Parque Nacional da Serra dos Órgãos: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Cadeia de Montanhas.jpg|direita|250px|thumb|Serra e pico Dedo de Deus]]
[[Imagem:Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis, RJ).JPG|direita|250px|thumb|Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Guapimirim, RJ)]]
[[Ficheiro:ParqueOrgaos-View1.jpg|thumb|direita|250px|Vista do Parque na sede de Teresópolis]]
O '''[[Parque Nacional]] da Serra dos Órgãos''' é uma unidade de conservação situada no maciço da Serra dos Órgãos, abrangendo os municípios de [[Guapimirim]], [[Magé]], [[Petrópolis]] e [[Teresópolis]], com uma área de {{Fmtn|20030|[[hectare|ha]]}}.
O '''[[Parque Nacional]] da Serra dos Órgãos''' é uma unidade de conservação situada no maciço da Serra dos Órgãos, abrangendo os municípios de [[Guapimirim]], [[Magé]], [[Petrópolis]] e [[Teresópolis]], com uma área de {{Fmtn|20030|[[hectare|ha]]}}.
É aberto para visitação permanente. É administrado pelo [[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]] (ICMBio).
É aberto para visitação permanente. É administrado pelo [[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]] (ICMBio).
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==Histórico==
==Histórico==
[[Ficheiro:Grimm 1885, Vista de Teresópolis.jpg|thumb|esquerda|upright=1.3|Serra dos Órgãos vista de [[Teresópolis]], 1885. [[Óleo sobre tela]] de [[Georg Grimm]].]]
O parque foi criado em {{Dtlink|30|11|1939}}, pelo decreto federal Nº 1.822, tendo sido ampliado em 2008 para os atuais {{Fmtn|20030|[[Hectare|ha]]}}.


O Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi criado em 30 de novembro de 1939 como o terceiro parque nacional do Brasil.{{sfn|História – Chico Mendes}}{{nota de rodapé|O [[Parque Nacional do Itatiaia]] (1937) e o [[Parque Nacional do Iguaçu]] (1939) foram os primeiros dois parques nacionais do Brasil.{{sfn|História – Chico Mendes}} }} O objetivo do parque era proteger as cabeceiras dos rios que correm para a bacia fluminense e proteger as montanhas espetaculares. O parque foi criado pelo governo de [[Getúlio Vargas]] pelo decreto lei 1822 de 30 de novembro de 1939 com uma área de cerca de 9.000 hectares. Abrangia partes dos municípios de [[Magé]], [[Petrópolis]] e [[Teresópolis]].{{sfn|História – Chico Mendes}}
A antiga Reserva Ecológica do Alcobaça, cujo controle havia passado ao IBAMA em 2005,<ref>http://www.jornaldepetropolis.jex.com.br/cidade/reserva+ecologica+de+petropolis+vai+ser+protegida+pelo+ibama/</ref> foi incorporada ao PARNASO em 2008.<ref>http://sma.petropolis.rj.gov.br/sma/modules/mastop_publish/print.php?tac=73</ref>

Vários edifícios e outras infraestruturas foram construídos na década de 1940, como a piscina natural, prédios administrativos, armazéns, garagem, quartos de funcionários e quatro abrigos na Trilha do Sino. O parque tinha cerca de 250 funcionários, incluindo garçons nos abrigos das montanhas. Na década de 1960, com o capital nacional transferida do [[Rio de Janeiro]] para [[Brasília]], o parque perdeu o financiamento e as instalações começaram a se deteriorar. Os abrigos e algumas das casas dos funcionários foram perdidos.{{sfn|História – Chico Mendes}}

Esforços foram feitos para restaurar o parque a partir de 1980, incluindo a publicação do plano de manejo e a compra de terras para regularizar o mandato do parque. O decreto 90023, de 2 de agosto de 1984, delimitou a área do parque em 10.527 hectares. Na década de 1990, o município de [[Guapimirim]] foi separado de Magé e também passou a conter parte do parque. A partir dos anos 1990, os prédios antigos foram restaurados e novos foram construídos.{{sfn|História – Chico Mendes}} O parque foi incluído no [[Mosaico Central da Mata Atlântica do Rio de Janeiro]], criado em 2006.{{sfn|Costa|Lamas|Fernandes|2010|p=15}}


