Pomeranos: diferenças entre revisões

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No {{séc|XIX}}, assim como milhões de alemães, 330 mil pomeranos imigraram para os [[Estados Unidos]] e 30 mil para o [[Brasil]]. Nos EUA, eles não formaram comunidades isoladas, porém no Brasil foi possível a criação de comunidades fechadas, uma vez que as colônias teuto-brasileiras normalmente surgiram em regiões inóspitas e pouco habitadas.<ref name="Alemao"> Os Alemães no Sul do Brasil, Editora Ulbra, 2004 (2004)</ref> Atualmente, a língua pomerana é falada em cinco estados brasileiros, sobretudo nos estados do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]] (estimados em 120 mil), [[Rio Grande do Sul]] e [[Santa Catarina]]. O Brasil abriga, inclusive, mais falantes de pomerano do que a própria Alemanha, devido à extinção do idioma na Europa.<ref>[http://sites.unicentro.br/wp/lhag/files/2013/10/Beatriz-Hellwig-Neunfeld-e-Gianne-Zanella-Atallah.pdf MENINOS E MENINAS NO REGISTRO DA HISTÓRIA LOCAL: ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO DO SEU PASSADO NO SEU PRESENTE]</ref>
No {{séc|XIX}}, assim como milhões de alemães, 330 mil pomeranos imigraram para os [[Estados Unidos]] e 30 mil para o [[Brasil]]. Nos EUA, eles não formaram comunidades isoladas, porém no Brasil foi possível a criação de comunidades fechadas, uma vez que as colônias teuto-brasileiras normalmente surgiram em regiões inóspitas e pouco habitadas.<ref name="Alemao"> Os Alemães no Sul do Brasil, Editora Ulbra, 2004 (2004)</ref> Atualmente, a língua pomerana é falada em cinco estados brasileiros, sobretudo nos estados do [[Espírito Santo (estado)|Espírito Santo]] (estimados em 120 mil), [[Rio Grande do Sul]] e [[Santa Catarina]]. O Brasil abriga, inclusive, mais falantes de pomerano do que a própria Alemanha, devido à extinção do idioma na Europa.<ref>[http://sites.unicentro.br/wp/lhag/files/2013/10/Beatriz-Hellwig-Neunfeld-e-Gianne-Zanella-Atallah.pdf MENINOS E MENINAS NO REGISTRO DA HISTÓRIA LOCAL: ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO DO SEU PASSADO NO SEU PRESENTE]</ref>


