Autorretrato com a Orelha Cortada: diferenças entre revisões
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'''Autorretrato com a Orelha Enfaixada''' ou '''Autorretrato com a Orelha Cortada''' é uma obra feita a partir da técnica de óleo sobre tela, por [[Vincent van Gogh]], em um autorretrato, como o título da pintura sugere. |
'''Autorretrato com a Orelha Enfaixada''' ou '''Autorretrato com a Orelha Cortada''' é uma obra feita a partir da técnica de óleo sobre tela, por [[Vincent van Gogh]], em um autorretrato, como o título da pintura sugere. |
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Em [[23 de dezembro]] de [[1888]], |
Em [[23 de dezembro]] de [[1888]], antevéspera de Natal, [[Gauguin]] e [[Vincent van Gogh|Vincent]] tiveram uma discussão. O primeiro passou a noite em um hotel, enquanto o segundo, que é o retratado em questão, cortou um pedaço do lóbulo da própria orelha esquerda. Para fazer os dois autorretratos depois desse evento, posicionou-se em frente a um espelho, o que dá a impressão de ele ter cortado a orelha direita.<ref name="MEDICO">{{citar web|url=http://www.portalmedico.org.br/include/biblioteca_virtual/belas_artes/cap14.htm|titulo=Portalmedico - A doença de van Gogh|acessodata=21/12/2008}}</ref> O pedaço do membro arrancado ele embrulhou em um lenço e o levou para uma [[prostituta]] de Arles <ref name="UOL">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u242.jhtm|titulo=Uol Educação : Pintor holandês Van Gogh|acessodata=21/12/2008}}</ref>- Rachel, com quem ele mantinha relações sexuais e que conhecia [[Paul Gauguin|Gauguin]] - com um bilhete que dizia: "''Guarde com cuidado''".<ref name="MEDICO"/> |
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Após sair do hospital, em 6 de janeiro de [[1889]], o pintor |
Após sair do hospital, em 6 de janeiro de [[1889]], o pintor elaborou este autorretrato. Ao fundo, à direita, pode-se enxergar um quadro com japonesas à frente do [[Monte Fuji]] e a parte superior de um cavalete com uma tela em branco à esquerda. A inscrição que acompanha a obra no museu em que está exposto, o [[Instituto Courtauld|Instituto Courtauld de Arte]], diz que a justaposição de imagens pode sugerir a perda de poder criativo e artístico do pintor. Supõe ainda que Van Gogh tenha recebido influência da pintura japonesa, por ostentar uma obra daquele país em sua casa e retratá-la em um quadro dele. |
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A expressão facial do artista e até mesmo a falta de barba no rosto dele são pontos diferentes a serem considerados nessa obra. As feições modificadas, que trazem ossos saltados, podem ser um indicativo do estado físico e do estado mental de [[Vincent van Gogh|Gogh]], já muito desgastados naquele momento. Os olhos, no autorretrato, não estão direcionados para o espelho ou para o observador, quase inexpressivos. A escolha de cores para a composição do quadro é diferente dos tons vivos e contrastantes que ele usava antes da discussão com [[Paul Gauguin|Gauguin]], sendo que, nesse caso, o artista destaca o verde e o amarelo em todos os elementos da obra, sem criar contrastes muito bem definidos.<ref>{{citar periódico|ultimo=MOMENTEL|primeiro=Rosana|data=2013|titulo=Traçando possíveis sentidos para os autorretratos de Van Gogh|jornal=Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente|doi=|url=http://www.unoeste.br/site/enepe/2013/suplementos/area/Humanarum/Artes/.pdf|acessadoem=20/09/2017}}</ref> |
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O ''Autorretrato com a orelha cortada'' é uma representação da subjetividade de [[Vincent van Gogh|Van Gogh]], que, naquele momento, já tinha a saúde mental debilitada, e o contexto no qual ele vivia. O pintor era tido como "maldito", por conta das internações psiquiátricas pelas quais passou e também por conta da automutilação, representada no quadro. A autoimagem do artista, no entanto, destacava essas características, como se Van Gogh tivesse consciência desse estado no qual se encontrava. Nesse sentido, a categorização como "louco" não poderia ser aplicada ao pintor.<ref>{{citar periódico|ultimo=GODOY|primeiro=Luciana|data=2008|titulo=Visões de Van Gogh: imagem e auto-imagem|jornal=Revista Imaginário|doi=|url=http://www.ip.usp.br/portal/images/Labi/IMAGINARIO_17-18__2008-9__Arte.pdf|acessadoem=20/09/2017}}</ref> |
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Van Gogh pintou trinta e cinco autorretratos entre os anos [[1886]] e [[1889]].<ref name="folha">{{citar web|url=http://mestres.folha.com.br/pintores/01/obras.html|titulo=Mestres-Folha: Van Gogh - Principais Obras|acessodata=23/12/2008}}</ref> |
Van Gogh pintou trinta e cinco autorretratos entre os anos [[1886]] e [[1889]].<ref name="folha">{{citar web|url=http://mestres.folha.com.br/pintores/01/obras.html|titulo=Mestres-Folha: Van Gogh - Principais Obras|acessodata=23/12/2008}}</ref> |
Revisão das 00h41min de 21 de setembro de 2017
Autorretrato com a Orelha Cortada | |
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Autor | Vincent van Gogh |
Data | janeiro de 1889 |
Gênero | autorretrato |
Técnica | óleo sobre tela |
Dimensões | 60 x 49 [1] |
Localização | Courtauld Gallery |
Autorretrato com a Orelha Enfaixada ou Autorretrato com a Orelha Cortada é uma obra feita a partir da técnica de óleo sobre tela, por Vincent van Gogh, em um autorretrato, como o título da pintura sugere.
