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A palavra "''bárbaro''" provém do [[Língua grega antiga|grego antigo]], ''βάρβαρος'', e significa "''não grego''". Era como os [[gregos]] designavam os estrangeiros, as pessoas que não eram gregas e aqueles povos cuja língua materna não era a língua grega. Principiou por ser uma alusão aos [[persas]], cujo idioma cultural os gregos entendiam como "bar-bar-bar".<ref>"barbarous", ''in'' '''Oxford English Dictionary''', 2.ª Edição, 1989,</ref> Os [[Roma Antiga|romanos]] também passaram a ser chamados de ''bárbaros'' pelos gregos.
A palavra "''bárbaro''" provém do [[Língua grega antiga|grego antigo]], ''βάρβαρος'', e significa "''não grego''". Era como os [[gregos]] designavam os estrangeiros, as pessoas que não eram gregas e aqueles povos cuja língua materna não era a língua grega. Principiou por ser uma alusão aos [[persas]], cujo idioma cultural os gregos entendiam como "bar-bar-bar".<ref>"barbarous", ''in'' '''Oxford English Dictionary''', 2.ª Edição, 1989,</ref> Os [[Roma Antiga|romanos]] também passaram a ser chamados de ''bárbaros'' pelos gregos.


Porém, foi no [[Império Romano]] que a expressão passou a ser usada com a conotação de "não-romano" ou "incivilizado". O preconceito perante os povos que não compartilhavam os mesmos hábitos e costumes é natural dos habitantes dos grandes centros econômicos, sociais e culturais, e caracteriza-se pelo [[etnocentrismo]]. Atualmente, a expressão "''bárbaro''" significa não civilizado, brutal ou cruel. Era um termo pejorativo que não condizia com a realidade pois, apesar de não compartilharem de alguns aspectos da cultura romana e não falarem o [[latim]], tais povos tinham cultura e costumes próprios, porém não se existia a ideologia antropológica do [[Relativismo cultural]] e a ideologia filosófica do [[Relativismo moral]] no tempo da expansão do [[Império Romano]], essas ciências que passam a condenar o uso do termo pejorativo "bárbaros" são resultado de análises de diferentes culturas através de conceitos surgidos no [[Século XX]] e derivados das teorias formuladas por cientistas do [[Século XIX]] ([[Século XIX|século pelo qual lançou as bases científicas e filosóficas para]] o [[Século XX|século posterior]]) como [[Sigmund Freud]] e [[Karl Marx]]<ref>https://www.ufpe.br/antropologia/images/documentos/publicacoes/antropologia/manual_de_antropologia_cultural_massangana.pdf</ref>.
Porém, foi no [[Império Romano]] que a expressão passou a ser usada com a conotação de "não-romano" ou "incivilizado". O preconceito perante os povos que não compartilhavam os mesmos hábitos e costumes é natural dos habitantes dos grandes centros econômicos, sociais e culturais, e caracteriza-se pelo [[etnocentrismo]]. Atualmente, a expressão "''bárbaro''" significa não civilizado, brutal ou cruel. Era um termo pejorativo que não condizia com a realidade pois, apesar de não compartilharem de alguns aspectos da cultura romana e não falarem o [[latim]], tais povos tinham cultura e costumes próprios.


Cada um dos povos chamados "bárbaros" era bastante distinto e esta designação abrangia tanto os [[hunos]], de origem oriental, como povos [[germânicos]], como os [[godos]], e [[celtas]], como os [[gauleses]].
Cada um dos povos chamados "bárbaros" era bastante distinto e esta designação abrangia tanto os [[hunos]], de origem oriental, como povos [[germânicos]], como os [[godos]], e [[celtas]], como os [[gauleses]].

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Bárbaro é um termo utilizado para se referir a uma pessoa tida como não-civilizada. A palavra é frequentemente utilizada para se referir a um membro de uma determinada nação ou grupo étnico, geralmente uma sociedade tribal, vista por integrantes de uma civilização urbana como inferiores, ou admirados como nobres selvagens. De maneira idiomática ou figurativa, o termo também pode se referir individualmente a uma pessoa bruta, cruel, belicosa e insensível.[1]

O termo se originou da palavra βάρβαρος (barbaros), do grego; os gregos antigos tinham uma expressão, "πας μη Ελλην βαρβαρος", que significa literalmente "quem não é grego é um bárbaro". Na Antiguidade, os gregos utilizavam-no para se referir aos povos do Império Aquemênida; em períodos posteriores, passaram a utilizá-lo para se referir aos turcos, de uma maneira claramente pejorativa.[2][3] Conceitos semelhantes podem ser encontrados em diversas civilizações não-europeias. No Império Romano, os romanos utilizavam o termo para se referir aos povos germânicos, celtas, iberos, trácios e persas.

