História da música: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 187.180.202.157 para a última revisão de 177.101.182.233, de 01h15min de 26 de abril de 2018 (UTC)
Etiqueta: Reversão
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
Linha 1: Linha 1:


'''História da música''' é estudo das origens e evolução da [[música]] ao longo da história. Como disciplina [[História|histórica]] insere-se na [[história da arte]] e no estudo da evolução [[cultura|cultural]] dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da [[musicologia]] e da [[teoria musical]]. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos [[historiador]]es, porém também é frequentemente realizado pelos musicólogos.
'''História da música''' é estudo das origens e evolução da [[música]] ao longo da história. Como disciplina [[História|histórica]] insere-se na [[história da arte]] e no estudo da evolução [[cultura|cultural]] dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da [[musicologia]] e da [[teoria musical]]. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos [[historiador]]es, porém também é frequentemente realizado pelos musicólogos.A história da música cresce cada dia mais.


== Origem da música ==
== Origem da música ==

Revisão das 01h33min de 6 de junho de 2018

História da música é estudo das origens e evolução da música ao longo da história. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém também é frequentemente realizado pelos musicólogos.A história da música cresce cada dia mais.

Origem da música

Se considerarmos o termo em sua maior abrangência, a história da música envolve ao menos:

  • As origens culturais da música em cada grupo humano estudado.
  • As influências culturais e sociais que a música exerce e sofre ao longo de seu desenvolvimento.
  • A origem e evolução de seus sistemas musicais característicos (que envolvem suas estruturas rítmicas, melódicas e harmônicas).
  • O desenvolvimento das formas musicais e dos gêneros e estilos.
  • A história dos instrumentos musicais e técnicas associadas à sua execução.
  • A influência mútua entre a música e os demais movimentos culturais.
  • A origem e evolução dos sistemas teóricos utilizados para estudá-la, incluindo sistemas de notação e análise musical.
  • As principais personalidades envolvidas na sua evolução. Os compositores e músicos que marcaram cada período ou gênero específico ou que impulsionaram o desenvolvimento de novas formas, estilos e gêneros.
  • A cronologia de todos estes temas.

A metodologia utilizada no estudo da história da música podem incluir a análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a música e a sociedade. A análise de artefatos arqueológicos e a documentação etnográfica também são instrumentos úteis a este campo do conhecimento.

A História da música e a tecnologia

História da Música é estudo das origens e evolução da música ao longo do tempo. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da história, é trabalho dos historiadores, porém também é frequentemente realizado pelos musicólogos.

Em 1957 Marius Schneider escreveu: “Até poucas décadas atrás o termo ‘história da música’ significava meramente história da música erudita européia. Foi apenas gradualmente que o escopo da música foi estendido para incluir a fundação indispensável da música não européia e finalmente da música pré-histórica.”

Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas e espaços no mundo e todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Podemos assim falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente, história da música do Brasil, história do samba, e assim sucessivamente.

Uma das razões do conceito difundido de que história da música refere-se apenas à música ocidental é a grande quantidade de obras existentes que tratam apenas desta vertente e que predominaram por muitos séculos. Apenas após o surgimento da etnomusicologia (uma área da etnologia), foi que as origens da música não européia passaram a ser mais bem documentadas.

Nos estudos da música primitiva que tentam relacionar a música às culturas que as envolvem, há duas abordagens prevalecentes: a Kulturkreis da “Escola de Berlim” e a tradição norte americana da área cultural. Entre os adeptos da Kulturkreis está Curt Sachs, que analisou a distribuição de instrumentos culturais de acordo com os círculos culturais estudados por Gräbner, Schmidt, Isadora e Preuss, entre outros, e descobriu que as distribuições coincidiam e estavam correlacionadas. De acordo com esta teoria, todas as culturas passam pelos mesmos estágios e as diferenças culturais indicam a idade e velocidade de desenvolvimento de uma dada cultura.

A teoria da área cultural, por outro lado, analisa a música de acordo com as regiões nas quais as pessoas compartilham a mesma cultura, sem atribuir a essas áreas um significado ou valor histórico (por exemplo, todos os Inuit tradicionais possuíam um caiaque, um traço comum que define a área cultural Inuit). Em cada uma das teorias, as regiões definidas necessariamente se interceptam, com pessoas que compartilham partes de mais de uma cultura, permitindo a definição dos centros culturais pela análise de seus limites. (Nettl 1956, p.93-94)

A etnologia analisa e documenta as manifestações culturais oralmente e as correlacionam às suas regiões para determinar a história de cada cultura. Isso inclui todas as manifestações artísticas, inclusive a música.

