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Além dessas povoações, a municipalidade ainda compõe-se de oito aglomerados populacionais, sendo eles as de PA Alto Bonito, Vila Rica (Vila dos Maranhenses), Vila dos Pretos, Vila Curral Preto, Acampamento União do Axixá, Vila Gurita da Serra (Km 16), Vila Cutianópolis e Acampamento Frei Henri des Roziers.
Além dessas povoações, a municipalidade ainda compõe-se de oito aglomerados populacionais, sendo eles as de PA Alto Bonito, Vila Rica (Vila dos Maranhenses), Vila dos Pretos, Vila Curral Preto, Acampamento União do Axixá, Vila Gurita da Serra (Km 16), Vila Cutianópolis e Acampamento Frei Henri des Roziers.


A sede está subdividida nos seguinte bairros: Centro, Planalto, Alto da Glória, Jardim Panorama, Setor 31, Coofapac, Bairro da Paz e Serra Leste.
A sede está subdividida nos seguinte bairros: Alto da Glória (Chamonlândia), Bairro da Paz, Bandeirantes, Centro, COOFAPAC, Jardim Panorama, Planalto, Serra Leste e Setor 31.


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Revisão das 14h57min de 2 de maio de 2018

Curionópolis
  Município do Brasil  
Rodovia PA-275, em 2017, no bairro Da Paz, em Curionópolis.
Rodovia PA-275, em 2017, no bairro Da Paz, em Curionópolis.
Rodovia PA-275, em 2017, no bairro Da Paz, em Curionópolis.
Símbolos
Bandeira de Curionópolis
Bandeira
Brasão de armas de Curionópolis
Brasão de armas
Hino
Gentílico curionopolitano, curionopolense
Localização
Localização de Curionópolis no Pará
Localização de Curionópolis no Pará
Localização de Curionópolis no Pará
Curionópolis está localizado em: Brasil
Curionópolis
Localização de Curionópolis no Brasil
Mapa
Mapa de Curionópolis
Coordenadas 6° 05' 27" S 49° 32' 27" O
País Brasil
Unidade federativa Pará
Municípios limítrofes Eldorado dos Carajás, Parauapebas, Marabá, Xinguara.
Distância até a capital 630 km
História
Fundação 1977 (47 anos)
Emancipação 10 de maio de 1988 (35 anos)
Administração
Prefeito(a) Adonei Sousa Aguiar (DEM, 2017 – 2020)
Características geográficas
Área total [1] 2 368,698 km²
População total (IBGE/2016[2]) 17 453 hab.
Densidade 7,4 hab./km²
Clima Tropical semiúmido ((Aw/As))
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,636 médio
PIB (IBGE/2014[4]) R$ 206 707,85 mil
PIB per capita (IBGE/2014[4]) R$ 11 584,17

Curionópolis é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se na microrregião de Parauapebas e na mesorregião do Sudeste Paraense. O município tem 17.453 habitantes (IBGE 2017) e 2289 km² de área territorial.

Foi emancipado administrativamente em 1988. O município é notório por abrigar a Serra Pelada, que foi o local de operações do maior garimpo a céu aberto do mundo, durante a década de 1980.

Geografia

Localizado a uma latitude 06º06'06" sul e longitude 49º35'53" oeste, estando a uma altitude de 18 metros acima do nível do mar. O município possui uma população estimada de 17 709 mil habitantes, distribuídos em 2 369 km² de extensão territorial.[5][6]

Etimologia

O nome "Curionópolis" homenageia o major Sebastião Curió, cacique político local que dirigiu por muito tempo a então vila e atual cidade com pulso forte. Foi um dos responsáveis pela emancipação política do município. A junção do nome "Curió" + "Polis", a grosso modo significa "Cidade do Curió".[7]

O primeiro nome da sede municipal, ainda quando vilarejo, era "Trinta", em alusão ao referencial rodoviário em que se encontrava. Com a chegada do major Curió, os colonos da área nomearam o local de Curionópolis, em homenagem àquele interventor que havia regularizado a situação do vilarejo. Em entrevista ao Projeto Rondon no ano de 2007, Curió declarou que o nome "Curionópolis" foi dado em 1981 pelos moradores da localidade contra sua vontade, pois entendia que homenagens somente deveriam ser dadas aos que já haviam falecido[8].

