Acarajé: diferenças entre revisões

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O '''acarajé''' é uma especialidade gastronômica das [[culinária]]s [[africana]] e [[Afro-brasileiros|afro-brasileira]]. Trata-se de um bolinho feito de massa de [[feijão-fradinho]], [[cebola]] e [[sal]], e frito em [[azeite de dendê]]. No continente africano é conhecido como '''akara''', e especificamente no norte da [[Nigéria]] é também chamado de '''kosai'''. No [[Gana]], por sua vez, a iguaria é mais conhecida como '''koose'''.<ref>{{Citar web|url=http://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/acaraj%C3%A9/483030|título=Acarajé|publicado=Britannica Escola|acessodata=5-6-2017}}</ref><ref name="Akara">{{Citar web|url=https://afktravel.com/59762/10-favourite-street-foods-west-africa/2/|título=10 Favorite Street Foods In West Africa|publicado=AFKTravel|acessodata=5-6-2017}}</ref>
O '''acarajé''' é uma especialidade gastronômica das [[culinária]]s [[africana]] e [[Afro-brasileiros|afro-brasileira]]. Trata-se de um bolinho feito de massa de [[feijão-fradinho]], [[cebola]] e [[sal]], e frito em [[azeite de dendê]]. No continente africano é conhecido como '''akara''', e especificamente no norte da [[Nigéria]] é também chamado de '''kosai'''. No [[Gana]], por sua vez, a iguaria é mais conhecida como '''koose'''.<ref>{{Citar web|url=http://escola.britannica.com.br/levels/fundamental/article/acaraj%C3%A9/483030|título=Acarajé|publicado=Britannica Escola|acessodata=5-6-2017}}</ref><ref name="Akara">{{Citar web|url=https://afktravel.com/59762/10-favourite-street-foods-west-africa/2/|título=10 Favorite Street Foods In West Africa|publicado=AFKTravel|acessodata=5-6-2017}}</ref>


Na [[África Ocidental]], onde constitui uma comida de rua muito comum, é servido com [[pimenta]] em pó ou [[molho de tomate]] picante. Já no [[Brasil]], especialmente da [[Bahia]], é servido com pimenta, [[camarão|camarão seco]], [[Caruru (prato)|caruru]] e [[vatapá]] (também uma iguaria africana), sendo relativamente comum a adição de [[vinagrete]], ou ainda de [[maionese]]. O acarajé faz parte do [[café da manhã]] nigeriano.<ref name="Akara"/>
Na [[África Ocidental]], onde constitui uma comida de rua muito comum, é servido com [[pimenta]] em pó ou [[molho de tomate]] picante. Já no [[Brasil]], especialmente da [[Bahia]], é servido com pimenta, [[camarão]]seco, [[Caruru (prato)|caruru]] e [[vatapá]] (também uma iguaria africana), sendo relativamente comum a adição de [[vinagrete]], ou ainda de [[maionese]]. O acarajé faz parte do [[café da manhã]] nigeriano.<ref name="Akara"/>


== História ==
== História ==

Revisão das 18h06min de 26 de agosto de 2017

Acarajé. (Imagem:José Oliveira/flickr)

O acarajé é uma especialidade gastronômica das culinárias africana e afro-brasileira. Trata-se de um bolinho feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, e frito em azeite de dendê. No continente africano é conhecido como akara, e especificamente no norte da Nigéria é também chamado de kosai. No Gana, por sua vez, a iguaria é mais conhecida como koose.[1][2]

Na África Ocidental, onde constitui uma comida de rua muito comum, é servido com pimenta em pó ou molho de tomate picante. Já no Brasil, especialmente da Bahia, é servido com pimenta, camarãoseco, caruru e vatapá (também uma iguaria africana), sendo relativamente comum a adição de vinagrete, ou ainda de maionese. O acarajé faz parte do café da manhã nigeriano.[2]

