Brasão de armas de Espanha: diferenças entre revisões

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O '''[[brasão de armas]] da [[Espanha]]''' é uma composição de outros seis brasões:
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* O primeiro quarto, de [[Reino de Castela|Castela]]: uma torre de três torreões a dourado, aclarado a azul, com contorno negro; É provável que a figura do castelo tenha sido adotada no ano de 1169. O castelo foi introduzido no brasão original com uma clara conotação territorial, sendo uma [[armas falantes|armas falantes]] que alude à denominação do reino e, portanto, não conta com uma natureza simbólica. Esta decisão poderia ser motivada por um desejo de afirmação da soberania do Reino de Castela contra o Reino de Leão.
* O primeiro quarto, de [[Reino de Castela|Castela]]: uma torre de três torreões a dourado, aclarado a azul, com contorno negro; É provável que a figura do castelo tenha sido adotada no ano de 1169. O castelo foi introduzido no brasão original com uma clara conotação territorial, sendo uma [[armas falantes|arma falante]] que alude à denominação do reino e, portanto, não conta com uma natureza simbólica. Esta decisão poderia ser motivada por um desejo de afirmação da soberania do Reino de Castela contra o Reino de Leão.
* O segundo quarto, de [[Reino de Leão|Leão]]: de fundo cor de [[prata]], com um leão (por vezes a púrpura) de [[Coroa real|coroa]] dourada, linguado e unhado; Um dos primeiros reis europeus em fazer uso deste sinal heráldico (o [[leão]]) foi o galego [[Afonso VII de Leão e Castela|Afonso VII]], que em princípios do {{séc|XII}} começou a empregar o leão púrpura segundo o seu simbolismo, o ''leo fortis'' ( o forte leão que simbolizava a potência e primazia do monarca). Este novo símbolo fora adotado pelos seus herdeiros, monarcas da [[Galiza]] e [[reino de Leão|Leão]], não representava apenas um reino, mas ambos os reinos, pois era em ambos que os reis exerciam o seu governo, sendo [[Santiago de Compostela|Compostela]] a cabeça cultural e religiosa, enquanto a cidade de [[Leão]] era a política e militar. Com o tempo os dois reinos acabaram se unindo em um único reino (o Reino de Leão).
* O segundo quarto, de [[Reino de Leão|Leão]]: de fundo cor de [[prata]], com um leão (por vezes a púrpura) de [[Coroa real|coroa]] dourada, linguado e unhado; Um dos primeiros reis europeus em fazer uso deste sinal heráldico (o [[leão]]) foi o galego [[Afonso VII de Leão e Castela|Afonso VII]], que em princípios do {{séc|XII}} começou a empregar o leão púrpura segundo o seu simbolismo, o ''leo fortis'' ( o forte leão que simbolizava a potência e primazia do monarca). Este novo símbolo fora adotado pelos seus herdeiros, monarcas da [[Galiza]] e [[reino de Leão|Leão]] e não representava apenas um dos reinos, mas ambos era em ambos que os reis exerciam o seu governo. Com o tempo os dois reinos acabaram se unindo em um único reino (o Reino de Leão).
* O terceiro quarto, de [[Coroa de Aragão|Aragão]]: a dourado, com quatro listas vermelhas; Vários historiadores, heraldistas e o [[Generalitat de Catalunya|Governo da Catalunha]] consideram que era originalmente o brasão familiar dos [[Casa de Barcelona|condes de Barcelona]],<ref name="leon">Léon Jéquier. "''Actes du II Colloque international d'héraldique''". Breassone. 1981. Académie internationale d'héraldique. Les Origines des armoiries. Paris. ISBN 2-86377-030-6.</ref><ref name="Ottfried">Ottfried Neubecker, JP Brooke-Little. "''Le grand livre de l'héraldique''". p. 233. Elsevier Séquoia. 1977. Paris-Brussels. ISBN 2-8003-0140-6.</ref><ref name=gencat_simbols>[http://www.gencat.cat/catalunya/eng/coneixer-simbolsnacionals.htm Sítio oficial do Governo da Catalunha].</ref> e foi adotado pelos descendentes de [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo Berengário IV]] enquanto [[Coroa de Aragão|reis de Aragão]] e condes de Barcelona.<ref name=leon/><ref name=Fluvia>{{citar livro|último =Fluvià I Escorsa|primeiro =Armand de|título=Els quatre pals: l'escut dels comtes de Barcelona|anooriginal=1994|acessodata=2007-09-09|publicado=Episodis de la Història, 300|local=Barcelona|língua=espanhol}}</ref> Existem outros autores que contestam fortemente esta teoria para a origem do brasão de armas, e consideram que este foi desde sempre um brasão dos reis de Aragão.<ref name=gea>[http://www.enciclopedia-aragonesa.com/voz.asp?voz_id=20407&voz_id_origen=1080 verbete "''Palos de Aragón''"] na ''Gran Enciclopedia Aragonesa''.</ref>
