Sidonismo: diferenças entre revisões

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# Em Março, é declarado o sufrágio universal;
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# Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na [[batalha de La Lys]],
# Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na [[batalha de La Lys]],
# Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.
# Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé. Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a [[Armistício de Compiègne|assinatura do armistício]], em [[11 de novembro|11 de Novembro]], nem a mensagem afetuosa do rei [[Jorge V do Reino Unido|Jorge V de Inglaterra]] correspondente ao ato vem melhorar a situação<ref>{{Citar web|titulo=Sidónio Pais - ANTIGOS PRESIDENTES: - PRESIDENCIA.PT|url=http://www.presidencia.pt/?idc=13&idi=34|obra=www.presidencia.pt|acessodata=2019-07-10|lingua=pt}}</ref>. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimônia da condecoração dos sobreviventes do ''[[NRP Augusto de Castilho|Augusto de Castilho]]'', do qual consegue escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por [[José Júlio da Costa]] que o abateu a tiro, na [[Estação Ferroviária do Rossio|Estação do Rossio]], em [[14 de dezembro|14 de Dezembro]] de [[1918]].

Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a [[Armistício de Compiègne|assinatura do armistício]], em [[11 de novembro|11 de Novembro]], nem a mensagem afetuosa do rei [[Jorge V do Reino Unido|Jorge V de Inglaterra]] correspondente ao ato vem melhorar a situação<ref>{{Citar web|titulo=Sidónio Pais - ANTIGOS PRESIDENTES: - PRESIDENCIA.PT|url=http://www.presidencia.pt/?idc=13&idi=34|obra=www.presidencia.pt|acessodata=2019-07-10|lingua=pt}}</ref>. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimônia da condecoração dos sobreviventes do ''[[NRP Augusto de Castilho|Augusto de Castilho]]'', do qual consegue escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por [[José Júlio da Costa]] que o abateu a tiro, na [[Estação Ferroviária do Rossio|Estação do Rossio]], em [[14 de dezembro|14 de Dezembro]] de [[1918]].


== Influência para o Direitismo atual ==
== Influência para o Direitismo atual ==

Revisão das 00h41min de 11 de julho de 2019

O "presidente-rei" Sidónio Paes, que governou entre Dez. de 1917 e Dez. de 1918.

Sidonismo[1] (também chamado de Consulado Sidonista, República Nova ou Nova República[2]) designa o regime vigente em Portugal durante o governo de Sidónio Pais (Dezembro de 1917 a Dezembro de 1918). As suas medidas tornaram-se o ideário do Partido Sidonista, de direita. As ideias de Sidónio Paes durante o seu governo foram cruciais para a consolidação de diversas ditaduras nas Américas e na Europa[3], chegando influenciar António Salazar e até as ditaduras fascistas do sul da Europa[4]. O Sidonismo é um dos precursores do Militarismo e do Fascismo (este último, por sua vez, "emprestou" o corporativismo do Sidonismo) moderno, principalmente pelas ideias de que os problemas d'uma nação são internos (e não externos); de que o Estado é a única autoridade n'uma nação e que as forças armadas são a única autoridade que podem cometer violência legitimativamente; e de que deve-se recuperar os valores tradicionais para transformar a sociedade[5].

Apesar de ser alinhado com o Integralismo Lusitano, que defende uma Monarquia tradicional além do conservantismo, o Sidonismo não se importa, de fato, com quem (ou o que) está no poder, mas sim a sua ligação aos interesses nacionais, o que tem a ver principalmente com a estrutura e a acção do Estado. O que interessa, em resumo, não é se o Estado é monarquia ou república, mas sim qual a sua função social e autoridade.

Origens

Após o ultimátum britânico de 1890, a monarquia portuguesa entrou em crise, pois vários movimentos (especialmente os republicanos) acharam que a monarquia não representava, de fato, Portugal. Várias disputas internas por influência ocorreram, e Portugal começou a sofrer um certo retrocesso, pois estava ficando para trás em relação a outros países europeus, como a Espanha, a França e a Alemanha. Isto fortaleceu ainda os movimentos republicanos. Finalmente, em 05 de outubro de 1910, a (Primeira) República Portuguesa foi proclamada. N'este interim, em 1912, Sidónio Paes foi nomeado como ministro de Portugal (cargo equivalente ao de Embaixador) em Berlim[6].

