Distopia: diferenças entre revisões

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# Militar: Equilibrium
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# Criminosa: [[Laranja Mecânica (filme)|A Laranja Mecânica]] (1971), Fuga de Nova York
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# Superpopulação: Battle Royale
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# [[Cenário apocalíptico|Pós-apocalíptica]]: Mad Max (1979), [[Planeta dos Macacos|O Planeta dos Macacos]] (1968), A Estrada, [[Divergente (livro)|Divergente]] (2012), Brilho - Em Busca De Um Novo Mundo (2013), [[Maze Runner: Correr ou Morrer]] (trilogia), 2014, Expresso do Amanhã (2013)
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# Conspiração: Divergente (trilogia)
# Conspiracionista: Divergente (trilogia)
# Financeira: O Preço do Amanhã
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# Alienigena: Guerra dos Mundos (1953), [[A Hospedeira]] (2008).
# Alienígena: Guerra dos Mundos (1953), [[A Hospedeira]] (2008).
# Cômica: Brazil (1985), [[Idiocracy|Idiocracia]] (2006)
# Cômica: Brazil (1985), [[Idiocracy|Idiocracia]] (2006)



Revisão das 20h33min de 25 de março de 2016

Distopia ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa"[1]. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade. Nelas, "caem as cortinas", e a sociedade mostra-se corruptível; as normas criadas para o bem comum mostram-se flexíveis. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja do Estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.

Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Nesse aspecto, diferem fundamentalmente do conceito de utopia, pois as utopias são sistemas sociais idealizados e não têm raízes na nossa sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica.

Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Um número considerável de histórias de ficção científica que ocorrem num futuro próximo do tipo das descritas como "cyberpunk", usam padrões distópicos de uma companhia de alta tecnologia dominando um mundo em que os governos nacionais se tornaram fracos.

Origem e significado

O primeiro uso conhecido da palavra 'distopia' apareceu num discurso ao Parlamento Britânico por Gregg Webber e John Stuart Mill, em 1868[2]. Nesse discurso, Mill disse:

"É, provavelmente, demasiado elogioso chamá-los utópicos; deveriam em vez disso ser chamados dis-tópicos ['dis-' do grego antigo δυσ, translit. dys: 'dificuldade, dor'] ou caco-tópicos ['caco-', do grego κακός, translit. kakós: 'mau, ruim']. O que é comumente chamado utopia é demasiado bom para ser praticável; mas o que eles parecem defender é demasiado mau para ser praticável."

Portanto, Mill se referia a um lugar mau, ao oposto de utopia.

Em grego, a partícula δυσ (translit. "dis" ou "dys") exprime 'dificuldade, dor, privação, infelicidade'; a palavra τόπος (translit., topos) significa 'lugar'. Portanto, 'distopia' quer dizer 'lugar infeliz, ruim'. Já a palavra 'utopia' se compõe de ου (translit. ou, latinizado como u-), advérbio de negação, e τόπος, 'lugar'. Assim, utopia significa 'lugar nenhum', e distopia significa 'lugar ruim'.

Traços comuns de uma sociedade distópica

A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente se refere a um futuro imaginado ou a um mundo paralelo no qual a distopia foi engendrada pela ação ou falta de ação humana, por um mau comportamento ou por ignorância.

A literatura distópica costuma apresentar pelo menos alguns dos seguintes traços:

  1. Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.
  2. Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.
  3. Exploram a estupidez coletiva.
  4. O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente alívio de certas carências e privações do indivíduo.
  5. Discurso pessimista, raramente "flertando" com a esperança.
  6. Violência banalizada e generalizada.

Exemplos de Distopia nos livros e cinema

  1. Totalitarista: 1984 (1949), V de Vingança (2005), Jogos Vorazes (trilogia), Brilho - Em Busca De Um Novo Mundo (2013)
  2. Corporativista: Robocop (1987), Clube da Luta (1999), Rollerball (1975)
  3. Tecnológica: O Exterminador do Futuro 2 (1991), Blade Runner (1982), Divergente (trilogia), Admirável Mundo Novo, Brilho - Em Busca De Um Novo Mundo (2013), Maze Runner: Correr ou Morrer (trilogia), 2014
  4. Ambiental: Nausicaä do Vale do Vento (1984)
  5. Anárquica: Jogos Vorazes (trilogia), Divergente (trilogia)
  6. Generalizada: La Belle Verte (1994)
  7. Cibernética: Watch Dogs (2017), Minority Report (2002), Matrix (1999)
  8. Cyberpunk: Aachi & Ssipak, Akira (1988), Avalon, Blade Runner, eXistenZ, Ghost In The Shell (1994), Johnny Mnemonic, Looper, Metropolis, Natural City, Nirvana, Pandorum, Renaissance, Repo Men, RoboCop, Sleep Dealer, O Exterminador do Futuro, Videodrome, Matrix, Surrogates, WALL-E
  9. Consumista: Clube da Luta (1999), Branded (2012)
  10. Pandêmica: 12 Macacos (1995), Filhos da Esperança (2006), Ensaio sobre a cegueira (2008), Maze Runner: Correr ou Morrer (trilogia), 2014
  11. Moral: Beleza Americana (1999), Cisne Negro (2010)
  12. Religiosa: O livro de Eli (2010)
  13. Privativa: Watch Dogs (2017), Tokyo! [seguimento "Shaking Tokyo"] (2008)
  14. Misógena: A Decadência de uma Espécie (1990)
  15. Militar: Equilibrium
  16. Criminosa: A Laranja Mecânica (1971), Fuga de Nova York
  17. Super-populista: Battle Royale
  18. Pós-apocalíptica: Mad Max (1979), O Planeta dos Macacos (1968), A Estrada, Divergente (2012), Brilho - Em Busca De Um Novo Mundo (2013), Maze Runner: Correr ou Morrer (trilogia), 2014, Expresso do Amanhã (2013)
  19. Conspiracionista: Divergente (trilogia)
  20. Financeira: O Preço do Amanhã
  21. Alienígena: Guerra dos Mundos (1953), A Hospedeira (2008).
  22. Cômica: Brazil (1985), Idiocracia (2006)

Referências

  1. JACOBY, Russell. Imagem Imperfeita: Pensamento Utópico para uma Época Antiutópica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 31.
  2. Exploring Dystopia, acessado em 19 de março de 2006. Ver também Trauma: a dystopia of the spirit, por Michael S. Roth.

Ligações externas

Ver também