== Geologia ==
== Geologia ==
[[Ficheiro:Serra dos Órgãos II.jpg|thumb|Vista geral da Serra dos Órgãos.]]
[[Ficheiro:Nascer_do_Sol_no_Dedo_de_Deus.jpg|thumb|Nascer do Sol no [[Dedo de Deus]].]]

=== Topografia ===
=== Topografia ===
Caracterizada por sua topografia acidentada e por grandes desníveis, com altitudes que variam entre 100 e {{Fmtn|2275|[[Metro|m]]}}, onde se encontra seu ponto culminante, a [[Pedra do Sino]]. Localiza-se na parte de mais altas vertentes da [[Serra do Mar]], que formada em épocas geológicas muitíssimo antigas, as rochas sofreram na região movimentos mais recentes, o que resultou no imenso paredão que acompanha a planíce costeira em direção ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].{{carece de fontes|data=junho de 2017}}
Caracterizada por sua topografia acidentada e por grandes desníveis, com altitudes que variam entre 100 e {{Fmtn|2275|[[Metro|m]]}}, onde se encontra seu ponto culminante, a [[Pedra do Sino]]. Localiza-se na parte de mais altas vertentes da [[Serra do Mar]], que formada em épocas geológicas muitíssimo antigas, as rochas sofreram na região movimentos mais recentes, o que resultou no imenso paredão que acompanha a planíce costeira em direção ao [[Rio de Janeiro (estado)|Rio de Janeiro]].{{carece de fontes|data=junho de 2017}}


=== Formações rochosas ===
Ao longo deste paredão encontra-se, ainda no interior do parque, uma formação rochosa conhecida como ''[[Dedo de Deus]]''. Trata-se de um bloco rochoso de {{Fmtn|1692|[[Metro|m]]}} de altura com uma forma que lembra uma mão fechada, com o indicador erguido, a partir do qual, em dias claros, é possível avistar a cidade do Rio de Janeiro. Outros monumentos geológicos importantes pertencentes ao parque são o Garrafão, com {{Fmtn|1980|m}}, a Pedra da Cruz, com {{Fmtn|2130|m}}, São Pedro, com {{Fmtn|2234|m}}, São João, com {{Fmtn|2100|m}}, e Cara de Cão, com {{Fmtn|2180|m}}. O dedo de Deus é o símbolo do montanhismo brasileiro e também do Estado do Rio de Janeiro.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}
Ao longo deste paredão encontra-se, ainda no interior do parque, uma formação rochosa conhecida como ''[[Dedo de Deus]]''. Trata-se de um bloco rochoso de {{Fmtn|1692|[[Metro|m]]}} de altura com uma forma que lembra uma mão fechada, com o indicador erguido, a partir do qual, em dias claros, é possível avistar a cidade do Rio de Janeiro. Outros monumentos geológicos importantes pertencentes ao parque são o Garrafão, com {{Fmtn|1980|m}}, a Pedra da Cruz, com {{Fmtn|2130|m}}, São Pedro, com {{Fmtn|2234|m}}, São João, com {{Fmtn|2100|m}}, e Cara de Cão, com {{Fmtn|2180|m}}. O dedo de Deus é o símbolo do montanhismo brasileiro e também do Estado do Rio de Janeiro.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}


