João II de Aragão: diferenças entre revisões

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Revisão das 21h58min de 26 de agosto de 2016

João II
João II de Aragão
Rei de Navarra
Reinado 8 de setembro de 1425
a 20 de janeiro de 1479
Predecessora Branca I (sozinha)
Sucessora Leonor
Co-monarca Branca I (1425–1441)
Rei de Aragão e das Coroas Aragonesas
Reinado 27 de junho de 1458
a 20 de janeiro de 1479
Predecessor(a) Afonso V
Sucessor(a) Fernando II
 
Nascimento 29 de junho de 1398
  Medina del Campo, Castela
Morte 20 de janeiro de 1479 (80 anos)
  Barcelona, Castela
Sepultado em Mosteiro de Poblet, Vimbodí i Poblet, Espanha
Esposas Branca I de Navarra
Joana Henriques
Descendência Carlos, Príncipe de Viana
Branca II de Navarra
Leonor de Navarra
Fernando II de Aragão
Joana de Aragão
Casa Trastâmara
Pai Fernando I de Aragão
Mãe Leonor de Albuquerque
Religião Catolicismo

João II (Medina del Campo, 29 de junho de 1398Barcelona, 20 de janeiro de 1479), apelidado de "o Grande" e "o Sem Fé", foi o Rei de Aragão e das Coroas Aragonesas de 1458 até sua morte, além de Rei de Navarra a partir de 1425 em direito de sua esposa a rainha Branca I. Era filho do rei Fernando I de Aragão e sua esposa Leonor de Albuquerque.

Dominado por sua segunda esposa Joana Henriques, maltratou os filhos de Branca I de Navarra. Quando em 1452 nasceu seu filho Fernando, Joana passou a pressionar o rei para deserdar o primogênito, príncipe Carlos de Viana, filho de Branca, e nomear seu filho como sucessor.

A oposição a este rei se deve a seus pleitos com o filho Carlos de Viana que, despojado do reino, se refugiou na corte de seu tio Afonso IV em Nápoles, o qual o nomeara, em seu testamento, sucessor de João. Morto o rei Afonso, Carlos refugiou-se em Maiorca. João II desejava casá-lo com Isabel de Castela, mas o desembarque de Carlos em Barcelona, entusiasticamente recebido, fez com que o pai o mandasse prender em 1460. Foi tal a indignação na Catalunha que a Generalitat, dado que o rei não cumprira as leis, exigiu do rei a nomeação de Carlos de Viana como herdeiro. A Generalitat se enfrentou militarmente ao rei, que capitulou em fevereiro de 1461, deixando o filho em liberdade e assinando seu reconhecimento em 21 de junho de 1461. Em 23 de setembro de 1461, porém, o príncipe Carlos de Viana morreu de um "mal de costado" (nome dado à pleurisia). Os catalães, indignados, ofereceram a coroa ao rei francês Luís XI, que a recusou.

Em 1462 aconteceu a revolta dos remençes ou agricultores em terras de propriedade alheia. A Generalitat enfrentou a revolta e o rei se posicionou contra a Generalitat, solicitando ajuda ao rei francês mediante pagamento de 200.000 escudos e a cessão dos direitos reais sobre o Rossilhão e a Cerdaña. As tropas francesas invadiram, tendo início uma guerra civil entre o rei e a Generalitat. A Generalitat ofereceu a coroa ao rei de Castela Henrique IV, que a conservou um ano (1462-1463). As cortes catalãs elegeram então rei de Aragão D. Pedro de Portugal, Condestável de Portugal, filho do regente, infante D. Pedro e neto do Conde de Urgel, que partencia à família real aragonesa por sua mãe Dona Isabel de Aragão, filha de Don Jaume ou Jaime II, Conde de Urgel, pretendente ao trono. Pedro de Portigal tomou posse do condado em 21 de janeiro de 1464 mas morreu em Granollers em 29 de junho de 1466 de modo suspeito, antes de ter consolidado a sua posição. A comitiva fúnebre que transportou o corpo para Barcelona era presidida por Mossen Francesc Colom. Pedro de Portugal era escritor de mérito, a quem se atribui a autoria de muitas obras.

A coroa foi a seguir oferecida a Reiner, René ou Renato de Anjou, antigo pretendente à coroa de Nápoles, irmão de Luís de Anjou, um dos que disputaram a sucessão de Don Martín. Embora cego e com 70 anos, René aceitou e mandou a Barcelona seu filho João, Duque de Lorena, tomar posse em seu nome como lugar-tenente geral do principado o que foi realizado em 31 de agosto de 1467.

Em dezembro de 1469 João morreu em Barcelona. O rei Renato infringiu derrotas ao rei João II e a seu filho Ferran ou Fernando (futuro Fernando II) mas morreu, por sua vez, em 1480. Em dez anos a coroa da Catalunha-Aragão tinha passado por quatro reis!