A música, no que concerne ao repertório, pode ser classificada em gêneros e estilos, a partir máxime dos elementos musicológicos específicos considerados (a saber, por exemplo: instrumentação e tessitura vocal; forma e estrutura; fórmula de compasso; ritmo; andamento; harmonia e contraponto; etc.), isso quando não se consideram, mais além, a forma ou o conteúdo do texto aplicado (letra ou libretto, no caso específico da música vocal), a funcionalidade (eis, por exemplo, o caso tanto das trilhas sonoras para produções cinematográficas ou televisivas quanto dos jingles e vinhetas publicitárias para veículos de radiodifusão) ou mesmo a data histórica em que a peça musical foi escrita (concernente à escola musical).

A música na pré história

Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em torno de um homem nu.

As primeiras imitações sonoras do homem da pré-história, foram unicamente através do som dos movimentos corporais acompanhados de sons vocais, eles pretendiam completar a possessão do animal na sua essência, a sua alma.

Quando o ser humano tomou consciência de si, procurou as respostas do que não entendia: as primeiras respostas foram mágicas, com as crenças espirituais apareceram as religiões. Para algumas culturas a música teve uma origem divina, porque acreditavam que os sons foram-lhes dados por uma divindade. No entanto, a música tinha uma correspondência direta com o cosmos e com o movimento dos planetas. Assim apareceram as primeiras lendas sobre a sua origem.

Somente através do estudo de sítios arqueológicos podemos ter uma ideia do desenvolvimento da música nos primeiros grupos humanos. A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma vaga ideia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais. Mas podemos especular, a partir dos desenvolvimentos cognitivos ou da habilidade de manipular materiais, sobre algumas das possíveis evoluções na música.

Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a seguinte sequência aproximada de eventos:

  1. Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.
  2. hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.
  3. Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.
  4. Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do canto.
  5. Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.
  6. Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros instrumentos afináveis.
  7. Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho permitem que uma parcela da população possa se desligar da atividade de produzir alimentos. Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).

Antiguidade

Muitos historiadores apontam a música na antiguidade impregnada de sentido ritualístico e como instrumento mais utilizado a voz, pois por meio dela se dava a comunicação e nessa época o sentido da música era esse, comunicar-se com os deuses e com o povo. Observamos que, na Grécia, a música funcionava como uma forma de estarem mais próximos das divindades, um caminho para a perfeição – o termo "música", inclusive, teria origem nas Musas, divindades que inspiravam as ciências e as artes[1]. Nessa época, a música era incorporada à dança e ao teatro, formando uma totalidade, e ao som da lira eram recitados poemas. As tragédias gregas encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas da lira, da cítara e de instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque importante na antiguidade foi Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu as notas e os intervalos musicais.

Já em Roma a música foi influenciada pela música grega, pelos etruscos e pela música ocidental. Os romanos utilizavam a música na guerra para sinalizar ações dos soldados e tropas e também para cantar hinos as vitórias conquistadas, também possuía um papel fundamental na religião e em rituais sagrados, assim como no Egito, onde os egípcios acreditavam na "origem divina" da música, que estava relacionada a culto aos deuses. Geralmente os instrumentos eram tocados por mulheres (chamadas sacerdotisas). Os chineses, além de usarem a música em eventos religiosos e civis tiveram uma percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo chegando a usar a música como "identidade" ou forma de "personalizar" momentos históricos e seus imperadores.

Da idade antiga em diante, os estilos musicais expandem-se tanto, que torna-se impossível definir a música universal apenas observando-se uma localidade (como a Europa), sendo necessária, portanto, uma subdivisão no estudo da história da música por continentes e nações:

Século XX

Ver artigo principal: Música do século XX

No século XX houve ganho de popularidade do rádio pelo mundo, e novas mídias e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Com a gravação e distribuição, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. Música de todo gênero tornou-se cada vez mais portátil.

A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e do sintetizador em meados do século revolucionaram a música popular e aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música. Os sons de diferentes continentes começaram a se exibir, enriquecendo ainda mais a cultura da música.

Referências

  • CANDÉ, Roland de (2001). História Universal da música. 2 volumes. São Paulo: Martins Fontes. ISBN 8533615000
  • CARPEAUX, Otto Maria (2001). Livro de Ouro da História da música (Edição revisada e ampliada de "Uma nova história da música"). Rio de Janeiro: Ediouro. ISBN 8500008776
  • NETTL, Bruno (1956). Music in Primitive Culture. Harvard University Press.
  • WELLESZ, Egon, ed. (1957). New Oxford History of Music, Vol. 1: Ancient and Oriental Music.
  • WISNIK, José Miguel (1999). O Som e o Sentido. São Paulo: Cia das Letras ISBN 8571640424
  1. CHAVES, AJ (2012). Comunicação e música. Rio de Janeiro: Clube de Autores. ISBN 8591439232