==Hidrografia==
===Hidrografia===
Cortado por notável rede [[Hidrografia|hidrográfica]], representada pelos rios [[Rio Paquequer (Teresópolis)|Paquequer]], Beija-Flor, [[Rio Soberbo|Soberbo]], Iconha, Bananal, Santo Aleixo, Itamarati, Bonfim e Jacó, o solo do Parque deu origem à densa floresta, com diversos ambientes. Na vegetação secundária, predominam as palmeiras, e, em altitudes até {{Fmtn|500|m}}, há a ocorrência de [[palmito]], pindobinhas, xaxim e, particularmente, embaúba.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}
Cortado por notável rede [[Hidrografia|hidrográfica]], representada pelos rios [[Rio Paquequer (Teresópolis)|Paquequer]], Beija-Flor, [[Rio Soberbo|Soberbo]], Iconha, Bananal, Santo Aleixo, Itamarati, Bonfim e Jacó, o solo do Parque deu origem à densa floresta, com diversos ambientes. Na vegetação secundária, predominam as palmeiras, e, em altitudes até {{Fmtn|500|m}}, há a ocorrência de [[palmito]], pindobinhas, xaxim e, particularmente, embaúba.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}


== Biodiversidade ==
=== Clima ===
Entre altitudes de 100 e {{Fmtn|1500|m}}, a chamada [[floresta montana]], a vegetação atinge até {{Fmtn|40|m}}, onde encontramos espécies como o [[baguaçu]], [[jequitibá]], [[canela]]s e [[canela-santa]], muito admirada por suas floradas amarelas. Já acima de {{Fmtn|2000|m}}, a [[vegetação]] é representada principalmente por [[gramínea]]s e espécies que crescem sobre os rochedos.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}

A [[fauna]] é rica e diversificada, constituindo-se num de seus últimos redutos na região. São 462 espécies de aves, a maior riqueza registrada na [[Mata Atlântica]]; 82 espécies de mamíferos; 83 répteis e 102 anfíbios. 130 espécies ameaçadas são protegidas pelo Parque. Entre os mamíferos destacam-se o muriqui (Brachyteles arachnoides), maior primata das Américas, e grandes predadores carnívoros, como o [[puma]], ameaçado de extinção. Em 2008 pesquisadores encontraram rastros da onça pintada (Panthera onca), considerada extinta na região.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}

Entre as aves ameaçadas estão a [[Jacutinga (ave)|jacutinga]] e o tietê-de-coroa, ave endêmica da Serra dos Órgãos. Também podem ser vistos os araçaris, formando bonito contraste com a vegetação. Um cuidado que se deve ter é com as cobras venenosas, como a [[jararaca]] e [[jaracuçu]], que camufladas se deslocam pelas folhas em busca de presas desprevenidas.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}