*Entre 1871 e 1880, 61.700 pomeranos emigraram para a América.<ref name=Piskorski262>Jan M Piskorski, ''Pommern im Wandel der Zeiten'', p.262, ISBN 83-906184-8-6 {{OCLC|43087092}}</ref>
*Entre 1871 e 1880, 61.700 pomeranos emigraram para a América.<ref name="Piskorski262">Jan M Piskorski, ''Pommern im Wandel der Zeiten'', p.262, ISBN 83-906184-8-6 {{OCLC|43087092}}</ref>
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Depois da derrota alemã na [[Segunda Guerra Mundial]], toda a Pomerânia ficou sob controle militar soviético e, posteriormente, a maior parte da Pomerânia foi anexada pela [[Polônia]]. A população alemã que morava a leste da [[linha Oder-Neisse]] foi [[Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|quase completamente expulsa]], em represália às atrocidades cometidas pelo [[regime nazista]]<ref name="Iw9AAAAIAAJ page 2"/><ref name="Ulf Brunnbauer p.91"/><ref name="EU6"/><ref name="Zybura202">Zybura, p.&nbsp;202</ref> e pelo desejo de se criar Estados mononacionais.<ref name="Iw9AAAAIAAJ page 2">[https://books.google.com/books?id=5Iw9AAAAIAAJ&pg=PA2&dq=expulsion+volksdeutsche&lr=&sig=ACfU3U2zevXuRM3qGFyaKGDTu7Rf3TaJsg#PPA2,M1 Alfred M. de Zayas, ''Nemesis at Potsdam'', p. 2]</ref><ref name="Renata Fritsch-Bournazel 1992, p.77">Fritsch-Bournazel, Renata. ''Europe and German Unification: Germans on the East-West Divide'', 1992, p. 77; ISBN 0-85496-684-6, ISBN 978-0-85496-684-4: The Soviet Union and the new Communist governments of the countries where these Germans had lived tried between 1945 and 1947 to eliminate the problem of minority populations that in the past had formed an obstacle to the development of their own national identity.</ref><ref name="Ulf Brunnbauer p.91">Ulf Brunnbauer, Michael G. Esch & Holm Sundhaussen, ''Definitionsmacht, Utopie, Vergeltung'', p. 91</ref><ref name="Philipp Ther p.155">Philipp Ther & Ana Siljak, ''Redrawing Nations'', p. 155</ref><ref name="Kacowicz102">Arie Marcelo Kacowicz & Paweł Lutomski, Population resettlement in international conflicts: a comparative study, [[Lexington Books]], 2007, p. 102; ISBN 073911607X [http://www.google.de/books?id=ovck_g0xwX0C&pg=PA103&dq=expulsion+germans+poland&lr=&as_brr=3#PPA100,M1 Google.de]</ref><ref name="EU6">Steffen Prauser and Arfon Rees,[http://cadmus.iue.it/dspace/bitstream/1814/2599/1/HEC04-01.pdf ''The Expulsion of "German" Communities from Eastern Europe at the end of the Second World War''], European University Institute, Florence. HEC No.&nbsp;2004/1, p. 6</ref>
Depois da derrota alemã na [[Segunda Guerra Mundial]], toda a Pomerânia ficou sob controle militar soviético e, posteriormente, a maior parte da Pomerânia foi anexada pela [[Polônia]]. A população alemã que morava a leste da [[linha Oder-Neisse]] foi [[Expulsão dos alemães após a Segunda Guerra Mundial|quase completamente expulsa]], em represália às atrocidades cometidas pelo [[regime nazista]]<ref name="Iw9AAAAIAAJ page 2"/><ref name="Ulf Brunnbauer p.91"/><ref name="EU6"/><ref name="Zybura202">Zybura, p.&nbsp;202</ref> e pelo desejo de se criar Estados mononacionais.<ref name="Iw9AAAAIAAJ page 2">[https://books.google.com/books?id=5Iw9AAAAIAAJ&pg=PA2&dq=expulsion+volksdeutsche&lr=&sig=ACfU3U2zevXuRM3qGFyaKGDTu7Rf3TaJsg#PPA2,M1 Alfred M. de Zayas, ''Nemesis at Potsdam'', p. 2]</ref><ref name="Renata Fritsch-Bournazel 1992, p.77">Fritsch-Bournazel, Renata. ''Europe and German Unification: Germans on the East-West Divide'', 1992, p. 77; ISBN 0-85496-684-6, ISBN 978-0-85496-684-4: The Soviet Union and the new Communist governments of the countries where these Germans had lived tried between 1945 and 1947 to eliminate the problem of minority populations that in the past had formed an obstacle to the development of their own national identity.</ref><ref name="Ulf Brunnbauer p.91">Ulf Brunnbauer, Michael G. Esch & Holm Sundhaussen, ''Definitionsmacht, Utopie, Vergeltung'', p. 91</ref><ref name="Philipp Ther p.155">Philipp Ther & Ana Siljak, ''Redrawing Nations'', p. 155</ref><ref name="Kacowicz102">Arie Marcelo Kacowicz & Paweł Lutomski, Population resettlement in international conflicts: a comparative study, [[Lexington Books]], 2007, p. 102; ISBN 073911607X [http://www.google.de/books?id=ovck_g0xwX0C&pg=PA103&dq=expulsion+germans+poland&lr=&as_brr=3#PPA100,M1 Google.de]</ref><ref name="EU6">Steffen Prauser and Arfon Rees,[http://cadmus.iue.it/dspace/bitstream/1814/2599/1/HEC04-01.pdf ''The Expulsion of "German" Communities from Eastern Europe at the end of the Second World War''], European University Institute, Florence. HEC No.&nbsp;2004/1, p. 6</ref>


