Saga (literatura): diferenças entre revisões
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A maioria das sagas nórdicas foi escrita na [[Islândia]], em [[língua nórdica antiga]], que era a língua comum a grande parte da [[Escandinávia]] durante a [[Idade Média]]. Algumas sagas são originárias da [[Noruega]] e algumas poucas de outros [[países nórdicos]], mas as sagas islandesas são as mais importantes em número e qualidade. |
A maioria das sagas nórdicas foi escrita na [[Islândia]], em [[língua nórdica antiga]], que era a língua comum a grande parte da [[Escandinávia]] durante a [[Idade Média]]. Algumas sagas são originárias da [[Noruega]] e algumas poucas de outros [[países nórdicos]], mas as sagas islandesas são as mais importantes em número e qualidade. |
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[[Ficheiro:Egil Skallagrimsson 17c manuscript.jpg|thumb|180px|right|Representação de Egil Skallagrimsson, personagem da ''Saga de Egil'' (''Egils Saga''), num manuscrito do século XVII.]] |
Revisão das 09h40min de 12 de novembro de 2018
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Março de 2010) |
Na literatura, o termo Saga refere-se a histórias narradas em prosa originárias especialmente da Islândia medieval, assim como de outros países nórdicos. Estas sagas, geralmente anônimas, misturam aspectos históricos com mitologia e religião.
Modernamente, também séries de livros com um argumento comum podem ser chamadas sagas.
Etimologia
O substantivo saga deriva do vocábulo da língua gótica saega, que significa "o que se diz", do qual deriva a palavra islandesa saga (plural sögur). O vocábulo é relacionado com o inglês say e com o alemão sagen ("dizer").
Sagas nórdicas
A maioria das sagas nórdicas foi escrita na Islândia, em língua nórdica antiga, que era a língua comum a grande parte da Escandinávia durante a Idade Média. Algumas sagas são originárias da Noruega e algumas poucas de outros países nórdicos, mas as sagas islandesas são as mais importantes em número e qualidade. [1]
As sagas têm caráter épico e são escritas em prosa, ainda que possa haver alguns versos ou poemas completos incorporados no texto. O tom é em geral realista, exceto quando o tema em si é fantasioso, como nas sagas legendárias. Apesar de que a vasta maioria das sagas foi escrita entre fins do século XIII e a metade do século XIV, a maioria das sagas conta histórias ocorridas num passado remoto, desde antes da colonização (antes de 874) até pouco depois da chegada do cristianismo à Islândia, em 1000. De maneira geral, acredita-se que cada saga seja obra de um único autor, provavelmente baseada em tradições orais anteriores.
As sagas variam muito em tema e estilo. As primeiras sagas, surgidas ainda no século XII, foram as que contavam as vidas de santos e bispos católicos, inspiradas em obras similares em latim que abundavam na Europa continental. Pouco depois começaram a ser escritas sagas sobre a vida dos reis escandinavos (Sagas de reis) e as sagas de personagens célebres da Islândia. Estas últimas, chamadas Sagas de islandeses (Íslendingasögur) são as mais importantes do ponto de vista literário e estético. Mais tarde surgiram também sagas lendárias (Fornaldarsögur), que contam lendas relacionadas ao passado pré-cristão da Islândia.
Tipos
- Sagas de santos e Sagas de bispos: contam a vida de santos e bispos católicos que evangelizaram os países escandinavos. Estão relacionadas a obras hagiográficas europeias.
- Sagas de reis (Konungasögur): contam a história de antigos reis da Noruega e outros países escandinavos. Estão relacionadas à literatura cronística europeia.
- Sagas de islandeses (Íslendingasögur): são talvez as mais características das sagas escandinavas ou nórdicas. Narram histórias passadas na época entre o descobrimento da Islândia (874) até o início do século XI, época da cristianização da ilha. Nestas sagas os personagens principais são antigos membros das famílias mais importantes da ilha, e as histórias giram em torno da colonização e as disputas entre os membros de famílias rivais, muitas vezes misturando história, velhas tradições orais e pura mitologia. Estas sagas são fontes inestimáveis para entender os hábitos, a visão de mundo e sistema legal da antiga Escandinávia. Exemplos importantes são a Saga de Njáll o Queimado (Brennu-Njáls Saga), a Saga de Egil (Egils saga) e a Saga de Grettir (Grettis Saga).
- Sagas lendárias (Fornaldarsögur): contam histórias lendárias e mitológicas ocorridas no passado pagão da Escandinávia, num tempo anterior à colonização da Islândia. Algumas estão levemente baseadas em eventos históricos, mas os elementos fantásticos e míticos sempre predominam. Um exemplo importante é a Saga dos Volsungos (Völsunga saga), que trata do auge e queda do clã dos Volsungos e inclui os personagens de Sigfrido e Brunilda. A mesma história aparece no épico alemão medieval Canção dos Nibelungos.
- Sagas cavaleirescas (Riddarasögur): são relacionadas com ciclos literários da Europa medieval como a Matéria de França e a Matéria de Roma.
Sagas modernas
Atualmente, tanto em português como em outras línguas, o termo saga é frequentemente usado em referência a obras literárias contemporâneas de caráter épico, escritas em prosa e conectadas por um argumento central. Assim, por exemplo, as obras relacionadas ao universo literário de O Senhor dos Anéis ou de Harry Potter podem ser referidas como sagas contemporâneas.
O termo saga também pode ser usado em referência a uma obra épica não-literária, como por exemplo os filmes da série Guerra Nas Estrelas.
Ver também
Ligações externas
- Texto completo das Sagas de islandeses em várias línguas.
- Sagas em Virtual Iceland (em inglês)
- LANGER, Johnni. História e sociedade nas sagas islandesas: perspectivas metodológicas. Alethéia: revista de estudos sobre antiguidade e medievo, vol. 1, 2009.
http://revistaale.dominiotemporario.com/doc/LANGER_Artigo.pdf
- ↑ Johnni Langer e Munir Lutfe Ayoub. «Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval». Consultado em 12 de novembro de 2018