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|Marilena Ferreira Vieira Umezo
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Revisão das 01h08min de 18 de março de 2019


Massacre de Suzano
Massacre de Suzano
Local Escola Estadual Professor Raul Brasil, Jardim Imperador, Suzano, São Paulo, Brasil[1]
Coordenadas 23.53436° S 46.31549° O
Data 13 de março de 2019[1]
9h30min[1][2] (UTC−3)
Tipo de ataque tiroteio contra escola, assassinato em massa, infanticídio, assassinato-suicídio
Arma(s) Revólver calibre 38[2] e machadinha
Mortes 10 (incluindo os 2 assassinos)[1]
Feridos 11[3]
Responsável(is) Guilherme Taucci Monteiro (17) e Luiz Henrique de Castro (25)[1]

O Massacre de Suzano foi um massacre escolar ocorrido em 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil no município de Suzano, em São Paulo. A dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola. Antes do ataque, num comércio próximo à escola, a dupla também matou o tio de um dos assassinos. Após o massacre, um dos atiradores matou o comparsa e em seguida cometeu suicídio.[4]

Massacre

O crime aconteceu por volta das 9 horas e 30 minutos da manhã de quarta-feira do dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, localizado na rua Otávio Miguel da Silva, no bairro Jardim Imperador, no município de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.[1][5][3]

Uma dupla encapuzada, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos,[5][6] entrou na unidade escolar efetuando diversos disparos de arma de fogo durante o horário do intervalo e atingindo dezenas de pessoas. Antes do crime, no mesmo dia, um dos assassinos postou uma série de imagens, em uma rede social, em que ele aparecia com uma máscara de caveira, portando arma de fogo e fazendo um símbolo de arma com a mão na cabeça.[7]

Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio.[1] A instituição foi isolada pela polícia, que encontrou um revólver calibre 38, quatro jet loaders, dispositivos plásticos para recarregamento rápido de arma, uma besta, um arco e flecha tradicional, garrafas que aparentavam ser coquetéis molotov, uma machadinha e uma mala com fios que levou ao acionamento do esquadrão antibombas.[8]

Momentos antes de os autores do ataque entrarem na escola, por volta das 9 horas, um comerciante, Jorge Antônio Moraes, foi baleado em uma loja de veículos nas proximidades, sendo levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a falecer horas depois.[9] A investigação apura se há relação entre os dois crimes e sabe-se que a vítima era tio de um dos atiradores.[1] Segundo relatos, os assassinos buscaram ajuda para planejar o atentando no Dogolachan, um imageboard conhecido por suas apologias ao terrorismo e à violência.[10][11]

Vítimas

Viaturas da PMESP em frente ao local do ataque.
Policiais na entrada da escola.
Carro da Polícia Científica ao entrar na escola atacada.
Armas utilizadas pelos assassinos durante o ataque.

Duas vítimas fatais eram funcionárias da escola. A primeira vítima a receber os disparos foi a professora Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica. A outra funcionária morta, Eliana Regina de Oliveira Xavier, era inspetora (agente de organização escolar).[1] Logo após atingir as funcionárias, um dos atiradores se dirigiu ao pátio para fazer mais vítimas, enquanto o outro em seguida entra na escola e com uma machadinha começou a desferir golpes nas vítimas já caídas. Os alunos, desesperados, correram escola afora, enquanto o segundo atirador a entrar tentava acertar com golpes de machadinha a todos que por ele passavam correndo. Cinco alunos do ensino médio foram mortos, sendo que quatro morreram ainda na escola e um no hospital.[12]

O ataque também deixou onze alunos feridos, que foram levados para hospitais próximos.[1] Duas dessas vítimas, que apresentavam estado clínico mais grave, foram transferidas para o Hospital das Clínicas, em São Paulo.[5][1] Segundo a polícia, Guilherme Taucci, o atirador mais jovem, matou o comparsa Luiz Henrique de Castro e logo em seguida cometeu suicídio.[4] Ambos eram ex-alunos da escola.[13][14]