Essa expulsão foi trágica: até 1950, 498.000 pomeranos que viviam a leste da linha Oder-Neisse morreram na jornada, cerca de 26,4% da população. Dos 498 mil mortos, 375 mil eram civis, e 123 mil eram soldados da [[Wehrmacht]]. Estima-se que um milhão de alemães foram expulsos da parte polonesa da província em 1945 e nos anos seguintes. Somente 7.100 km2 da Pomerânia permaneceu com a Alemanha, cerca de um quarto do tamanho da província antes de 1938 e um quinto do tamanho depois.<ref name="Werner Buchholz 1999, p.515"/> Os pomeranos tiveram que se refugiar em outras regiões da Alemanha, onde a língua pomerana não era falada. Após a Guerra, o pomerano tornou-se uma língua moribunda na Europa, e seus falantes foram deixando de usá-lo, em favor do idioma alemão, considerado a língua de prestígio.<ref>[http://periodicos.ufes.br/conel/article/view/2009 ESTRUTURA SILÁBICA DA LÍNGUA DE IMIGRAÇÃO POMERANA: ANÁLISES PRELIMINARES]</ref><ref>[http://portalypade.mma.gov.br/bblio-pomeranos?download=95:o-pomerano-uma-lingua-baixo-saxonica1 O POMERANO: UMA LÍNGUA BAIXO-SAXÔNICA]</ref> Por essa razão, o pomerano está, atualmente, praticamente extinto na Europa.<ref>Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, pp.381ff, ISBN 839061848</ref><ref>Tomasz Kamusella in Prauser and Reeds (eds), ''The Expulsion of the German communities from Eastern Europe'', p.28, EUI HEC 2004/1 [http://cadmus.iue.it/dspace/bitstream/1814/2599/1/HEC04-01.pdf]</ref><ref>Philipp Ther, Ana Siljak, ''Redrawing Nations: Ethnic Cleansing in East-Central Europe, 1944-1948'', 2001, p.114, ISBN 0742510948, 9780742510944</ref><ref>Gregor Thum, ''Die fremde Stadt. Breslau nach 1945", 2006, pp.363, ISBN 3570550176, 9783570550175''</ref><ref name="Werner Buchholz 1999, p.515">Werner Buchholz, Pommern, Siedler, 1999, p.515, ISBN 3886802728</ref><ref>[http://books.google.de/books?id=Js8XWnqR6HMC&pg=PA140&dq=vertreibung+polen&lr=&sig=ACfU3U3NdOJdTE4UOsjN6kQyponjdFIP8A#PPA142,M1 Dierk Hoffmann, Michael Schwartz, ''Geglückte Integration?'', p142]</ref><ref>Karl Cordell, Andrzej Antoszewski, ''Poland and the European Union'', 2000, p.168, ISBN 0415238854</ref><ref name=Piskorski406>Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, p.406, ISBN 839061848</ref><ref>Selwyn Ilan Troen, Benjamin Pinkus, Merkaz le-moreshet Ben-Guryon, ''Organizing Rescue: National Jewish Solidarity in the Modern Period'', pp.283-284, 1992, ISBN 0714634131, 9780714634135</ref>
Essa expulsão foi trágica: até 1950, 498.000 pomeranos que viviam a leste da linha Oder-Neisse morreram na jornada, cerca de 26,4% da população. Dos 498 mil mortos, 375 mil eram civis, e 123 mil eram soldados da [[Wehrmacht]]. Estima-se que a mais de um milhão de alemães foram expulsos da parte polonesa da província em 1945 e nos anos seguintes. Somente 7.100 km2 da Pomerânia permaneceu com a Alemanha, cerca de um quarto do tamanho da província antes de 1938 e um quinto do tamanho depois.<ref name="Werner Buchholz 1999, p.515"/> Os pomeranos tiveram que se refugiar em outras regiões da Alemanha, onde a língua pomerana não era falada. Após a Guerra, o pomerano tornou-se uma língua moribunda na Europa, e seus falantes foram deixando de usá-lo, em favor do idioma alemão, considerado a língua de prestígio.<ref>[http://periodicos.ufes.br/conel/article/view/2009 ESTRUTURA SILÁBICA DA LÍNGUA DE IMIGRAÇÃO POMERANA: ANÁLISES PRELIMINARES]</ref><ref>[http://portalypade.mma.gov.br/bblio-pomeranos?download=95:o-pomerano-uma-lingua-baixo-saxonica1 O POMERANO: UMA LÍNGUA BAIXO-SAXÔNICA]</ref> Por essa razão, o pomerano está, atualmente, praticamente extinto na Europa.<ref>Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, pp.381ff, ISBN 839061848</ref><ref>Tomasz Kamusella in Prauser and Reeds (eds), ''The Expulsion of the German communities from Eastern Europe'', p.28, EUI HEC 2004/1 [http://cadmus.iue.it/dspace/bitstream/1814/2599/1/HEC04-01.pdf]</ref><ref>Philipp Ther, Ana Siljak, ''Redrawing Nations: Ethnic Cleansing in East-Central Europe, 1944-1948'', 2001, p.114, ISBN 0742510948, 9780742510944</ref><ref>Gregor Thum, ''Die fremde Stadt. Breslau nach 1945", 2006, pp.363, ISBN 3570550176, 9783570550175''</ref><ref name="Werner Buchholz 1999, p.515">Werner Buchholz, Pommern, Siedler, 1999, p.515, ISBN 3886802728</ref><ref>[http://books.google.de/books?id=Js8XWnqR6HMC&pg=PA140&dq=vertreibung+polen&lr=&sig=ACfU3U3NdOJdTE4UOsjN6kQyponjdFIP8A#PPA142,M1 Dierk Hoffmann, Michael Schwartz, ''Geglückte Integration?'', p142]</ref><ref>Karl Cordell, Andrzej Antoszewski, ''Poland and the European Union'', 2000, p.168, ISBN 0415238854</ref><ref name=Piskorski406>Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, p.406, ISBN 839061848</ref><ref>Selwyn Ilan Troen, Benjamin Pinkus, Merkaz le-moreshet Ben-Guryon, ''Organizing Rescue: National Jewish Solidarity in the Modern Period'', pp.283-284, 1992, ISBN 0714634131, 9780714634135</ref>