Na guerra entre o rei João II e a Generalitat em 28 de fevereiro de 1465, em Gelida, na vitória real, foi aprisionado Rodrigo de Bobadilla, que combatia pelo rei, e que mais tarde tanto teria a ver com Colom (os Colom lutavam pela Generalitat). Os catalães recusaram reconhecer João II até 22 de dezembro de 1472, dia em que fez sua entrada solene em Barcelona, onde jurou e confirmou solenemente os foros da Catalunha. A paz fora acordada em 16 de outubro de 1472. Jurando as Constituciones, aprovava-se a atuação da Generalitat. O Rossilhão e os territórios cedidos à França, porem, só seriam recuperados em 1493.

Casamentos e posteridade

Casou primeiro em 18 de janeiro de 1420 em Pamplona com Branca de Evreux chamada ainda Branca da Navarra nascida em 1391 e morta em 3 de abril de 1441 em Santa María de Nieva. Foi co-reinante da Navarra em 1425 pois era filha de Carlos III o Nobre, Rei de Navarra em 1387, e da Infanta Leonor de Castela (1363-1415). Tiveram quatro filhos, entre eles Don Carlos, Príncipe de Viana, que, cruelmente atormentado pelo pai, morreu em Barcelona em 23 de Dezembro de 1461, aos 40 anos; Blanca,que morreu envenenada; sua irmã Doña Leonor, condessa de Foix, que dizem ter sido sua envenenadora.

Casou em segundas núpcias em Torrelobaton em 1 de abril de 1444 (ou 1447) com mulher que não era de família nobre e dizem os historiadores espanhóis ter sangue judeu ou cigano: Doña Juana Enriquez ou Joana Henriques, nascida em Barcelona em 1425 e morta em 13 de fevereiro de 1468 em Saragoça. Era senhora de Casarrubios, filha de Fadrique Enriquez (?-23 de dezembro de 1473), Almirante de Castela, Conde de Melgar e Rueda, o qual em 1430 casara com Mariana Ayala de Cordoba (?-1431), senhora de Casarrubios (depois casou com Teresa Fernandes de Quinones, filha de Diego Fernandez de Quinones, senhor de Luna). Tiveram quatro filhos.

1 - primogênito, Carlos ou Carlos de Viana nascido de Branca de Navarra em Penafiel em 29 de maio de 1421 e morto em 23 de setembro de 1461 em Barcelona. Príncipe de Viana, foi cruelmente atormentado pelo pai e pela madrasta. Casou em 30 de setembro de 1439 em Olite com Agnes de Clèves (nascida em 24 de fevereiro de 1422 e morta em 6 de abril de 1448 em Olite), filha de Adolfo I (?-1492) Duque de Cleves, cuja segunda esposa em 1453 seria Beatriz de Portugal (1435-fevereiro de 1462), filha de Pedro de Coimbra (9.12.1392-?) Regente de Portugal, e de Isabel de Aragão (1409-?). Não tendo deixado da esposa posteridade alguma, após sua morte, as cortes catalãs elegeram Rei de Aragão D. Pedro de Coimbra, Condestável de Portugal.

2 - Joana (1423-22 de agosto de 1425 em Olite), Infanta de Aragão.

3 - Infanta Branca de Aragão-Navarra, nascida em Olite em 9 de junho de 1424 e morta em 2 de dezembro de 1464, em Orthez. Princesa de Viana; Rainha de Castela, Leão, Astúrias, Galícia porque em 16 de setembro de 1440 Valladolid (anulado em 1453, sem consumar) casou com Henrique IV (nascido em Valladolid 1425 e morto em 1474 Madrid), o Impotente, Rei de Castela e Leão em 1454. Deserdada pelo pai e pelo irmão Carlos, Príncipe de Viana, foi por ele entregue à irmã Leonor, esposa de Gastão IV Febus, Conde de Foix, e morreu na prisão, consta que envenenada pela irmã.

4 - Infanta Leonor de Navarra ou Leonor de Aragão nascida em 2 de setembro de 1425 e morta em 25 de julho de 1479 em Tudela. Rainha e herdeira da Navarra em 1464-1479. Casou em 30 de julho de 1476 com Gastão IV de Grailly (1425-1472), Conde de Foix e de Bigorra. O pai, que conservara (sem o dever) o trono da Navarra mesmo depois de enviuvar, deserdou os dois filhos mais velhos em benefício do casal e Leonor administrou a Navarra como queria o pai (1464-79). Só foi proclamada rainha por morte dele, 1479. Ela mesma morreu um mês depois. Teria mandado envenenar sua irmã Branca.