== Clima ==
Segundo dados do [[Instituto Nacional de Meteorologia]] (INMET), referentes ao período de 1961 a 1980, a temperatura mínima absoluta registrada no Parque Nacional foi de {{fmtn|1.2|°C}} em 17 de junho de 1973,<ref name="Temp-mín-INMET-Parque-Nacional"/> e a maior atingiu {{fmtn|33.5|°C}} em 25 de dezembro de 1968.<ref name="Temp-máx-INMET-Parque-Nacional"/> O recorde de precipitação registrado em 24 horas é de 182,6&nbsp;mm em 4 de fevereiro de 1964,<ref>{{citar web|url=http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/gera_serie_txt.php?&mRelEstacao=83806&btnProcesso=serie&mRelDtInicio=01/01/1961&mRelDtFim=31/12/1980&mAtributos=,,,,,,,,,,1,,,,,,|título=BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)|publicado=Instituto Nacional de Meteorologia|acessodata=25/6/2015}}</ref> e o recorde mensal de {{fmtn|964.8|mm}} em janeiro de 1961.<ref>{{citar web|URL=http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/gera_serie_txt_mensal.php?&mRelEstacao=83806&btnProcesso=serie&mRelDtInicio=01/01/1961&mRelDtFim=31/12/1980&mAtributos=,,,,,,,,,1,,,,,,,|título=BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)|publicado=Instituto Nacional de Meteorologia|acessodata=25/6/2015}}</ref>
Segundo dados do [[Instituto Nacional de Meteorologia]] (INMET), referentes ao período de 1961 a 1980, a temperatura mínima absoluta registrada no Parque Nacional foi de {{fmtn|1.2|°C}} em 17 de junho de 1973,<ref name="Temp-mín-INMET-Parque-Nacional"/> e a maior atingiu {{fmtn|33.5|°C}} em 25 de dezembro de 1968.<ref name="Temp-máx-INMET-Parque-Nacional"/> O recorde de precipitação registrado em 24 horas é de 182,6&nbsp;mm em 4 de fevereiro de 1964,<ref>{{citar web|url=http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/gera_serie_txt.php?&mRelEstacao=83806&btnProcesso=serie&mRelDtInicio=01/01/1961&mRelDtFim=31/12/1980&mAtributos=,,,,,,,,,,1,,,,,,|título=BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)|publicado=Instituto Nacional de Meteorologia|acessodata=25/6/2015}}</ref> e o recorde mensal de {{fmtn|964.8|mm}} em janeiro de 1961.<ref>{{citar web|URL=http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/gera_serie_txt_mensal.php?&mRelEstacao=83806&btnProcesso=serie&mRelDtInicio=01/01/1961&mRelDtFim=31/12/1980&mAtributos=,,,,,,,,,1,,,,,,,|título=BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)|publicado=Instituto Nacional de Meteorologia|acessodata=25/6/2015}}</ref>
{{Tabela climática
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== Turismo ==
== Esportes e distância do Rio de Janeiro ==
[[Imagem:O Garrafão (cropped).jpg|thumb|[[Montanhista]] no parque.]]
Além da beleza e da importância da conservação de suas espécies, o Parnaso é um dos melhores locais do país para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada, rapel e outros. A travessia Petrópolis-Teresópolis, com {{Fmtn|30|[[Quilômetros|km]]}} de caminhada pesada pelo alto das montanhas, é considerada a caminhada de longo curso mais bonita do Brasil, com vários pontos de destaque como o Castelo do Açu e Pedra do Sino.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}
Além da beleza e da importância da conservação de suas espécies, o Parnaso é um dos melhores locais do país para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada, rapel e outros.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}

A travessia Petrópolis-Teresópolis, com {{Fmtn|30|[[Quilômetros|km]]}} de caminhada pesada pelo alto das montanhas, é considerada a caminhada de longo curso mais bonita do Brasil, com vários pontos de destaque como o Castelo do Açu e Pedra do Sino.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}


A {{Fmtn|90|[[Quilômetros|km]]}} do Rio de Janeiro, ou menos de duas horas por rodovia, o parque recebe o ano todo grande número de visitantes. Seu acesso principal é pela rodovia BR 116 Rio-Teresópolis.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}
A {{Fmtn|90|[[Quilômetros|km]]}} do Rio de Janeiro, ou menos de duas horas por rodovia, o parque recebe o ano todo grande número de visitantes. Seu acesso principal é pela rodovia BR 116 Rio-Teresópolis.{{carece de fontes|data=junho de 2017}}


== Biodiversidade ==
==Galeria de fotos==
[[Imagem:Dedo de Deus em flores.jpg|thumb|esquerda|Flores com o [[Dedo de Deus]] ao fundo.]]

O clima é super-húmido [[Clima tropical|tropical]], com 80% a 90% de umidade relativa causada pelo ar úmido do [[Oceano Atlântico|Atlântico]] a maior parte do ano. As temperaturas médias variam de 13 a 23°C, mas podem chegar a 38°C e podem cair abaixo de zero nas partes mais altas do parque. A precipitação média é de 1.700 a 3.600 milímetros, com mais chuvas no verão (dezembro a março) e uma estação seca no inverno, de junho a agosto. O lado sudeste voltado para o oceano recebe mais chuva que o lado noroeste.{{sfn|Clima – Chico Mendes}}