História

O garimpo de Serra Pelada em Curionópolis.

O município surgiu de dois povoados distintos, onde um deles formado no km 30[9] da rodovia estadual PA-275 hoje é a sede de Curionópolis; o outro povoado é a "Vila dos Garimpeiros", formada ao pé da Serra Pelada. Ambos formados em 1979, a época pertenciam ao município de Marabá e somente constituíram município em 1988. Quando da emancipação, era parte do município o distrito de Eldorado (ou "Km 100"), que posteriormente formou o município de Eldorado dos Carajás[10].

Embora os vilarejos tenham sido constituídos somente em 1979, os primeiros colonos de Curionópolis fixaram-se na região ainda em 1977, construindo as primeiras propriedades rurais da área.[11]

Colonização

Formado basicamente por duas frentes distintas, a principal, formadora da sede, foi a vila Trinta iniciada no km 30 da rodovia estadual PA-275. Esta vila foi fundada pelo casal João Patrocínio da Costa (ou João Mineiro) e Maria das Graças Costa (Dona Graça), ambos trabalhadores rurais da fazenda de Sebastião Naves; como era comum a parada dos viajantes da rodovia na altura do km 30, utilizando a residência da família Costa como um ponto de referência[9] para alimentar-se e até mesmo dormir, o casal resolveu erguer um barracão para comercializar comida, local que aos poucos acabou por servir de referência para os garimpeiros que usavam aquele ponto da estrada para entrar clandestinamente no garimpo de Serra Pelada[9], já que a entrada oficial era fiscalizada rigorosamente pela Polícia Federal. Posteriormente o pioneiro João Mineiro foi homenageado com seu nome no terminal rodoviário do município, quando ainda vivo.

A segunda frente foi a formadora da Vila dos Garimpeiros, e se deu em dezembro de 1979[12] quando um vaqueiro da Fazenda Três Barras, de propriedade do sr. Genésio[13], encontrou pedras de ouro de aluvião próximo a pés de bananeira, no riacho da Grota Rica[14]. O vaqueiro levou as pedras até um bar, onde mostrou aos demais que estavam presentes afirmando ser na verdade diamantes. Rapidamente a notícia foi espalhada, e no primeiro semestre de 1980 cerca de 30 mil garimpeiros já se haviam deslocado para a área riquíssima em ouro[15].

A intensa migração para a área chamou atenção do governo militar, que enviou o Major Sebastião Curió para servir como interventor local, indicação conseguida graças a sua experiencia durante a Guerrilha do Araguaia. Segundo informações de arquivos do governo datados de 1980, até então secretos, o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) preocupava-se com a jazida de ouro em Serra Pelada[16]. Os militares acreditavam que a presença do Major Curió (já cooptado como agente do CIE-SNI) seria fundamental para identificar pessoas na clandestinidade e militantes da esquerda política atraídos para o local[17], além de coibir o grande número de delitos e a crescente violência no local. Na região proliferava a prostituição, e em virtude da existência de grande número de bares, as brigas, tentativas de assassinatos e assassinatos multiplicavam-se.

O Major Curió ordenou a ocupação territorial na região separando as funções dos dois vilarejos, especializando o "Trinta" em centro residencial, comercial e administrativo, devendo receber as mulheres e suas famílias[18], tendo para isso organizado os arruamentos do local e distribuído gratuitamente títulos de posse de terrenos urbanos[8]. O vilarejo do Trinta foi separado em dois setores, sendo o primeiro (km 30) eminentemente residencial e comercial, e o segundo (conhecido como km 31) para abrigar os prostíbulos, bares e outros comércios. No caso da "Vila dos Garimpeiros", o segundo vilarejo, Curió proibiu a presença de mulheres e bebidas no local, sob a justificativa de diminuir as brigas e mortes constantes.[8]

Auge do garimpo e decadência

Ver artigo principal: Serra Pelada
Rampa de prática esportiva no canteiro central da rodovia PA-275 em Curionópolis