Em 23 de dezembro de 1888, antevéspera de Natal, Gauguin e Vincent tiveram uma discussão. O primeiro passou a noite em um hotel, enquanto o segundo, que é o retratado em questão, cortou um pedaço do lóbulo da própria orelha esquerda. Para fazer os dois autorretratos depois desse evento, posicionou-se em frente a um espelho, o que dá a impressão de ele ter cortado a orelha direita.[2] O pedaço do membro arrancado ele embrulhou em um lenço e o levou para uma prostituta de Arles [3]- Rachel, com quem ele mantinha relações sexuais e que conhecia Gauguin - com um bilhete que dizia: "Guarde com cuidado".[2]
Após sair do hospital, em 6 de janeiro de 1889, o pintor elaborou este autorretrato. Ao fundo, à direita, pode-se enxergar um quadro com japonesas à frente do Monte Fuji e a parte superior de um cavalete com uma tela em branco à esquerda. A inscrição que acompanha a obra no museu em que está exposto, o Instituto Courtauld de Arte, diz que a justaposição de imagens pode sugerir a perda de poder criativo e artístico do pintor. Supõe ainda que Van Gogh tenha recebido influência da pintura japonesa, por ostentar uma obra daquele país em sua casa e retratá-la em um quadro dele.
A expressão facial do artista e até mesmo a falta de barba no rosto dele são pontos diferentes a serem considerados nessa obra. As feições modificadas, que trazem ossos saltados, podem ser um indicativo do estado físico e do estado mental de Gogh, já muito desgastados naquele momento. Os olhos, no autorretrato, não estão direcionados para o espelho ou para o observador, quase inexpressivos. A escolha de cores para a composição do quadro é diferente dos tons vivos e contrastantes que ele usava antes da discussão com Gauguin, sendo que, nesse caso, o artista destaca o verde e o amarelo em todos os elementos da obra, sem criar contrastes muito bem definidos.[4]
O Autorretrato com a orelha cortada é uma representação da subjetividade de Van Gogh, que, naquele momento, já tinha a saúde mental debilitada, e o contexto no qual ele vivia. O pintor era tido como "maldito", por conta das internações psiquiátricas pelas quais passou e também por conta da automutilação, representada no quadro. A autoimagem do artista, no entanto, destacava essas características, como se Van Gogh tivesse consciência desse estado no qual se encontrava. Nesse sentido, a categorização como "louco" não poderia ser aplicada ao pintor.[5]
Van Gogh pintou trinta e cinco autorretratos entre os anos 1886 e 1889.[6]
Referências
- ↑ WALTHER, Ingo F. Taschen, ed. Vincent Van Gogh. 1990. [S.l.: s.n.] ISBN 3-8228-0480-0P Verifique
|isbn=
(ajuda) - ↑ a b «Portalmedico - A doença de van Gogh». Consultado em 21 de dezembro de 2008
- ↑ «Uol Educação : Pintor holandês Van Gogh». Consultado em 21 de dezembro de 2008
- ↑ MOMENTEL, Rosana (2013). «Traçando possíveis sentidos para os autorretratos de Van Gogh» (PDF). Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente. Consultado em 20 de setembro de 2017
- ↑ GODOY, Luciana (2008). «Visões de Van Gogh: imagem e auto-imagem» (PDF). Revista Imaginário. Consultado em 20 de setembro de 2017
- ↑ «Mestres-Folha: Van Gogh - Principais Obras». Consultado em 23 de dezembro de 2008
Ver também
Ligações externas
- Revista Veja - matéria de 20/11/1889- Loucuras de verão visitado em 21/12/2008