O parque está no [[bioma]] da [[Mata Atlântica]] e, devido à alta pluviosidade, possui rica vegetação, grande parte exclusiva desse bioma. Mais de 2.800 espécies de plantas foram registradas, incluindo 360 de [[orquídea]]s e mais de 100 [[bromélia]]s. Até 500 metros, as encostas mais baixas são cobertas por floresta típica de terras baixas. De 500 a 1.500 metros a vegetação é floresta montana, com variações significativas dependendo das condições em cada área. Em muitos lugares, o [[dossel]] superior é de 25 a 30 metros, com árvores emergentes atingindo até 40 metros. De 1.500 a 2.000 metros, há uma floresta com árvores de 5 a 10 metros e com troncos tortos cobertos de [[musgo]] epifítico, além de plantas como bromélias e orquídeas. O sub-bosque tem arbustos e os afloramentos são povoados por [[samambaia]]s e musgos. Existem várias espécies [[endêmicas]]. Acima de 2.000 metros a vegetação é de alta montanha, com campos abertos e pequenos arbustos lenhosos. 347 espécies foram encontradas neste ambiente, das quais 66 são endêmicas para este [[ecossistema]].{{sfn|Flora – Chico Mendes}} O parque é um dos poucos habitats naturais de espécies de ''[[Schlumbergera]]'', que foram desenvolvidas em coloridos [[cactos]] amplamente cultivadas como plantas da casa.{{sfn|McMillan|Horobin|1995}}

{{panorama|Serra dos Órgãos ao amanhecer (cropped).jpg|900px|Serra dos Órgãos ao amanhecer.}}

== Ver também ==
*[[Parque Nacional do Itatiaia]]

{{notas}}


{{Referências|col=2}}
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File:Rugendas - Serra dos Orgaos.jpg|Serra dos Órgãos entre 1820 e 1825, por [[Johann Moritz Rugendas|Rugendas]]
File:Grimm 1885, Vista de Teresópolis.jpg|Serra dos Órgãos vista de [[Teresópolis]]. Óleo sobre tela por [[Georg Grimm]], 1885.
File:ParqueOrgaos-View2.jpg|Vista do Parque na sede de Teresópolis
File:Serra dos Órgãos 02.jpg|Picos (da esquerda para a direita): Escalavrado ({{Fmtn|1406|[[Metro|m]]}}), Dedo de Nossa Senhora ({{Fmtn|1320|m}}), Dedo de Deus ({{Fmtn|1692|m}}), Cabeça de Peixe ({{Fmtn|1680|m}}) e Santo Antônio ({{Fmtn|1990|m}}).
File:Serra dos Órgãos 01.jpg|[[Rodovia Rio–Teresópolis]], trecho da [[BR-116]]
File:Teresopolis-DedoDeus1.jpg|[[Dedo de Deus]]
File:Agulha do Diabo.jpg|[[Agulha do Diabo]]
File:Serra dos ÓrgãosBrazil.jpg|Vista do parque, parte da [[Serra do Mar]]
File:Amanhecer nos Portais.jpg|Serra dos Órgãos, vista dos Portais de Hércules, ao amanhecer
File:Nascer do sol em meio à neblina, na Pedra do Sino.jpg|Nascer do sol em meio à neblina, na [[Pedra do Sino]]
File:Nascer do Sol no Dedo de Deus.jpg|Nascer do sol no Dedo de Deus
File:ParqueOrgaos-Pool.jpg|Piscina com água mineral
File:Amanhecer na Serra dos Órgãos.jpg|Paisagem do parque vista do Castelo do Açu
File:Trilha do Parque Nacional da Serra dos Órgãos Sede Petrópolis.jpg|Trilha do parque, na sede de [[Petrópolis]]
File:Trilhas de Guapimirim.jpg|Trilhas de [[Guapimirim]]
File:Trilha Suspensa.jpg|Trilha suspensa na sede de Teresópolis
File:Zona Norte.JPG|Serra dos Órgãos, ao fundo, vista da cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]
File:Granja Comary - Escalavrado - Inverno Teresopolis.jpg|Lago Comary, em Teresópolis, com os picos do Escalavrado e Dedo de Deus ao fundo
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</center>