Origem dos bárbaros

Saque de Roma pelos Vândalos, em 455 d.C..
Por Heinrich Leutemann

A palavra "bárbaro" provém do grego antigo, βάρβαρος, e significa "não grego". Era como os gregos designavam os estrangeiros, as pessoas que não eram gregas e aqueles povos cuja língua materna não era a língua grega. Principiou por ser uma alusão aos persas, cujo idioma cultural os gregos entendiam como "bar-bar-bar".[4] Os romanos também passaram a ser chamados de bárbaros pelos gregos.

Porém, foi no Império Romano que a expressão passou a ser usada com a conotação de "não-romano" ou "incivilizado". O preconceito perante os povos que não compartilhavam os mesmos hábitos e costumes é natural dos habitantes dos grandes centros econômicos, sociais e culturais, e caracteriza-se pelo etnocentrismo. Atualmente, a expressão "bárbaro" significa não civilizado, brutal ou cruel. Era um termo pejorativo que não condizia com a realidade pois, apesar de não compartilharem de alguns aspectos da cultura romana e não falarem o latim, tais povos tinham cultura e costumes próprios.

Cada um dos povos chamados "bárbaros" era bastante distinto e esta designação abrangia tanto os hunos, de origem oriental, como povos germânicos, como os godos, e celtas, como os gauleses.

Particularmente foram chamados de bárbaros os povos de origem germânica que, entre 409 e 711, nas migrações dos povos bárbaros, invadiram o Império Romano do Ocidente, causando sua queda em 476 d.C..

As invasões ocorreram em duas ondas principais. A primeira com penetração dos bárbaros e a assimilação cultural romana. Os bárbaros tiveram uma certa "receptividade" a ponto de receber pequenas áreas de terra. Com o passar do tempo, seus costumes foram mesclando-se com os costumes romanos.

Uma segunda leva foi mais vagarosa, não teve os mesmos benefícios dos ganhos de terra e teve seu contingente de pessoas aumentado devido à proximidade das terras ocupadas com as fronteiras internas do Império Romano.

Os chamados bárbaros também foram responsáveis por algumas mudanças físicas e culturais da própria Grécia, já que, ao haver algumas "invasões concedidas" pelo próprio comando da Grécia, alguns povos não-gregos foram à cidade, lá estabeleceram estadia e, de lá, promoveram construções importantes e contribuíram de alguma forma com a cultura do local.

Os bárbaros na península Ibérica

Na península Ibérica os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram rapidamente a cultura e língua romanas; contudo, como deixaram de existir escolas romanas e os contatos com Roma tornaram-se menos frequentes, o latim passou a evoluir de forma distinta da de Roma. Assim rompeu-se a uniformidade líguística (se é que um dia chegou a existir), e formaram-se línguas diferentes: espanhol, catalão e galaico-português, que depois originou o galego e o português. Acredita-se, em particular, que os suevos sejam responsáveis pela diferenciação linguística dos portugueses e galegos quando comparados com os castelhanos. As línguas germânicas influenciaram particularmente o português em palavras ligadas à vida militar, tal como a palavra "guerra".

Lista de povos bárbaros

Ver artigo principal: Migrações dos povos bárbaros
Invasões bárbaras do Império Romano, mostrando a Batalha de Adrianópolis.

Referências

  1. Webster's New Universal Unabridged Dictionary, 1972, p. 149, Simon & Schuster Publishing
  2. Εκδοτική Αθηνών, ο Ελληνισμός υπό ξένη κυριαρχία: Τουρκοκρατία, Λατινοκρατία, 1980, p. 34 (em grego)
  3. Marozzi, Justin. The Way of Herodotus: Travels with the Man who Invented History, 2010, p. 311–315
  4. "barbarous", in Oxford English Dictionary, 2.ª Edição, 1989,
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