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Revisão das 15h26min de 24 de fevereiro de 2019

 Nota: Se procura os pomeranos de língua eslava, veja pomeranos (eslavos).

Os pomeranos (em alemão: Pommern) são um povo alemão originário da Pomerânia, na região do Mar Báltico, entre as atuais Alemanha e Polônia.[1][2] A língua original desse povo é o pomerano mas, desde o século XIX, o alemão também passou a ser usado na Pomerânia.

No século XIX, milhares de pomeranos imigraram, sobretudo para os Estados Unidos e para o Brasil, onde vivem centenas de milhares de descendentes de pomeranos. Com a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, a maior parte da Pomerânia foi anexada pela Polônia, e a maioria dos alemães que viviam na região foram expulsos e refugiaram-se em outras regiões da Alemanha. Como consequência, a língua pomerana praticamente desapareceu na Europa, e o Brasil é o único país no mundo onde ainda se fala regularmente o pomerano.[3]

Origens

Os primeiros habitantes da Pomerânia foram tribos germânicas que migraram da Escandinávia antes de 100 a.C. No século V d.C., essas tribos germânicas migraram para o leste e encontraram tribos eslavas (vendos) que colonizavam a região da Pomerânia. Nos séculos XII e XIII, dezenas de milhares de imigrantes chegaram de outras regiões da Alemanha, como Renânia, Vestfália, Baixa Saxônia, Holsácia, Meclemburgo e da Holanda e colonizaram a Pomerânia, estabelecendo aldeias alemãs entre os habitantes eslavos. Nesse processo, a língua e a cultura alemã dominaram a região e, no século XIV, os vendos da Pomerânia já haviam desaparecido completamente como resultado dos casamentos mistos.[4]