=== Bibliografia ===
{{Referências}}
{{refbegin}}
*{{citation|ref={{harvid|Clima – Chico Mendes}}
|title=Clima|publisher=[[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]]
|url=http://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/atributos-naturais.html?id=45:clima&catid=3:artigos|accessdate=2016-06-09}}
*{{citation|language=Portuguese
|last1=Costa |last2=Lamas |last3=Fernandes |first1=Cláudia |first2=Ivana|first3=Rosan|publisher=Reserva da Biosfera da Mata Atlântica
|title=Planejamento Estratégico do Mosaico Central Fluminense|date=Dezembro de 2010
|url=http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/mosaicos/planejamento-central-fluminense.pdf|accessdate=2016-10-02}}
*{{citation|ref={{harvid|Flora – Chico Mendes}}
|title=Flora|publisher=[[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]]
|url=http://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/atributos-naturais.html?id=48:flora&catid=3:artigos|accessdate=2016-06-09}}
*{{citation|ref={{harvid|História – Chico Mendes}}
|title=História|publisher=[[Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade]]
|url=http://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/quem-somos/historia.htmlhuh|accessdate=2016-06-09}}
*{{citation |last=McMillan |first=A.J.S. |last2=Horobin |first2=J.F.
|year=1995 |title=Christmas Cacti : The genus ''Schlumbergera'' and its hybrids |edition=p/b |publication-place=Sherbourne, Dorset |publisher=David Hunt |isbn=978-0-9517234-6-3 }}
{{refend}}


==Ligações externas==
==Ligações externas==
{{commonscat|Serra dos Órgãos National Park}}
{{commonscat|Serra dos Órgãos National Park}}
* {{Link||2=http://www.icmbio.gov.br/parnaso |3=Site oficial do Parque}}
* {{oficial|http://www.icmbio.gov.br/parnaso}}
* {{Link||2=http://biologias.com/meio-ambiente/parques/nacionais/serra-dos-orgaos |3=Fotos do Parque em Teresópolis}}
* {{Link||2=http://biologias.com/meio-ambiente/parques/nacionais/serra-dos-orgaos |3=Fotos do Parque em Teresópolis}}


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Revisão das 10h44min de 13 de junho de 2019

Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Categoria II da IUCN (Parque Nacional)
Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Serra e o pico Dedo de Deus ao fundo.
Localização  Rio de Janeiro,  Brasil
Dados
Área 20 030 ha
Criação 30 de novembro de 1939
Gestão ICMBio
Coordenadas 22° 29' 35" S 43° 4' 24" O
Parque Nacional da Serra dos Órgãos está localizado em: Brasil
Parque Nacional da Serra dos Órgãos

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é uma unidade de conservação situada no maciço da Serra dos Órgãos, abrangendo os municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis, com uma área de 20 030 ha. É aberto para visitação permanente. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Normalmente de maio a setembro é aberta a temporada de montanhismo, com aventureiros de toda parte buscando o contato direto com a natureza. O principal roteiro é a Travessia Petrópolis-Teresópolis, que exige três dias e é considerada a caminhada mais bonita do Brasil.

O nome do parque deriva da semelhança dos picos da serra com os tubos de órgãos de igreja, derivando daí o nome Serra dos Órgãos.

Histórico

Serra dos Órgãos vista de Teresópolis, 1885. Óleo sobre tela de Georg Grimm.

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi criado em 30 de novembro de 1939 como o terceiro parque nacional do Brasil.[1][nota 1] O objetivo do parque era proteger as cabeceiras dos rios que correm para a bacia fluminense e proteger as montanhas espetaculares. O parque foi criado pelo governo de Getúlio Vargas pelo decreto lei 1822 de 30 de novembro de 1939 com uma área de cerca de 9.000 hectares. Abrangia partes dos municípios de Magé, Petrópolis e Teresópolis.[1]