Em 1980 o garimpo em Serra Pelada começou seu período áureo, onde somente neste ano seriam extraídas 7 toneladas de ouro. Inevitavelmente a corrida ao ouro saiu do controle das autoridades locais, e a intervenção federal tornou-se mais intensa, com o fechamento da região do garimpo pelo Polícia Federal para impedir a entrada de mais pessoas no local. Como medida para evitar a evasão e o contrabando do ouro, o governo montou na própria Vila dos Garimpeiros uma Caixa Econômica Federal, que seria a única compradora legalizada do metal precioso, numa espécie de monopsônio. Para coibir a entrada de mais garimpeiros ilegais, as áreas de lavra e os garimpeiros foram registrados pela Receita Federal; e a área do garimpo e da vila do Trinta (a época já com nome de Curionópolis) foi dotada de infraestrutura de Correios e de um armazém da Cobal, para que não fosse necessário o deslocamento constante de pessoas pela região.[19]

Em 1981, os depósitos de ouro na superfície se esgotaram, sendo necessário adequar o local para prorrogar a extração manual. Neste mesmo ano a Serra passa a abrigar 80 mil garimpeiros, com a exploração caindo para 2,5 toneladas de ouro. O declínio tornou-se acentuado e, em 1984, a cava do garimpo jé alcançava 200 metros de profundidade, tornado inviável a exploração. Desde este ano a produção foi caindo até que em 1991 extraiu-se somente 13 quilos de ouro, quando a exploração foi vetada.[20]

A decadência da Serra refletiu na vida econômica da região de Curionópolis, que caiu em grande ostracismo econômico e político, observado pela grande pobreza e concentração de renda[21] Na segunda metade da década de 1980, a vida econômica da Vila de Curionópolis (Vila do Trinta até 1981) - que sobrevivia do comércio de motores, combustíveis, equipamentos, venda de alimentos, bebidas, entre outros - passou a orbitar em torno da cooperativa dos garimpeiros COOMIGASP, que é mergulhada em disputas políticas.

Emancipação

O declínio do ouro e o ostracismo econômico experimentado a partir de 1985, levou Curionópolis a se organizar no intuito de emancipar-sem em relação a Marabá. A associação de moradores da vila, com o apoio da cooperativa de garimpeiros e de figuras locais influentes como o major Curió, conseguiram pleitear a realização de um plebiscito. O escrutínio mostrou um resultado superior a 90% de aprovação pela emancipação, número que viabilizou a emancipação local.

Com tal resultado, em 10 de maio de 1988, através da Lei Estadual nº 5.444, Curionópolis foi elevado à condição de município. Sua instalação ocorreu em 1 de janeiro de 1989, com a posse do prefeito Salatiel Almeida, eleito em 15 de novembro de 1988.[18] Na data da instalação, a Vila de Curionópolis foi escolhida como sede, em detrimento da Vila dos Garimpeiros e da Vila de Eldorado, por ter melhor infraestrutura que as outras últimas.

Década de 2000

No ano de 2001, Curionópolis volta ao noticiário em função do brutal assassinato do sindicalista Antonio Clênio Cunha Lemos, na sede do Singbras, nas proximidades do Estádio Municipal, região conhecida como Jacarezinho; o crime nunca foi totalmente esclarecido[22].

Década de 2010

Em 2012, o patrono da cidade Sebastião Curió foi denunciado pelo Ministério Público de Marabá pelo sequestro de cinco pessoas durante a Ditadura Militar, na região do Araguaia. Para a organização Human Rights Watch trata-se de um passo histórico do Brasil.[23] Desde então tornou-se forte o movimento que pede a mudança de nome da cidade, assim como de vários lugares cujo nome homenageia pessoas ligadas à ditadura militar no Brasil. Caso mude sua denominação, o município passaria a se chamar "Serra Leste" ou "Cristalino", em alusão a dois dos principais referenciais geográficos e geológicos da localidade.

Devido à recente valorização do ouro no mercado internacional após a Grande Recessão, muitos garimpos até então desativados, passaram a ser reabertos. Em 2011, a empresa de mineração canadense Colossus Minerals Inc. se associou à COOMIGASP, formando a joint venture Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), que irá explorar de forma mecanizada o ouro de Serra Pelada a partir de 2014.[24][25][26][27]

Outros projetos minerais também tem contribuído para retirar do atraso econômico de quase duas décadas vivido em Curionópolis. As propostas em questão, que estarão viáveis para exploração a partir de 2015 são o "Serra Leste", de ferro; e, "Cristalino", exploração de cobre.[28][29]

Subdivisões

O município de Curionópolis está oficialmente subdividido em dois distritos, sendo o maior e mais populoso a sede, que corresponde principalmente à cidade de Curionópolis. O outro distrito recebe o nome de Serra Pelada, correspondendo principalmente à vila homônima (ou Vila dos Garimpeiros).