* O terceiro quarto, de [[Coroa de Aragão|Aragão]]: a dourado, com quatro listas vermelhas; Vários historiadores, heraldistas e o [[Generalitat de Catalunya|Governo da Catalunha]] consideram que era originalmente o brasão familiar dos [[Casa de Barcelona|condes de Barcelona]],<ref name="leon">Léon Jéquier. "''Actes du II Colloque international d'héraldique''". Breassone. 1981. Académie internationale d'héraldique. Les Origines des armoiries. Paris. ISBN 2-86377-030-6.</ref><ref name="Ottfried">Ottfried Neubecker, JP Brooke-Little. "''Le grand livre de l'héraldique''". p. 233. Elsevier Séquoia. 1977. Paris-Brussels. ISBN 2-8003-0140-6.</ref><ref name=gencat_simbols>[http://www.gencat.cat/catalunya/eng/coneixer-simbolsnacionals.htm Sítio oficial do Governo da Catalunha].</ref> e foi adotado pelos descendentes de [[Raimundo Berengário IV de Barcelona|Raimundo Berengário IV]] enquanto [[Coroa de Aragão|reis de Aragão]] e condes de Barcelona.<ref name=leon/><ref name=Fluvia>{{citar livro|último =Fluvià I Escorsa|primeiro =Armand de|título=Els quatre pals: l'escut dels comtes de Barcelona|anooriginal=1994|acessodata=2007-09-09|publicado=Episodis de la Història, 300|local=Barcelona|língua=espanhol}}</ref> Existem outros autores que contestam fortemente esta teoria para a origem do brasão de armas, e consideram que este foi desde sempre um brasão dos reis de Aragão.<ref name=gea>[http://www.enciclopedia-aragonesa.com/voz.asp?voz_id=20407&voz_id_origen=1080 verbete "''Palos de Aragón''"] na ''Gran Enciclopedia Aragonesa''.</ref>
* O quarto quarto, de [[Reino de Navarra|Navarra]]: fundo vermelho, com correntes interligadas a dourado dispostas em cruz, a partir do centro, onde consta uma esmeralda; A mitologia do brasão retrataria sua origem de volta à [[Batalha de Las Navas de Tolosa]] em [[1212]] envolvendo [[Sancho VII de Navarra]], onde a cavalaria quebrou as correntes dos escravos do [[califa]] e capturou uma esmeralda, entre outros prêmios. Após a conquista espanhola do reino basco de Navarra em 1512, o brasão de Navarra foi incorporado ao brasão de Espanha, e atualmente está posicionado como o quarto quarto.
* O quarto quarto, de [[Reino de Navarra|Navarra]]: fundo vermelho, com correntes interligadas a dourado dispostas em cruz, a partir do centro, onde consta uma esmeralda; A mitologia do brasão retrataria sua origem de volta à [[Batalha de Las Navas de Tolosa]] em [[1212]] envolvendo [[Sancho VII de Navarra]], onde a cavalaria quebrou as correntes dos escravos do [[califa]] e capturou uma esmeralda, entre outros prêmios. Após a conquista espanhola do reino basco de Navarra em 1512, o brasão de Navarra foi incorporado ao brasão de Espanha, e atualmente está posicionado como o quarto quarto.
* Na base, de [[Reino de Granada|Granada]]: de fundo de prata, uma [[Punica granatum|romã]] (''granada'', em [[Língua castelhana|espanhol]]), com duas folhas a verde; O brasão de Granada nunca foi utilizado pelo reino muçulmano de Granada. Na realidade foi empregado como um dispositivo pessoal de [[Henrique IV de Castela]] antes da conquista de Granada em 1492, sob a forma de dois ramos frutados de romã, conhecida como ''granada'' em espanhol. Esta figura heráldica tornou-se parte do brasão nacional da Espanha
* Na base, de [[Reino de Granada|Granada]]: de fundo de prata, uma [[Punica granatum|romã]] (''granada'', em [[Língua castelhana|espanhol]]), com duas folhas a verde; O brasão de Granada nunca foi utilizado pelo reino muçulmano de Granada, habitado em grande parte por [[árabe]]s e [[berbere]]s (muçulmanos), [[moçárabe]]s ([[hispano]]-[[godo]]s que, sob o domínio muçulmano conservaram a religião cristã, mas adotaram as formas de vida exterior dos muçulmanos), e judeus. Na realidade foi empregado como um dispositivo pessoal de [[Henrique IV de Castela]] antes da conquista de Granada em 1492, sob a forma de dois ramos frutados de romã, conhecida como ''granada'' em espanhol. Esta figura heráldica tornou-se parte do brasão nacional da Espanha


