Racionalismo: diferenças entre revisões

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O racionalismo é baseado nos princípios da busca da [[certeza]], pela [[Prova matemática|demonstração]] e [[análise]], sustentados, segundo [[Kant]], pelo conhecimento ''a priori'', ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre da [[experiência sensível]], mas é produzido somente pela razão.<ref>{{citar web|URL=http://www.iep.utm.edu/kantmeta/#SH1b|título=Immanuel Kant: Metaphysics|autor=Internet Encyclopedia of Philosophy}}</ref>
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da [[certeza]], pela [[Prova matemática|demonstração]] e [[análise]], sustentados, segundo [[Kant]], pelo conhecimento ''a priori'', ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre da [[experiência sensível]], mas é produzido somente pela razão.<ref>{{citar web|URL=http://www.iep.utm.edu/kantmeta/#SH1b|título=Immanuel Kant: Metaphysics|autor=Internet Encyclopedia of Philosophy}}</ref>
[[Ficheiro:Frans Hals - Portret van René Descartes.jpg|thumb|René Descartes]]
[[Ficheiro:Frans Hals - Portret van René Descartes.jpg|thumb|René Descartes]]
O racionalismo é a corrente central no pensamento [[liberalismo clássico|liberal]] que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins.<ref>[http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/4verb/racio/index.html Racionalismo]</ref>Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (''commonwealth''), base do próprio [[liberalismo]] anglo-saxónico, e contribuindo também para estabelecer a base do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.
O racionalismo é a corrente central no pensamento [[liberalismo clássico|liberal]] que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins.<ref>[http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/4verb/racio/index.html Racionalismo]</ref>Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (''commonwealth''), base do próprio [[liberalismo]] anglo-saxónico, contribuindo também para estabelecer a base do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.


== A matemática racionalista ==
== A matemática racionalista ==
O racionalismo como doutrina surgiu no [[século I a.C.]],<ref name= "Epistemological rationalism in ancient philosophies">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/492034/rationalism/68592/History-of-rationalism Encyclopedia Britannia: Epistemological rationalism in ancient philosophies]</ref> enfatizando que tudo que existe tem uma [[causalidade|causa]].<ref>[http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-causality/ "Aristotle on Causality"], por Andrea Falcon. ''[[The Stanford Encyclopedia of Philosophy]]'' (Winter 2010 Edition), Edward N. Zalta (ed.)</ref> Séculos mais tarde, os filósofos racionalistas [[Idade Moderna|modernos]] utilizaram a [[matemática]] como instrumento da razão para explicar a realidade. Com esse objetivo, Descartes elaborou um método baseado na [[geometria]] e baseado em quatro regras - as regras do método científico:
O racionalismo como doutrina surgiu no [[século I a.C.]],<ref name= "Epistemological rationalism in ancient philosophies">[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/492034/rationalism/68592/History-of-rationalism Encyclopedia Britannia: Epistemological rationalism in ancient philosophies]</ref> enfatizando que tudo que existe tem uma [[causalidade|causa]].<ref>[http://plato.stanford.edu/entries/aristotle-causality/ "Aristotle on Causality"], por Andrea Falcon. ''[[The Stanford Encyclopedia of Philosophy]]'' (Winter 2010 Edition), Edward N. Zalta (ed.)</ref> Séculos mais tarde, os filósofos racionalistas [[Idade Moderna|modernos]] utilizaram a [[matemática]] como instrumento da razão para explicar a realidade. Com esse objetivo, Descartes elaborou um método baseado na [[geometria]] e baseado em quatro regras - as regras do método científico:


''"O primeiro método era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresente tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.<br />O segundo método era o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.<br />O terceiro método era o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.<br />O quarto método era o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir."''
''"O primeiro método era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresente tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.<br />O segundo método era o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.<br />O terceiro método era o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.<br />O quarto método era o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir."''


As ideias de René Descartes influenciaram diversos pensadores, entre os quais se destacam o holandês [[Spinoza]] e o alemão [[Leibniz]]. Leibniz era filósofo, matemático e político. Desenvolveu o [[cálculo infinitesimal]], utilizado até os dias de hoje. Defendeu o racionalismo, afirmando - tal como Descartes - que algumas ideias e princípios existem em nós e são percebidos pelos [[sentidos]], mas não provêm deles. Como exemplos de [[inatismo|conhecimentos inatos]], ele citava os conceitos da [[geometria]], da [[lógica]] , da [[aritmética]] e do crack.
As ideias de René Descartes influenciaram diversos pensadores, entre os quais se destacam o holandês [[Spinoza]] e o alemão [[Leibniz]]. Leibniz era filósofo, matemático e político. Desenvolveu o [[cálculo infinitesimal]], utilizado até os dias de hoje. Defendeu o racionalismo, afirmando - tal como Descartes - que algumas ideias e princípios existem em nós e são percebidos pelos [[sentidos]], mas não provêm deles. Como exemplos de [[inatismo|conhecimentos inatos]], ele citava os conceitos da [[geometria]], da [[lógica]] e da [[aritmética]].


==Ver também==
==Ver também==

Revisão das 22h56min de 26 de novembro de 2018

O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica que usa uma ou mais proposições para extrair conclusões, ou seja, se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a ideia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo. O racionalismo é em parte, a base da Filosofia, ao priorizar a razão como o caminho para se alcançar a Verdade.[1]

O racionalismo afirma que tudo o que existe tem uma causa inteligível, mesmo que essa causa não possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes, Baruch Spinoza e Gottfried Wilhelm Leibniz introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Georg Wilhelm Friedrich Hegel, por sua vez, identifica o racional com o real, supondo a total inteligibilidade deste último.

O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza, pela demonstração e análise, sustentados, segundo Kant, pelo conhecimento a priori, ou seja, o conhecimento que não é inato nem decorre da experiência sensível, mas é produzido somente pela razão.[2]

René Descartes

O racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins.[3]Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (commonwealth), base do próprio liberalismo anglo-saxónico, contribuindo também para estabelecer a base do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica na base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.

A matemática racionalista

O racionalismo como doutrina surgiu no século I a.C.,[4] enfatizando que tudo que existe tem uma causa.[5] Séculos mais tarde, os filósofos racionalistas modernos utilizaram a matemática como instrumento da razão para explicar a realidade. Com esse objetivo, Descartes elaborou um método baseado na geometria e baseado em quatro regras - as regras do método científico:

"O primeiro método era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresente tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
O segundo método era o de dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas necessárias fossem para melhor resolvê-las.
O terceiro método era o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e supondo mesmo uma ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros.
O quarto método era o de fazer em toda parte enumerações tão completas e revisões tão gerais, que eu tivesse a certeza de nada omitir."

As ideias de René Descartes influenciaram diversos pensadores, entre os quais se destacam o holandês Spinoza e o alemão Leibniz. Leibniz era filósofo, matemático e político. Desenvolveu o cálculo infinitesimal, utilizado até os dias de hoje. Defendeu o racionalismo, afirmando - tal como Descartes - que algumas ideias e princípios existem em nós e são percebidos pelos sentidos, mas não provêm deles. Como exemplos de conhecimentos inatos, ele citava os conceitos da geometria, da lógica e da aritmética.

Ver também

Referências

  1. Infopedia, Porto Editora. «Racionalismo» 
  2. Internet Encyclopedia of Philosophy. «Immanuel Kant: Metaphysics» 
  3. Racionalismo
  4. Encyclopedia Britannia: Epistemological rationalism in ancient philosophies
  5. "Aristotle on Causality", por Andrea Falcon. The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2010 Edition), Edward N. Zalta (ed.)