Conselheiro Acácio: diferenças entre revisões

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'''Conselheiro Acácio''' é uma das personagens da obra ''[[O Primo Basílio]]'', de [[Eça de Queirós]]. Esta figura fictícia tornou-se célebre como representação da convencionalidade e mediocridades dos políticos e burocratas portugueses dos finais do [[século XIX]], sendo até à actualidade utilizada para designar a pompa balofa e a postura de pseudo-intelectualidade utilizada por muitas das figuras públicas portuguesas. Deu origem ao termo ''acaciano'', designação utilizada para tais figuras ou para os seus ditos.
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Revisão das 17h06min de 16 de janeiro de 2017

Conselheiro Acácio
Personagem de O Primo Basílio
Informações gerais
Criado por Eça de Queirós
Informações pessoais
Origem Lisboa
Características físicas
Sexo Masculino
Aparições
Romance(s) O Primo Basílio

Conselheiro Acácio é uma das personagens da obra O Primo Basílio, de Eça de Queirós. Esta figura fictícia tornou-se célebre como representação da convencionalidade e mediocridades dos políticos e burocratas portugueses dos finais do século XIX, sendo até à actualidade utilizada para designar a pompa balofa e a postura de pseudo-intelectualidade utilizada por muitas das figuras públicas portuguesas. Deu origem ao termo acaciano, designação utilizada para tais figuras ou para os seus ditos.

Descrição da figura

O Conselheiro Acácio é descrito por Eça de Queirós como sendo um homem alto, magro, vestido todo de preto, com o pescoço entalado num colarinho direito. O rosto aguçado no queixo, ia-se alargando até à calva, vasta e polida, um pouco amolgada no alto. Tingia os cabelos, que de uma orelha à outra lhe faziam colar para trás da nuca; e aquele preto lustroso dava, pelo contraste, maior brilho à calva; mas não tingia o bigode: tinha-o grisalho, farto, caído aos cantos da boca. Era muito pálido; nunca tirava as lunetas escuras. Tinha uma covinha no queixo e as orelhas muito grandes, muito despegadas do crânio[1].

Perante a sociedade, o Conselheiro Acácio era um moralista, com constantes declarações a favor da sã moral e dos bons costumes, que faziam dele um público paladino da família e das virtudes cristãs.

Nascido e criado em Lisboa, era um solteirão sem família, aposentado do cargo de director-geral do Ministério do Reino, que vivia num terceiro andar da Rua do Ferregial, amancebado com a criada, que entretanto o atraiçoava.

Expressava-se com chavões e elaboradas frases vazias e citava muito. Com gestos sempre medidos e cerimoniosos, jamais usava palavras triviais: não dizia vomitar, antes fazia um gesto indicativo e empregava o termo restituir. Assinante do Teatro de São Carlos havia dezoito anos, conhecia toda a sociedade amante da ópera e toda a intelectualidade da moda. Nas suas constantes citações dizia sempre o nosso Garret, o nosso Herculano e falava incessantemente das nossas virtudes pátrias. Tendo sido nomeado conselheiro por carta régia, sempre que dizia El-Rei erguia-se um pouco na cadeira.

Tinha sido feito cavaleiro da Ordem de Santiago, em atenção aos seus grandes merecimentos literários e às obras publicadas, de reconhecida utilidade, no campo da economia política. Era autor das seguintes obras: Elementos Genéricos da Ciência da Riqueza e Sua Distribuição, com o subtítulo Segundo os Melhores Autores; da Relação de Todos os Ministros do Estado desde o Grande Marquês de Pombal até Nossos Dias com Datas Cuidadosamente Averiguadas de Seus Nascimentos e Óbitos e de uma volumosa Descrição Pitoresca das Principais Cidades de Portugal e Seus Mais Famosos Estabelecimentos.

Referências

  1. Eça de Queirós, O Primo Basílio.