Espaço urbano: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 18: Linha 18:
* Os grupos sociais excluídos.
* Os grupos sociais excluídos.


<blockquote>Em primeiro lugar, a ação destes agentes se faz dentro de um marco jurídico que regula a atuação deles. Este marco não é neutro, refletindo o interesse dominante de um dos agentes.
Vale lembrar que a ação destes agentes é criada dentro de um marco jurídico que regula a atuação deles. Reflete no interesse de quem está dominando.


Os grandes proprietários industriais e as grandes empresas comerciais são os grandes consumidores de espaço. Já os proprietários de terras agem com a intenção de terem a maior renda fundiária de suas propriedades. Por promotores imobiliários, produzem domicílios com inovações, que passam a obter um valor maior que as habitações antigas, assim, eles passam a ter um valor de venda cada vez maior. E por consequência disto, acabam aumentando a exclusão das camadas populares. O Estado age também na organização do espaço da cidade. Sua ação tem sido complicada e modificável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade. E, por fim, os grupos sociais excluídos são aqueles que não tem condições de pagar nem o aluguel que seja digno, e menos ainda, uma renda suficiente para comprar um imóvel.<blockquote>É importante notar que as estratégias que estes agentes adotam variam no tempo e no espaço, e esta variabilidade decorre tanto de causas externas aos agentes, como de causas internas, vinculadas as contradições inerentes ao tipo de capital de cada agente face ao movimento geral de acumulação capitalista e dos conflitos de classe (CORRÊA, 2004, p. 12-13). <sup>[[Usuário(a):Melayroots/Testes#cite%20note-%3A1-1|[1]]]</sup></blockquote>A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo [[Milton Santos]], o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=JRvh0ebaIXoC&printsec=frontcover|título=A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção|ultimo=Santos|primeiro=Mílton|data=2002|editora=EdUSP|lingua=pt|isbn=9788531407130}}</ref>
A ação desses agentes serve ao propósito dominante da sociedade capitalista, que é o da reprodução das relações de produção, implicando a continuidade do processo de acumulação e a tentativa de minimizar os conflitos sociais.

No estágio atual do capitalismo, os grandes capitais industriais, financeiro e imobiliário podem estar integrados indireta e diretamente, neste caso em grandes corporações que, além de outras atividades, compram, especulam, financiam, administram e produzem espaço urbano.

É importante notar que as estratégias que estes agentes adotam variam no tempo e no espaço, e esta variabilidade decorre tanto de causas externas aos agentes, como de causas internas, vinculadas as contradições inerentes ao tipo de capital de cada agente face ao movimento geral de acumulação capitalista e dos conflitos de classe (CORRÊA, 2004, p. 12-13). <ref name=":1" /></blockquote>A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo [[Milton Santos]], o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=JRvh0ebaIXoC&printsec=frontcover|título=A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção|ultimo=Santos|primeiro=Mílton|data=2002|editora=EdUSP|lingua=pt|isbn=9788531407130}}</ref>


== Características ==
== Características ==

Revisão das 16h58min de 10 de dezembro de 2018

ESPAÇO URBANO

O que é espaço urbano?

Para Roberto Lobato Corrêa, o espaço urbano basicamente agrupa os atos da sociedade que o produz e reproduz a partir dos interesses sobre ele. O conjunto das forças que movem o espaço urbano é agente e resultado das ações e reações cometidas nele e com ele, e assim, retrata em sua extensão histórica e social como local das ações de uma coletividade. Com as práticas dos agentes sociais e seus interesses, que consomem e produzem o espaço urbano, acabam definindo as configurações da cidade, através de seus atos que determinam este processo. [1] Ele conceitua:

"Eis o que é espaço urbano: Fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais."

A produção do espaço urbano está fortemente ligada ao jogo de interesses entre os seus agentes e participantes, é um produto da sociedade, é um local onde se realiza atividade humana, produto social e histórico. Que a partir dos trabalhos sociais construído através de diversas gerações, atua sobre ele, alterando-o, mudando-o, conduzindo-o, e assim, faz com que tenha esse resultado hoje em dia, e passa a afastar-se mais do ambiente que ainda não foi alterado pela ação humana. Assim, ele finda que a sociedade urbana capitalista surge da industrialização e o espaço urbano passa a se tornar um local de troca, movimentação de pessoas e eventos. O espaço urbano é artificial, é construído no meio que não tinha modificações humanas e, logo após manipulado numa teia de ações sociais. [2] [3] De acordo com Henry Lefebvre (1991):

“o urbano é mais que um modo de produzir, é também um modo de consumir, pensar, sentir, enfim é um modo de vida”. [3]

Quem produz o espaço urbano?

