Lúcio Anício Galo: diferenças entre revisões

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=== Consulado (160 a.C.) e anos finais ===
=== Consulado (160 a.C.) e anos finais ===
Anício foi eleito cônsul em 160 a.C. com [[Marco Cornélio Cetego (cônsul em 160 a.C.)|Marco Cornélio Cetego]]. Durante seu mandato foram celebrados os [[jogos romanos|jogos]] funerários de [[Lúcio Emílio Paulo Macedônico]], que contaram com a apresentação da peça ''[[Adelphi (Terêncio)|Adelphi]]'', de [[Terêncio]]<ref>Didascal. ad Terent. Adelph.</ref>. [[Cícero]] conta que este ano era lembrado pela sua excepcional safra de [[vinho]]<ref>[[Cícero]], ''Brutus'' 287.</ref>.
Anício foi eleito cônsul em 160 a.C. com [[Marco Cornélio Cetego (cônsul em 160 a.C.)|Marco Cornélio Cetego]]. Durante seu mandato foram celebrados os [[jogos romanos|jogos]] funerários de [[Lúcio Emílio Paulo Macedônico]], que contaram com a apresentação da peça ''[[Adelphoe]]'', de [[Terêncio]]<ref>Didascal. ad Terent. Adelph.</ref>. [[Cícero]] conta que este ano era lembrado pela sua excepcional safra de [[vinho]]<ref>[[Cícero]], ''Brutus'' 287.</ref>.


Em 155 a.C., foi um dos embaixadores enviados à corte de [[Prúsias II]], [[rei da Bitínia]], para mediar um confronto contra [[Átalo II]], [[rei de Pérgamo]] e aliado de Roma<ref>[[Políbio]], ''[[Histórias (Políbio)|Histórias]]'' 33, 7</ref>. A delegação se encontrou primeiro com Átalo e, depois, com Prúsias, que rejeitou os termos de paz propostos pelos romanos. Quando retornaram à corte de Átalo, os romanos o aconselharam a organizar sua defesa, mas que não iniciasse a guerra. No caminho de volta a Roma, eles dissuadiram os estados que atravessaram de prestarem qualquer apoio a Prúsias<ref>[[Políbio]], ''[[Histórias (Políbio)|Histórias]]'' 33, 12</ref>.
Em 155 a.C., foi um dos embaixadores enviados à corte de [[Prúsias II]], [[rei da Bitínia]], para mediar um confronto contra [[Átalo II]], [[rei de Pérgamo]] e aliado de Roma<ref>[[Políbio]], ''[[Histórias (Políbio)|Histórias]]'' 33, 7</ref>. A delegação se encontrou primeiro com Átalo e, depois, com Prúsias, que rejeitou os termos de paz propostos pelos romanos. Quando retornaram à corte de Átalo, os romanos o aconselharam a organizar sua defesa, mas que não iniciasse a guerra. No caminho de volta a Roma, eles dissuadiram os estados que atravessaram de prestarem qualquer apoio a Prúsias<ref>[[Políbio]], ''[[Histórias (Políbio)|Histórias]]'' 33, 12</ref>.

Revisão das 00h15min de 5 de março de 2016

Lúcio Anício Galo
Cônsul da República Romana
Consulado 160 a.C.

Lúcio Anício Galo (em latim: Lucius Anicius Gallus) foi um político da gente Anícia da República Romana eleito cônsul em 160 a.C. com Marco Cornélio Cetego. Foi o primeiro de sua gente a chegar ao consulado.

Campanhas na Ilíria

Ficheiro:KingdomofGentius.png
Reino de Gêncio (em quadriculado vermelho). Em vermelho, os territórios romanos e aliados. Em azul, o Reino da Macedônia.

