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'''Raymond Dart''' ([[Brisbane]], Queensland, [[4 de Fevereiro|4 de fevereiro]] de [[1893]] — [[Joanesburgo]], [[22 de Novembro|22 de novembro]] de [[1988]]) foi um [[anatomia|anatomista]] e [[antropologia|antropologista]] [[Austrália|australiano]] que descreveu, em [[1924]] uma nova [[espécie]] de [[hominídeo]], o ''[[Australopithecus africanus]]'', a partir dum [[crânio]] [[fóssil]] encontrado em [[Taung]] na [[Bechuanalândia]] (antigo nome do actual [[Botswana]]). |
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Nascido em [[Toowong]], [[Brisbane]], na Austrália, ele estudou nas universidades de [[Universidade da Queensland| Queensland]], [[Universidade de Sydney| Sydney]] e no [[University College]] de [[Londres]]. Em [[1922]] Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da [[Universidade de Witwatersrand]] em [[Johannesburg]], na [[África do Sul]]. |
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Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome ''Australopithecus africanus'', que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "Rapaz de Taung". |
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Embora o crânio tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o ''Australopithecus africanus'' uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da [[evolução]] entre os [[símio]]s e os seres [[humano]]s, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma [[dentição]] relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical. |
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Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio Infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno [[gorila]]. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África. |
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio Infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno [[gorila]]. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África. |
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Este artigo não cita fontes confiáveis. (Abril de 2010) |
Raymond Dart (Brisbane, Queensland, 4 de fevereiro de 1893 — Joanesburgo, 22 de novembro de 1988) foi um anatomista e antropologista australiano que descreveu, em 1924 uma nova espécie de hominídeo, o Australopithecus africanus, a partir dum crânio fóssil encontrado em Taung na Bechuanalândia (antigo nome do actual Botswana).
Nascido em Toowong, Brisbane, na Austrália, ele estudou nas universidades de Queensland, Sydney e no University College de Londres. Em 1922 Dart foi nomeado chefe do novo departamento de anatomia da Universidade de Witwatersrand em Johannesburg, na África do Sul.
Em 1924, um aluno trouxe-lhe o crânio fossilizado de um babuíno descoberto numa pedreira perto da Universidade, em Taung. Isto despertou o interesse de Dart que solicitou que novas descobertas similares lhe fossem trazidas. A primeira a chegar foi o rosto e um maxilar de um crânio fossilizado cravado na rocha. Inicialmente pensou que os ossos pertencessem a um símio mas depois concluiu que os dentes e o maxilar pareciam humanos. Dart demorou 73 dias a remover os ossos incrustados na rocha. Um exame mais minucioso levou-o a concluir que se tratava de um jovem. Dart atribuiu ao fóssil o nome Australopithecus africanus, que significa "macaco do Sul da África" e alcunhou-o de "Rapaz de Taung".
Embora o crânio tivesse o tamanho do de um macaco, Dart estava convencido, pela forma como este assentava sobre a coluna vertebral, que a criatura deveria ter caminhado sobre duas pernas, sendo assim um hominídeo. Portanto, Dart considerou o Australopithecus africanus uma espécie nova e, possivelmente o "elo perdido" da evolução entre os símios e os seres humanos, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente uma postura vertical.
Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que o “crânio Infantil de Taung” não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o crânio era realmente dum jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o "berço da humanidade" pudesse estar em África.
As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 1930 corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.
Raymond Dart continuou como director da Escola de Anatomia da Universide de Witwatersrand, até 1958 e, em 1959 escreveu a suas memórias, a que chamou “Aventuras com o Elo Perdido”. O Instituto para o Estudo do Homem em África foi fundado em Witwatersrand para homenajeá-lo.
Ligações externas
Bibliografia
- Dart R. A. (1925): Australopithecus africanus: the man-ape of South Africa
- Nature, 115:195-9 Comunicação original do “crânio Infantil de Taung“ na Nature (formato PDF)
- Dart, Raymond e Dennis Craig (1959): Adventures with the Missing Link. Harper & Brothers, New York.
- Fagan, Brian. The Passion of Raymond Dart. Archaeology v. 42 (May-June 1989): p. 18.