No século XIII, um grupo de comerciantes falantes do baixo-saxão, ao qual o pomerano pertence, formaram uma aliança mercantil conhecida como Liga Hanseática. Sua atuação espalhou-se por várias cidades portuárias da região do mar Báltico e o baixo-saxão tornou-se língua franca regional. Com a decadência da Liga Hanseática, o baixo-saxão perdeu seu status de língua internacional e passou a ser considerado um mero dialeto.[5]

A Pomerânia, assim como outras regiões alemãs, foi fortemente afetada pela reforma protestante e a região tornou-se predominantemente luterana. A Guerra dos Trinta Anos teve consequências nefastas na Pomerânia, pois cerca de 30% da população morreu. Antes da Unificação Alemã, os pomeranos faziam parte da Prússia.[4]

Demografia

  • 1850: 1.255.900 habitantes, predominantemente protestantes; 11.100 católicos, 9.700 judeus e 100 menonitas.[6]
  • 1890: 1.520.889 habitantes, 62,3% viviam em comunidades com menos de 2.000 habitantes. Entre eles estavam 1.476.300 protestantes, 27.476 católicos , 4.587 pessoas pertencentes a outros grupos religiosos cristãos, 200 dissidentes e 12.246 judeus; 1.519.397 eram cidadãos do Império Alemão, 758 eram de territórios estrangeiros ligados ao império, e 734 não pertenciam a nenhum destes grupos. Com a exceção de 10.666 poloneses, cassubianos e masurianos, todas as pessoas da Província usavam o alemão como língua materna.[7]

Imigração

A cidade brasileira de Pomerode, fundada por pomeranos no século XIX

No século XIX, assim como milhões de alemães, 330 mil pomeranos imigraram para os Estados Unidos e 30 mil para o Brasil. Nos EUA, eles não formaram comunidades isoladas, porém no Brasil foi possível a criação de comunidades fechadas, uma vez que as colônias teuto-brasileiras normalmente surgiram em regiões inóspitas e pouco habitadas.[8] Atualmente, a língua pomerana é falada em cinco estados brasileiros, sobretudo nos estados do Espírito Santo (estimados em 120 mil), Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Brasil abriga, inclusive, mais falantes de pomerano do que a própria Alemanha, devido à extinção do idioma na Europa.[9]

  • Entre 1871 e 1880, 61.700 pomeranos emigraram para a América.[10]
  • Entre 1881 e 1890, 132.100 pomeranos emigraram para a América; 95.000 deles emigraram entre 1881 e 1885.[10]
  • Entre 1891 e 1900, 56.700 pomeranos emigraram para a América.[10]

Extinção dos pomeranos na Alemanha

Alemães sendo expulsos dos territórios a leste, 1946

Depois da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, toda a Pomerânia ficou sob controle militar soviético e, posteriormente, a maior parte da Pomerânia foi anexada pela Polônia. A população alemã que morava a leste da linha Oder-Neisse foi quase completamente expulsa, em represália às atrocidades cometidas pelo regime nazista[11][12][13][14] e pelo desejo de se criar Estados mononacionais.[11][15][12][16][17][13]

Essa expulsão foi trágica: até 1950, 498.000 pomeranos que viviam a leste da linha Oder-Neisse morreram na jornada, cerca de 26,4% da população. Dos 498 mil mortos, 375 mil eram civis, e 123 mil eram soldados da Wehrmacht. Estima-se que a mais de um milhão de alemães foram expulsos da parte polonesa da província em 1945 e nos anos seguintes. Somente 7.100 km2 da Pomerânia permaneceu com a Alemanha, cerca de um quarto do tamanho da província antes de 1938 e um quinto do tamanho depois.[18] Os pomeranos tiveram que se refugiar em outras regiões da Alemanha, onde a língua pomerana não era falada. Após a Guerra, o pomerano tornou-se uma língua moribunda na Europa, e seus falantes foram deixando de usá-lo, em favor do idioma alemão, considerado a língua de prestígio.[19][20] Por essa razão, o pomerano está, atualmente, praticamente extinto na Europa.[21][22][23][24][18][25][26][27][28]