Vários edifícios e outras infraestruturas foram construídos na década de 1940, como a piscina natural, prédios administrativos, armazéns, garagem, quartos de funcionários e quatro abrigos na Trilha do Sino. O parque tinha cerca de 250 funcionários, incluindo garçons nos abrigos das montanhas. Na década de 1960, com o capital nacional transferida do Rio de Janeiro para Brasília, o parque perdeu o financiamento e as instalações começaram a se deteriorar. Os abrigos e algumas das casas dos funcionários foram perdidos.[1]

Esforços foram feitos para restaurar o parque a partir de 1980, incluindo a publicação do plano de manejo e a compra de terras para regularizar o mandato do parque. O decreto 90023, de 2 de agosto de 1984, delimitou a área do parque em 10.527 hectares. Na década de 1990, o município de Guapimirim foi separado de Magé e também passou a conter parte do parque. A partir dos anos 1990, os prédios antigos foram restaurados e novos foram construídos.[1] O parque foi incluído no Mosaico Central da Mata Atlântica do Rio de Janeiro, criado em 2006.[2]

Geologia

Vista geral da Serra dos Órgãos.
Nascer do Sol no Dedo de Deus.

Topografia

Caracterizada por sua topografia acidentada e por grandes desníveis, com altitudes que variam entre 100 e 2 275 m, onde se encontra seu ponto culminante, a Pedra do Sino. Localiza-se na parte de mais altas vertentes da Serra do Mar, que formada em épocas geológicas muitíssimo antigas, as rochas sofreram na região movimentos mais recentes, o que resultou no imenso paredão que acompanha a planíce costeira em direção ao Rio de Janeiro.[carece de fontes?]

Ao longo deste paredão encontra-se, ainda no interior do parque, uma formação rochosa conhecida como Dedo de Deus. Trata-se de um bloco rochoso de 1 692 m de altura com uma forma que lembra uma mão fechada, com o indicador erguido, a partir do qual, em dias claros, é possível avistar a cidade do Rio de Janeiro. Outros monumentos geológicos importantes pertencentes ao parque são o Garrafão, com 1 980 m, a Pedra da Cruz, com 2 130 m, São Pedro, com 2 234 m, São João, com 2 100 m, e Cara de Cão, com 2 180 m. O dedo de Deus é o símbolo do montanhismo brasileiro e também do Estado do Rio de Janeiro.[carece de fontes?]

Hidrografia

Cortado por notável rede hidrográfica, representada pelos rios Paquequer, Beija-Flor, Soberbo, Iconha, Bananal, Santo Aleixo, Itamarati, Bonfim e Jacó, o solo do Parque deu origem à densa floresta, com diversos ambientes. Na vegetação secundária, predominam as palmeiras, e, em altitudes até 500 m, há a ocorrência de palmito, pindobinhas, xaxim e, particularmente, embaúba.[carece de fontes?]

Clima

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1980, a temperatura mínima absoluta registrada no Parque Nacional foi de 1,2 °C em 17 de junho de 1973,[3] e a maior atingiu 33,5 °C em 25 de dezembro de 1968.[4] O recorde de precipitação registrado em 24 horas é de 182,6 mm em 4 de fevereiro de 1964,[5] e o recorde mensal de 964,8 mm em janeiro de 1961.[6]

Dados climatológicos para Parque Nacional da Serra dos Órgãos (1961-1980)
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 33,2 33,1 32,6 30,2 28,3 27,4 28,3 30,9 33 33,2 32,9 33,5 33,5
Temperatura máxima média (°C) 26,6 26,8 26,2 23,3 21,7 21,1 20,6 22,2 22,6 22,7 23,5 25,1 23,5
Temperatura média compensada (°C) 20,7 20,8 20,2 17,9 15,8 14,9 14,3 15,6 16,7 17,5 18,3 19,7 17,7
Temperatura mínima média (°C) 16,2 16,3 15,6 13,6 11,4 10,5 9,7 10,9 12,2 13,4 14,2 15,4 13,3
Temperatura mínima recorde (°C) 10,3 9,1 7,7 6,1 3 1,2 2,4 3,4 3,2 6,2 6,2 7,8 1,2
Precipitação (mm) 401,9 322,6 263,3 226,3 120,7 69,8 83,4 101,3 143,7 264,5 351,5 425,4 2 774,3
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 19 15 14 13 9 7 7 8 10 17 18 19 156
Umidade relativa compensada (%) 86,6 85,9 86,6 88,7 87,4 86,3 85,4 83,5 84,4 87,7 88,4 87,2 86,5
Horas de sol 159,7 152,6 162,9 151,1 163,7 158,9 169,4 180,4 144,5 117 118,2 137,8 1 816,2
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (normal climatológica de 1961-1990;[7] recordes de temperatura de 01/01/1961 a 20/12/1980)[3][4]

