Saga (literatura): diferenças entre revisões

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*[[Sagas de reis]] (''Konungasögur''): contam a história de antigos reis da Noruega e outros países escandinavos. Estão relacionadas à literatura cronística europeia. <ref name=desvendando/><ref>{{citar conferência |primeiro=Flávio Guadagnucci |ultimo=Palamin |titulo=Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa |formato=pdf |conferencia=V Congresso Internacional de História |paginas=2367 |data=21-23 de Setembro de 2011 |local=Universidade Estadual de Maringá |url=http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/341.pdf |acessodata=12 de fevereiro de 2019}}</ref>
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*[[Sagas lendárias]] (''Fornaldarsögur''): contam histórias lendárias e mitológicas ocorridas no passado [[pagão]] da Escandinávia, num tempo anterior à colonização da Islândia. Algumas estão levemente baseadas em eventos históricos, mas os elementos fantásticos e míticos sempre predominam. Um exemplo importante é a ''[[Saga dos Volsungos]]'' (''Völsunga saga''), que trata do auge e queda do clã dos Volsungos e inclui os personagens de [[Sigfrido]] e [[Brünnhild|Brunilda]]. A mesma história aparece no épico alemão medieval ''[[Canção dos Nibelungos]]''.<ref>{{citar conferência |primeiro=Flávio Guadagnucci |ultimo=Palamin |titulo=Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa |formato=pdf |conferencia=V Congresso Internacional de História |paginas=2367 |data=21-23 de Setembro de 2011 |local=Universidade Estadual de Maringá |url=http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/341.pdf |acessodata=12 de fevereiro de 2019}}</ref>
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*[[Sagas de islandeses]] (''Íslendingasögur''): são talvez as mais características das sagas escandinavas ou nórdicas. Narram histórias passadas na época entre o descobrimento da Islândia (874) até o início do século XI, época da cristianização da ilha. Nestas sagas os personagens principais são antigos membros das famílias mais importantes da ilha, e as histórias giram em torno da colonização e as disputas entre os membros de famílias rivais, muitas vezes misturando história, velhas tradições orais e pura mitologia. Estas sagas são fontes inestimáveis para entender os hábitos, a visão de mundo e sistema legal da antiga Escandinávia. Exemplos importantes são a ''[[Saga de Njáll o Queimado]]'' (''Brennu-Njáls Saga''), a ''Saga de Egil'' (''Egils saga'') e a ''Saga de Grettir'' (''Grettis Saga''). <ref name=desvendando/><ref>{{citar conferência |primeiro=Flávio Guadagnucci |ultimo=Palamin |titulo=Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa |formato=pdf |conferencia=V Congresso Internacional de História |pagina=2367 |data=21-23 de Setembro de 2011 |local=Universidade Estadual de Maringá |url=http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/341.pdf |acessodata=12 de fevereiro de 2019}}</ref>
*Sagas de santos e Sagas de bispos: contam a vida de [[santo]]s e [[bispo]]s católicos que [[evangelização|evangelizaram]] os países escandinavos. Estão relacionadas a obras [[Hagiografia|hagiográficas]] europeias. <ref name=desvendando/>
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*Sagas cavaleirescas (''Riddarasögur''): são relacionadas com [[Ciclo literário|ciclos literários]] da Europa medieval como a [[Matéria de França]] e a [[Matéria de Roma]].
*Sagas cavaleirescas (''Riddarasögur''): são relacionadas com [[Ciclo literário|ciclos literários]] da Europa medieval como a [[Matéria de França]] e a [[Matéria de Roma]].

Revisão das 08h16min de 12 de fevereiro de 2019

Manuscrito da Saga de Njáll (Njáls Saga), datado do século XIV.

Na literatura, o termo Saga nórdica refere-se a histórias narradas em prosa, nos séculos XIII e XIV, originárias sobretudo da Islândia medieval, mas também de outros países nórdicos. Estas narrativas, geralmente anônimas, misturam aspectos históricos com mitologia e religião. [1]

Modernamente, também são designadas como "sagas" certos livros e séries desenhadas.

Etimologia

O substantivo "saga" deriva do vocábulo da língua nórdica antiga saga, que significava "conto", do qual deriva a palavra islandesa saga (plural sögur). O vocábulo é relacionado com o inglês say e com o alemão sagen ("dizer").

Sagas nórdicas

A maioria das sagas nórdicas foi escrita na Islândia, em língua nórdica antiga, que era a língua comum a grande parte da Escandinávia durante a Idade Média. Algumas sagas são originárias da Noruega e algumas poucas de outros países nórdicos, mas as sagas islandesas são as mais importantes em número e qualidade. [2]

Representação de Egil Skallagrimsson, personagem da Saga de Egil (Egils Saga), num manuscrito do século XVII.

