Dígrafo: diferenças entre revisões

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=== Dígrafos vocálicos ===
=== Dígrafos vocálicos ===
Quando '''"m'''" e '''"n'''" aparecem no final da sílaba, junto a uma vogal - desde que a letra que venha após o ''"m"'' ou ''"n"'' seja uma consoante -, há um dígrafo vocálico que representa uma vogal nasalizada (varia de acordo com a vogal presente junto ao "'''m'''" ou "'''n'''").
Quando '''"m'''" e '''"n'''" aparecem no final da sílaba, junto a uma vogal - desde que a letra que venha após o ''"m"'' ou ''"n"'' seja uma consoante (que não seja "h" ou "y") -, há um dígrafo vocálico que representa uma vogal nasalizada (varia de acordo com a vogal presente junto ao "'''m'''" ou "'''n'''").
Caso a letra que siga o ''"m"'' ou ''"n"'' seja uma vogal ou um "h", passará a existir outra sílaba. '''Exemplos:''' Caminho, Aminoácido, Imolação, Cama, Canavial, Inimigo, Enumeração, Umuarama, Hominídeo, etc.
Caso a letra que siga o ''"m"'' ou ''"n"'' seja uma vogal ou um "h", passará a existir outra sílaba. '''Exemplos:''' Caminho, Aminoácido, Imolação, Cama, Canavial, Inimigo, Enumeração, Umuarama, Hominídeo, etc.



Revisão das 23h09min de 24 de abril de 2016

 Nota: Se procura dígrafo em álgebra, veja quiver.

O dígrafo (do grego di, "dois", e grafo, "escrever") ocorre quando duas letras são usadas para representar um único fonema. Também se pode usar a palavra digrama (di, "dois"; grama, "letra") para descrever essas ocorrências. Isto posto, não se pode dizer que há encontro consonantal nos dígrafos consonantais, pois as letras presentes neles representam apenas uma consoante. Da mesma forma que não se pode dizer que há encontro consonantal nas palavras campo e ponto, pois o "m" e o "n" funcionam essencialmente como sinais de nasalidade da vogal anterior, com o valor de um "til".[1].

Dígrafos da língua portuguesa

Podemos dividir os dígrafos da língua portuguesa em dois grupos: os consonantais e os vocálicos.

Dígrafos consonantais

Ocorre quando temos duas consoantes que formam um som: nh, ss,rr, sc,sç,xc,lh...

Ex.: Milho, palhaço, naa, nascer, exceção, assado, carro...observe que quando pronunciamos esses termos as consoantes grifadas apresentam apenas um som, estejam ou não na mesma sílaba.

Dígrafo Exemplos
ss assunto, assento, isso
sc ascensão, descendente
nao, crea
xc exceção, excesso
xs exsurgir, exsudar
gu guitarra, águia
qu queijo, quilo
lh alho, milho
nh ninho, sonho
ch chuva, China
rr carro, bairro

Tradicionalmente "gu" e "qu" não são considerados dígrafos quando são seguidos da semivogal labiovelar, no entanto, muitos fonólogos estudam que trata-se de um segmento monofonemático complexo, ou seja, consoantes oclusivas velares com coarticulação labial.[2] Uma vez que trata-se da representação de apenas um fonema, não é errado considerar que "gu" e "qu" nesses casos também sejam chamados de dígrafos.

Dígrafos vocálicos

Quando "m" e "n" aparecem no final da sílaba, junto a uma vogal - desde que a letra que venha após o "m" ou "n" seja uma consoante (que não seja "h" ou "y") -, há um dígrafo vocálico que representa uma vogal nasalizada (varia de acordo com a vogal presente junto ao "m" ou "n"). Caso a letra que siga o "m" ou "n" seja uma vogal ou um "h", passará a existir outra sílaba. Exemplos: Caminho, Aminoácido, Imolação, Cama, Canavial, Inimigo, Enumeração, Umuarama, Hominídeo, etc.

Dígrafo Exemplos
am ou an campo, sangue.
em ou en sempre, tento
im ou in limpo, tingir
om ou on rombo, tonto
um ou un bumbo, sunga

Dígrafos de outras línguas

O albanês tem os dígrafos dh, gj, ll, nj, rr, sh, th, xh, zh.

O alemão tem os dígrafos ie, ei, eu, äu, ch, ck, ph, th, o trígrafo sch e os quadrígrafo tsch e dsch

O bielorrusso (alfabeto Łacinka) tem os dígrafos dz, , .

O catalão tem os dígrafos ll, ny, l•l, rr, ss, dz, tz, ig, ix, gu, qu, nc.

O checo tem o dígrafo ch.

O eslovaco tem os dígrafos ch, dz, dž.

O espanhol tem os dígrafos: ch, ll, rr, qu, gu.

O flamengo tem os dígrafos ae, ch, dj, ea, jh, oe, oi, sh, xh e os trígrafos oen, sch, tch.

O francês tem os dígrafos gn, ll, eu, ai, ou, qu, gu, en, au, en, em, on, om, un, um, an, ie, th, ph, ch, nn, mm, tt, ff, cc, gg, ss, os trígrafos eau, aux e o quadrígrafo eaux.

O galês tem os dígrafos ch, dd, ff, ng, ll, ph, rh, th.

O húngaro tem os dígrafos cs, dz, gy, ly, ny, sz, ty, zs e o trígrafo dzs.

O inglês tem os dígrafos ch, gh, th, sh, zh, rh, ph, wh, wr, rr, ow, ea, ee, oo, ou, au, qu, gu, ck, kn, dg, si, ss, ti, pn, ps, pp, sc, ng, nn, tt, ff, mm, ll e os trígrafos tch e ssi

O italiano tem os dígrafos ch, gh, gn, sc, ci, gi e os trígrafos sci e gli.

O lituano tem os dígrafos ch, dz, dž, ie, uo.

O maltês tem o dígrafo .

O polaco tem os dígrafos ch, cz, , dź, sz, rz.

O sueco tem os dígrafos sje (/ɧ/), tje (/ɕ/), ng, lj.

O wymysorys tem o dígrafo ao.

Referências

  1. Dígrafo
  2. Sobre os Ditongos do Português Europeu.  Carvalho, Joana. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Página 20. Citação: A conclusão será que nos encontramos em presença de dois segmentos fonológicos /kʷ/ e /gʷ/, respetivamente, com uma articulação vocálica. Bisol (2005:122), tal como Freitas (1997), afirma que não estamos em presença de um ataque ramificado. Neste caso, a glide, juntamente com a vogal que a sucede, forma um ditongo no nível pós-lexical.Esta conclusão implica um aumento do número de segmentos no inventário segmental fonológico do português.

Ver também