Galo foi pretor peregrino em 168 a.C. e recebeu do cônsul Emílio Paulo a condução da Terceira Guerra Ilírica contra Gêncio, rei dos ilírios, que haviam se revoltado contra Roma e se aliado a Perseu da Macedônia (no contexto da Terceira Guerra Macedônica). Ele estava acampado perto de Apolônia e recebeu ordens de se juntar a Ápio Cláudio, que estava perto do rio Genuso, para coordenarem entre si a campanha.

Informado que os piratas ilírios estavam arrasando a costa entre Apolônia e Dirráquio, Lúcio Anício decidiu liderar a frota contra os navios dos piratas, capturando alguns e provocando a fuga dos demais. Logo depois, correu para levar ajuda a Ápio Cláudio e seus aliados bessanitas, que estavam cercados pelas tropas de Gêncio. A notícia da chegada de novas tropas romanas assustou o rei ilírio, que levantou o cerco e se refugiou em sua capital, Scodra, enquanto o resto de seu exército se rendeu aos romanos. Como Lúcio Anício foi clemente com os que se renderam, a maior parte das cidades ilírias se rendeu ao exército romano, o que permitiu que ele rapidamente chegasse em Scodra. À frente das muralhas da cidade, Gêncio perfilou seu exército para enfrentar os romanos, mas foi facilmente derrotado. O rei, aterrorizado, pediu uma trégua de três dias e foi atendido. Gêncio esperava que, neste ínterim, seu irmão Caravâncio conseguisse chegar com reforços. Com a demora e sem apoio dos macedônios, Gêncio abandonou a cidade e foi até o acampamento romano para se render incondicionalmente.

Lúcio Anício então conquistou Scodra e imediatamente liberto os legados aprisionados pelos ilírios e enviou um deles, Marco Perperna, a Roma para informar o Senado da derrota completa de Gêncio, o que levou à declaração de três dias de festividades pela vitória. A campanha inteira durou menos de trinta dias[1][2].

Seu mandato foi prorrogado para o ano seguinte, durante o qual Anício pacificou a região do Epiro e supervisionou a reorganização dos reinos da Ilíria em três pequenas repúblicas[3]. Em 166 a.C., ainda envolvido nas operações no Epiro, voltou para Roma e celebrou seu triunfo sobre Gêncio[4][5].

Consulado (160 a.C.) e anos finais

Anício foi eleito cônsul em 160 a.C. com Marco Cornélio Cetego. Durante seu mandato foram celebrados os jogos funerários de Lúcio Emílio Paulo Macedônico, que contaram com a apresentação da peça Adelphoe, de Terêncio[6]. Cícero conta que este ano era lembrado pela sua excepcional safra de vinho[7].

Em 155 a.C., foi um dos embaixadores enviados à corte de Prúsias II, rei da Bitínia, para mediar um confronto contra Átalo II, rei de Pérgamo e aliado de Roma[8]. A delegação se encontrou primeiro com Átalo e, depois, com Prúsias, que rejeitou os termos de paz propostos pelos romanos. Quando retornaram à corte de Átalo, os romanos o aconselharam a organizar sua defesa, mas que não iniciasse a guerra. No caminho de volta a Roma, eles dissuadiram os estados que atravessaram de prestarem qualquer apoio a Prúsias[9].

Ver também

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Marco Valério Messala

com Caio Fânio Estrabão

Marco Cornélio Cetego
160 a.C.

com Lúcio Anício Galo

Sucedido por:
Cneo Cornélio Dolabela

com Marco Fúlvio Nobilior


Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita XLIV, 3.
  2. Eutrópio IV, 3; Plutarco, Emilius Paulus, XII
  3. Lívio, Ab Urbe Condita XLIV 26
  4. Lívio, Ab Urbe Condita XLIV 35 e 43.
  5. Eutrópio IV, 4
  6. Didascal. ad Terent. Adelph.
  7. Cícero, Brutus 287.
  8. Políbio, Histórias 33, 7
  9. Políbio, Histórias 33, 12

Bibliografia

Fontes primárias

Fontes secundárias