Mortos

Nome Idade Obs.
Jorge Antônio Moraes 51 anos Tio de Guilherme, morto por este antes do ataque à escola
Marilena Ferreira Vieira Umezo 59 anos Coordenadora pedagógica
Eliana Regina de Oliveira Xavier 38 anos Inspetora
Caio Oliveira 15 anos Aluno
Claiton Antônio Ribeiro 17 anos Aluno
Douglas Murilo Celestino 16 anos Aluno
Kaio Lucas da Costa Limeira 15 anos Aluno
Samuel Melquíades Silva de Oliveira 16 anos Aluno
Luiz Henrique de Castro 25 anos Agressor, morto pelo companheiro Guilherme
Guilherme Taucci Monteiro 17 anos Agressor, cometeu suicídio

Reações

Secretários da Segurança Pública participam de coletiva de imprensa na Escola Raul Brasil.
Presidente Jair Bolsonaro presta condolências aos familiares das vítimas.
Ministro da Educação lamenta tragédia.

Diversas autoridades, políticos, parlamentares, artistas[15] e demais personalidades lamentaram as mortes ocorridas diante do massacre na região metropolitana de São Paulo.[16]

Governo estadual

O governador João Doria cancelou a agenda do dia e chegou à escola em um helicóptero,[17] acompanhado do secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares, do secretário de Segurança, general João Camilo Pires de Campos, e do comandante da PM, o coronel Salles.[1] Doria e os secretários lamentaram profundamente o ocorrido e decretou luto de 3 dias no estado.[18]

Governo federal

Após 6 horas da tragédia o presidente Jair Bolsonaro se pronunciou pelo Twitter, prestando condolências aos familiares das vítimas.[19] O Ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, expressou solidariedade: "Meus sentimentos às famílias. Expresso meu repúdio a essa manifestação de violência. Acompanharei de perto a apuração dos fatos".[16] O Ministro-Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mandou condolências às famílias das vítimas através de sua conta no Twitter.[20] A Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou o ocorrido e colocou o Ministério à disposição para prestar a assistência necessária.[21]

Poder legislativo

Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados, manifestou sua solidariedade às famílias das vítimas e falou que "é hora de o Brasil unir forças e competências para compreender o que houve e impedir a repetição de massacres como este".[22] Após a tragédia ser noticiada, parlamentares levantaram novamente a questão polêmica do desarmamento, bem como da ampliação na facilidade do acesso a armas de fogo no Brasil. Personalidades políticas utilizaram das redes sociais para fazerem críticas ao acesso de armas de fogo.[16][23] O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também se solidarizou com os familiares das vítimas, através de sua conta no Twitter, e falou que espera "que as reais causas dessa tragédia sejam descobertas".[24]

Poder judiciário

O Supremo Tribunal Federal, através do seu presidente, o ministro Dias Toffoli, divulgou nota de pesar que foi lida pelo mesmo na abertura da sessão ordinária do Plenário realizada na tarde do dia 13 de março, onde foi manifestada a sua solidariedade às famílias e amigos das vítimas, como também para toda a sociedade, que nas palavras do ministro "é vítima deste tipo de tragédia" e que "não podemos aceitar que o ódio entre em nossa sociedade".[25]

Imprensa

A tragédia ganhou notoriedade na imprensa nacional e chamou a atenção também da imprensa internacional, sendo veiculada em jornais como BBC News, Le Figaro, Focus, El País, The Guardian, entre outros.[26] Parte da imprensa repercutiu também o fato do presidente Jair Bolsonaro não ter se pronunciado publicamente sobre a tragédia tão logo as informações se confirmavam, fazendo-o apenas 6 horas após o ocorrido, via Twitter. A postagem por meio de seu perfil na rede social veio após pronunciamentos de ministros de estados e do vice-presidente Hamilton Mourão.[27][28][29][30]

