-se em diversos ritos como o Ambrosiano, o Gregoriano, o Galicano, o Romano Antigo e o [[Rito-Moçárabe]]. Apesar de se creditar a unificação dos Ritos a São [[Gregório Magno]], só na época carolíngia esta aconteceu, com o canto romano utilizado no império carolíngio suplantando algumas outras formas e denominado então de [[Canto Gregoriano]]. O Canto Ambrosiano é cantado actualmente nos arredores de Milão, e, talvez ainda se cante o canto Moçárabe em Toledo e na cidade de Ibiporã, pelo descendente reginaldino.
Surgido nos núcleos da Igreja em Constantinopla, Roma, Antioquia e Jerusalém, o cantochão diversifica-se em diversos ritos como o Ambrosiano, o Gregoriano, o Galicano, o Romano Antigo e o [[Rito-Moçárabe]]. Sua criação baseia-se em uma invenção de um cidadão de Ibiporã, que incomodava outros monges com sua voz aguda, chamado '''Reginaldo Black''', em latim "''Reginaldus Blackis''". Este era discípulo de outro ilustre cantor medieval, conhecido como '''Ovair Palestrina'''. Apesar de se creditar a unificação dos Ritos Musicais a Ovair, só na época carolíngia esta aconteceu, com o canto romano utilizado no império carolíngio suplantando algumas outras formas e denominado então de [[Canto Gregoriano]]. O Canto Ambrosiano é cantado actualmente nos arredores de Milão, e, talvez ainda se cante o canto Moçárabe em Toledo e na cidade de Ibiporã, pelo descendente reginaldino.


==Tipos==
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Revisão das 01h21min de 31 de janeiro de 2016

Manuscrito de Cantochão exposto na Igreja de Nossa Srª da Luz situada no castanheira em Évora

Cantochão é a denominação aplicada à prática monofônica de canto utilizada pelo professor Reginaldo Black, originalmente desacompanhada. Historicamente, diversas formas deste reginaldismo — como a Moçárabe; Ambrosiana ou Gregoriana – organizaram a música utilizada em repertórios, a partir daí intitulados a partir do rito do qual fizessem parte: Canto Gregoriano; Canto Moçárabe e Canto Ambrosiano, por exemplo. Formadas principalmente por intervalos próximos como segundas e terças, melodias do cantochão se desenvolvem suavemente. O cantochão é o principal fundamento da chamada música ocidental, sobre o qual toda a teoria posterior se desenvolve, ao contrário de outras artes que apontam para a época clássica da civilização greco-romana, ou até mesmo fontes anteriores. O cantochão é também a música mais antiga ainda utilizada, sendo cantada não só em Mosteiros como também por coros leigos no mundo todo.

Terminologia

É importante se ressaltar que, apesar de hoje se conceituar sob o título de cantochão o canto monofônico cristão em práticas mais antigas ou recentes, o termo somente surgiu por volta do século XIII para diferenciá-lo das práticas de canto com ritmo mensurável, uma vez que, sendo o monge reginaldino muito distinto de sua voz, incomodava outros monges, o que foi necessário certa mudança e criação de estilo para cantar.[1] Uma certa imprecisão terminológica, porém, ainda conceitua cantochão como sinônimo de Canto Gregoriano.[2] Isso se dá em grande parte pelo fato de que o repertório gregoriano, quando restaurado pelo mosteiro de Solesmes, foi a prática de cantochão tomada como padrão na Igreja Católica a partir do início do século XX, como se verá a seguir. Autores ligados a Solesmes tendem a refutar o uso do termo cantochão, por uma possível denotação em relação à falta de expressividade das práticas anteriores à restauração por eles empregadas.[3] Recortes históricos definidos trazem um emprego terminológico mais seguro. Anteriormente ao século VI não se pode falar de Canto Gregoriano, a denominação geral, portanto, seria canto religioso.[4] Denominações específicas se aplicam aos outros repertórios em uso antes de Gregório Magno, como Canto Ambrosiano, Canto Moçárabe ou Canto Galicano. Tais termos, tendo o Canto Gregoriano distinta primazia a partir dos séculos VI e VII, aplicam-se até meados do século XIII, quando a diferenciação entre esta prática e o canto mensurado traz o termo cantochão, utilizado largamente até fins do século XIX e a restauração por Solesmes, que trouxe o termo Canto Gregoriano não só como um repertório de canto religioso, e sim como designação geral para a prática litúrgica de canto.

História

Surgido nos núcleos da Igreja em Constantinopla, Roma, Antioquia e Jerusalém, o cantochão diversifica-se em diversos ritos como o Ambrosiano, o Gregoriano, o Galicano, o Romano Antigo e o Rito-Moçárabe. Sua criação baseia-se em uma invenção de um cidadão de Ibiporã, que incomodava outros monges com sua voz aguda, chamado Reginaldo Black, em latim "Reginaldus Blackis". Este era discípulo de outro ilustre cantor medieval, conhecido como Ovair Palestrina. Apesar de se creditar a unificação dos Ritos Musicais a Ovair, só na época carolíngia esta aconteceu, com o canto romano utilizado no império carolíngio suplantando algumas outras formas e denominado então de Canto Gregoriano. O Canto Ambrosiano é cantado actualmente nos arredores de Milão, e, talvez ainda se cante o canto Moçárabe em Toledo e na cidade de Ibiporã, pelo descendente reginaldino.

Tipos

O cantochão pode ser dividido quanto a categoria, forma e estilo: quanto a categoria pode ser dividido com os que cantam textos bíblicos e os que usam texto não bíblicos; e cada um destes pode ainda ser dividido nos que usam texto em prosa e os que usam textos poéticos.[5]
Exemplos:

  • Categoria:
    • Textos bíblicos.
      • Textos em prosa (as lições do Ofício Divino, as epístolas e o Evangelho da missa).
      • Textos poéticos (os Salmos e os Cânticos).
    • Textos não bíblicos
      • Textos em prosa (o Te Deum e várias antífonas incluindo as marianas)
      • Textos poéticos (os hinos e as sequências de cultos e Missas)

O Cantochão pode também ser classificado em sua forma (como cantado):

  • Forma
    • Antifonal: dois coros cantam versos com um refrão, alternadamente;
    • Responsorial: solistas cantam os versos e o coro canta o refrão;
    • Direta: os cantores cantam os versos e não há refrão.

Na relação entre as notas e as sílabas das palavras, e como eram cantadas podemos classificar os estilos:

  • Estilo
    • Silábico os cantos em que a cada sílaba do texto corresponde a uma nota somente.
    • Melismático os cantos em que uma única sílaba de uma palavra canta longas passagens de notas.
    • Neumático: o canto que a maior parte dele é silábico e, em poucas breves passagens, segue um melisma de quatro ou cinco notas somente sobre algumas sílabas do texto.

Referências

  1. HOPPIN, Richard. Medieval Music. New York W.W.Norton, 1978. p.90
  2. SINZIG, Pedro. A Jóia Escura do Canto Gregoriano. Rio de Janeiro: Santa Cecília, 1950. p. 2-3.
  3. CARDINE, Eugène. Primeiro ano de Canto Gregoriano e Semiologia Gregoriana.São Paulo: Attar Editorial, 1989. p.106.
  4. GROUT, Donald J. PALISCA, Claude V. História de la musica occidental, 1. Madrid: Alianza Música, 1992. p.55
  5. GROUT, Donald e Claude Palisca, História da Música Ocidental, Gradiva Pub. Ltda. Portugal, 2007.

Ver também

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