Espaço urbano: diferenças entre revisões

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* Os grupos sociais excluídos.
* Os grupos sociais excluídos.


<blockquote>Em primeiro lugar, a ação destes agentes se faz dentro de um marco jurídico que regula a atuação deles. Este marco não é neutro, refletindo o interesse dominante de um dos agentes.</blockquote><blockquote>A ação desses agentes serve ao propósito dominante da sociedade capitalista, que é o da reprodução das relações de produção, implicando a continuidade do processo de acumulação e a tentativa de minimizar os conflitos sociais. </blockquote><blockquote>No estágio atual do capitalismo, os grandes capitais industriais, financeiro e imobiliário podem estar integrados indireta e diretamente, neste caso em grandes corporações que, além de outras atividades, compram, especulam, financiam, administram e produzem espaço urbano. </blockquote><blockquote>É importante notar que as estratégias que estes agentes adotam variam no tempo e no espaço, e esta variabilidade decorre tanto de causas externas aos agentes, como de causas internas, vinculadas as contradições inerentes ao tipo de capital de cada agente face ao movimento geral de acumulação capitalista e dos conflitos de classe (CORRÊA, 2004, p. 12-13). <ref name=":1" /></blockquote>A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo [[Milton Santos]], o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=JRvh0ebaIXoC&printsec=frontcover|título=A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção|ultimo=Santos|primeiro=Mílton|data=2002|editora=EdUSP|lingua=pt|isbn=9788531407130}}</ref>
O proprietários dos meios de produção são grandes consumidores de espaço. Os proprietários de terras atuam no sentido de obterem a maior renda fundiária de suas propriedades, interessando-se em que estas tenham o uso mais remunerador possível, especialmente uso comercial ou residencial de status. Estão interessados no valor de troca da terra e não no seu valor de uso. Por promotores imobiliários, entende-se um conjunto de agentes que realizam, parcialmente ou totalmente, as seguintes operações: incorporação; financiamento; estudo técnico; construção ou produção física do imóvel; e comercialização ou transformação do capital-mercadoria em capital-dinheiro, agora acrescido de lucro. O Estado atua também na organização espacial da cidade. Sua atuação tem sido complexa e variável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade da qual é parte constituinte. Os grupos sociais excluídos são aqueles que não possuem renda para pagar o aluguel de uma habitação digna e muito menos para comprar um imóvel. Este é um dos fatores, que ao lado do desemprego, doenças, subnutrição, delineiam a situação social dos grupos excluídos. A estas pessoas restam como moradia: cortiços, sistemas de autoconstrução, conjuntos habitacionais fornecidos pelo agente estatal e as degradantes favelas. <ref name=":1" />

A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo [[Milton Santos]], o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=JRvh0ebaIXoC&printsec=frontcover|título=A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção|ultimo=Santos|primeiro=Mílton|data=2002|editora=EdUSP|lingua=pt|isbn=9788531407130}}</ref>


== Atributos ou Características ==
== Atributos ou Características ==
Ver inicialmente no texto do lobato
Ver inicialmente no texto do lobato

De acordo com Henry Lefebvre, a existência da cidade está associada:

* divisão social e técnica do trabalho
* divisão territorial do trabalho
* desenvolvimento e acúmulo tecnológico
* produção de excedente agrícola
* sistema de transporte e de comunicação e
* certa concentração espacial de atividades não agrícolas
* resultado de ações acumuladas pelo homem através do tempo;
* fragmentado e articulado;
* reflexo e condicionante social;
* um conjunto de símbolos;
* um campo de lutas permanente;
* constituído por diferentes usos da terra;
* lugar onde as diversas classes sociais vivem e se reproduzem.


Lefebvre diz que a centralidade é como atributo ou característica fundamental do espaço urbano. É ela que permite o encontro de todas as diversidades do
Lefebvre diz que a centralidade é como atributo ou característica fundamental do espaço urbano. É ela que permite o encontro de todas as diversidades do


espaço urbano. A partir da centralidade, o urbano passa a ser considerado um local de reunião. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=PC0HPwAACAAJ&dq=henri+Lefebvre+o+direito+a+cidade|título=O direito à cidade|ultimo=Lefebvre|primeiro=Henri|data=2008|editora=Centauro Editora|lingua=pt|isbn=9788588208971}}</ref>{{Página de testes de utilizador}}
espaço urbano. A partir da centralidade, o urbano passa a ser considerado um local de reunião. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=PC0HPwAACAAJ&dq=henri+Lefebvre+o+direito+a+cidade|título=O direito à cidade|ultimo=Lefebvre|primeiro=Henri|data=2008|editora=Centauro Editora|lingua=pt|isbn=9788588208971}}</ref>

O espaço urbano possui características nitidamente segregadoras. Constatamos na paisagem urbana de nossas cidades a desigual distribuição de bens e serviços a população. Essa realidade reflete as condições sócio econômica dos habitantes da cidade, espelhando no nível do espaço a segregação que impera no âmbito das relações sociais no país. Assim, o problema habitacional no Brasil, não pode ser analisado isoladamente de outros processos sócio-econômicos e políticos mais amplos, não obstante nele se condensar um conjunto de contradições específicas da sociedade brasileira. <ref>{{Citar web|url=http://www.ead.uepb.edu.br/arquivos/cursos/Geografia%20-%20Reing/Geografia%20Urbana/Geo_Urb_A02_WEB_IMZM_SF_SI_SE_181209.pdf|titulo=A produção do espaço urbano|data=2009|acessodata=2018-12-07|obra=www.ead.uepb.edu.br|publicado=UNIDS grad|ultimo=|primeiro=Regina Celly e Celênia de Souto}}</ref>{{Página de testes de utilizador}}
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Revisão das 17h09min de 7 de dezembro de 2018

ESPAÇO URBANO

O que é espaço urbano?