* Sobre tudo e ao centro, um escudo pequeno de azul com três [[flores de lis]] de ouro, bordadas de ''[[gules]]'', representando os [[Bourbon]].
* Sobre tudo e ao centro, um escudo pequeno de azul com três [[flores de lis]] de ouro, bordadas de ''[[gules]]'', representando os [[Bourbon]].

Revisão das 20h59min de 22 de outubro de 2017

Brasão de armas de Espanha
Brasão de armas de Espanha
Brasão de armas de Espanha
Detalhes
Detentor Filipe VI
Adoção 5 de outubro de 1981
Timbre Coroa Real Espanhola
Suportes As Colunas de Hércules
Lema Plus Ultra

O brasão de armas da Espanha é uma composição de outros seis brasões:

  • O primeiro quarto, de Castela: uma torre de três torreões a dourado, aclarado a azul, com contorno negro; É provável que a figura do castelo tenha sido adotada no ano de 1169. O castelo foi introduzido no brasão original com uma clara conotação territorial, sendo uma arma falante que alude à denominação do reino e, portanto, não conta com uma natureza simbólica. Esta decisão poderia ser motivada por um desejo de afirmação da soberania do Reino de Castela contra o Reino de Leão.
  • O segundo quarto, de Leão: de fundo cor de prata, com um leão (por vezes a púrpura) de coroa dourada, linguado e unhado; Um dos primeiros reis europeus em fazer uso deste sinal heráldico (o leão) foi o galego Afonso VII, que em princípios do século XII começou a empregar o leão púrpura segundo o seu simbolismo, o leo fortis ( o forte leão que simbolizava a potência e primazia do monarca). Este novo símbolo fora adotado pelos seus herdeiros, monarcas da Galiza e Leão e não representava apenas um dos reinos, mas ambos era em ambos que os reis exerciam o seu governo. Com o tempo os dois reinos acabaram se unindo em um único reino (o Reino de Leão).
  • O terceiro quarto, de Aragão: a dourado, com quatro listas vermelhas; Vários historiadores, heraldistas e o Governo da Catalunha consideram que era originalmente o brasão familiar dos condes de Barcelona,[1][2][3] e foi adotado pelos descendentes de Raimundo Berengário IV enquanto reis de Aragão e condes de Barcelona.[1][4] Existem outros autores que contestam fortemente esta teoria para a origem do brasão de armas, e consideram que este foi desde sempre um brasão dos reis de Aragão.[5]
  • O quarto quarto, de Navarra: fundo vermelho, com correntes interligadas a dourado dispostas em cruz, a partir do centro, onde consta uma esmeralda; A mitologia do brasão retrataria sua origem de volta à Batalha de Las Navas de Tolosa em 1212 envolvendo Sancho VII de Navarra, onde a cavalaria quebrou as correntes dos escravos do califa e capturou uma esmeralda, entre outros prêmios. Após a conquista espanhola do reino basco de Navarra em 1512, o brasão de Navarra foi incorporado ao brasão de Espanha, e atualmente está posicionado como o quarto quarto.
  • Na base, de Granada: de fundo de prata, uma romã (granada, em espanhol), com duas folhas a verde; O brasão de Granada nunca foi utilizado pelo reino muçulmano de Granada, habitado em grande parte por árabes e berberes (muçulmanos), moçárabes (hispano-godos que, sob o domínio muçulmano conservaram a religião cristã, mas adotaram as formas de vida exterior dos muçulmanos), e judeus. Na realidade foi empregado como um dispositivo pessoal de Henrique IV de Castela antes da conquista de Granada em 1492, sob a forma de dois ramos frutados de romã, conhecida como granada em espanhol. Esta figura heráldica tornou-se parte do brasão nacional da Espanha
  • Sobre tudo e ao centro, um escudo pequeno de azul com três flores de lis de ouro, bordadas de gules, representando os Bourbon.

É acompanhado por duas colunas de prata, base e capitel a ouro, sobre ondas de azul e prata, superadas pela coroa imperial à direita e pela coroa real à esquerda, ambas em ouro e, rodeadas por uma fita vermelha com letras a ouro, à direita "Plus" e à esquerda "Ultra". As duas colunas representam os Pilares de Hércules, que são os promontórios (Gibraltar e Ceuta) dos dois lados do extremo oeste do estreito de Gibraltar. No topo, a Coroa Real de Aragão fechada, que é um círculo em ouro, cravado de pedras preciosas, e é forrada a vermelho.

O desenho actual está legalmente regulado por:

É de salientar que o Rei de Espanha detém o seu próprio brasão de armas.

Ver também


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  1. a b Léon Jéquier. "Actes du II Colloque international d'héraldique". Breassone. 1981. Académie internationale d'héraldique. Les Origines des armoiries. Paris. ISBN 2-86377-030-6.
  2. Ottfried Neubecker, JP Brooke-Little. "Le grand livre de l'héraldique". p. 233. Elsevier Séquoia. 1977. Paris-Brussels. ISBN 2-8003-0140-6.
  3. Sítio oficial do Governo da Catalunha.
  4. Fluvià I Escorsa, Armand de. Els quatre pals: l'escut dels comtes de Barcelona (em espanhol). Barcelona: Episodis de la Història, 300 
  5. verbete "Palos de Aragón" na Gran Enciclopedia Aragonesa.