Lobato explica quem são os agentes sociais e fazem e refazem a cidade, citando-os:

  • Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais;
  • Os proprietários fundiários;
  • Os promotores imobiliários;
  • O Estado;
  • Os grupos sociais excluídos.

Vale lembrar que a ação destes agentes é criada dentro de um marco jurídico que regula a atuação deles. Reflete no interesse de quem está dominando.

Os grandes proprietários industriais e as grandes empresas comerciais são os grandes consumidores de espaço. Já os proprietários de terras agem com a intenção de terem a maior renda fundiária de suas propriedades. Por promotores imobiliários, produzem domicílios com inovações, que passam a obter um valor maior que as habitações antigas, assim, eles passam a ter um valor de venda cada vez maior. E por consequência disto, acabam aumentando a exclusão das camadas populares. O Estado age também na organização do espaço da cidade. Sua ação tem sido complicada e modificável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade. E, por fim, os grupos sociais excluídos são aqueles que não tem condições de pagar nem o aluguel que seja digno, e menos ainda, uma renda suficiente para comprar um imóvel.

É importante notar que as estratégias que estes agentes adotam variam no tempo e no espaço, e esta variabilidade decorre tanto de causas externas aos agentes, como de causas internas, vinculadas as contradições inerentes ao tipo de capital de cada agente face ao movimento geral de acumulação capitalista e dos conflitos de classe (CORRÊA, 2004, p. 12-13). [1]

A produção do espaço urbano deriva da atividade de um certo grupo que, ao reproduzir-se, produz na organização espacial e no cenário urbano seus registros correspondentes. Segundo Milton Santos, o espaço urbano agrupa campos com diferentes conteúdos técnicos e socioeconômicos. O mesmo cita o exemplo da biodiversidade, na qual fala de uma diversidade socioespacial, incluída em ecologias sociotécnicas reformuladas por toda a evolução urbana e expandida atualmente, conhecida como redes urbanas. E assim, garante às cidades a chance de abrigar atividades diversas, efetivadas através de níveis técnicos, de capital e de organização. Desse modo, tais cidades abrigam todos os tipos de bens econômicos e todos os tipos de afazeres. Milton afirma que está aí a sua riqueza. [4]

Características

Uma das características presentes no espaço urbano são:

    • Efeito de ações acumuladas pela sociedade através do tempo;
    • Fragmentado e articulado;
    • Reflexo e condicionante social;
    • Um lugar simbólico e com histórias;
    • Um local de batalhas constante;
    • Composto por diversos usos do solo;
    • Espaço onde as classes sociais habituam e se reproduzem.

Há também o que Lefebvre diz, que a centralidade é como atributo ou característica fundamental do espaço urbano. É ela que permite o encontro de todas as diversidades do

espaço urbano. A partir da centralidade, o urbano passa a ser considerado um local de reunião. [5]

O espaço urbano tem atributos claramente segregador. Verificamos no ambiente urbana de nossas cidades a má distribuição de bens e serviços a sociedade. [6]

  1. Corrêa, Roberto Lobato. «O ESPAÇO URBANO» (PDF). reverbe.net. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  2. DIAS, Cecília (2008). «A formação e produção do espaço urbano: discussões preliminares acerca da importância das cidades médias para o crescimento da rede urbana brasileira» (PDF). www.rbgdr.net. G&DR. Consultado em 7 de dezembro de 2018  line feed character character in |titulo= at position 40 (ajuda)
  3. a b Cansi, Francine (março de 2016). «Conceito e características do espaço urbano». Jus.Artigo 
  4. Santos, Mílton (2002). A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. [S.l.]: EdUSP. ISBN 9788531407130 
  5. Lefebvre, Henri (2008). O direito à cidade. [S.l.]: Centauro Editora. ISBN 9788588208971 
  6. «A produção do espaço urbano» (PDF). www.ead.uepb.edu.br. UNIDS grad. 2009. Consultado em 7 de dezembro de 2018  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)