Referências

  1. Thomas Carson, Problems of the Postwar World, READ BOOKS, 2007, p.349, ISBN 1-4067-4703-3, ISBN 978-1-4067-4703-4
  2. Paulus Gijsbertus Johannes Post, P. Post, G. Rouwhorst, L. Van Tongeren, A. Scheer, Christian Feast and Festival: The Dynamics of Western Liturgy and Culture, Peeters Publishers, 2001, p.80, ISBN 90-429-1055-0, ISBN 978-90-429-1055-3
  3. «Os pomeranos: um povo sem Estado finca suas raízes no Brasil». Consultado em 27 de novembro de 2015 
  4. a b «Pomerania». Consultado em 27 de novembro de 2015 
  5. O POMERANO: UMA LÍNGUA BAIXO-SAXÔNICA1
  6. Brockhaus' Konversations-Lexikon. 10th edition, vol. 12, Leipzig 1854, pp. 258–259.
  7. Brockhaus' Konversations-Lexikon. 14th edition, vol. 13, Leipzig 1895, p. 259.
  8. Os Alemães no Sul do Brasil, Editora Ulbra, 2004 (2004)
  9. MENINOS E MENINAS NO REGISTRO DA HISTÓRIA LOCAL: ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO DO SEU PASSADO NO SEU PRESENTE
  10. a b c Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeiten, p.262, ISBN 83-906184-8-6 OCLC 43087092
  11. a b Alfred M. de Zayas, Nemesis at Potsdam, p. 2
  12. a b Ulf Brunnbauer, Michael G. Esch & Holm Sundhaussen, Definitionsmacht, Utopie, Vergeltung, p. 91
  13. a b Steffen Prauser and Arfon Rees,The Expulsion of "German" Communities from Eastern Europe at the end of the Second World War, European University Institute, Florence. HEC No. 2004/1, p. 6
  14. Zybura, p. 202
  15. Fritsch-Bournazel, Renata. Europe and German Unification: Germans on the East-West Divide, 1992, p. 77; ISBN 0-85496-684-6, ISBN 978-0-85496-684-4: The Soviet Union and the new Communist governments of the countries where these Germans had lived tried between 1945 and 1947 to eliminate the problem of minority populations that in the past had formed an obstacle to the development of their own national identity.
  16. Philipp Ther & Ana Siljak, Redrawing Nations, p. 155
  17. Arie Marcelo Kacowicz & Paweł Lutomski, Population resettlement in international conflicts: a comparative study, Lexington Books, 2007, p. 102; ISBN 073911607X Google.de
  18. a b Werner Buchholz, Pommern, Siedler, 1999, p.515, ISBN 3886802728
  19. ESTRUTURA SILÁBICA DA LÍNGUA DE IMIGRAÇÃO POMERANA: ANÁLISES PRELIMINARES
  20. O POMERANO: UMA LÍNGUA BAIXO-SAXÔNICA
  21. Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, pp.381ff, ISBN 839061848
  22. Tomasz Kamusella in Prauser and Reeds (eds), The Expulsion of the German communities from Eastern Europe, p.28, EUI HEC 2004/1 [1]
  23. Philipp Ther, Ana Siljak, Redrawing Nations: Ethnic Cleansing in East-Central Europe, 1944-1948, 2001, p.114, ISBN 0742510948, 9780742510944
  24. Gregor Thum, Die fremde Stadt. Breslau nach 1945", 2006, pp.363, ISBN 3570550176, 9783570550175
  25. Dierk Hoffmann, Michael Schwartz, Geglückte Integration?, p142
  26. Karl Cordell, Andrzej Antoszewski, Poland and the European Union, 2000, p.168, ISBN 0415238854
  27. Jan M Piskorski, Pommern im Wandel der Zeit, p.406, ISBN 839061848
  28. Selwyn Ilan Troen, Benjamin Pinkus, Merkaz le-moreshet Ben-Guryon, Organizing Rescue: National Jewish Solidarity in the Modern Period, pp.283-284, 1992, ISBN 0714634131, 9780714634135