Para Roberto Lobato Corrêa, o espaço urbano basicamente agrupa os atos da sociedade que o produz e reproduz a partir dos interesses sobre ele. O conjunto das forças que movem o espaço urbano é agente e resultado das ações e reações cometidas nele e com ele, e assim, retrata em sua extensão histórica e social como local das ações de uma coletividade. Com as práticas dos agentes sociais e seus interesses, que consomem e produzem o espaço urbano, acabam definindo as configurações da cidade, através de seus atos que determinam este processo. [1] Ele conceitua:

"Eis o que é espaço urbano: Fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais."

A produção do espaço urbano está fortemente ligada ao jogo de interesses entre os seus agentes e participantes, é um produto da sociedade, é um local onde se realiza atividade humana, produto social e histórico. Que a partir dos trabalhos sociais construído através de diversas gerações, atua sobre ele, alterando-o, mudando-o, conduzindo-o, e assim, faz com que tenha esse resultado hoje em dia, e passa a afastar-se mais do ambiente que ainda não foi alterado pela ação humana. Assim, ele finda que a sociedade urbana capitalista surge da industrialização e o espaço urbano passa a se tornar um local de troca, movimentação de pessoas e eventos. O espaço urbano é artificial, é construído no meio que não tinha modificações humanas e, logo após manipulado numa teia de ações sociais. [2] [3] De acordo com Henry Lefebvre (1991):

“o urbano é mais que um modo de produzir, é também um modo de consumir, pensar, sentir, enfim é um modo de vida”. [3]

Quem produz o espaço urbano?

Lobato explica quem são os agentes sociais e fazem e refazem a cidade, citando-os:

  • Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais;
  • Os proprietários fundiários;
  • Os promotores imobiliários;
  • O Estado;
  • Os grupos sociais excluídos.

Em primeiro lugar, a ação destes agentes se faz dentro de um marco jurídico que regula a atuação deles. Este marco não é neutro, refletindo o interesse dominante de um dos agentes.

A ação desses agentes serve ao propósito dominante da sociedade capitalista, que é o da reprodução das relações de produção, implicando a continuidade do processo de acumulação e a tentativa de minimizar os conflitos sociais.

No estágio atual do capitalismo, os grandes capitais industriais, financeiro e imobiliário podem estar integrados indireta e diretamente, neste caso em grandes corporações que, além de outras atividades, compram, especulam, financiam, administram e produzem espaço urbano.

É importante notar que as estratégias que estes agentes adotam variam no tempo e no espaço, e esta variabilidade decorre tanto de causas externas aos agentes, como de causas internas, vinculadas as contradições inerentes ao tipo de capital de cada agente face ao movimento geral de acumulação capitalista e dos conflitos de classe (CORRÊA, 2004, p. 12-13). [1]

A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo Milton Santos, o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. [4]

Atributos ou Características

Ver inicialmente no texto do lobato

De acordo com Henry Lefebvre, a existência da cidade está associada:

  • divisão social e técnica do trabalho
  • divisão territorial do trabalho
  • desenvolvimento e acúmulo tecnológico
  • produção de excedente agrícola
  • sistema de transporte e de comunicação e
  • certa concentração espacial de atividades não agrícolas
  • resultado de ações acumuladas pelo homem através do tempo;
  • fragmentado e articulado;
  • reflexo e condicionante social;
  • um conjunto de símbolos;
  • um campo de lutas permanente;
  • constituído por diferentes usos da terra;
  • lugar onde as diversas classes sociais vivem e se reproduzem.

Lefebvre diz que a centralidade é como atributo ou característica fundamental do espaço urbano. É ela que permite o encontro de todas as diversidades do

espaço urbano. A partir da centralidade, o urbano passa a ser considerado um local de reunião. [5]

O espaço urbano possui características nitidamente segregadoras. Constatamos na paisagem urbana de nossas cidades a desigual distribuição de bens e serviços a população. Essa realidade reflete as condições sócio econômica dos habitantes da cidade, espelhando no nível do espaço a segregação que impera no âmbito das relações sociais no país. Assim, o problema habitacional no Brasil, não pode ser analisado isoladamente de outros processos sócio-econômicos e políticos mais amplos, não obstante nele se condensar um conjunto de contradições específicas da sociedade brasileira. [6]

  1. a b Corrêa, Roberto Lobato. «O ESPAÇO URBANO» (PDF). reverbe.net. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  2. DIAS, Cecília (2008). «A formação e produção do espaço urbano: discussões preliminares acerca da importância das cidades médias para o crescimento da rede urbana brasileira» (PDF). www.rbgdr.net. G&DR. Consultado em 7 de dezembro de 2018  line feed character character in |titulo= at position 40 (ajuda)
  3. a b Cansi, Francine (março de 2016). «Conceito e características do espaço urbano». Jus.Artigo 
  4. Santos, Mílton (2002). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. [S.l.]: EdUSP. ISBN 9788531407130 
  5. Lefebvre, Henri (2008). O direito à cidade. [S.l.]: Centauro Editora. ISBN 9788588208971 
  6. «A produção do espaço urbano» (PDF). www.ead.uepb.edu.br. UNIDS grad. 2009. Consultado em 7 de dezembro de 2018  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)