As sagas têm caráter épico e são escritas em prosa, ainda que possa haver alguns versos ou poemas completos incorporados no texto. O tom é em geral realista, exceto quando o tema em si é fantasioso, como nas sagas legendárias. Apesar de que a vasta maioria das sagas foi escrita entre fins do século XIII e a metade do século XIV, a maioria das sagas conta histórias ocorridas num passado remoto, desde antes da colonização (antes de 874) até pouco depois da chegada do cristianismo à Islândia, em 1000. De maneira geral, acredita-se que cada saga seja obra de um único autor, provavelmente baseada em tradições orais anteriores.

As sagas variam muito em tema e estilo. As primeiras sagas, surgidas ainda no século XII, foram as que contavam as vidas de santos e bispos católicos, inspiradas em obras similares em latim que abundavam na Europa continental. Pouco depois começaram a ser escritas sagas sobre a vida dos reis escandinavos (Sagas de reis) e as sagas de personagens célebres da Islândia. Estas últimas, chamadas Sagas de islandeses (Íslendingasögur) são as mais importantes do ponto de vista literário e estético. Mais tarde surgiram também sagas lendárias (Fornaldarsögur), que contam lendas relacionadas ao passado pré-cristão da Islândia.

Tipos

  • Sagas de reis (Konungasögur): contam a história de antigos reis da Noruega e outros países escandinavos. Estão relacionadas à literatura cronística europeia. [1][3]
  • Sagas lendárias (Fornaldarsögur): contam histórias lendárias e mitológicas ocorridas no passado pagão da Escandinávia, num tempo anterior à colonização da Islândia. Algumas estão levemente baseadas em eventos históricos, mas os elementos fantásticos e míticos sempre predominam. Um exemplo importante é a Saga dos Volsungos (Völsunga saga), que trata do auge e queda do clã dos Volsungos e inclui os personagens de Sigfrido e Brunilda. A mesma história aparece no épico alemão medieval Canção dos Nibelungos.[4]
  • Sagas de islandeses (Íslendingasögur): são talvez as mais características das sagas escandinavas ou nórdicas. Narram histórias passadas na época entre o descobrimento da Islândia (874) até o início do século XI, época da cristianização da ilha. Nestas sagas os personagens principais são antigos membros das famílias mais importantes da ilha, e as histórias giram em torno da colonização e as disputas entre os membros de famílias rivais, muitas vezes misturando história, velhas tradições orais e pura mitologia. Estas sagas são fontes inestimáveis para entender os hábitos, a visão de mundo e sistema legal da antiga Escandinávia. Exemplos importantes são a Saga de Njáll o Queimado (Brennu-Njáls Saga), a Saga de Egil (Egils saga) e a Saga de Grettir (Grettis Saga). [1][5]
  • Sagas de santos e Sagas de bispos: contam a vida de santos e bispos católicos que evangelizaram os países escandinavos. Estão relacionadas a obras hagiográficas europeias. [1]
  • Sagas cavaleirescas (Riddarasögur): são relacionadas com ciclos literários da Europa medieval como a Matéria de França e a Matéria de Roma.

Sagas modernas

Atualmente, tanto em português como em outras línguas, o termo saga é frequentemente usado em referência a obras literárias contemporâneas de caráter épico, escritas em prosa e conectadas por um argumento central. Assim, por exemplo, as obras relacionadas ao universo literário de O Senhor dos Anéis ou de Harry Potter podem ser referidas como sagas contemporâneas.

O termo saga também pode ser usado em referência a uma obra épica não-literária, como por exemplo os filmes da série Guerra Nas Estrelas.

Ver também

Ligações externas

http://revistaale.dominiotemporario.com/doc/LANGER_Artigo.pdf

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  1. a b c d Johnni Langer e Munir Lutfe Ayoub. «Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval». Consultado em 12 de novembro de 2018 
  2. Johnni Langer e Munir Lutfe Ayoub. «Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval». Consultado em 12 de novembro de 2018 
  3. Palamin, Flávio Guadagnucci (21–23 de Setembro de 2011). Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa (pdf). V Congresso Internacional de História. Universidade Estadual de Maringá. p. 2367. Consultado em 12 de fevereiro de 2019 
  4. Palamin, Flávio Guadagnucci (21–23 de Setembro de 2011). Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa (pdf). V Congresso Internacional de História. Universidade Estadual de Maringá. p. 2367. Consultado em 12 de fevereiro de 2019 
  5. Palamin, Flávio Guadagnucci (21–23 de Setembro de 2011). Breves Considerações sobre a Edda Poética e a Edda em Prosa (pdf). V Congresso Internacional de História. Universidade Estadual de Maringá. p. 2367. Consultado em 12 de fevereiro de 2019