José Ortega y Gasset: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 17: Linha 17:
}}
}}
{{Portal-filosofia}}
{{Portal-filosofia}}
'''José Ortega y Gasset''' ([[Madrid]], [[9 de maio]] de [[1883]] — Madrid, [[18 de outubro]] de [[1955]]) foi um [[filosofia|filósofo]], [[Ensaio|ensaísta]], [[Jornalismo|jornalista]] e [[Ativismo|ativista]] político [[espanha|espanhol]]. Foi o principal expoente do [[perspectivismo]] e da teoria da razão vital e histórica, situado no movimento [[Novecentismo|novecentista]].
'''José Ortega y Gasset''' ([[Madrid]], [[9 de maio]] de [[1883]] — Madrid, [[18 de outubro]] de [[1955]]) foi um [[filosofia|filósofo]], [[Ensaio|ensaísta]], [[Jornalismo|jornalista]] e [[Ativismo|ativista]] político [[espanha|espanhol]]. Foi o principal expoente do [[perspectivismo]] e da teoria da razão vital e histórica, situado no movimento [[Novecentismo|novecentista]]. O objetivo da filosofia de Ortega é encontrar o ser fundamental do mundo. Este "ser fundamental" é radicalmente diferente de qualquer ser contingente ou intramundano; e também é diferente de "o dado" (expressão com a qual Ortega se referiu ao conteúdo de nossa consciência = "o dado" em nossa consciência). Para ele, todo conteúdo de consciência é, por definição, fragmentário e não serve para oferecer o significado do mundo e da existência. Este significado só é encontrado no "ser fundamental" ou "todo", sendo a filosofia é o conhecimento responsável por abordar essa questão.


==Biografia==
==Biografia==

Revisão das 12h20min de 20 de outubro de 2018

José Ortega y Gasset
José Ortega y Gasset
Nascimento 9 de maio de 1883
Madrid
Morte 18 de outubro de 1955 (72 anos)
Madrid
Nacionalidade Espanha Espanhol
Ocupação Filosofia
Movimento literário Geração de 98
Magnum opus A Rebelião das Massas
Assinatura

Predefinição:Portal-filosofia José Ortega y Gasset (Madrid, 9 de maio de 1883 — Madrid, 18 de outubro de 1955) foi um filósofo, ensaísta, jornalista e ativista político espanhol. Foi o principal expoente do perspectivismo e da teoria da razão vital e histórica, situado no movimento novecentista. O objetivo da filosofia de Ortega é encontrar o ser fundamental do mundo. Este "ser fundamental" é radicalmente diferente de qualquer ser contingente ou intramundano; e também é diferente de "o dado" (expressão com a qual Ortega se referiu ao conteúdo de nossa consciência = "o dado" em nossa consciência). Para ele, todo conteúdo de consciência é, por definição, fragmentário e não serve para oferecer o significado do mundo e da existência. Este significado só é encontrado no "ser fundamental" ou "todo", sendo a filosofia é o conhecimento responsável por abordar essa questão.

Biografia

José Ortega y Gasset nasceu em Madrid (Espanha), no dia 9 de maio de 1883.[1] A família de sua mãe, Dolores Gasset, era proprietária do jornal “El Imparcial”. Seu pai, José Ortega Munilla, era jornalista e diretor desse jornal (um dos familiares do filósofo fundou o diário El País, um dos mais conhecidos da Europa.[1] Quando criança, Ortega y Gasset estudou em Madrid, mas foi enviado logo cedo, pela família, para cursar o bacharelado em um colégio de jesuítas em Málaga, facto ao qual o filósofo atribui a sua forte reação a esse tipo de educação e ao projeto pessoal de reforma da filosofia.

Graduou-se e doutorou-se em Filosofia na Universidade Central de Madri em 1904, após breve passagem pela Universidade de Deusto, em Bilbao. Dali seguiu para a Alemanha, onde viria a sofrer, na primeira etapa de sua filosofia, a influência da escola de Marburgo, que tinha por figuras principais Hermann Cohen e Paul Natorp com forte inclinação pelo idealismo, o qual Ortega iria combater fortemente passado algum tempo.

Em 1910 obtém a cátedra de Metafísica na Universidade Central de Madri. Em 1914 publica seu primeiro livro Meditaciones del Quijote. Em 1917 se torna colaborador do jornal El Sol, onde publicaria seus ensaios España invertebrada (1921) e La rebelión de las masas (1930). Funda a Revista de Occidente em 1923, responsável por traduzir e comentar grandes autores contemporâneos na Filosofia, como Edmund Husserl, Oswald Spengler, Georg Simmel, Hans Driesch e Bertrand Russell.