Além dessas povoações, a municipalidade ainda compõe-se de oito aglomerados populacionais, sendo eles as de PA Alto Bonito, Vila Rica (Vila dos Maranhenses), Vila dos Pretos, Vila Curral Preto, Acampamento União do Axixá, Vila Gurita da Serra (Km 16), Vila Cutianópolis e Acampamento Frei Henri des Roziers.

A sede está subdividida nos seguinte bairros: Alto da Glória (Chamonlândia), Bairro da Paz, Bandeirantes, Centro, COOFAPAC, Jardim Panorama, Planalto, Serra Leste e Setor 31.

Referências

  1. «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). 10 out. 2002. Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Estimativas da população residente nos municípios brasileiros com data de Referência em 1 de julho de 2016» (PDF). Estimativa Populacional para 2016. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2016. Consultado em 28 de dezembro de 2016 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 21 de setembro de 2013 
  4. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ftp://ftp.ibge.gov.br/Pib_Municipios/2014/base/base_de_dados_2010_2014.xls. Consultado em 28 de dezembro de 2016  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. «Estado Pará, Município de Curionópolis». IBGE. 2015. Consultado em 13 de junho de 2016 
  6. «Curionópolis, Pará - PA.». IBGE. 2015. Consultado em 13 de junho de 2016 
  7. PRIETO, José Ricardo. A saga dos pobres em Serra Pelada - Revista A Nova Democracia
  8. a b c Blog UnB Agência no Projeto Rondon. Entrevista – Sebastião Curió Rodrigues de Moura, Parte I - Serra Pelada e Curionópolis. Fevereiro de 2007.
  9. a b c CARLOS, Eli. Curionópolis: História, Mineração e Desenvolvimento. Blog Geógrafo5, abril de 2011.
  10. Amazônia de A a Z: Curionópolis, município do Pará - Portal Amazônia
  11. AMPLO TREINAMENTO E CONSULTORIA. Projeto Serra Leste: Diagnóstico Ambiental do Meio Socioeconômico e Cultural
  12. COSTA, M. A. C. N.; BORIN, E. Investimento social privado: um estudo de caso sobre a CVRD - III SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia
  13. História de Serra Pelada: da primeira pepita ao fechamento do garimpo - UOL Notícias
  14. A lenda da montanha de ouro - Secretaria de Cultura do estado do Rio de Janeiro
  15. OLIVEIRA, Nando. Garimpo na Serra Pelada. Café História
  16. LOYOLA, Leandro. História nas gavetas - Revista Época
  17. LUIZ, Edson. Militares monitoraram garimpo de Serra Pelada - Correio Braziliense: Clipping do Portal Senado Federal
  18. a b Histórico de Curionópolis - IBGE Cidades
  19. MATHIS, Armin. Papers do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - Nº 50: Serra Pelada. Belém: NAEA, 1995.
  20. Pepitas de Ouro: Garimpo de Serra Pelada - Banco Central do Brasil
  21. TEIXEIRA DE SOUZA, M.. Análise dos Municípios do Corredor Logístico da Estrada de Ferro Carajás: Impactos da Gestão Fiscal no Desenvolvimento Regional - Monografia de conclusão de curso de Economia. Belém: Universidade Federal do Pará, 2014.
  22. SIMIONATO, Maurício. Serra Pelada: Curió será ouvido sobre assassinato - Folha de S. Paulo
  23. «Brasil se dispone a juzgar al primer militar por crímenes durante la dictadura». El Pais. 15 de março de 2012. Consultado em 16 de março de 2012 
  24. MME emite concessão de lavra em Serra Pelada - DNPM
  25. Serra Pelada voltará a produzir ouro em 2012 - Portal R7
  26. Garimpo de Serra Pelada volta a produzir em 2013 - Portal Surgiu
  27. América do Sul vive nova corrida ao ouro - BBC Brasil
  28. Instabilidade no garimpo pode inviabilizar o futuro de Curionópolis - Hiroshi Bogéa Online
  29. Pará na liderança mineral com o cobre - Diário Online
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