História

O acarajé dos Iorubás da África Ocidental (Togo, Benim, Nigéria, Camarões), que corresponde à iguaria consumida no Brasil, é semelhante ao falafel árabe inventado no Oriente Médio. Os árabes levaram essa iguaria para a África em diversas incursões entre os séculos VII e XIX. As favas secas e grão de bico do falafel foram alternados pelo feijão-fradinho na África.[3][4]

Durante o processo de escravização africana, o acarajé foi trazido ao Brasil pelas pessoas escravizadas. Manuel Querino, em descrição etnográfica do acarajé no livro "A arte culinária na Bahia" (1916), conta que "no início o feijão-fradinho era ralado na pedra, de 50 centímetros de comprimento por 23 de largura, tendo cerca de 10 centímetros de altura. A face plana, em vez de lisa, era ligeiramente picada por canteiro, de modo a torná-la porosa ou crespa. Um rolo de forma cilíndrica, impelido para frente e para trás, sobre a pedra, na atitude de quem mói, triturava facilmente o milho, o feijão, o arroz".

Acarajé de orixá

Acará, akará ou acarajé, comida ritual do candomblé

O acarajé, vulgo Samara, é uma comida ritual da orixá Iansã. Na África, na língua iorubá, é chamado de àkàrà, que significa "bola de fogo", enquanto que je possui o significado de "comer". No Brasil, foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, "comer bola de fogo". "Acará" também é o nome de um pedaço de algodão embebido em azeite que era colocado em chamas e engolido pelos filhos de santo para estes provarem que estavam em transe, nos rituais de candomblé (daí, a expressão "bola de fogo").[5]

O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas,Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado pelas baianas como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos de santo.

O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.

O segredo para o acarajé ficar macio é o tempo que se bate a massa. Quando a massa está no ponto, fica com a aparência de espuma. Para fritar, use uma panela funda com bastante azeite de dendê.

Normalmente, usam-se duas colheres para fritar, uma colher para pegar a massa e uma colher de pau para moldar os bolinhos. O azeite deve estar bem quente antes de colocar o primeiro acarajé para fritar.

Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que este tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.

O acará oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, confirmando sua ligação com os odus odi e ossá no jogo do merindilogun (cercado de nove pequenos acarás, simbolizando mensan orum, nove planetas).[6]

O acará de Xangô tem uma forma oval imitando o cágado, que é seu animal preferido, e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato, confirmando sua ligação com os odus Obará e êjilaxeborá.

Acarajé da Bahia

Baiana vendendo acarajé nas ruas de Salvador.

O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no "tabuleiro da baiana" (nome dado ao recipiente usado pela baiana do acarajé para expor os alimentos), que são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o orixá.

A forma de preparo do acarajé da baiana é praticamente a mesma em relação ao acarajé de orixá:a diferença está no modo de ser servido. Ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado e pimenta.

O acarajé tem similaridade com o abará, diferindo apenas na maneira de cozer. O acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.

Os ingredientes do acarajé são: meio quilograma de feijão-fradinho descascado e moído; 150 gramas de cebola ralada; uma colher de sobremesa de sal ou a gosto; e um litro de azeite de dendê para fritar. O recheio de camarão é feito com 2/3 xícara de azeite de dendê, 3 cebolas picadas, alho a gosto, 700 gramas de camarão defumado sem casca refogados por 10 a 15 minutos. É possível acrescentar caruru, vatapá e pasta de pimenta malagueta refogada no dendê.

Commons
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O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Acarajé

Referências

  1. «Acarajé». Britannica Escola. Consultado em 5 de junho de 2017 
  2. a b «10 Favorite Street Foods In West Africa». AFKTravel. Consultado em 5 de junho de 2017 
  3. Revista GOSTO - Isabella Editora - São Paulo -SP; Nr.004 (outubro 2009), Página 87 - Crônica Histórica - A viagem do acarajé - Artigo de J.A Dias Lopes
  4. semelhança das receitas confirma uma tese do acarajé com Falafel. Jamais haverá unanimidade sobre o local exato da invenção do falafel
  5. CUNHA, A. G. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. p. 8.
  6. Orum-Aye, José Benistes

Ligações externas

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