Após desentender-se com a ditadura espanhola (em 1929 chega a demitir-se de sua cátedra universitária), exila-se na Argentina. Durante seu exílio voluntário da Espanha de 1936 a 1945, em plena Guerra Civil Espanhola, Ortega y Gasset viveu, num longo e famoso silêncio com relação aos conturbados tempos políticos de seu país, sobre o qual muitos acharam motivos para o acusar.[1] No entanto, pelo menos para o sociólogo brasileiro Hélio Jaguaribe – um dos mais conhecidos comentadores do autor no Brasil – no prefácio à obra História como Sistema, de Ortega y Gasset, na maior parte do tempo o filósofo espanhol foi como que um educador do seu povo, a partir de uma profunda convicção de que o que importa, antes de tudo, é a lucidez e a compreensão do mundo para operar nele. Essa alternância entre o engajamento e o distanciamento crítico configurará as principais fases da existência de Ortega y Gasset. Regressa à Espanha em 1948 e, em 1955, lhe é diagnosticado um câncer, e ele falece no dia 18 de outubro daquele ano.[1]

Gasset fazendo uma menção a um diálogo entre Maurice Talleyrand e Napoleão onde Talleyran, opondo-se a sua política de hegemonia europeia, diz ao Imperador que; "Com as baionetas pode-se fazer tudo, menos sentar-se sobre elas" referindo-se que nenhum regime sustenta-se só pela força, acrescenta que o poder é menos uma questão de punhos e mais uma questão de nádegas.

Filosofia

O objetivo da filosofia de Ortega é o de encontrar o ser fundamental do mundo. Este "ser fundamental" é radicalmente diferente de qualquer ser contingente ou intramundano; e também é diferente de "o dado" (expressão com a qual Ortega se referiu ao conteúdo de nossa consciência = "o dado" em nossa consciência). Todo conteúdo de consciência é, por definição, fragmentário e não serve para oferecer o significado do mundo e da existência. Esse sentido só é encontrado no "ser fundamental" ou no todo. Filosofia é o conhecimento que é responsável por abordar essa questão. .[2]

A “Filosofia” em Ortega está ligada à palavra circunstância, de onde ele tira sua famosa expressão: eu sou eu e minha circunstância, e se eu não salvá-la eu não posso me salvar. (Meditaciones del Quijote, 1914) . Ele mantém os princípios essenciais de seu perspectivismo em períodos posteriores de seu pensamento.[3]

A partir do tema do nosso tempo desenvolve-se a teoria do "raciovitalismo" que funda o conhecimento na vida humana como a realidade radical, em que um dos componentes essenciais é a própria razão.[4]

Para Ortega, a vida humana é a realidade radical, isto é, aquela em que todas as outras realidades aparecem e emergem, incluindo qualquer sistema filosófico, real ou possível. Para cada ser humano, a vida assume uma forma concreta. .[5]

Chamado de "razão vital" um novo tipo de razão, em rigor, o mais antigo e primário e "raciovitalismo" a mentalidade de que confia em seu novo conceito de razão. A razão vital é uma razão que está sendo constantemente percebida na vida à qual ela é inerente.

O pensamento de Ortega é geralmente dividido em três etapas:

  • Estágio objetivista (1902-1914): influenciado pelo neo-kantismo alemão e pela fenomenologia de Husserl, chega a afirmar a primazia das coisas (e ideias) sobre as pessoas.
  • Estágio Perspectivista (1914-1923): começa com Meditações de Quixote. Neste momento, Ortega descreve a situação espanhola na Espanha invertebrada (1921).
  • Estágio Raciovitalista (1924-1955): Considera-se que Ortega entra em seu estágio de maturidade, com obras como O tema de nosso tempo, História como um sistema, Ideias e crenças ou A rebelião das massas.

Trabalhos

A maior parte do trabalho de Ortega y Gasset consiste de palestras e aulas publicadas anos após o fato e muitas vezes postumamente. Esta lista tenta colocar em ordem cronológica de quando foram escritas e não quando publicadas.