5 - da segunda esposa, Joana, a Infanta Joana de Aragão, nascida em Barcelona 1454 e morta em 9 de janeiro de 1517 Nápoles). Rainha de Nápoles, Rainha titular de Jerusalém porque em 1476 casou com Ferrante ou Fernando I de Nápoles (1423-1494), bastardo do rei Afonso V de Aragão (1412-58) o Magnânimo Rei de Nápoles, Sicília e Aragão.

6 - Infanta Leonor, nascida em 1446 ou 1448, cedo morta.

7 - Infanta Maria (nascida e morta em 1455.

8 - Fernando II de Aragão (Sos 1452-1516 Madrigalejo) o Católico Rei de Aragão, da Sicília e Nápoles, rei consorte Fernando V de Castela 1474-1504.

Teve ainda filhos bastardos:

A - de Leonor de Escobar, filha de Alfonso Rodríguez de Escobar, Cavaleiro Fidalgo de Tierra de Campos, Alcaide-Mor dos Domínios do Rei D. João II de Aragão em Castela[1]: Afonso de Aragão (1417-1495) primeiro Duque de Villahermosa Grande de Aragão em 1476, primeiro Conde de Ribagorza, Senhor e Conde de Cortes e Senhor de Igualada. Gozou injustamente por certo tempo do cargo de 26.º Mestre da Ordem de Calatrava. Foi Capitão-General do Exército do Reino de Navarra, Generalíssimo das Armas, Capitão-General do Principado da Catalunha, Vice-Rei, Governador e Capitão-General dos Reinos de Castela e Leão. Casou com mais de 60 anos em 1477 com Leonor de Sotomayor y Portugal, primeira Duquesa de Cortes, filha de Juan de Sotomayor, Reposteiro-Mor dos Reis Católicos, e de sua mulher D. Isabel de Portugal, da qual teve um filho, Afonso de Aragão, 2.º Duque de Villahermosa, etc, falecido em 1513, solteiro e sem geração, e Maria de Aragão, casada com Roberto de San Severino, 3.º Príncipe de Salerno e Conde de Mersico, com geração extinta. Dizem em Espanha: «El Rey Don Juan de Aragão y Navarra tuvo amores con una judía [Sefardita] convertida y penitenciada en Saragoça, llamada María de Juncos [o Junquers], apodada La Coneja, y tuvieron a Don Afonso de Aragão e de Escobar (1417 - 1495), de quien descienden los Duques de Villahermosa, los duques [condes y marqueses] de Albeyda, los condes de Guelves [Gelves]. Un Duque de Villahermosa, Don Francisco de Aragão, se casó también con una hija de Zapata, judío muy rico, recién convertido.» Na realidade, María Junquers, falecida em 1506, era uma Donzela Nobre Catalã, filha de Mosen Bernardo Junquers, Castelão de Rosses, na Catalunha e Embaixador de D. João II de Aragão ao Duque de Milão Francesco Sforza. Dela, Afonso de Aragão teve dois filhos: João de Aragão, 1.º Duque de Luna e 2.º Conde de Ribagorza, e Leonor de Aragão, casada em Valência del Cid em 1477 com Jaime de Milà y Borja, Senhor da Baronia de Albayda e 1.º Conde de Albayda em 1478, em atenção ao seu casamento, com geração.[2]

B - de uma senhora castelhana, Doña Fulana de Avellaneda: João de Aragão (1429-1475 Albalate de Cinca) Bispo de Saragoça.

C - de uma jovem natural da Navarra, da família dos Ansas, três bastardos: Fernando (?-1452) morto cedo, Leonor de Aragão, que em 1468 casou com Luís de Beaumont (?-1508) Conde de Lerin e condestável da Navarra e Maria, cedo morta.

Referências

  1. Luís Augusto de Bivar-Weinholtz Possolo de Azevedo (1.ª Edição, Lisboa, 1997). Manoel de Portugal. [S.l.]: Factos e Temas. 45  Verifique data em: |ano= (ajuda)
  2. Luís Augusto de Bivar-Weinholtz Possolo de Azevedo (1.ª Edição, Lisboa, 1997). Manoel de Portugal. [S.l.]: Factos e Temas. 47  Verifique data em: |ano= (ajuda)

Precedido por
Leonor de Trastâmara
Brasão de João II.
Rei de Navarra por casamento
com Branca I

14251441
Sucedido por
Agnes de Cleves
Precedido por
Branca I
Rei de Navarra de facto
retendo a coroa de Carlos IV e de Branca II

144119 de janeiro de 1479
Sucedido por
Leonor I
Precedido por
Afonso V
Rei de Aragão, Sicília e Valência
Conde de Barcelona

27 de junho de 145819 de janeiro de 1479
Sucedido por
Fernando II