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Tradicionalmente, essa região não viu surgir [[estado]]s grandes (exceção: [[Reino do Benim|reino de Benim]]), o que contrasta com a região do Sael, a norte, que viu suceder uma série de impérios ([[Império Gana|Gana]], [[Império do Mali|Mali]], [[Império Songai|Songai]], [[Império de Canem|Canem]]). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados [[Autossuficiência|autossuficientes]], por vezes reduzidos à dimensão [[Tribo|tribal]] e não à dimensão [[Etnia|étnica]]. Presume-se que os primeiros [[europeus]] a entrar em contacto com a costa da Guiné foram [[Descobrimentos portugueses|navegadores portugueses]] no {{séc|XV}}. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram [[feitoria]]s fortificadas (por exemplo: [[Arguim]], [[Acra]], [[São Jorge da Mina]]), mas foram, progressivamente, perdendo o controlo da região para [[franceses]] e [[ingleses]]. |
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Entre os séculos XV e XIX, a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal atividade económica era o [[comércio]], principalmente [[Comércio atlântico de escravos|de escravos]], o que dizimou tribos inteiras.<ref>BUENO, E. ''A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral''. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.</ref> Durante o {{séc|XIX}}, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da ação colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias [[Neocolonialismo|colónias]]. |
Entre os séculos XV e XIX, a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal atividade económica era o [[comércio]], principalmente [[Comércio atlântico de escravos|de escravos]], o que dizimou tribos inteiras.<ref>BUENO, E. ''A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral''. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.</ref> Durante o {{séc|XIX}}, e culminando na [[Conferência de Berlim]], nota-se uma incrementação da ação colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias [[Neocolonialismo|colónias]]. |
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Revisão das 23h11min de 30 de dezembro de 2017
Guiné é o nome dado à costa africana que vai aproximadamente desde o cabo Verde, no Senegal, até à foz do rio Ogooué, no Gabão. Por vezes, é estendido mais a sul até à foz do rio Rio Congo. Também incluídos nesta região costumam estar os arquipélagos no Oceano Atlântico (Cabo Verde, São Tomé). Outras fontes identificam a região da Guiné como sendo a região da África situada a sul do Sael.
Etimologia
Atribui-se a designação "Guiné" pelos portugueses, embora não se tenha a certeza de qual a origem. Conjectura-se que pode ser derivado de Gana.
Geografia física
Orograficamente, a região é geralmente caracterizada por terrenos baixos, sendo os maciços montanhosos (por exemplo, Futa Djalon) pouco numerosos. É uma zona bastante recortada por rios (por exemplo: Senegal, Gâmbia, Volta, Níger) com terrenos facilmente alagáveis (por exemplo: lago Volta, delta do Níger). A vegetação acompanha o clima, sendo em grande parte da região constituída por florestas tropicais húmidas, mas podendo haver florestas equatoriais nas zonas próximas do Equador, mais a sul, e vegetação subtropical nas zonas tropicais secas. As savanas encontram-se mais no interior.
Geografia humana
A população encontra-se mais concentrada nas zonas costeiras, sendo o delta do Níger uma das zonas de maior densidade populacional de África. Trata-se de uma população diversificada, geralmente classificada conforme os grupos linguísticos (línguas Atlântico-Ocidental, Mandê, Kru, Kwa, Ijo, Bantas). As principais atividades económicas continuam centradas no sector primário.
História
Tradicionalmente, essa região não viu surgir estados grandes (exceção: reino de Benim), o que contrasta com a região do Sael, a norte, que viu suceder uma série de impérios (Gana, Mali, Songai, Canem). A vegetação densa favoreceu a constituição de pequenos estados autossuficientes, por vezes reduzidos à dimensão tribal e não à dimensão étnica. Presume-se que os primeiros europeus a entrar em contacto com a costa da Guiné foram navegadores portugueses no século XV. Para implementar o seu comércio na região, os portugueses erigiram feitorias fortificadas (por exemplo: Arguim, Acra, São Jorge da Mina), mas foram, progressivamente, perdendo o controlo da região para franceses e ingleses.
Entre os séculos XV e XIX, a ocupação europeia foi limitada (resumia-se a alguns pontos da costa) e a principal atividade económica era o comércio, principalmente de escravos, o que dizimou tribos inteiras.[1] Durante o século XIX, e culminando na Conferência de Berlim, nota-se uma incrementação da ação colonizadora por parte de potências europeias, que acabam por dividir o território em várias colónias.
A diversidade dos produtos explorados pelos europeus na região pode ser notada pelo nome que deram a algumas das suas colónias: Costa do Ouro (hoje em dia Gana), Costa dos Escravos (hoje em dia Benim), Costa da Pimenta (hoje em dia Libéria e Serra Leoa), Costa do Marfim (mantém o mesmo nome). Por vezes, as colónias eram conhecidas conforme o nome da potência colonial europeia administrante: Guiné Francesa (hoje em dia Guiné), Guiné Portuguesa (hoje em dia Guiné-Bissau), Guiné Espanhola (hoje em dia Guiné Equatorial). Aproximadamente a partir da década de 1960, dá-se a independência dos diversos estados que constituem hoje a região da Guiné, mantendo-se, no entanto, grandemente, as fronteiras herdadas da divisão colonial.
Países que constituem a região da Guiné
- Benim
- Oeste de Camarões
- Costa do Marfim
- Gâmbia
- Gana
- Guiné
- Guiné-Bissau
- Guiné Equatorial
- Libéria
- Sul da Nigéria
- Senegal
- Serra Leoa
- Togo
Referências
- ↑ BUENO, E. A viagem do descobrimento: a verdadeira história da expedição de Cabral. Rio de Janeiro. Objetiva. 1998. p. 75.