  • Meditaciones del Quijote (Meditations on Quixote, 1914)
  • Vieja y nueva política (Old and new politics, 1914)
  • Investigaciones psicológicas (Psychological Investigations, course given 1915-16 and published in 1982)
  • Personas, Obras, Cosas (People, Works, Things, articles and essays written 1904-1912: "Renan", "Adán en el Paraíso" -- "Adam in Paradise", "La pedagogía social como programa político" -- "Pedagogy as a political program", "Problemas culturales" -- "Cultural problems", etc., published 1916)
  • El Espectador (The Spectator, 8 volumes published 1916-1934)
  • España Invertebrada (Invertebrate Spain, 1921)
  • El tema de nuestro tiempo (The theme of our time, 1923)
  • Las Atlántidas (The Atlantides, 1924)
  • La deshumanización del Arte e Ideas sobre la novela (The Dehumanization of art and Ideas about the Novel, 1925)
  • Espíritu de la letra (The spirit of the letter 1927)
  • Mirabeau o el político (Mirabeau or politics, 1928-1929)
  • ¿Qué es filosofía? (What is philosophy? 1928-1929, course published posthumously in 1957)
  • Kant (1929-31)
  • ¿Qué es conocimiento? (What is knowledge? Published in 1984, covering three courses taught in 1929, 1930, and 1931, entitled, respectively: "Vida como ejecución (El ser ejecutivo)" -- "Life as execution (The Executive Being)", "Sobre la realidad radical" -- "On radical reality" and "¿Qué es la vida?" -- "What is life?")
  • La rebelión de las masas (The Revolt of the Masses, 1930)
  • Rectificación de la República; La redención de las provincias y la decencia nacional (Rectification of the Republic: Retention of the provinces and national decency, 1931)
  • Goethe desde dentro (Goethe from within, 1932)
  • Unas lecciones de metafísica (Some lessons in metaphysics, course given 1932-33, published 1966)
  • En torno a Galileo (About Galileo, course given 1933-34; portions were published in 1942 under the title "Esquema de las crisis" -- "Scheme of the Crisis")
  • Prólogo para alemanes (Prolog for Germans, prologue to the third German edition of El tema de nuestro tiempo. Ortega himself prevented its publication "because of the events of Munich in 1934". It was finally published, in Spanish, in 1958.)
  • History as a system (First published in English in 1935. the Spanish version, Historia como sistema, 1941, adds an essay "El Imperio romano" -- "The Roman Empire").
  • Ensimismamiento y alteración. Meditación de la técnica. (This title is not easily translate, because the title uses a neologism and there is a play on words. Literally, it is "Sameness-making and alteration", but it could also be read as "The making of sameness and difference." In either case, the subtitle means "A meditation on technique." 1939)
  • Ideas y Crencias (Ideas and Beliefs: on historical reason, a course taught in 1940 Buenos Aires, published 1979 along with Sobre la razón histórica)
  • Teoría de Andalucía y otros ensayos • Guillermo Dilthey y la Idea de vida (The theory of Andalucia and other essays: Wilhelm Dilthey and the idea of life, 1942)
  • Sobre la razón histórica (On historical reason, course given in Lisbon, 1944, published 1979 along with Ideas y Crencias)
  • Idea del Teatro. Una abreviatura (The idea of theater, a shortened version, lecture given in Lisbon April 1946, and in Madrid, May 1946; published in 1958, La Revista Nacional de educación num. 62 contained the version given in Madrid.)
  • La Idea de principio en Leibniz y la evolución de la teoría deductiva (The Idea of the Beginning in Leibniz and the evolution of deductive theory, 1947, published 1958)
  • Una interpretación de la Historia Universal. En torno a Toynbee (An interpretation of Universal History. On Toynbee, 1948, published in 1960)
  • Meditación de Europa (Meditação da Europa), aula dada em Berlim em 1949 com o título em latim De Europa meditatio quaedam. Publicada em 1960 conjuntamente com trabalhos anteriores.
  • El hombre y la gente (Man and the populace, course given 1949-1950 at the Institute of the Humanities, published 1957)
  • Papeles sobre Velázquez y Goya (Papers on Velázquez and Goya, 1950)
  • Pasado y porvenir para el hombre actual (Past and future for the man of today, published 1962, brings together a series of lectures given in Germany, Switzerland, and England in the period 1951-1954, published together with a commentary on Plato's Symposium.)
  • Goya (1958)
  • Velázquez (1959)
  • Origen y epílogo de la Filosofía (Origin and epilog to Philosophy, 1960),
  • La caza y los toros (The hunt and the bulls, 1960)

Ver também

Referências

  1. a b c d «José Ortega y Gasset». UOL - Educação. Consultado em 18 de outubro de 2012 
  2. Ortega y Gasset, José. Obras completas, Vol. I. Ed. Taurus/Fundación José Ortega y Gasset, Madrid, 2004, p. 757.
  3. Ortega y Gasset, José. Obras completas, Vol. I. Ed. Taurus/Fundación José Ortega y Gasset, Madrid, 2004, p. 717.
  4. Ortega y Gasset, José. Obras completas, Vol. I. Ed. Taurus/Fundación José Ortega y Gasset, Madrid, 2004, p. 727.
  5. Ortega y Gasset, José. Obras completas, Vol. I. Ed. Taurus/Fundación José Ortega y Gasset, Madrid, 2004, p. 132.

Ligações externas

Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: José Ortega y Gasset