Ver também

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l «Veja quem são as vítimas do massacre em escola de Suzano». G1. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  2. a b «Atiradores matam sete alunos e um funcionário em escola em Suzano, na Grande SP». Folha de S.Paulo. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019. Cópia arquivada em 13 de março de 2019 
  3. a b «Adolescentes atiram dentro de escola e matam 8 pessoas em Suzano, diz polícia». G1. 14 de março de 2019. Consultado em 14 de março de 2019. Cópia arquivada em 14 de março de 2019 
  4. a b «Assassino mais jovem matou o outro e depois se suicidou na escola de Suzano, diz polícia». G1. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  5. a b c «Ataque a tiros deixa ao menos dez mortos em escola de Suzano, na Grande São Paulo». O Globo. 13 de março de 2019. Consultado em 14 de março de 2019 
  6. «Tiros em escola em Suzano: o que se sabe até agora». G1. 13 de março de 2019 
  7. Giovanna Romano (13 de março de 2019). «Atirador de Suzano postou imagem com máscara e arma antes do crime». Veja 
  8. Laís Martins (13 de março de 2019). «Autores de massacre em Suzano eram ex-alunos da escola, diz secretário». Terra. Consultado em 13 de março de 2019 
  9. «Tio de um dos assassinos de Suzano foi baleado antes de ataque a escola». G1. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  10. «Em fórum extremista, atiradores pediram 'dicas' para atacar escola». R7.com. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  11. Declercq, Marie; Roberto, Eduardo (13 de março de 2019). «Nos chans, já se celebra o massacre na escola de Suzano». Vice. Consultado em 13 de março de 2019 
  12. Thaís Paranhos; Fernanda Stumpf (13 de março de 2019). «Veja quem são as vítimas do massacre em escola de Suzano». Metrópoles. Consultado em 13 de março de 2019 
  13. «Dupla de atiradores deixa oito mortos e comete suicídio em escola de Suzano, em SP». GaúchaZH. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  14. «Atiradores são identificados: são ex-alunos e têm 17 e 25 anos». Folha - PE. Consultado em 13 de março de 2019 
  15. «Famosos se revoltam com tragédia de Suzano que deixou 10 mortos: "Deus, por quê?"». Caras. 13 de março de 2019 
  16. a b c «Veja a repercussão do ataque a escola em Suzano». G1. 13 de março de 2019 
  17. «'Cena mais triste que assisti em toda a minha vida', diz Doria sobre ataque em escola em Suzano». G1. 13 de março de 2019 
  18. Agência Brasil (13 de março de 2019). «Doria decreta luto de três dias por mortes em escola de Suzano». EBC - Empresa Brasil de Comunicação 
  19. «Pelo Twitter, Bolsonaro presta condolências às famílias das vítimas de Suzano». Metro Jornal. 13 de março de 2019 
  20. «Meus sentimentos às famílias das vítimas do terrível atentado em Suzano». Onyx Lorenzoni. Twitter. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  21. «Acordamos hoje com esta terrível notícia e estou estarrecida.». Damares Alves. Twitter. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  22. «A tragédia de Suzano, hoje, mostra que é hora de o Brasil unir forças e competências para compreender o que houve e impedir a repetição de massacres como este.». Rodrigo Maia. Twitter. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  23. Guilherme Seto (13 de março de 2019). «Major Olímpio diz que tragédia em Suzano seria evitada se professores estivessem armados». Folha de S.Paulo 
  24. «Presidente do Senado lamenta tragédia em Suzano». Senado Notícias. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  25. «Nota de pesar do presidente do STF sobre tragédia em Suzano (SP)». STF. 13 de março de 2019. Consultado em 13 de março de 2019 
  26. «Massacre em escola de Suzano é noticiado na imprensa internacional». Veja. 13 de março de 2019 
  27. «O silêncio de Bolsonaro». Veja. 13 de março de 2019 
  28. Gustavo Uribe (13 de março de 2019). «Após 6 horas de silêncio, Bolsonaro define tragédia em Suzano como 'monstruosidade'». Folha de S.Paulo 
  29. «Após silêncio, Bolsonaro define tragédia em Suzano como 'monstruosidade'». Folha de Pernambuco. 13 de março de 2019 
  30. Marcelo Camargo (13 de março de 2019). «No Twitter, Bolsonaro lamenta massacre em escola de Suzano». Folha de Londrina 

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