Turismo

Montanhista no parque.

Além da beleza e da importância da conservação de suas espécies, o Parnaso é um dos melhores locais do país para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada, rapel e outros.[carece de fontes?]

A travessia Petrópolis-Teresópolis, com 30 km de caminhada pesada pelo alto das montanhas, é considerada a caminhada de longo curso mais bonita do Brasil, com vários pontos de destaque como o Castelo do Açu e Pedra do Sino.[carece de fontes?]

A 90 km do Rio de Janeiro, ou menos de duas horas por rodovia, o parque recebe o ano todo grande número de visitantes. Seu acesso principal é pela rodovia BR 116 Rio-Teresópolis.[carece de fontes?]

Biodiversidade

Flores com o Dedo de Deus ao fundo.

O clima é super-húmido tropical, com 80% a 90% de umidade relativa causada pelo ar úmido do Atlântico a maior parte do ano. As temperaturas médias variam de 13 a 23°C, mas podem chegar a 38°C e podem cair abaixo de zero nas partes mais altas do parque. A precipitação média é de 1.700 a 3.600 milímetros, com mais chuvas no verão (dezembro a março) e uma estação seca no inverno, de junho a agosto. O lado sudeste voltado para o oceano recebe mais chuva que o lado noroeste.[8]

O parque está no bioma da Mata Atlântica e, devido à alta pluviosidade, possui rica vegetação, grande parte exclusiva desse bioma. Mais de 2.800 espécies de plantas foram registradas, incluindo 360 de orquídeas e mais de 100 bromélias. Até 500 metros, as encostas mais baixas são cobertas por floresta típica de terras baixas. De 500 a 1.500 metros a vegetação é floresta montana, com variações significativas dependendo das condições em cada área. Em muitos lugares, o dossel superior é de 25 a 30 metros, com árvores emergentes atingindo até 40 metros. De 1.500 a 2.000 metros, há uma floresta com árvores de 5 a 10 metros e com troncos tortos cobertos de musgo epifítico, além de plantas como bromélias e orquídeas. O sub-bosque tem arbustos e os afloramentos são povoados por samambaias e musgos. Existem várias espécies endêmicas. Acima de 2.000 metros a vegetação é de alta montanha, com campos abertos e pequenos arbustos lenhosos. 347 espécies foram encontradas neste ambiente, das quais 66 são endêmicas para este ecossistema.[9] O parque é um dos poucos habitats naturais de espécies de Schlumbergera, que foram desenvolvidas em coloridos cactos amplamente cultivadas como plantas da casa.[10]

Serra dos Órgãos ao amanhecer.

Ver também

Notas

  1. O Parque Nacional do Itatiaia (1937) e o Parque Nacional do Iguaçu (1939) foram os primeiros dois parques nacionais do Brasil.[1]

Referências

  1. a b c d e História – Chico Mendes.
  2. Costa, Lamas & Fernandes 2010, p. 15.
  3. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Teresópolis (Parque Nacional)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 9 de julho de 2018 
  4. a b «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Teresópolis (Parque Nacional)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 9 de julho de 2018 
  5. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 25 de junho de 2015 
  6. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Teresópolis (Parque Nacional)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 25 de junho de 2015 
  7. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 9 de julho de 2018 
  8. Clima – Chico Mendes.
  9. Flora – Chico Mendes.
  10. McMillan & Horobin 1995.

Bibliografia

Ligações externas

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