Em 09 de Março de 1916, quando Portugal declara guerra à Alemanha, regressa a Lisboa. Pró-Alemanha, ele se torna o principal contestador do regime democrático (e instável) que até então vigorava.

Revolução Dezembro de 1917

Charge ilustrando a Revolução de Dezembro de 1917.

Em 05 de Dezembro de 1917, uma revolta militar toma conta de Portugal, e após dias de intensos combates, em 08 de Dezembro, uma Junta Revolucionária tomou o poder, dissolvendo o parlamento, depondo e exilando o até então presidente, Bernardino Machado. A 11 de Dezembro foi constituído um novo Governo chefiado por Sidónio Pais, o 15.º governo. Para além dos elementos da Junta Revolucionária, o novo governo integrou três unionistas, dois centristas e um independente. O novo regime começa a ser apelidado pelos seus apoiantes como a República Nova. No dia 27 de Dezembro de 1917, a República Nova de Sidónio Pais decretou alterações à Constituição Portuguesa de 1911, introduzindo um regime presidencialista, no qual o Presidente do Ministério assumia as funções de Presidente da República enquanto não fosse eleito pelo futuro Congresso o Presidente da República. Em 28 de Abril de 1918 foi eleito Presidente da República por sufrágio direto e universal, sendo que o candidato único, Sidónio Pais, obteve 468 275 votos.

Governo de Sidónio Paes

Em 09 de Maio tomou posse, dando início ao 16.º governo. durante o seu governo, são dignos de realce os seguintes fatos:

  1. Em Fevereiro, é alterada a lei da separação entre a Igreja e o Estado;
  2. Em Março, é declarado o sufrágio universal;
  3. Em Abril, as tropas portuguesas são derrotadas na batalha de La Lys,
  4. Em Julho, são reatadas as relações com a Santa Sé.

Passado o estado de graça, sucedem-se as greves, as contestações, e as tentativas de pôr fim ao regime sidonista. Em resposta, este decreta o estado de emergência em 13 de Outubro. Consegue recuperar momentaneamente o controlo da situação, mas o movimento de 5 de Dezembro estava ferido de morte. Nem a assinatura do armistício, em 11 de Novembro, nem a mensagem afetuosa do rei Jorge V de Inglaterra correspondente ao ato vem melhorar a situação[7]. Em 5 de Dezembro, Sidónio sofre um primeiro atentado, durante a cerimônia da condecoração dos sobreviventes do Augusto de Castilho, do qual consegue escapar ileso. Não conseguiu escapar ao segundo, levado a cabo por José Júlio da Costa que o abateu a tiro, na Estação do Rossio, em 14 de Dezembro de 1918.

Influência para o Direitismo atual

Após o assassinato de Sidónio, vários governos (igualmente instáveis tomaram conta de Portugal. No entanto, o Sidonismo, que originou o Partido Nacional Republicano, continuou vivo. Em 1926, António de Oliveira Salazar profere um golpe de estado, implementando o Estado Novo. As ideias de exaltação da Pátria e das forças armadas, de resgatar os valores tradicionais, de que o "chefe" devia legitimar um partido e lhe entregar as funções, do corporativismo, etc. foram essenciais para a formação de diversas ditaduras na América e na Europa Meridional, chegando até mesmo a influenciar o Fascismo europeu das décadas de 20 e 30 (com a diferença de que o Sidonismo não é xenofóbico), e o militarismo da América do Sul das décadas de 50, 60, 70 e 80.

Referências

  1. Infopédia
  2. Infopédia
  3. «Sidónio Pais e os sete pilares do futuro». PÚBLICO. Consultado em 10 de julho de 2019 
  4. «First Portuguese Republic». Wikipedia (em inglês). 5 de março de 2019 
  5. «Sidónio Pais e os sete pilares do futuro». PÚBLICO. Consultado em 10 de julho de 2019 
  6. «Sidónio Pais - ANTIGOS PRESIDENTES: - PRESIDENCIA.PT». www.presidencia.pt. Consultado em 10 de julho de 2019 
  7. «Sidónio Pais - ANTIGOS PRESIDENTES: - PRESIDENCIA.PT». www.presidencia.pt. Consultado em 10 de julho de 2019 
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